segunda-feira, abril 30, 2007
Manicómio 2
"és livre de julgar os meus comentários (...), não desejo é que isso venha a perturbar a nossa comunhão." (David Cameira)

Se não entrares com força, não é uma placagem, é um insulto
Podia ser um lema deste sítio :)
cbs
posted by @ 7:57 da tarde   10 comments
O Manicómio
Este blogue, no qual participo com muita honra e muito prazer, é, no conjunto dos posts e dos comentários que aqui são produzidos, a coisa mais estranha que já me foi dado viver na blogosfera. Por vezes sinto-me o seu presidente (para quem ache que o título deste post é um insulto), por vezes acho-me apenas um humilde servidor (para quem ache, como eu, que é uma das maiores realizações da blogosfera).

timshel
posted by @ 6:35 da tarde   6 comments
Do ecumenismo (caso prático na terra de Lutero)*: Reconnaissance mutuelle du baptême entre chrétiens
Les représentants des Eglises chrétiennes d'Allemagne ont signé dimanche en la cathédrale de Magdebourg (est) une déclaration commune reconnaissant la pleine validité du sacrement du baptême, quelle que soit l'Eglise qui le pratique.
Environ 30 millions de chrétiens sont concernés par ce rapprochement oecuménique qui officialise une reconnaissance mutuelle des baptêmes.
Onze Eglises allemandes, parmi elles les trois principales, l'Eglise catholique, l'Eglise luthérienne (protestante) et l'Eglise orthodoxe, ont signé cette déclaration commune lors d'une cérémonie oecuménique en la cathédrale de Magdebourg.
Ce document est une "preuve que les efforts d'oecuménisme ne sont pas engourdis", a souligné le président de la conférence épiscopale allemande, le cardinal Karl Lehmann. Sa signature "donne de la force pour la suite du travail oecuménique", a-t-il ajouté.
L'évêque de Magdebourg, Gerhard Feige, a parlé d'une "nouvelle qualité dans la vie oecuménique" tandis que le président du Conseil des églises évangéliques d'Allemagne, Wolfgang Huber, a rappelé que le baptême représente "un lien fort de l'unité chrétienne".
Cette démarche répond à une initiative de 2002 du cardinal allemand Walter Kasper, responsable au Saint-Siège du rapprochement entre les Eglises.
En pratique, des accords de reconnaissance mutuelle des baptêmes s'étaient répandus depuis 30 ans entre des Eglises protestantes et catholiques locales allemandes. [da AFP]

* - que é como quem diz, da unidade na diferença, da tolerância activa.

Miguel Marujo
[esteve assinado, depois mudei umas coisas e apaguei sem querer a assinatura. Volta ao seu lugar.]
posted by @ 11:15 da manhã   20 comments
Por honra das manicures do Salão do Reino, na rua Acácio Paiva.
Cedendo às palavras sábias e salinosas do irmão CBS, viro desde agora a página.

De hoje em diante jamais pedirei a censura de comentários, sejam pejorativos como os que aqui escutei, ou o mais plano e enlatado spam (se algo há que vender, aproveite-se).

Assim, quando obscenidades e insultos gratuitos forem endereçados, manterei a minha rectidão e deixarei que estes, que se dizem cristãos, jus fazerem ao seu discipulado, e arrependerem-se de livre vontade (sim, disse-o um calvinista).

Porque também me lamento dos meus frutos recentes.
Porque as manicures do Salão do Reino, na Rª Acácio Paiva o merecem.
E porque 'neoconeiro' até se revela um insulto charmoso.

Nuno Fonseca

Paz de Deus, amados e amadas.
Sinceramente, voltem, Samuel e Zazie.
Abraço estumacal e teletubbie a ambos.
posted by @ 12:22 da manhã   4 comments
domingo, abril 29, 2007
Que nome chamar a um nuno?
Por mais que peça perdão por eventuais dissabores, o bloguista Nuno Fonseca, tem sentido a resistência duma denominação inédita de cristãos apartada dos católicos e protestantes. Estes, indignam-se da censura feita a spammers, embora eles mesmos apaguem da caixa de comentários da sua consciência o seguinte mandamento crístico:

'Perdoa os nossas ofensas assim como nós perdoamos quem nos ofende'(Mt6:12).

Mais ainda. Julgam. Aprazem-se disso. E mostram toda uma parafernália de nomes e julgamentos farisaicos a chamar à vítima que, por coincidência, é o mesmo indivíduo novato ao Trento, talvez por método de intimidação por meio de praxe.

É tempo de galardoar tais campeões do insulto cristão com o Prémios Esporádicos p/a Ofensa Seca e Gratuita do Trento na Língua a Nuno Fonseca, mais familiarmente referidos como os zazies.

Eis os nomeados:

1- figura triste
2- estúpido
3- estústido
4- miserável
5- merdas
6- panilas
7- mongo
8- hitlerzinho
9- travesti
10- caralho
11- pastor
12- pessoa de utilidade nula num blogue teórico como o Trento
13- Rambo [enquanto herói neoconeiro]

O vencedor por detrás destas infâmias cheias de amor de Cristo será revelado após o final da votação e será recompensado com... Ora, chega-me agora a informação que o Senhor declara que os nomeados, segundo a Escritura, 'já receberam a sua recompensa'. Que quererá isto dizer? Mmm.

Votai.

Nuno Fonseca
posted by @ 11:22 da tarde   32 comments
Esteve calor este fim de semana
Desporto de amigos... mas tem regras.
cbs
posted by @ 5:27 da tarde   0 comments
Do ecumenismo (para explicar a tolerância)
«ecumenismo
s. m.,
desejo ou propensão para estabelecer laços entre os povos, de modo a formar uma única família em todo o mundo;
tendência para restabelecer a unidade entre os discípulos de Cristo.»


Esta é a definição que cabe no dicionário. Unidade não significa apagamento ou mesquinhamento do outro, nem intolerância. Viver a unidade na diferença é muito mais do que suportar ou aturar. Quando a poeira assentar, posso voltar ao tema. Por agora vou gozar paganamente o domingo. Para melhor louvar o Senhor neste mundo.

Miguel Marujo

posted by @ 5:25 da tarde   0 comments
A minha fogueira é maior do que a tua (credo pessoal ou possível estatuto editorial)
[Só mais esta nota, depois calo-me. Este concílio de Trento foi pensado como espaço de diálogo vivo, não de achincalhamento da fé dos outros, nem testemunhas de Jeová, nem elders de calções. Para isso já há blogues que cheguem.]

Nunca vivi, nem vivo a minha fé como oposição a. Para isso, há a política - de que gosto muito. Não me apresento como católico, por oposição ao muçulmano, judeu, evangélico, baptista ou presbiteriano. Para isso existem os quadros culturais e sociais. Não tenho necessidade de me defender da Inquisição porque não era deste Reino, nem da Igreja. Não tenho de invocar o santo nome de deus em vão para as minhas batalhas quotidianas. Não tenho de me defender dos que me acusam de adorar outros deuses, porque também não ponho em causa a sua fé, nem me atrevo a dizer que vivo a Palavra verdadeira revelada. Quero acreditar que sim, que tento, mas também quero acreditar que os caminhos da ressurreição são insondáveis, e onde houver uma mulher e um homem justos que, mesmo não sendo crentes, praticam o Bem e a Justiça, também é deles o reino. Por isto, a minha vida é uma permanente dúvida. E não vivo a apregoar que a minha fogueira é maior que a tua.

Miguel Marujo
posted by @ 4:15 da tarde   2 comments
A sarça ardente (a fogueira é boa para aquecer noites de acampamentos)
Nossa Senhora, rogai por nós (como pode ser bonito orar em frente deste bezerro)

Nem patrão, nem dogmático, detesto fogueiras, boas apenas para aquecer noites de acampamentos, mas isso já lá vai; de fogueiras, prefiro a sarça ardente, mas o Nuno, que desdenhou das referências do CC atira-se afinal (mais uma vez) à inquisição: saudades?

