segunda-feira, abril 09, 2007 |
Regresso à boa e velha pancadaria |
Nada melhor que comemorar o regresso do Miguel com uma boa discórdia. Desconhecia o Padre João Resina mas já está no meu Panteão Pessoal de Curas User-Friendly com o qual naturalmente implicarei. Se não, vejamos esta pérola: "Em todos os momentos de crise, crescem os movimentos de direita: na Igreja, nunca os seminaristas foram tão conservadores como de há 20 anos para cá". A isto chamaria a argamassa epistemológica da tolerância. Já que estamos numa de divergências, ó cbs, deixa-me vincar os abismos que nos separam já que nos últimos tempos tem sido só ósculos santos e fofinha inter-confessionalidade - discordo completamente da tua frase: "se nascesse na Arábia eu seria muçulmano, sem a mínima dúvida". Ou melhor, se nascesse na Arábia até poderia ser muçulmano, o que não me impediria de estar errado. O problema do catolicismo progressista é meter a geografia a salvar as almas dos homens porque Jesus não foi globetrotter.
Tiago Cavaco |
posted by @ 5:40 da tarde |
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16 Comments: |
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À parte essa fantasia de padres de Direita e padres progressitas que já tresanda a mofo, aqui fica um link de um "reaça" que explica muito bem esta fúria toda do ateísmo militante e das palhaçadas "científicas"
http://www.conoze.com/doc.php?doc=3855 ............ Nos entretantos, deixo também aqui um texto que um leitor do Cocanha me ofereceu.
Acho que já ficam com matéria bem mais interessante para umas conversas.
Pena minha que esteja sem tempo; e sorte a vossa
ehehe ........... The origin of the stretch-limo (The Economist, 8/21/99) Why do some Americans, so Darwinian in the commercial world, prefer to think that life began in the Garden of Eden?
AS A good story, it is hard to beat. Give the Almighty five days, and He completes the heavens and the earth and assorted beasts and creeping things. One more day, a scoop of dust and a puff of divine breath and hey presto! there is Adam. The poetic language of the first few chapters of the Book of Genesis has kept painters busy for centuries. As an account of the beginnings of life, it is certainly easier reading than Charles Darwin's "Origin of Species", the book that laid the foundations of evolutionary biology in 1859.
So perhaps it is no wonder that, in the United States, some people are so moved by the Genesis account that they refuse to believe any other explanation of the origin of life. After all, they say, no eyewitness observed humanity emerge from primeval slime or evolve from apes, while at least God was there to record His own acts. Now, creationists have managed to undermine the teaching of evolution in schools in Alabama, New Mexico, Mississippi, Louisiana and Georgia. Their latest triumph has been to persuade the State Board of Education in Kansas to make teaching evolution an optional extra to the standard science curriculum. In future, Kansas school children will neither have to learn, nor be tested on, the origin of species through natural selection, or the idea that the universe began with a cosmological big bang.
Whatever your religious beliefs, there are several oddities here. One is that, whereas in 1859 Darwin's book stirred up outrage among churches and churchgoers, nowadays his views are no longer seen as inextricably alien to the Bible and Christianity. They can be a basis for atheism, for sure, and often are; but they can also be seen, by the many believers who take the Bible's words as impressionistic rather than the literal truth, as merely a depiction of the way divine creation has worked. Another, though, is a more America oddity. There is no more Darwinian society than the United States, no society that operates so clearly according to selection by experimentation and the constant elimination of mistakes. And yet many Americans still believe that Darwin was wrong.
The ascent of mammon
In America companies rise and fall with the certainty of species. Predators weed out the weak; new mutations launch successful IPOS; organisms grow more nimble as they evolve to fit their particular niche. For the individual, little in the way of a social safety net stands between success and social extinction. Indeed, America's economic success over the entirety of the 140 years since 1859 is surely explained by the fact that, while the United States embraces a Darwinian approach to economic life, competitors in Europe are keener on Darwin as a work of scientific literature.
