sexta-feira, abril 27, 2007 |
Abril |
Interrogações e denúncias que vale a pena repetir no rescaldo dos festejos do 25 de Abril. E se o Estado português tivesse uma lei para os cidadãos de pele “branca” e outra lei para os cidadãos com outro tom de pele? Ou uma lei para os adeptos do Benfica e outra para sportinguistas, portistas e demais apaniguados? Ou uma lei para os partidários da força política maioritária e outra para os apoiantes dos partidos minoritários? Se alguma destas leis fosse sequer proposta, julgo que não é difícil imaginar o repúdio generalizado que elas suscitariam. Pois bem, em Portugal existe uma lei para os católicos, a Concordata, e uma lei para os membros das outras confissões religiosas, Lei da Liberdade Religiosa (que por acaso, por falta de falta de regulamentação, ainda não está em vigor).
Pedro Leal |
posted by @ 12:36 da tarde |
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28 Comments: |
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erro caro Nuno. A concordata é um tratado internacional entre dois estados, o português e o vaticanês.
A Lei interna é outra coisa, aí todas as religiões devem ser tratadas em conformindade com a Contituição da república, isto é, em igualdade. Até podes ter razão nas queixas, não sei.... A democracia é a vontade da maioria, mas tem obrigações e garantias mínimas para com as minorias.
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Era giro. Depois, acrescentava-se uma lei para os pastores de salão, mais outra para as pastoras de salinha, a seguir uma para os islamistas moderados; outra para os ortodoxos, idem para judaicos de todos os tipos, pagãos e new-ages alternativos, sem esquecer os budistas de Alguidares de Cima, e nunca deixando de fora as seitas da zona Jota e os templários de Tomar, assim como os satânicos da Serra Sintra; já para nem falar dos adoradores da cadela laica e os darwinianos científicos.
Meu, era dessa que voltava a utopia do 5º Império
":O.
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CBS, aquele Nuno chama-se Pedro Leal.
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Isso! Convém primeiro terem um Estado. Dá jeito para as relações internacionais.
Mas o Pedro tem razão: bom, bom, era antes do 25 de Abril. Até o Benfica era campeão europeu.
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É a dislexia da idade. Desculpem Nuno e Pedro.
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CC antes do 25 de Abril?... só me lembro de violinos :)
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antes do 25 de Abril não poderia se quer pagar as contas do meu marido, no entanto antes do 25 de Abril não havia tanta merda de migração neste País... Chiça! Já enjoa..
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Pode ser uma questão interessante saber se é útil ou não uma igreja ser um estado . Mas isso não muda o facto de em Portugal haver uma lei para católicos, decorrente da Concordata, e outra lei para os crentes das outras religiões. A situação até parece que é normal para a maioria das pessoas. Mas para mim, olhando a Constituição, não é.
Pedro Leal
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Se fosses a olhar para a Constituição não era nada normal. A começar pela paridade de sexos tem logo uma data de situções em que nem se pode aplicar.
Larguem a Constituição. Inglaterra não tem nenhuma escrita e por isso é que funciona melhor.
Se há coisa perniciosa é esta mania jacobina de usar a lei para tudo.
De preferência para alterar a tradição e cultura de um povo.
V.s são chalupas.Têm aquela mesma lógica de grupelho minoritário sempre em guerrinhas para ganhar terreno.
E, até se esquecem, que se isso fosse igual para toda a gente, v.s eram submersos pela macumba africana
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Pensem antes assim: somos uma elite e é à custa desta mania que temos menos direitos que fazemos muitos filhinhos pastores.
Se fosse livre acabava tudo na terceira geração
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esse detalhe de fazerem mais filhos pastores que ovelhas é que é o segredo
":O)))
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O problema das igrejas não é o Estado que são mas sim o estado a que chegaram.