Dizia eu, sou muito pouco patrão e dogmático para desespero de amigos católicos e evangélicos, nesta casa. A sua verborreia bíblica (poupe-me) faz de si um bibliólatra anónimo, digno do reader's digest como escrevi, muito próprio de quem gosta de excomungar os outros, sem cuidar da humildade: já me mete no saco de arianos, testemunhas, depois dos pagãos sincréticos, e agora obscurantista por via de Antero de Quental. Errei na sua idolatria: o Nuno vomita referências literárias para denegrir a argumentação de outros. Conheço o estilo, evito-o. Não tenho a presunção de ser intelectual nem académico, pretendo humildemente viver a minha fé, não apostatizo os outros.

Eu tenho de me defender de quê, meu caro?! Gosto desse tom: condenado até prova em contrário. Sabe, talvez saiba, estou desempregado, sou obrigado a apresentar-me como criminoso de 15 em 15 dias, passo bem sem estar a dizer que como católico não adoro o bezerro de ouro. De si, não posso dizer o mesmo: detesta a estatuária das igrejas, eu também acho que algumas são bem feias, mas se for preciso posso recolher-me a elas, para orar, caso me sinta inspirado, como me senti nos Picos da Europa, ou em frente aos nenúfares de Monet no MoMA. Do Warhol gosto muito de me recolher junto da Marilyn, por motivos óbvios.

[O Bush não é preconceito, é facto, atestado neste blogue. Posso ofender assim?!]

Hoje, o frei Bento (mais um apóstata, pagão sincrético, ariano, testemunha de Jeová, obscurantista) diz-nos no Público como as ossadas de Cristo interessam pouco para a ressurreição: «Onde houver gente necessitada, gente que precise de presença, de cuidados, há um lugar maldito que é preciso santificar. [...] A Igreja só testemunha a ressurreição quando participa na insurreição contra tudo aquilo que estraga a vida das pessoas.» Uma citação, uma excitação para si: esta é a minha idolatria, o meu politeísmo, a minha bibliolatria. O resto, aquilo que quer dizer de mim, não colhe, como não colheu no passado.

Acho giro, que goste de atirar pedras, digno dos fariseus mais empedernidos. Quando falei de equilíbrio no disparate, estava a falar de mim, meu caro. E dos outros trentinos todos: "veio equlibrar" - percebeu o tempo verbal, ou tenho de citar um versículo?!

Miguel Marujo
posted by @ 3:44 da tarde   31 comments
Apologia à Tolerância.
Não sou ecuménico, mas tolerante.
Porquê? Tê-lo-ei respondido no final deste post.

Das muitas irregularidades que se testemunham recentemente, pareceu mais grave ao autor deste blogue a minha tirada em comentário dum outro do CC, em que afirmo que o 'paganismo sincrético' dos católicos não é uma ofensa ao ser denunciado, mas um facto. Não me farei naïve, fi-lo pelo efeito humorístico da brusquez e dogmaticidade da resposta, mas parece que o humor é aqui levado a sério, juntamente com os dildós e chicotes da namorada.
Num tom mais grave, fi-lo por crer que a absorção de rituais e tradições do mundo pagão
é reconhecido pela Igreja Católica, que não se defende disso por não ver nisso heresia. Por exemplo, todos sabem que nascimento de Jesus Cristo não data 25 de Dezembro e que não é por coincidência que tal incide sobre a saturnália e o aniversário do Deus do Sol Invicto. Mas, segundo sei de [Sto] Agostinho de Hiponas, o crente, após se esquecer dos seus deuses antigos, já não trai ao Deus monoteísta de Israel ao honrar os santos católicos que a esses tomam os atributos da cura, da sorte, etc.

Por isso há sincresia? Sim, porque há uma fusão (sin-) de credos (-cresia). Há paganismo. Ora, o Deus Pai de Jesus Cristo diz: 'Não terás outros deuses diantes de mim. Não farás para ti escultura nem alguma semelhança do que há em cima dos céus, nem em baixo da terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás' (Ex20:3/4/5). Dito isto, há, logicamente, uma descontinuidade com o Cristianismo por quem se encurve e sirva os ídolos, uma cisão da exclusividade que Javé pede. E a devoção promíscua era algo que não criava asco aos pagãos.
Mas enfim, quem não ache nos seus ícones e virgens algum paganismo sincrético, vou deixá-lo em paz com a sua consciência. E com a possibilidade de provar que estou errado.

Mas Nuno, é um facto? Ora quanto a mim, é. A minha percepção, a mesma que diz que há um céu azul e um sol cor de luz, mo diz. Mas também sei que a percepção não é realidade. E que, ao daltónico, são vermelhos os céus e é cor de laranja a estrela da Via Láctea. E quem lhe muda a percepção desse facto que os seus sentidos percebem? Ninguém. Ele só toma a nossa palavra, lealmente e em obediência.
Assim, também eu tomei a Deus a Palavra. E é ele que nos atribui uma percepção e que conhece a realidade e o que é, de facto, factual.
Enquanto não chega o Dia do Senhor e o Livro da Vida nos é aberto, dependeremos da percepção.

E é isso que o Trento na Língua é. Um confronto percepcional entre uma percepção chamada protestantismo ou cristandade evangélica e o catolicismo romano.
Compreendam, portanto, que não me acho dono da Verdade, mas testemunha dela (Mt24:14), como quem quer que leia a Palavra de Deus o é. Contudo, o testemunho é humano, daí faltoso. A própria Bíblia que conservam convosco é uma tradução. E notemos que a Palavra, em si, é uma tradução do divino dado humanamente por Jesus (Jo1:1; 18), e/ou, divinamente, por inspiração do Espírito Santo.

Por isso, vou dar o direito dos que estão errados a estarem-no, porque a mim, espero, também mo dão, caso esteja. E isso é tolerância: suportar, aturar, como uma constipação febril ou a pessoa que ressona pela narina e senta ao lado do nosso lugar no avião. Acreditem que isto sim, bastava para findar a guerra israelo-árabe, e todas as jihads e cruzadas que se porfiaram:

'Suportai-vos uns aos outros' (Ef4:2).

Em todo o caso, e se uma das nossas percepções se assemelhe mais à realidade do Senhor, lembremo-nos que um Deus que 'é Amor' (1Jo4:8), não nos censuraria a estupidez humana como que não repreende cão por babar-se. Antes, preza os frutos do espírito e as nossas acções, feitas em Sua obediência, para Sua glorificação. E isso, não pode ser atestado neste blogue.

Por isso, suportarei as vossas heresias aos meus olhos, como vocês as minhas heresias as vossos, porque o que aqui se faz neste blogue é mostrar interesse em se achegar a Deus, o que é por ele muito louvado (Ti4:8). Sobretudo, tenhamos em conta esta escritura:

'Até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós' (1Co11:19).

Aqui, escutam-se pareceres, apenas.
O quanto de certo eu escreva aqui aos olhos de Deus jamais valerá mais que as boas-acções que alguém como o Samuel faça. E surpreender-me-á que o veja no Céu, perguntam? Estarei demasiado surpreso em verificar que eu mesmo ali estou para me pasmar dele.
Pois não o mereço, nem nenhum homem.
Vem-nos por e de Graça, o Reino.

Porque uma coisa é a fé individual, outra a denominação. Porque é Cristo que escolherá a sua Igreja entre os homens, não os homens que hão-de lhe dar uma igreja escolhida feita por mãos humanas escolhidas por dedos humanos.
E dito isso, sim, creio que católicos sinceros são de Deus e muitos são meus amigos e neles observo frutos que testificam de Deus. Mas isso não significa aceitar o catolicismo, enquanto conceito institucional.
Mas tolero. E tolero de bom gosto e em boa-fé. Ao papa, às febres, aos bruxismos.

