quarta-feira, fevereiro 28, 2007 |
Da Ressurreição |
Penny Warden - The Resurrection
"Porque dizem alguns no meio de vós que não há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou; Se Cristo não ressuscitou, então a nossa pregação não tem sentido, e também não tem sentido a vossa Fé. (…) Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, surgiu entre os que morreram como os primeiros frutos da seara" S. Paulo aos Coríntios
Ou a Ressurreição de Cristo aconteceu, e o Cristianismo é a Verdade, a Fé tem sentido, ou não aconteceu e tudo cai pela base. Aqui reside o fundamento da religião Cristã. Eu, acredito nos testemunhos, Cristo ressuscitou. Mas mesmo que tal não tenha sucedido, permanecerei Cristão,porque restará sempre a Palavra. Na origem do Cristianismo está o Cristo dos Evangelhos. Isso é que conta, não a questão da sua identidade histórica, mas o facto de alguém, um Humano, ter lançado o apelo, e falado do Amor Absoluto.
Não é a Salvação da morte que busco, deixo isso com Deus; O que me move é o Bem, revelado em Cristo.
Post Scriptum: Vem este post, que fiz numa Páscoa passada, a propósito do que encontrei no Miguel, isto é, a nova questão posta pelo filme de James Cameron "The lost tomb of Jesus" sobre o qual li mais depois. Talvez já poucos se lembrem, mas quando o positivismo materialista tomou conta da História do século passado, chegou a pôr-se em dúvida a existencia de Jesus. As provas históricas até certa altura se resumiam aos Evangelhos, logo sem base científica, dizia-se. Actualmente a História mundial deu uma reviravolta e a moda já é aceitar, aceitar a figura histórica, mas reduzi-la ao humano. Ele é a ressureição que foi fruto de alucinações, ele é o milagre do mar da Galileia que foi "andar sobre o gelo fino", ele é tudo o que se lembrem para explicar que os milagres não o foram, pois têm explicação científica. Ontem não tinham, duvidava-se; hoje têm, aceita-se, mas só no campo do material, nada do espírito... que isso, ainda lá não chegámos. Meus amigos, esta gente incrédula não percebe do que trata a Fé, não percebe mesmo! Apartir de certo ponto, a Fé é uma intuição tão evidente como a consciencia de mim próprio. Se queres duvidar, podes começar por ti mesmo, ó Cameron... e deixa-te de tretas man, será que existes? cbs
|
posted by @ 7:07 da tarde |
|
|
Comentário a comentário |
“Acho que ainda ninguém disse nada aqui sobre uma possível fusão da Igreja Anglicana com a Igreja Católica. Ninguém leu a notícia?”, pergunta, e bem, o Tiago Franco num comentário com uma semana. Aparentemente o assunto não me diz respeito. Não sou católico, nem membro da Igreja Lusitana (a versão portuguesa do anglicanismo). Desconfio até que o caso seja mais especulação jornalística do que outra coisa. Há muitas zonas de conflito e, mesmo sabendo que em termos doutrinários tem havido aproximação, custa a acreditar que questões como a autoridade papal ou nomeação de bispos homossexuais tenham igual acolhimento em cada um dos lados. Mas também é verdade que os tempos são de mudança acelerada. O melhor mesmo é esperar para ver… O que tenho, então, a dizer sobre o assunto? Pouco. Apenas constatar, mais uma vez, que os meus predecessores denominacionais estavam certos quando decidiram romper com o anglicanismo.
Pedro Leal |
posted by @ 1:27 da tarde |
|
|
Dez conselhos para a Quaresma dados por um católico (que também é Cardeal): o terceiro |
Cada vez que compras algo de que não tens realmente necessidade para viver - um artigo de luxo - dá também qualquer coisa aos pobres ou a uma obra de caridade. A abundância deve ser partilhada.
timshel |
posted by @ 5:52 da manhã |
|
terça-feira, fevereiro 27, 2007 |
Um local de má frequência |
Não resisto a interferir neste êxtase editorial do Trento na Língua. Quero apenas referir que no Pranto e Ranger de Dentes (o outro blogue que mantenho apenas para criticar internamente a minha família religiosa) tenho mencionado alguns pensamentos que me sobraram da missa a que o CC me levou.
