domingo, abril 29, 2007
Credo
Creio na «Mãe de Deus, transubstanciação, idolatria, bibliolatria, politeísmo, mtos etc», segundo Nuno Fonseca, que veio equilibrar o Trento: pelo menos no disparate.
Da idolatria estamos conversados: falta-lhe sentido estético para apreciar a Capela Sistina ou a virgem de Kerluan, deve preferir Bush a citar um versículo mesmo que a sua prática seja contrária à Palavra;
da bibliolatria, gostava que ma explicasse, sem berloques e pechisbeques de linguagem: acaso têm os católicos a Bíblica na ponta da língua, pronta para a citação reader's digest? Até já aqui nos acusaram do contrário, ou pelo menos correu espanto por nos lembrarmos de algumas passagensinhas... Coisa pouca;
do politeísmo, compreendo-o: acreditamos no Pai, Filho e Espírito Santo, julgo que como o Nuno, o que o torna também um pagão sincrético;
dos «mtos etc», deve ter a ver com a noção de liberdade e cabeçadas: o Nuno deve ser do FCPorto, que atira cadeiras e petardos e depois diz que a culpa é da Polícia que não o agarrou (agarrem-me se não eu atiro uma virgem de Fátima a esse pagão sincrético). A liberdade de facto começa onde começa a do outro, e isso é que lixa tudo: torna-nos co-responsáveis, por este mundo, antes do outro. É por isso que eu acho que o Bush é um idiota e não bato palmas por ele citar a Bíblia enquanto manda milhares para a morte.

Na dita Mãe de Deus, acredito: Maria, uma mulher simples, que cuidou de velar o seu filho. Se lhe incomoda a virgindade, não se preocupe: tem 19 séculos antes do dogma para viver sem imaculada conceição. A transubstanciação, meu caro, não é paganismo. Mas não costumo explicar a minha fé a ateus, muito menos a outros cristãos. Paz à sua alma, que é como quem diz, equilibre-se no insulto.

Miguel Marujo
posted by @ 1:05 da tarde  
5 Comments:
  • At 29 de abril de 2007 às 14:52, Blogger Nuno Fonseca said…

    Este comentário foi removido pelo autor.

     
  • At 29 de abril de 2007 às 15:39, Blogger Miguel Marujo said…

    Nem patrão, nem dogmático, detesto fogueiras, boas apenas para aquecer noites de acampamentos, mas isso já lá vai; de fogueiras, prefiro a sarça ardente, mas o Nuno, que desdenhou das referências do CC atira-se afinal (mais uma vez) À inquisição: saudades?

    Dizia eu, sou muito pouco patrão e dogmático para desespero de amigos católicos e evangélicos, nesta casa. A sua verborreia bíblica (poupe-me) faz de si um bibliólatra anónimo, digno do reader's digest como escrevi, muito próprio de quem gosta de excomungar os outros, sem cuidar da humildade: já me mete no saco de arianos, testemunhas, depois dos pagãos sincréticos, e agora obscurantista por via de Antero de Quental. Errei na sua idolatria: o Nuno vomita referências literárias para denegrir a argumentação de outros. Conheço o estilo, evito-o. Não tenho a presunção de ser intelectual nem académico, pretendo humildemente viver a minha fé, não apostatizo os outros.

    Eu tenho de me defender de quê, meu caro?! Gosto desse tom: condenado até prova em contrário. Sabe, talvez saiba, estou desempregado, sou obrigado a apresentar-me como criminoso de 15 em 15 dias, passo bem sem estar a dizer que como católico não adoro o bezerro de ouro. De si, não posso dizer o mesmo: detesta a estatuária das igrejas, eu também, algumas são bem feias, mas se for preciso posso recolher-me a elas, para orar, caso me sinta inspirado, como me senti nos Picos da Europa, ou em frente aos nenúfares de Monet no MoMA. Do Warhol gosto muito de me recolher junto da Marilyn, por motivos óbvios.

    [O Bush não é preconceito, é facto, atestado neste blogue. Posso ofender assim?!]

    Hoje, o frei Bento (mais um apóstata, pagão sincrético, ariano, testemunha de Jeová, obscurantista) que nos diz como as ossadas de Cristo interessam pouco para a ressurreição: «Onde houver gente necessitada, gente que precise de presença, de cuidados, há um lugar maldito que é preciso santificar. [...] A Igreja só testemunha a ressurreição quando participa na insurreição contra tudo aquilo que estraga a vida das pessoas.» Uma citação, uma excitação para si: esta é a minha idolatria, o meu politeísmo, a minha bibliolatria. O resto, aquilo que quer dizer de mim, não colhe, como não colheu no passado.

    Acho giro, que goste de atirar pedras, digno dos fariseus mais empedernidos. Quando falei de equilíbrio no disparate, estava a falar de mim, meu caro. E aos outros trentinos todos: "veio equlibrar", percebeu o tempo verbal, ou tenho de citar um versículo?!

     
  • At 29 de abril de 2007 às 15:40, Blogger Miguel Marujo said…

    Reparo agora que o Nuno apagou o seu comentário, enquanto lhe respondi. Eu mantenho o comentário.

     
  • At 29 de abril de 2007 às 15:43, Blogger Miguel Marujo said…

    Corrijo: o comentário foi apagado para ser transformado em post. Siga o meu também, fica aqui para contextualizar.

     
  • At 29 de abril de 2007 às 15:53, Blogger cbs said…

    Nuno
    disparates todos fazemos, não me parece insulto próprio.
    E provávelmente, estou a fazer um disparate metendo-me na conversa, mas garanto-lhe eu, que se há gajo avesso a patões e dogmas, esse é o Miguel.
    Nem o estou a ver ás réguadas às catequistas, lol

     
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