Pois todo este blogue é um hino à tolerância.
Cantemos, então.

Shalom Adonai.
Selá.

Nuno Fonseca

(PS: para breve, explicarei o porquê de gloriar a tolerância, em detrimento do ecumenismo)
posted by @ 3:40 da tarde   2 comments
Calma
A condição para qualquer protestante escrever neste blogue é ter, mais do que respeito, simpatia pela Igreja Católica. Peço, antes que comecemos a desmobilizar deste fantástico diálogo que temos mantido, que o Nuno possa esclarecer as suas perspectivas pessoais quanto ao tema.

Tiago Cavaco
posted by @ 3:00 da tarde   3 comments
Entendam-se

Não devo ter percebido nem metade da discussão, e talvez por isso, não veja razões de tanta zanga.
Mas separem-se as coisas:
- A boca dos “pagões sincréticos”, por exemplo, vem na linha das “carícias” ecuménicas correntes. Não me parece novidade, mesmo sendo forte.
- A questão da pretensa psicanálise ao Samuel já é do domínio pessoal. E aí vi “beijos” tanto do Nuno como do Samuel, até ao “abraço” final.

Apenas posso acrescentar isto:
a) Não cabe a ninguém fazer de juiz em questões pessoais (a não ser a pedido); isso só acrescenta guerra à guerra.
b) A liberdade de cada um termina mesmo no ponto em que agride o outro; nessa linha, bocas e “insultos” têm medida, e é o "outro" que a dá, não sou eu. É também para isso que serve a palavra desculpa.
c) Discordo em absoluto que se apaguem comentários, porque quem não deve não teme, e as atitudes ficam marcadas em quem as toma; também por isso mesmo, discordo, mas aceito.

Não há postador ou comentador neste coiso (Nuno e Samuel incluídos) que não mereça o respeito universal.
Essa é a chave… respeitem-se. Entendam-se

"Onde há vida há compromissos estabelecidos.
O contrário de comprometer-me a chegar a um acordo não é integridade, (…) não é determinação. (…)
E quando digo acordo não quero dizer capitulação, não quero dizer dar a outra face ao rival ou a um inimigo (…), quero dizer procurar encontrar-me com o outro em algum ponto a meio do caminho.
E não há acordos felizes: um acordo feliz é uma contradição."

Amos Oz & cbs
posted by @ 2:57 da tarde   8 comments
Refutação da Fogueira do Terreiro do Paço.
Miguel, gosto de seu jeito patronizante e dogmático com que me repreende. Aposto que sabe bem aviar nos catequizados com a régua e que acenderia uma bela fogueira redentora para mim no Terreiro do Paço.

Passando à refutação:

IDOLATRIA: Prefiro as serigrafias de Andy Warhol e as tintas de Dalí, o que não me torna idólatra, mas detentor de um par de íris sensíveis à Beleza. Não me lembro é de referir Bush, mas digo-lhe desde já que, como bom fariseu que ele é, já recebeu a sua recompensa. Mas sendo eu evangélico, pressupõe que o admire?: denoto preconceito. E denoto o primeiro mandamento (Ex20:3/4).
Lembro que aqui é o Miguel que tem que se defender.

BIBLIOLATRIA: Não se é bibliólatra por ignorância da Escritura? Mas olhe que é por mantê-la aadornada de berloques, pechisbiques de oiro e jóias, sob uma língua morta para que o povo de mãos sacrílegas não a leia e para que apenas o exegeta santificado do mosteiro a possa interpretar e o padre pronunciá-la (que sacrilégio!) entre o salmo e a hóstia.
Como Antero de Quental argumentou, tal se chama 'obscurantismo' e servui para manter Portugal na ignorância política e espiritual duma nação que creria em tudo o que o latinado lhe diria.
Mas acaso vê um evangélico rezar à bíblia, dobrar-se-lhe em joelhos, beijá-la? Por outro lado, a mesma não diz que é inspirada por Deus, que é a máxima autoridade, enquanto Palavra de Deus (2Ti3:16)? E não é a Palavra de Deus Jesus Cristo e Jesus Cristo Deus (Jo1; 20:28)?
Por isso não confunda o papel e capa de couro e as letras ali tintadas como algo sagrado, pois nós bem os sujamos com sublinhados e notas marginais e marcações, tendo-o como instrumento para ler a Palavra. Pois o Logos (a Palavra do grego original), que é o SABER PENSADO (ao contrário de 'rhema', as prenunciações), DEVE estar nas pontas de línguas e nos íntimos das nossas almas (Sal119:25) para que se obtenha o conhecimento de Deus que leva à Salvação:

'E a vida eterna é esta: que te conheçam [v. GINOSKO, ie, absorvam a gnose, a ciência, o saber de-], a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste' (Jo17:3).

Porque como Jesus/Palavra de Deus disse:

'Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra' [LOGOS] (Jo17:6).

A Palavra é Jesus e Jesus é Deus (Jo1:1-18).

POLITEÍSMO: Se este implica a crença em vários deuses, não leio no credo que o Miguel invoca, e que diz que Deus é uma trindade, existindo em três pessoas e uma só natureza divina. Deus há um só, sob cujo nome somos baptizados, sendo o mesmo nome do 'Pai, e do Filho, e do Espírito Snanto' (Mt28:19).
Aqui o Miguel encetou uma estratégica kamikázica que, se certa, provaria que os Arianos e as Testemunhas de Jeová estariam certas, em detrimento de todos os participantes deste blogue.
Cuidado.

Mãe de Deus: Sobre isso, fale o Senhor:

'E aconteceu que, dizendo ele estas coisas, uma mulher de entre a multidão, levantando a voz, lhe disse: Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste. Mas ele disse: Antes bem-aventurados os que ouvem a palavra [LOGOS] de Deus e a guardam' (Lu11:27/8).

'Porque há só um Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, o homem' (1Ti2:5).

E foi Jesus Cristo, o homem, de quem Maria foi mãe; não do Filho Primogénito de Deus (Jo1:18), nem do próprio Deus, incriado e por ninguém gerado, sendo sempiterno.
Jesus foi, simultaneamente, Filho de Deus e Filho do Homem (leia-se do ser humano), cuja humanidade é responsável apenas a humana de quem nasceu, Maria.

'Maria, uma mulher simples'. Sem dúvida, Miguel. Digna, porém, ser honrada como exemplo a muitos de obediência a Deus. E é por respeito que não lhe chamo algo que a mesma veria como apóstata, não senso ela a mulher fidelíssima na observação da Lei, como a mãe de Jesus da Nazaré foi.

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Dito isto, ensine-me como refrear o insulto, visto que, segundo o Miguel, afirmar que 'Nuno Fonseca (...) veio equilibrar o Trento: pelo menos no disparate', não é insultuoso.

Nuno Fonseca
posted by @ 2:55 da tarde   4 comments
mais uma achega para a fogueira do ecumenismo (Bright Eyes, When The President Talks To God)


timshel
posted by @ 2:03 da tarde   3 comments
Credo
Creio na «Mãe de Deus, transubstanciação, idolatria, bibliolatria, politeísmo, mtos etc», segundo Nuno Fonseca, que veio equilibrar o Trento: pelo menos no disparate.
Da idolatria estamos conversados: falta-lhe sentido estético para apreciar a Capela Sistina ou a virgem de Kerluan, deve preferir Bush a citar um versículo mesmo que a sua prática seja contrária à Palavra;
da bibliolatria, gostava que ma explicasse, sem berloques e pechisbeques de linguagem: acaso têm os católicos a Bíblica na ponta da língua, pronta para a citação reader's digest? Até já aqui nos acusaram do contrário, ou pelo menos correu espanto por nos lembrarmos de algumas passagensinhas... Coisa pouca;
do politeísmo, compreendo-o: acreditamos no Pai, Filho e Espírito Santo, julgo que como o Nuno, o que o torna também um pagão sincrético;
dos «mtos etc», deve ter a ver com a noção de liberdade e cabeçadas: o Nuno deve ser do FCPorto, que atira cadeiras e petardos e depois diz que a culpa é da Polícia que não o agarrou (agarrem-me se não eu atiro uma virgem de Fátima a esse pagão sincrético). A liberdade de facto começa onde começa a do outro, e isso é que lixa tudo: torna-nos co-responsáveis, por este mundo, antes do outro. É por isso que eu acho que o Bush é um idiota e não bato palmas por ele citar a Bíblia enquanto manda milhares para a morte.