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zazie
"Chalupas" e "filhos pastores" à parte, tenho que reconhecer a frontalidade do "estejam-mas-é-caladinhos-que-já-têm-muita sorte-em-vos-deixarmos-andar-p´raí-a-pregar" que outros não têm coragem de assumir. Quanto ao resto parece-me que estamos esclarecidos. Não concordo que "a tradição e cultura de um povo" possam justificar discriminação entre cidadãos.
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O comentário anterior é meu.
Pedro Leal
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Então ainda bem que percebeste que só têm a ganhar em aceitar a cultura a tradição de um povo. Porque se tudo o que é religião ficasse em pé de igualdade vivíamos em mutlti-culturalismos onde a identidade se perde. Como eu penso que para isso já basta a terraplanagem ateia (eles chamam-lhe laicismo)o melhor é manter privilégios por antiguidade de posto.
Significa isso que, depois da Igreja Católica, a que tem maior privilégio é a Protestante. Pelo menos é assim que penso que deve ser e tem sido desde séculos.
Se tivesses mais atenção às ideias e não te precipitasses tanto com as minhas brincadeiras, até eras capaz de ter percebido isto.
Porque, como eu também acrescentei, se for tudo em pé de igualdade,quem absorve a grande fatia é macumba africana e as seitas.
Além do mais, muito sorte se tem que os jacobinos não metam tudo a ferro e fogo como o fazem em muitos outros lados. E v.s têm até luxuosos financiamentos que prescindiam tanto choradinho
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Se não concordas que a cultura e a identificação de um povo é a mais valia suprema de uma Nação tinhas melhor caminho a fazer e procurar outra.
Ou tu não és português?
Se não és, a coisa está explicada. Se és, é bom que defendas a História e a identidade do povo a que pertences.
Se a não defenderes a igreja nem existe e nem tinha existido nenhuma .Porque apenas com a fé, sem se entrosar com a tradição nada sobreviveria.
Faz-lhes falta um pouco mais de cultura e menos arrogância. Para isso já basta a militância ateia. O país não nasceu no dia em que tu nasceste.
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A mim está-me a ser proveitoso o conhecimento desta realidade protestante e evangélica.
Assim começo a entender melhor os grandes problemas sociais que costumam aparecer associados a elas. Em Timor, por exemplo.
E começo também a perceber melhor este novo recrudescimento de militância pelo ateísmo. Aqui na blogosfera começa a ser cada vez mais activo. E é bem mais erudito que v.s. E tem bem mais poder e ligações à intelligentzia que v.s
Cuidem-se. Não façam tantas ondas por mero tribalismo. temos todos a ganhar- nós- os cristãos
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Até porque restava perguntar: o que é que querem mais?
Não têm toda a liberdade de culto? querem o quê? dia nacional? comemorações de aniversário de Lutero ou de Calvino no calendário?
Até parece... os islâmicos em França já chegaram a isso. A querem alterar o calendário... é no que dá o laicismo e a tal igualdade de cidadania sem identidade histórica.
Espero bem que o Sarkozy ganhe, só para travar esse caminho isto já valia a pena.
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A ver se percebes explicando a coisa ao contrário. Se o Estado quisesse meter a pata na Igreja Católica e na Protestante (e quer, porque cada vez mais se inventam maneiras de desactivar as religiões) eu estaria do v. lado contra ele.
Significa isto que, quando falo em cultura e tradição de um povo, estou também a falar na lei natural, na tal tradição que nem precisa de estar escrita. Porque, quanto mais se escreve na lei, mais se apaga na memória dos povos.
O que eu defendo é a prevalência da nação sobre o Estado e ainda mais sobre quem vai detendo o estado por meio do governo (isto de falar em governo por cá é sempre um paradoxo, mas enfim... o que temos são desgovernos...
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E muita sorte tens que sejas um protestante a viver num país católico. Porque se fosses um católico num país protestante, aí é que bem te podias queixar que nem te ouviam. Bastava pegar na Inglaterra em que a própria raínha é a chefe suprema da igreja e onde o ensino desta na escola é oficial e apenas para a protestante.