Tiago Cavaco |
posted by @ 1:04 da tarde |
|
|
Dez conselhos para a Quaresma dados por um católico (que também é Cardeal): o segundo |
Procura no Evangelho de cada domingo uma pequena frase na qual possas meditar toda a semana.
timshel |
posted by @ 5:51 da manhã |
|
|
Dez conselhos para a Quaresma dados por um católico (que também é Cardeal): o primeiro |
Reza todas as manhãs o Pai Nosso e todas as noites a Avé Maria.
timshel |
posted by @ 5:12 da tarde |
|
|
Amor que sinto |
Um Deus que enche a alma daqueles que possui; Um Deus que lhes faz sentir interiormente as suas misérias e a sua infinita misericórdia, que se une ao fundo das suas almas, os enche de humildade, de alegria, de confiança, de amor, e os torna incapazes de outro fim para além Dele. (Blaise Pascal)
Um dos parágrafos de amor mais bonitos que alguma vez li... diz tudo o que sinto. cbs
|
posted by @ 9:07 da manhã |
|
domingo, fevereiro 25, 2007 |
Ser Cristão (segundo este vosso pecador :) |
Cristão é todo aquele que pensa, que tudo deve ser reinterpretado à luz de Jesus. A pessoa de Jesus Cristo, é simultaneamente a de um ser humano submetido à História, e de um ser divino, transcendente, que criou os séculos e a partir do qual a História se desenvolve na Terra.
Nascido da cruz, serão sempre e são ainda as provações que dão força ao Cristianismo, como diria o grande José. Ou então como dizia o grande William Shakes "A adversidade também dá um fruto doce" cbs |
posted by @ 12:07 da manhã |
|
sábado, fevereiro 24, 2007 |
e ser cristão |
é quando um homem quiser [colocar aqui: ? ou ! ou ... ou . ou o que se aprouver]
Miguel Marujo |
posted by @ 9:34 da tarde |
|
|
ser católico |
é quando um homem quiser
timshel |
posted by @ 4:45 da tarde |
|
|
Evangelizar a partir da Cultura |
"[...] A lgreja tem muito a aprender, como diz o Vaticano II «da história e da evolução da Humanidade» ( Gaudium et Spes, nº 44). À Igreja é também proporcionada uma ajuda por todos aqueles que se afirmam seus opositores, se sentem adversários, ou se experimentaram perseguidores (cf. idem). A história evangeliza a Igreja. Obriga-nos à conversão, à mudança. Desinquieta-nos a voz de Deus na voz do tempo. Sempre, de novo nos evangeliza. Permanente e continuadamente desafia-nos a uma nova evangelização o Espírito que «dirige o curso da história [...] renova a face da Terra, e está presente à evolução humana» ( Octogesima Adveniens, nº 37). Neste processo de (nova) evangelização da lgreja, encontram-se, face a face, “revelação-palavra” e “revelação-acontecimento”. A partir do interior da realidade histórica, na sua continuada leitura crítica, explicitando o Acontecimento nos acontecimentos, protagonizando a antecipação do novo na acção e pela acção, evangelizamos e somos evangelizados.
"O Reino está no vosso meio! O Reino foi aproximado" (Lc 17, 21; Mc 1, 25).
«O Espírito Santo é o agente principal de evangelização: é ele, efectivamente que impele para anunciar o Evangelho, como é ele que, no mais íntimo das consciências, leva a aceitar a Palavra da Salvação. Mas pode-se dizer igualmente que ele é o termo da evangelização: de facto, somente ele suscita a nova criação, humanidade nova que a evangelização há-de ter como objectivo, com a unidade na variedade que, a mesma evangelização intenta promover na comunidade cristã. Através dele, do Espírito Santo, o Evangelho penetra no coração do mundo, porque é ele quem faz discernir os sinais dos tempos – os sinais de Deus – que a evangelização descobre e valoriza no interior da história» ( Evangelii Nuntiandi, nº 75). A humanidade nova, o objectivo da evangelização, já se experimenta espalhada nas culturas. Uma história outra, em gestação, está sendo suscitada, difusa no nosso processo histórico. Nas sociedades, na consciência, nos factos, no destino dos povos, sempre, pelas «sementes da Palavra» ( Evangelii Nuntiandi, nº 53), na actuação do Espírito, na história, a partir dela, o Evangelho existe como realidade histórica. O missionário chega sempre atrasado: antes dele chegou o Espírito, já actuante dinamicamente nos processos culturais. «Deus-Trindade chega sempre antes que o missionário. O primeiro missionário e evangelizador é o próprio Deus-Trindade» (L. BOFF, Nova Evangelização na perspectiva dos oprimidos [Fortaleza 1991] p. 80). O mundo é, assim, reconhecido como o lugar do Evangelho. Poder-se-á, então, realizar a leitura da história no Evangelho e o esforço de ler o Evangelho na história. A evangelização não se dá fora da cultura. Nem o Evangelho se identifica com as culturas, mas identifica-se nas culturas. E a fé apresenta-se mais como atitude de encontro com o Acontecimento, do