Na dita Mãe de Deus, acredito: Maria, uma mulher simples, que cuidou de velar o seu filho. Se lhe incomoda a virgindade, não se preocupe: tem 19 séculos antes do dogma para viver sem imaculada conceição. A transubstanciação, meu caro, não é paganismo. Mas não costumo explicar a minha fé a ateus, muito menos a outros cristãos. Paz à sua alma, que é como quem diz, equilibre-se no insulto.

Miguel Marujo
posted by @ 1:05 da tarde   5 comments
sexta-feira, abril 27, 2007
Abril
Interrogações e denúncias que vale a pena repetir no rescaldo dos festejos do 25 de Abril.
E se o Estado português tivesse uma lei para os cidadãos de pele “branca” e outra lei para os cidadãos com outro tom de pele?
Ou uma lei para os adeptos do Benfica e outra para sportinguistas, portistas e demais apaniguados?
Ou uma lei para os partidários da força política maioritária e outra para os apoiantes dos partidos minoritários?
Se alguma destas leis fosse sequer proposta, julgo que não é difícil imaginar o repúdio generalizado que elas suscitariam.
Pois bem, em Portugal existe uma lei para os católicos, a Concordata, e uma lei para os membros das outras confissões religiosas, Lei da Liberdade Religiosa (que por acaso, por falta de falta de regulamentação, ainda não está em vigor).

Pedro Leal
posted by @ 12:36 da tarde   28 comments
quarta-feira, abril 25, 2007
Para equilibrar
Num blogue que anda ansioso por relativismos não podias ter chegado em melhor altura, Nuno.

Tiago Cavaco
posted by @ 7:24 da tarde   97 comments
Curriculum Fidei.
I.
Estudava Hemingway quando 'O Velho e o Mar' pediu referência à Bíblia.
E vi a Luz antes da aula de Lit & Cult Norte-Americana II.

II.
Considerei a paróquia católica da minha subúrbia.
E, então, lembrei-me que pagão sincrético já era eu antes.

III.
Procurei santuário numa Assembleia de Deus.
E, afinal, achei uma refinada selecção de hinos gospel.

IV.
Quis aprofundar a gnose divina junto dos Estudantes da Bíblia.
E descobri, pasmo, que estes eram Testemunhas de Jeová, antes de sair.

V.
Achei as minhas águas salvíficas entre os Baptistas.
E percebi que se pode ser cristão, sendo livre-pensante.

Nuno Fonseca
posted by @ 2:45 da tarde   14 comments
Graças a Deus
Vai-se a noite. Rompe a aurora,
já começa novo dia.
Deus abençôe nossos passos.
Padre Nosso... Avé Maria...

Livro de Leituras da 2ª classe - Sá da Costa editora 1944 by cbs
posted by @ 12:57 da manhã   0 comments
terça-feira, abril 24, 2007
Invocatio.
Quando o Deus de Israel, o impronunciável, concedeu um desejo ao bom Salomão, este pediu a Sabedoria, humildemente, perante o Senhor.

Mas não seria já sábio o rei hebreu por saber que a humildade é o caminho para a sapiência divina? (Tia4:10)

Segundo o exemplo, espero aqui humildar-me, escutando com reverência todos os pereceres. Assim, talvez o Criador me cause palavras sábias junto de vós.

Agape, amados.

Nuno Fonseca
posted by @ 10:12 da tarde   8 comments
Mais um para o lado de Lutero
Com um passado obscuro que inclui pentecostalismo, a heresia do Salão do Reino e uma presença assídua nos comentários deste blogue, o Nuno Fonseca é promovido a blogger protestante do estabelecimento.
Dá-lhes, Nuno.

Tiago Cavaco
posted by @ 10:01 da manhã   2 comments
domingo, abril 22, 2007
um abraço ao camarada Chavez
Estou ansioso por ver a quem vai o Papa em Maio puxar mais as orelhas: se aos teólogos da libertação se aos teólogos do mercado que deixam aprofundar o fosso entre os ricos e os pobres na América do Sul.

timshel
posted by @ 9:17 da manhã   29 comments
sábado, abril 21, 2007
Proposta muito católica

Chegados aqui, com as habituais ganas de pidesco inveterado (ajudadas por uma insónia da muito mais de meia idade) que me dão regularmente, fui-me a contar o número de comentários da nossa querida Zazie nos últimos cinquenta postes.
Verifiquei que em 289 comentários, 210 foram da querida.
É pois a alegria, é pois uma festa deste belogue, que sem a sua agudeza de espírito, viveria tristemente cinzentão e impotente.

Por consequencia, proponho que lhe seja atribuído o título de Noviça na Ordem Equestre da Espora de Ouro (actual Milizia Aurata), um dos mais altos reconhecimentos concedidos pela Santa Sé.
Sobre distinções evangélicas, por desconhecimento, não me pronuncio, mas aconselho vivamente uma seleccionada equivalencia.
cbs
posted by @ 2:37 da manhã   2 comments
Jerusalém
A única coisa que todos tinham em comum era um secreto fervor messiânico.
Todos achavam que representavam a herança real de Jerusalém, a verdadeira religião, a verdadeira Fé.
Todos achavam que eram realmente de Jerusalém, que os restantes eram apenas tolerados como figurantes.
Além disso, todos pensavam que Jerusalém era realmente deles.
E sem dúvida, em Jerusalém, o fervor religioso, as tensões entre os distintos credos eram tais, que ou se ficava maluco ou de desenvolvia o sentido de humor.
Era necessário desenvolver um certo relativismo.
Tomar consciência de que todo o indivíduo tem uma história, mas que nenhuma delas é mais valiosa nem mais convincente do que história de quem está ao lado.
Amos Oz Contra o fanatismo, Público-ASA 2007
cbs
posted by @ 1:17 da manhã   0 comments
sexta-feira, abril 20, 2007
Do Fervor *
Hoje lembro-me de uma velha história em que um dos personagens – de Jerusalém, está claro, de que outro sítio poderia ser? – está sentado num café em frente de um velho com quem entabula conversa. Ora o velho é Deus em pessoa.

Bem, o personagem não acredita logo, mas, após alguns sinais inconfundíveis, convence-se de que quem se senta do outro lado da mesa é Deus.
E tem uma pergunta a fazer-Lhe, uma pergunta crucial, sem dúvida.
Querido Deus, por favor, diz-me de uma vez por todas: Qual é a fé verdadeira?
- A Católica romana?
- A Protestante?
- Talvez a Judaica?
- Acaso a Muçulmana?

E, nesta história, Deus responde: Para te dizer a verdade, meu filho, não sou religioso, nunca fui, nem sequer estou interessado na religião.
Amos Oz, Contra o fanatismo, Público-ASA 2007

*Fervore (lat.), daquilo que ferve by cbs
posted by @ 7:27 da tarde   3 comments
Sanctify yourself


Control yourself, open up your heart
Sanctify yourself, sanctify

Simple Minds by appointement with cbs

posted by @ 11:57 da manhã   0 comments
Mais além
Já que estamos numa de extrapolações políticas, recebam uma frase de um dos meus esqerdistas preferidos: "o respeito do multiculturalismo pela especificidade do Outro é precisamente a forma adoptada pela afirmação da sua própria superioridade".
É o bom do Slavoj Zizek, claro.