That is the real, natural America, for which children need to be prepared. Darwinism is even the basis for the agriculture on which Kansas depends: the biological revolution that began with Darwin's work has provided the basis for much of modern farming (America is the world's biggest agricultural producer); and now for new industries based on biotechnology and genetics (in which America also leads).
There is, however, another Kansas tradition, that of "The Wonderful Wizard of Oz". As they were wandering down the yellow brick road, Dorothy asked the scarecrow to tell her a story. "My life has been so short," he replied, "that I really know nothing whatever. I was only made the day before yesterday. What happened in the world before that time is all unknown to me." He thought that he had no brain and no knowledge. But then he, Dorothy and their pals triumphed over the wicked witch. Survival of the fittest, again. Or pure luck. Darwin's theories could accommodate both."
Em: http://www.idst.vt.edu/modernworld/d/DarwinA.html
(Quanto às ameaças físicas: tens aqui uma espingarda. Beijocas)
By Antónimo, at 7:52
9:00 PM ---------------- nota: por causa das coisas e das paranóias: essa da espingarda por causa das ameaças físicas não tem nada a ver com vs.
Foi um dos apaniguados dos darwinistas do blogue dos talibãs do Reino da Macacada que as fez por mail.
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Amigo Tiago, ficas muito melhor vestido com o camuflado protestante e a arma Luterana empunhada na mão. Realmente já estava a ficar enojado com tanta ida à missa de mão dada com os infiéis Romanos. A terra (mais propriamente a lama), não salva ninguém. E o Ecumenismo também não!
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Só uma nota.
Não faço ideia a que propósito o ecumenismo venha à baila à custa dessa parvoeira do "catolicismo progressista".
Para começar não existe catolicismo progressista nenhum. Essa foi uma expressão retirada dos tempos da ditadura, quando existiam católicos e religiosos que se opunham ao regime. Mais nada. Nunca quiseram um catolicismo "progressista" porque isso não existe.
O catolicismo existe porque se tem conservado fora do tempo e do mundo. Se fosse progressista tinha-se tornado protestantismo. Sobreviveu porque se conservou. Porque é conservador. Em todo o bom sentido da palavra.
E, já era bom ,que a novilíngua largasse essa semântica das erística dialéctica em que se arrumam os argumentos dos adversários com meia dúzia de palavras da "infâmia". Uma delas é precisamente a palavra "conservador".
O conservador conserva o que é bom. O revolucionário e o revolucionário é que não aceitam a lenta mudança por estratificações e reagem contra- desejam rupturas ou impedem a mudança e decretam contra a lei natural. ......... À parte isto a questão da religião ter a ver com a cultura é perfeitamente natural. Mal seria se assim o não fosse. Porque, nesse caso, não era religião inserida na história, no curso das civilizações e nas diferentes sociedades- era apenas seita.
O que não implica que se adopte uma outra qualquer, quando o caso se confere a uma qualquer busca de espiritualidade diferente ou quando se herda por tradição familiar outra que nem faz parte do legado da nossa pátria. É o que se passa com os evangélicos e protestantes tugas, por exemplo.
Por isso, a frase de ser muçulmano se tivesse nascido num país muçulmano parece-me tão ou mais legítima que também poder ser muçulmano apesar de ter nascido num país católico.
Porque ser-se muçulmano é apenas isto e mais nada. para ser mais alguma coisa tinha de se especificar qual a corrente entre tantas que o islão tem.
Ir mais longe que isto, ou supor que ser-se muçulmano é alguma infâmia há-de ser tão válido como julgar-se que é o supra-sumo do progresso e da cultura mundial ser-se neocom.
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por ex: o joincanto há-de pertencer a uma qualquer seita de jihad e eu nem sou capaz de a identificar religiosamente. Mas apanho-lhe facilmente o pano de fundo fundamentalista.
É perfeitamente acessório saber-se a sua religião. Como mais nada nos diz que o fundamentalismo das palavras não passa disso.
para chegar a terrorista tinha de fazer muito mais.
O mesmo vale para qualquer fundamentalista islâmico ou hebraico (já que o catolicismo e o cristianismo deixaram os fundamentalismos há uns bons séculos)
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Quanto à frase:
"Proponho que a tensão entre a Ciência e a Fé seja resolvida não em termos de eliminação ou dualidade, mas em termos de uma síntese.
