domingo, abril 29, 2007
A minha fogueira é maior do que a tua (credo pessoal ou possível estatuto editorial)
[Só mais esta nota, depois calo-me. Este concílio de Trento foi pensado como espaço de diálogo vivo, não de achincalhamento da fé dos outros, nem testemunhas de Jeová, nem elders de calções. Para isso já há blogues que cheguem.]

Nunca vivi, nem vivo a minha fé como oposição a. Para isso, há a política - de que gosto muito. Não me apresento como católico, por oposição ao muçulmano, judeu, evangélico, baptista ou presbiteriano. Para isso existem os quadros culturais e sociais. Não tenho necessidade de me defender da Inquisição porque não era deste Reino, nem da Igreja. Não tenho de invocar o santo nome de deus em vão para as minhas batalhas quotidianas. Não tenho de me defender dos que me acusam de adorar outros deuses, porque também não ponho em causa a sua fé, nem me atrevo a dizer que vivo a Palavra verdadeira revelada. Quero acreditar que sim, que tento, mas também quero acreditar que os caminhos da ressurreição são insondáveis, e onde houver uma mulher e um homem justos que, mesmo não sendo crentes, praticam o Bem e a Justiça, também é deles o reino. Por isto, a minha vida é uma permanente dúvida. E não vivo a apregoar que a minha fogueira é maior que a tua.

Miguel Marujo
posted by @ 4:15 da tarde  
2 Comments:
  • At 29 de abril de 2007 às 17:03, Blogger Nuno Fonseca said…

    Noto uma dificuldade em se obter uma discussão objectiva sobre Deus neste blogue.

    Miguel, não o julgo, nem à sinceridade das suas crenças. Mas que mal há em discutir-se pontos de vista sobre a bíblia em conformidade com as nossas práticas religiosas?

    Que mais se pode fazer segundo a permissa do Trento?
    Falar sobre Pop Art dos anos 60?

     
  • At 29 de abril de 2007 às 17:17, Blogger cbs said…

    "Nunca vivi, nem vivo a minha fé como oposição a (...)E não vivo a apregoar que a minha fogueira é maior que a tua"
    digo o mesmo.

    O Diálogo exige que se assuma a distinção do eu com o outro.
    mas distinção não é separação, nem é indiferença, nem é desprezo.
    A Igreja nasce do diálogo que é a natureza da religião e da Revelação.
    Essa natureza dialogante (o diálogo da evangelização) é um estado de espirito que vê a salvação do outro ligada a si próprio.
    Caracteriza-se pela clareza, mansidão, confiança (não confundir com fanatismo) e prudencia (confundir com respeito).
    Descobrir os elementos de verdade na opinião alheia e respeitar os caminhos é essencial aos irmãos separados, na procura sincera de alguma espécie de unidade, a unidade que Cristo desejou para a Sua Igreja (diria mesmo Humanidade)

    Tirei e alterei isto de paulo VI/ Ecclesiam Suam
    Deves ter razão Miguel, talvez convenha um estatuto editorial.

    PS: é para mim extremamente penalizante a posiçãp do Carlos (CC), gostaria muito que nos entendêsse-mos

     
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