Tiago Cavaco
posted by @ 10:38 da manhã   19 comments
quinta-feira, abril 19, 2007
mais dois
católicos "de esquerda" que se opuseram à guerra contra o Iraque e que, deste modo, alegram a vida de Tiago Cavaco.

Carlos Cunha

posted by @ 10:11 da manhã   5 comments
quarta-feira, abril 18, 2007
Sem certezas
Redimo-me, amigo Tiago. Não tenho certezas. Fico sem certezas, quando vejo as notícias, que hoje empurramos para lá da meia-hora de Telejornal ou para o interior dos jornais: mais 172 mortos diz o pivô, pelo menos 160 mortos diz a edição on-line, uma normalidade que me deixa perplexo, que aceitamos sem cuidar do Outro. Fico sem certezas, não há guerra insane, nem Bush cultiva a morte.
posted by @ 8:40 da tarde   0 comments
Do esperado
Na fé são só perplexidades, dúvidas, encontros com o Outro, ecumenismos cósmicos e manuais de boa-vontade.
Já na política são só certezas, acusações, convictas percepções das mentiras alheias.
Em comum está o tal Outro com O grande. Quanto mais aberto, melhor, mais amável e mais pelucioso. Mas esse tal Outro, com O grande, raramente merece compaixão quando se encaixa na gaiola dos pecadores específicos da res publica.
Tirem-me os católicos de esquerda e juro que a minha vida perde a piada.

Tiago Cavaco
posted by @ 2:25 da tarde   6 comments
Uns têm... outros (milhares) não
posted by @ 12:31 da tarde   0 comments
Uns têm... outros (33) não
Os que explodem pelos EUA dizendo que o massacre de Virginia teria sido evitado com mais pessoas com armas gostam de atear rastilhos que já não precisam de mais ateamentos. Não admira: quem tem um Presidente que todos os dias defende a cultura da guerra não pode estranhar que os seus próprios cidadãos fomentem a sua guerra interna.

Miguel Marujo

[texto originalmente publicado na Cibertúlia, recupero-o aqui, como resposta óbvia ao post do Pedro Leal]
posted by @ 12:26 da tarde   0 comments
terça-feira, abril 17, 2007
Uns têm, outros… não
Um Presidente que, em público, pede a Deus conforto para as vítimas. Que cita a Bíblia: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Romanos 12:21). George W. Bush, na cerimónia de homenagem às vítimas do massacre da Universidade da Virgínia.

Pedro Leal
posted by @ 11:14 da tarde   12 comments
segunda-feira, abril 16, 2007
o presente para o Papa Ratz

Carlos Cunha
posted by @ 10:22 da manhã   1 comments
parabéns, camarada
Joseph Alois Ratzinger, nascido em 16 de Abril de 1927

Carlos Cunha
posted by @ 10:20 da manhã   2 comments
domingo, abril 15, 2007
Citações pascais
«Pedro. Gosto de Simão Pedro. Fraquejou de medo e negou ter conhecido Jesus. Apesar de uma fé imensa. Gosto da sua humanidade, cheia de dúvidas, de entusiasmos e de limites. E gosto de saber que foi um homem assim que fundou a Igreja.

ressurreição. Não foi um cadáver que voltou a respirar. Uma fé fundada nessa impossibilidade biológica seria sempre refém de uma prova científica por achar. A fé no Deus revelado por Jesus não é filha do espanto por um facto impensável. O Além de Deus não cabe aí. É do mundo misterioso das perguntas mais fundas.»

[por Manuel, lidos aqui]

Miguel Marujo
posted by @ 10:20 da tarde   2 comments
Ciência sem religião é coxa e religião sem ciência é cega (A. Einstein)

Vale a pena ter a paciência de ler este excelente post do prof. Carlos Fiolhais (provável crítico do prof. Jonatas) sobre "Einstein e a Religião"
cbs

posted by @ 12:17 da manhã   3 comments
sábado, abril 14, 2007
populorum progressio revisitada
Numa época em que a globalização selvagem invade o planeta, aprofundando o fosso entre ricos e pobres, convirá recordar que fez no passado dia 26 de Março 40 anos que um Papa (Paulo VI) escreveu "Hoje, o fenómeno importante, de que deve cada um tomar consciência, é o facto da mundialização da questão social" (ponto 3 da encíclica Populorum Progressio).

Do meu ponto de vista, esta encíclica tem apenas um defeito (decorrente das circunstâncias sócio-económicas mundiais da altura): centra-se demasiado no fosso entre países ricos e países pobres quando o problema, pelo menos actualmente, é entre as pessoas ricas e as pessoas pobres. Encontramos pessoas sem recursos para satisfazer as suas necessidades básicas nos países "ricos" e nos países "pobres" tal como encontramos fortunas obscenas nos países "ricos" e nos países "pobres".

Penso que é numa regulação mundial que permita reduzir o crescente fosso entre as pessoas mais pobres do planeta e as pessoas mais ricas do planeta e permitir a todos a satisfação das suas necessidades básicas (em saúde e educação sobretudo) que está o caminho.

timshel

PS. José, como apareceste, lembrei-me da populorum progressio :lol:
posted by @ 7:45 da tarde   0 comments
olá cá estou eu
Ó cbs, essa tua pergunta lembrou-me o brother, where are you?
Pois cá vamos andando e rindo dos vossos posts, em doses semanais. Parece-me que tu adivinhaste a razão da minha ausência: é que, apesar de tudo o que disse o nosso bom do Teillard de Chardin, não há nada como um bocado de selecção natural para desespiritualizar um gajo. Mas voltarei, hã! Não se sabe é o dia nem a hora...
josé
posted by @ 7:35 da tarde   1 comments
Os criacionistas em Fátima
Um criacionista é um fatimista. Preferem encomendar-se ao computador omnipotente e omnipresente que lá em cima decide o que fazemos. As nossas acções são comandadas por um deus ex-machina que faz shift+enter: "hoje, MM está a provocar-me, vou despedi-lo". Caricaturo, provoco, mas penso nesta imagem quando leio o Pedro Leal dizer que «criador aqui significa total responsável, planeador e executante», contextualizado com uma afirmação anterior: «o Deus que "dá corda ao Universo" e fica depois a assistir ao espectáculo é deísta não é teísta, não é cristão». Prefiro acreditar num Deus criador que me entrega a responsabilidade do Bem e do Mal, de discernir e escolher, de optar e errar, de decidir e acertar. Sem que seja Ele planeador e executante da minha vida. Angustia-me «uma fé que que se alimenta de cobradores de calções ou peregrinos ajoelhados – em que só se valida o crer por Ele nos responder. Ao golo, à cura, à sorte no amor e no trabalho.» A Criação é o Seu marco, o Homem - que subia às árvores e hoje as defende - é o executante nessa obra. Quando a maltrata, ofende a Deus. Por isso, defender Quioto não é birra de esquerdalhas nem provocação anti-Bush, é dever dos cristãos.

Miguel Marujo
posted by @ 5:18 da tarde   14 comments
Por onde andas José?

Suponho que,... a lutar pela evolução da espécie :)
Mas fazes-nos falta...
cbs
posted by @ 1:07 da tarde   2 comments
Álbum de fotografias de um evolucionista teísta
[ou Em que dia foram criados os dinossauros?]


Londres, Museu de História Natural. Na fotografia de cima, sombra de um esqueleto de dinossauro, desenterrado num dos quatro cantos do mundo. Na fotografia de baixo, representação de ninho de dinossauros. [fotos MM, Março de 2007]

Miguel Marujo
posted by @ 4:42 da manhã   6 comments
Boutade
O que é então acreditar?
Falamos bastante mal de "crer" quando não fazemos o trabalho de casa prévio, que consiste em reconhecer o fundamento fenomenológico último daquilo que falamos.