E nem vou falar no que foi o processo histórico com a Irlanda. Suponho que saibas.
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Zazie
1) Percebeste mal. Respeito a cultura e a tradição do povo, mas não a vejo cristalizada e não concordo que em nome dela se pratique a injustiça (leia-se descriminação). Aliás, acredito mesmo que a melhor maneira de contrariar a ameaça dos "jacobinos" (não penses que sou tão "totó" a ponto de não perceber o perigo que vem desses lados...) é precisamente acabar com tratamentos previligiados (religião, política, economia, artes, etc). 2) Uma das questões que levou afastamento dos baptistas do anglicanismo foi precisamente a separação entre o Estado e a Igreja. O protestantes continuam a misturar os dois, os baptistas e grande parte dos evangélicos defendem a separação total. Portanto, não é fazer barulho para conseguir uma fatia dos previlégios dos outros. É mesmo querer o fim de qualquer previlégio. 3) Faz o exercício de substituir o católico por branco. Ou seja, aplica o teu raciocino à cor da pele em vez de à religião. Parece-te aceitável? 4) É óbvio que um Portugal evangélico seria, em princípio, bastante diferente de um Portugal católico. Sou menos português por ser evangélico? 5) O que sei de Timor são casos de perseguição, incluindo assassinatos, a evangélicos (pentecostais). Mas se tens outras informações... 6) Por fim, e para não divergirmos em tudo, também confesso que ganhávamos todos, França e Europa, se o Sarkozy fosse eleito.
Pedro Leal
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Pedro,
A questão é que não sei quais são as discriminações concretas. Percebes?
Se me apresentasses questões concretas que estão para além da concordata entre dois estados, como o cbs explicou, até dava para se pensar a questão.
Sem factos não consigo avançar mais. Sinceramente que não sei. Sei apenas que essa é a grande meta desejada pelos ateus militantes .Até está escrita na Associação de Laicidade. A mesma que andou a fazer processos a padres ,a tirar crucifixos, a perseguir os evangélicos que não sejam darwinistas e a mesma que tem ligações à extrema-esquerda dos desacatos que agora aconteceram.
Está online essa ligação. Ainda à bocado a vi no Braganza Mothers.
É por isto. A minha lógica foi a seguinte: se os que perseguem as religiões querem o mesmo, então não há-de ser bom para as reliões.
Fiquei surpreendida com esse final em que percebeste a vantagem do Sarkozy. Não sei se leste o livro dele sobre as religiões. Mas olha que aqui na blogosfera foste apenas a segunda pessoa que comcordou comigo quanto ao famigerado Sarkozy.
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concordou e outras gralhas. Não vou agora apagar para não gastar mais tempo.
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religiões. Tem gralhas a mais
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Só uma questão: ser preto e ser branco por comparação com ser católico ou protestante não tem qualquer sustentação.
A cidadania é igual. A identidade das pessoas não se faz por credo político ou religioso. Nada de confusões nesse campo. Porque isso não tem qualquer rigor. Era o mesmo que comparar ser católico e protestante com ser louro e moreno. Somos república em que há liberdade de culto. O que não quer dizer que a sociedade tenha de ser laica. São interpretações erradas da Constituição que até já foram explicadas por constitucionalistas. Essa é uma leitura errada e muito popularizada mas sem fundamento.
Quanto ao projecto do Sarkozy é que valia a pena falar-se mais .Porque ele tem ideias em que a hegemonia de uma religião por tradição histórica não implica a exclusão das outras. Mas defende uma identidade católica para França. Se leste o Les Religions, la Republique, l’Esperance percebes a que me refiro.
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erro caro Nuno.
A concordata é um tratado internacional entre dois estados, o português e o vaticanês.
A Lei interna é outra coisa, aí todas as religiões devem ser tratadas em conformindade com a Contituição da república, isto é, em igualdade.
Até podes ter razão nas queixas, não sei....
A democracia é a vontade da maioria, mas tem obrigações e garantias mínimas para com as minorias.