Em termos de representação do mundo não há possibilidade de conciliação alguma. Se tivesse de eleger as melhores formas de falar do mundo escolheria a Filosofia e a Religião e relegaria a Ciência para último. Mesmo depois e bem depois da Arte.
Se estamos a falar em formas de técnica e saber nem se coloca a questão.´Achar que tinha de haver antagonismo entre conhecimento científico e religião seria o mesmo que dizermos que quem ouve não pode ver, ou vice-versa.
Fomos feitos para chegar a tudo isto e muito mais, quem exclui algum dos aspectos apenas fica ou é mais pobre.
Daí a provar-se que uma teoria não observável vai tanto como provar-se que alguma das infinitas teorias de física de cordas ou gerbes é verdadeira.
Nunca ninguém viu um ser a evoluir. É tão simple quanto isto. Não pode existir refutação de uma teoria sem que empiricamente algo dela seja verificado ou negado.
Até lá é como a do Einstein: é provável. E é assunto para cientistas que nada diz sobre a condição humana. Nem adiante felicidade para a humanidade. Muito menos se, à custa disso, se pretenda negar o valor mil vezes mais rico dos mitos, da filosofia e da religião.
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errata: o revolucionário e o reaccionário é que ... etc.
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Zazinha, "Seita" é a sua Priminha que é fundamentalmente Católica e tem bigode. A "minha seita" é outra, é a do Caminho (Actos 24:14).
(Cuidado com os meus aviões que podem cair na sua cabeçinha cheia de terra...lol)
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ehehe
vou já para o abrigo subterrâneo ":OP
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fiquei cheia de medo do joincanterrão e do primo canterrinho
":O+
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Não conheço o Prof. Resina como sacerdote. Conheço-o como físico, e sobretudo como professor universitário. (Não tenho senão boas experiências com ele nessa qualidade) Nesse tempo ainda não era cristã, e nunca calhou de falar com ele de fé, nem antes nem agora.
Sei que sou bastante tradicionalista (do ponto de vista católico), e não sou contudo de direita. Sou de esquerda, se é que essas classificações ainda significam alguma coisa, julgo que cada vez menos.
Não sei como são os seminaristas em geral. Sei como são os que conheço: homens que responderam a vocações tardias, homens que ponderaram seriamente o chamamento e largaram tudo. Homens com empregos sólidos, com "um futuro brilhante à sua frente", que largaram tudo. Não são conservadores, nem progressistas, os poucos que conheço. Na minha modesta opinião, são "apenas" cristãos. Deixaram que o Senhor os seduzisse, e quem ama não pode deixar de falar do Esposo.
Zazie: sim, em ciência diz-se "é provável". E diz-se "teoria". E é necessário, é essencial confrontar essas teorias com dados experimentais, caso contrário estamos no domínio da matemática, não das ciências naturais (física, química, biologia). (A que chamas "gerbes"? Queres dizer branas?)
E sim, Zazie, concordo que conservar o melhor (não tudo, que isso é cristalizar) é uma coisa boa, e que faz durar a Igreja (e também a ciência, a música, a filosofia, a arte, a arquitectura. Já viram se tivéssemos de inventar a música toda de novo constantemente?)
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ya, Knit! é isso mesmo: as gerbes tenho umas no jardim mas não são dessas. São das outras da teoria quântica e também não são as branes. Ainda que haja vários tipos de branes.
Papagueio isto porque tenho ex-cientista dessas coisas por perto ehehe
Quanto ao resto, anda debate no Cocanha. A mim é que me falta tempo.
Quem disse tudo sobre o assunto com o mínimo de palavras foi o Timshel, no outro post com a boca aos protestantes (os das probabilidades)
E agora vou escafandrar-me mais um bocadinho.
Inté
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Também acho que essa história de esquerda/direita é facilidade de pensamento e nem me considero de Direita, mas tenho a certeza que não sou esquerdalha
ehehe
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