Assim, tratamos espontaneamente o acto de crer como um acto de pensamento.
Referida ao pensamento intelectual (cogitatum) e tratada como um modo deste (racional), a crença não pode deixar de ser mais do que uma forma inferior, na medida em que nunca mais chega a ter uma evidência clara daquilo que crê.

Creio em Cristo, quer dizer “estou certo da Verdade que há Nele.”
Na vida, toda a relação se edifica entre os “Si” transcendentais, entre os “Eu” imanentes; “Eu estou certo da Verdade que há Nele” quer dizer “Eu estou certo da verdade que há em Ti”
Mas como posso eu estar certo da verdade que está Naquele a quem digo “Tu”, a não ser porque a Verdade dele está em mim?
A verdade que está em mim (a minha própria certeza) sendo a Verdade que está Nele, implica (aqui racionalmente) necessáriamente que Lhe é homogénea, não sendo com efeito pensamento algum, mas a própria Verdade do Verbo... que em mim se acendeu.
cbs inspirado fenomenológicamente
posted by @ 2:27 da manhã   0 comments
quinta-feira, abril 12, 2007
Papa Bento XVI enaltece progresso científico
12.04.2007, António Marujo [Público]

«O Papa Bento XVI considera que a Ciência estreitou o modo como as origens da vida têm sido entendidas. No livro Schöpfung und Evolution (Criação e Evolução) ontem publicado na Alemanha, em que se recolhem textos de Ratzinger e de alguns ex-alunos do actual Papa, Bento XVI apela ainda a que os cristãos alarguem a sua abordagem deste tema.
De acordo com a Reuters, o Papa escreve ainda que a teoria da evolução, formulada por Charles Darwin, não é inteiramente demonstrável, porque as mutações ocorridas em centenas de milhares de anos não podem ser reproduzidas em laboratório. Ao mesmo tempo, o Papa enaltece o progresso científico e não aprova o criacionismo, defendido por alguns sectores do protestantismo, sobretudo nos Estados Unidos.
O livro surge depois do encontro anual que Ratzinger mantém com os seus ex-alunos, do tempo em que ensinava teologia em Tubinga. O último, realizado em Setembro, deu origem a especulações. Em causa poderia estar uma eventual mudança nas posições do Vaticano, que já aceitara o evolucionismo e o progresso científico. João Paulo II, recorda também a Reuters, afirmara o seu apoio à teoria da evolução e a sua compatibilidade com o cristianismo.
Esta posição de João Paulo II vinha na continuidade da obra de Teilhard de Chardin (1881-1955), paleontólogo e padre jesuíta, que defendeu a compatibilidade entre ciência e fé.
Ratzinger, que foi professor de teologia antes de ir para Roma como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, afirmou no seminário de Setembro que a ciência "abriu largas dimensões da razão", lê-se no livro. "Mas com a alegria do alcance das suas descobertas, [a ciência] tende a afastar de nós dimensões da razão das quais continuamos a necessitar. Os seus resultados levam-nos a questões que estão para lá da sua regra metodológica e não podem ser respondidas a partir do seu interior."
Por trás deste debate está um problema filosófico. O cardeal Cristoph Schonborn, arcebispo de Viena e também ex-aluno de Ratzinger, tinha já afirmado que o Papa decidiu falar destes temas porque alguns cientistas utilizam as teses darwinistas para negar o lugar de Deus na criação.
No livro agora publicado, o Papa Bento defende a posição da "evolução teísta": Deus criou a vida e esta evolui. Esta posição, da qual comungam católicos, ortodoxos e grande parte dos protestantes, entende que ciência e fé não têm de estar em confronto.»
Carlos Cunha
posted by @ 3:02 da tarde   27 comments
quarta-feira, abril 11, 2007
Testemunho do afecto em Trento
Caríssimos manos

Chegados aqui, quero partilhar convosco o meu regozijo, pela participação nesta comunhão etérea.
Convosco, todos, aprofundo as minhas primárias bases teológicas.
Melhor... dá-me ganas de ler a Bíblia, ganas de ir á missa (católica)
Mais ainda... sinto-me cristão e próximo de Deus.

A vós amigos reclamativos, à medida que vos conheço, vou-vos admirando a disponibilidade e o rigor na Fé.
Precisamente, a característica (o rigor) que acaba por me encrespar, e fazer retroceder às portas de Roma, que felizmente se mantêm abertas à espera dos filhos descompensados como eu.
Eu que tanto presava as heresias, que tão próximo me sentia dos protestos de Lutero, após este convívio, convosco - contudo pessoas extraordinárias - paradoxalmente acabo por me querer mais próximo da mater ICAR (perdoa-me CC mas gosto da alcunha, é com carinho:).
Prefiro as traulitadas paternais do Carlos ao rigor separatista mas respeitável do David Cameira, lol

A vós amigos católicos, peço imensa desculpa, pela errática ignorância, pelo frágil conhecimento doutrinal, que me definem de origem, e em especial lamento a fraca defesa da Igreja Universal (digo bem), tantos tiros nos pés eu dou.
Obrigado por me aturarem… todos.
cbs
posted by @ 6:57 da tarde   10 comments
Quotation ofe the day II
Também cito um comentário de um post. Samuel Úria em perfeita forma:

"Ser Cristão tem muito mais que ver com uma concepção vantajosa que criamos sobre Jesus do que efectivamente acreditar no legado histórico das palavras de Jesus ou na exclusividade e superioridade da Fé em Jesus".

Mas o David é igualmente excelente.
posted by @ 10:08 da manhã   5 comments
terça-feira, abril 10, 2007
Quotation of the day

E se, na PÁSCOA, as amêndoas e os ovinhos fossem entregues por "coelhinhas" (no sentido promíscuo da palavra) então aí era casa cheia, a abarrotar...
David Cameira by cbs :)
posted by @ 6:57 da tarde   3 comments
Porradas e porradinhas
Eu gosto desta trolitada (e pelo meio dá sempre para vislumbrar esperança na paixão platónica da Zazie pelo Timshel - eis que aí ela surge desnudada, susceptível, descouraçada, desescafandrada, quase feminina, quase penitente, quase beata). Mas o que realmente me irrita neste catolicismo feito de abrangentes mundividências é a sua admiração por Jesus. Isso mesmo. Irrita-me nestes católicos o que eles gostam de Jesus. O que eles incensam as suas palavras, o seu exemplo, a sua sabedoria.
A este Jesus tutor, mestre maximizado que preenche as diligentes lacunas intelectuais dos seus seguidores, podem crer que eu crucificava de bom grado.

Tiago Cavaco
posted by @ 12:57 da tarde   18 comments
Mais... ou menos ecumenismo...
Aproveitando o tema evidentamente corrente neste blogue, partilho a seguinte questão que, por coincidência, chegou hoje num e-mail de um tio meu.

Deus só propõe julgamento final depois de uma pessoa morrer. Por que é que insistimos em adiantar o processo?

Scott
posted by @ 10:38 da manhã   3 comments
O contexto da coisa (dois posts em um)
1. Diz cbs: «se nascesse na Arábia eu seria muçulmano», para espanto e ironia de outros confrades. Em tempos, quando a Cibertúlia era uma mailing list, de muitos católicos, alguns ateus, outros indiferentes, também se discutiam estas coisas. Com falta de tempo para ir à arrecadação no sótão e resgatar ao pó essas diatribes, lembro-me que um bom amigo, católico, admitia que se tivesse nascido num país árabe provavelmente seria muçulmano. Por uma questão cultural, social, de herança. Não de opção, claro. Porque (quase sempre) são os nossos pais que desenham o nosso quadro pessoal de referências, mesmo que depois venhamos a fazer uma ruptura (tantas vezes) com eles. Mas de entre vós, algum atirou uma pedra às referências que os vossos pais vos deram?


2. Ao Tiago: o padre Resina tem razão ao afirmar o que afirma sobre seminaristas de 20 anos. Bem sei que a referência à direita incomoda, mas no caso católico, a expressão desse conservadorismo é evidente em pequenos gestos quotidianos: o uso do cabeção, por exemplo. Longe das tuas All-Star ou das calças apertadas. No mais, o conservadorismo traduz-se ainda por uma grande preocupação com a geografia do Além e pouco interesse em interrogar a condição humana e a nossa ignorância sobre Deus, como tão bem denunciou o frei Bento, outro da tua galeria, no texto do Público, também de domingo.

Miguel Marujo
[PS: uma nota lateral: por razões que dei conta aos trentinos, tenho mantido os meus posts sem comentários. Porque alguns se queixam e comentam noutros posts, passarei a deixá-los abertos, reservando-me no direito de não responder. Diz que é uma espécie de experiência.]
posted by @ 10:35 da manhã   2 comments
ouvi falar em pancadaria
"nas chamadas ciências em que se calculam as coisas, ainda só temos um artefacto para calcular esta coisa da necessidade, da possibilidade e da crença, que é a probabilidade"

vale a pena ler o de rerum natura para se ler de vez em quando excertos de livros de cientistas, neste caso, Fernado Carvalho Rodrigues

vem isto a propósito do Inteligent Design

qualquer crente crê (passe a tautologia) num desígnio superior que lhe fornece o sentido da vida:

saber se Deus quis que o homem exista para, o mais livremente possível, poder escolher amar ou se Deus quis que o homem contemplasse simplesmente o absurdo da falta total de sentido último para a sua existência é apenas o que separa a religiosidade de um católico da religiosidade de um ateu

pelo meio estão os protestantes e as probabilidades


timshel
posted by @ 3:01 da manhã   7 comments
Faites vos jeux! Mesmo!

Se o monopólio de Deus não pertence a nenhuma Fé, joguemos então o Monopoly de Deus: cada um tem o seu tabuleiro, nunca vamos parar à prisão e podemos construir moradas celestiais sempre que quisermos(mesmo que a única propriedade comprada seja uma companhia de águas ferrugenta). Neste jogo, apesar do carácter divino, somos nós a lançar dos dados.


Samuel Úria


No Cluedo da Páscoa Jesus foi morto pela menina Isabel, na salinha, com o candelabro.



posted by @ 1:42 da manhã   9 comments
O Cortejo

Tiago, nunca estaria errado, se o caminho me aproximasse de Deus.
Todos os que, como os da Fé de Abraão, reconhecem o Pai, estão nesse caminho.
Deixa-me discordar agora eu de ti...
Jesus não foi globetrotter, mas foram-no Paulo e outros, por Ele.
E não meto só a geografia a salvar as almas, mais, meto a Cultura; e o que quero dizer na frase, é que, fosse qual fosse a época, fosse qual fosse o lugar, o meu sentimento interior iria sempre procurar Deus, qual que fosse o referencial místico, isto é, a religião… até Amon-Ra servia, á falta de melhor.

Pedro, para nos aproximar de Deus (que é o essencial), muitas religiões fazem o serviço; isso não significa que todas sejam iguais.
É por essa razão que agora, tu e o Tiago, levam com uma traduçãozita ligeira, mas que me emociona, de “Les deux sources de la Morale et de la Religion” do meu querido Bergson.

"E eis que se forma o cortejo dos místicos: adeptos dos mistérios de Isis e de Osiris; cortejos de Dionisius, iniciados do Orfismo em que a embriaguez da alma não era muito diferente daquela que o vinho produzia; discípulos de Pitágoras e de Platão; mas talvez que todos eles não tenham sequer roçado o solo da terra prometida.
Eles iam com Plotino, até ao êxtase, mas não à fusão unitiva.
O grande místico une a acção com a contemplação e não faz da acção apenas uma contemplação fragilizada como o faz o autor da Eneida.

Adeptos do Yoga, contemplativos da Índia que renunciam, à acção e à vida, para se fundirem na Totalidade, brâmanes, budistas e mesmo jainistas pregaram então com uma força crescente a extinção do “querer-viver”; geraram místicas incompletas, mas chegaram muito longe.
E, talvez, fecundados pelo cristianismo, sem que isso fosse evidente, acabaram por suscitar grandes místicos próximos dos cristãos.
As personalidades de Ramakrishna e de Vivekananda brilham neste cortejo.
Mas quem sabe o que devem também ao sopro moderno das civilizações da acção e do domínio do mundo?

Contudo, eis que chega enfim uma Mística completa, a dos grandes cristãos, que parece preparada e fomentada por todos os outros, como o Homem por tudo o que precedeu o Homem.
Eis os místicos cristãos continuadores dos profetas de Israel.
Eles são os arautos do Amor em Acto; trazem o que faltou à corrente helénica contemplativa.
A Mística activa é devida, em grande parte, aos profetas de Israel, mas após o Amor revelado por Cristo vai transformar-se numa energia criativa.
Os místicos cristãos são intermediários, transmitem-nos a revelação de Jesus, a forma última do amor, o Amor de Deus pelos homens.
Estamos no Sétimo Céu de Santa Teresa de Ávila e a Mística cristã tornou-se numa "ciência inata”, melhor, na inocência readquirida, no acto decisivo, na palavra sem réplica."


cbs com um pedido de desculpas pelos consecutivos esquecimentos de assunção (mas vendo algum dislate, já sabem quem falta assinalar :)
posted by @ 1:17 da manhã   0 comments
Tá-se bem
Ainda o cbs, comentando o post do Miguel Marujo:"Nós aprendemos com todas as culturas. Eu, em particular, aprendi e acreditei em Jesus Cristo" é exactamente o que penso; se nascesse na Arábia eu seria muçulmano, sem a mínima dúvida (e sou, também sou:)”
É pena que os judeus, gregos, romanos, medos, trácios, iberos, cretenses, e outros, que nos primeiros séculos da nossa era trocaram a religião onde tinham “aprendido a acreditar” pelo Evangelho de Cristo não tivessem esta visão tão abrangente. Tinha-lhes poupado muitos problemas e dores e, a alguns, até o martírio. Claro que talvez hoje não houvesse Cristianismo. Mas isso é um pormenor perfeitamente irrelevante, uma vez que qualquer religião faz bem o serviço…

Pedro Leal
posted by @ 12:58 da manhã   5 comments
segunda-feira, abril 09, 2007
Regresso à boa e velha pancadaria
Nada melhor que comemorar o regresso do Miguel com uma boa discórdia.
Desconhecia o Padre João Resina mas já está no meu Panteão Pessoal de Curas User-Friendly com o qual naturalmente implicarei. Se não, vejamos esta pérola: "Em todos os momentos de crise, crescem os movimentos de direita: na Igreja, nunca os seminaristas foram tão conservadores como de há 20 anos para cá". A isto chamaria a argamassa epistemológica da tolerância.
Já que estamos numa de divergências, ó cbs, deixa-me vincar os abismos que nos separam já que nos últimos tempos tem sido só ósculos santos e fofinha inter-confessionalidade - discordo completamente da tua frase: "se nascesse na Arábia eu seria muçulmano, sem a mínima dúvida". Ou melhor, se nascesse na Arábia até poderia ser muçulmano, o que não me impediria de estar errado.
O problema do catolicismo progressista é meter a geografia a salvar as almas dos homens porque Jesus não foi globetrotter.

Tiago Cavaco
posted by @ 5:40 da tarde   16 comments
Missing parts
Proponho que a tensão entre a Ciência e a Fé seja resolvida não em termos de eliminação ou dualidade, mas em termos de uma síntese.

Teilhard de Chardin/ cbs
posted by @ 2:07 da tarde   0 comments
O padre da física quântica sobre criacionismo e evolucionismo
[da entrevista de ontem na Pública, de António Marujo, ao padre João Resina, físico]

«P. - Como avalia que, entre cristãos, se defenda o criacionismo por oposição ao evolucionismo?
R. – A maluqueira é livre e uma das grandes tensões do ser humano – que é uma razão de segurança – é agarrarmo-nos a teses de conservação. Em todos os momentos de crise, crescem os movimentos de direita: na Igreja, nunca os seminaristas foram tão conservadores como de há 20 anos para cá.
Num momento de crise, toda a gente se agarra ao que parece ter segurança. E uma das seguranças é ter um texto que diz tudo. Tem-se dito que a coisa mais parecida com a Igreja Católica foi o marxismo soviético: tinha uma doutrina intangível, que explicava tudo; tinha um magistério e as pessoas sabiam que, se se dedicassem, era para a salvação dos irmãos. Mas também há uma grande loucura. Quando se faz isso nas igrejas católicas e protestantes e no islão, é a mesma loucura.»

Ou

«Uma coisa é tentar compreender o universo. Para isso há a física e a biologia. Se quero saber se houve ou não big bang, se a vida evoluiu ou não, não pergunto à Bíblia, não pergunto à Igreja, que não tem competências nessa matéria.
A segunda questão é o que devo fazer, como se deve viver para se ser homem. Pergunto à história, às culturas, às religiões. A terceira pergunta é o que me é lícito esperar, qual o sentido de fundo disto tudo. Aí, encontro a questão de Deus.
Em suma, questões relativas a como é feito este mundo são da ciência. O sentido da vida diz respeito à religião, à filosofia, às culturas. Nós aprendemos com todas as culturas. Eu, em particular, aprendi e acreditei em Jesus Cristo.»

Miguel Marujo
posted by @ 11:00 da manhã  
Amigos Católicos
A Páscoa foi tão boa para vocês como foi para mim?

Tiago Cavaco
posted by @ 10:36 da manhã   5 comments
sexta-feira, abril 06, 2007
O Senhor tudo deixou, com mansidão infinita - textos copiados, cortados e aglomerados
"Há uma falsa ascética que apresenta o Senhor na Cruz, raivoso, rebelde. Um corpo retorcido que parece ameaçar os homens: aniquilastes-Me, mas Eu lançarei sobre vós os Meus cravos, a Minha Cruz e os Meus espinhos.

Esses não conhecem o espírito de Cristo. Sofreu tudo o que pôde - e, por ser Deus, podia tanto! -; mas amava mais do que padecia... E, depois de morto, consentiu que uma lança lhe abrisse outra chaga, para que tu e eu encontrássemos refúgio junto do Seu Coração amabilíssimo."


(São Josémaria Escrivá, Via Sacra, Décima segunda estação, Jesus morre na Cruz, Ponto 12, ponto de meditação nº 3)

uma das mais importantes tarefas da filosofia nos tempos modernos é ‘colocar no lugar do sarcasmo que enuncia sermos meramente uns animais, a ironia que mostra não o sermos de facto’, investindo na ressurreição, desfazedor de rebanhos via Roger Scruton (ou vice-versa)

timshel
posted by @ 11:41 da manhã   3 comments
Outra Páscoa
Existem cristãos que prefeririam celebrar a morte dos dois ladrões na cruz que a ressurreição do Messias.

Tiago Cavaco
posted by @ 9:37 da manhã   2 comments
Sexta Feira Santa
O crucifixo redentor só existiu, porque antes disso, houve um dia em que Deus fez com que o Outro mundo deixasse de ser aterrador.
E permitiu-nos, ao mesmo tempo que seguimos a Ciência e a iluminação da Cosmogonia, afastarmo-nos do Vazio.
Mas nós, raramente aproveitamos a ocasião para mudar, para não sermos apenas um acidente.
Porventura, mergulhados nos oportunismos da vida, nem sequer temos um simples gesto de solidariedade pessoal, concreto, para com os abandonados.

Um dia, sem dúvida, o Homem será definido pelo pensamento ético.
Um dia, o Homem será definido pelo amor ao próximo.
Um dia, a História libertar-se-á do passado opressor.
Um dia…

Mas nem essa profecia evangélica é mais importante do que esta outra: a vinda de Jesus pode acontecer a qualquer momento e a qualquer de nós desde que estejamos dispostos a recebê-lo com o coração nas mãos.

cbs adaptado de Victor Cunha Rego, Os dias de amanhã- 1999
posted by @ 12:57 da manhã   2 comments
quinta-feira, abril 05, 2007
Regozijo II
Só por ter servido para um católico sentir ganas de ir à missa este blogue já valeu a pena.
Que sigam mais capelas esgotadas.

Tiago Cavaco
posted by @ 4:28 da manhã   1 comments
terça-feira, abril 03, 2007
Regozijo
Só por ter servido para acusar um missionário americano de ecumenismo este blogue já valeu a pena.
Que sigam mais reputações denegridas.

Tiago Cavaco
posted by @ 11:59 da tarde   13 comments
Ecumenismo?
Embora não seja o objectivo deste blogue, já fui acusado de ser demasiado ecuménico. Do ponto de vista de quem falava, isto era "mau, mau, e ainda... Mau!". Aprecio a preocupação do tal irmão com meu estado espiritual, mas se o falar abertamente com outras pessoas que partilham um amor por Cristo é ecumenismo ( e do "pior"), assim seja. Assumo o meu pecado mas continuarei nele, afinal isto não é o espaço para a confissão (eh eh).

-Scott
posted by @ 12:15 da tarde   2 comments
Intermediação e perguntas
No Blasfémias, Pedro Arroja, o economista que nos anos 80 sugeria a privatização dos rios e desprezava Cristo como um derrotado, anda a postar sobre as diferenças entre católicos e protestantes (aqui, aqui, aqui e aqui, para não ser exaustivo). Sem concordar com tudo o que escreveu, há por ali alguns raciocínios teleguiados, sublinho o que para um evangélico é claro como água: o papel da intermediação. De como a relação com a autoridade e a tensão liberdade/responsabilidade dependem do tipo de ligação entre o crente e Deus: acesso directo ou acesso intermediado (Papa, Igreja, Padre, sacramentos, etc).
Se as doutrinas protestantes não tivessem sido proibidas e perseguidas até há pouco mais de cem anos como seriam hoje os portugueses? Mesmo continuando maioritariamente católicos a confrontação de ideias teria provocado mudanças culturais? Tenho consciência das dificuldades para desatar os nós entre cultura e fé. Por isso, fico-me pelas perguntas. Nos dois sentidos. Entre um católico alemão e um evangélico português qual o mais culturalmente protestante?

Pedro Leal
posted by @ 1:35 da manhã   7 comments
domingo, abril 01, 2007
A 96ª tese
Debaixo do receio que os meus companheiros católicos de blogue suspendam o volume de trabalho, deixem-me enfatizar que efectivamente os protestantes deste blogue andam fracos. Atente-se, no entanto, que parte deles não têm experiência como bloggers (Tim Cavaco, João Marques e Tiago Branco, que nem merece a honra de ser aqui mencionado) e por isso frequentemente se estribam ao tempo do media. Os outros (Miguel Sousa, Samuel Úria, Tiago Oliveira, sim, Tiago "Anacoreta" Oliveira, Scott George, John Santos, Luis Aguiar Santos, Paulo Ribeiro e Rúben Oliveira) são culpados. Escapa o Pedro Leal, que, como o nome indica, não falha. A verdade, caros companheiros católicos, é que os evangélicos são muito espirituais dentro da igreja, entre os cânticos, as assembleias administrativas e as campanhas evangelísticas. Quando se lhes pede uma ponta de cristianismo minimamente especulativo e semi-literário é o que se vê.
Ainda vão ser os meus queridos amigos protestantes que me levarão de volta a Roma.

Tiago Cavaco
posted by @ 4:12 da tarde   13 comments
Um blogue de protestantes e católicos.
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