que como a apropriação de um credo. Ela é também o sentimento estético, descodificação e desejo de transformação da história, antes vivida como espiritualidade do Acontecimento do que como uma dogmática. O evangelizador «ou é um contemplativo e místico ou não será um missionário autêntico» (L. BOFF, loc. cit.). Esta dimensão contemplativa, na história, é a virtualidade da profunda é intensa inserção na mundaneidade, capaz de discernir o sacramento na história, e descodificar na leitura do meio a possibilidade do radicalmente novo tornado próximo. Experimenta-se, por consequência, uma marcada diferença entre a afirmada necessidade de «evangelizar a cultura» e a urgência de quem se sente desafiado a evangelizar a partir da cultura. Não se trata de implantar modelos, mas de potenciar o que a Trindade, os homens e as mulheres estão construindo de nova criação. O cristão não é «a alternativa a este mundo corrompido», a única possibilidade de salvação. Evangelizar a partir da cultura, discernir como viver a fé no diálogo reconhecedor da autonomia e da pluralidade da Cidade e das especificidades culturais, exige que os cristãos não se posicionem paralelos a nada, mas numa cidadania feita com outros, acolhendo o que o Espírito suscita em todos, tudo o que contribui para a realização da Utopia, a utopia do Reino de Deus. O ponto de partida da evangelização só pode ser a realidade concreta, em atitude de escuta do inesperado em cada momento, sujeitos da história procurando conferir-lhe um sentido, experimentando o confronto plural de valores e a diversidade de projectos, cúmplices da construção de um mundo mais humano, mais justo. A evangelização, muito mais do que uma estratégica, emerge como uma atitude de vida, supõe um jeito de crer e querer a história, atitude de vida mais importante que a força do poder dos meios a utilizar (cf. Lc 9, 51-62; 10,1- 9). [...]" Esta longa citação que aqui vos deixo (e para a qual rogo a vossa paciência) é o texto «Evangelizar a partir da Cultura», da Equipa Nacional do Movimento Católico de Estudantes, datado de 3 de Setembro de 1993, em cuja redacção tive a felicidade e o desafio de participar, num debate intenso de leigos (jovens leigos!) e presbíteros, numa experiência de vocação como uma só. No fundo, para voltar a dizer um pouco mais de mim.
Miguel Marujo
|
posted by @ 12:58 da manhã |
|
sexta-feira, fevereiro 23, 2007 |
literatura comparada |
Estava eu a começar a desbravar o estendal que se soltou ao desafio do Tiago Oliveira, já pronto a umas bocas para consumo interno romano, quando vejo que o Tim Cavaco evoca aqui o mítico cântico Amazing Grace de John Newton, o verdadeiro paradigma do homem redimido, twice born como hoje se diz . E achei giro pois há uns tempos na saudosa Terra da Alegria andei às voltas com a coisa tentando demonstrar evidências estilísticas na diferença entre católicos e protestantes. Quem quiser e tiver paciência, pode ir aqui e aqui. Seja como fôr, não resisto a pôr aqui o cântico todo, na versão original e nas traduções que considerei serem a protestante e a católica. Para que, percebendo-se as diferenças se consiga perceber as identidades. Vamos então a isto e desculpem lá se os enfado. Versão original:
Amazing grace! (how sweet the sound) That sav'd a wretch like me! I once was lost, but now am found, Was blind, but now I see.
'Twas grace that taught my heart to fear, And grace my fears reliev'd; How precious did that grace appear, The hour I first believ'd!
Thro' many dangers, toils and snares, I have already come; 'Tis grace has brought me safe thus far, And grace will lead me home.
The Lord has promis'd good to me, His word my hope secures; He will my shield and portion be, As long as life endures.
Yes, when this flesh and heart shall fail, And mortal life shall cease; I shall possess, within the veil, A life of joy and peace.
The earth shall soon dissolve like snow, The sun forbear to shine; But God, who call'd me here below, Will be forever mine.
When we've been there ten thousand years, Bright shining as the sun, We've no less days to sing God's praise Than when we'd first begun.
Tradução minha que eu penso poder dizer ser protestante:
Oh! que espantosa graça (e doce som) que salvou este náufrago que eu sou! Estando eu perdido me encontrou, estando eu cego se me revelou.
Foi uma graça que me tornou temente, mas uma graça com que meus medos aliviei; Tão preciosa se me revela esta graça, desde que finalmente eu acreditei!
Através de perigos, tormentos e abismos, finalmente consegui chegar; Foi essa graça que me trouxe a salvo, e será ela que a casa me irá guiar.
O Senhor prometeu-me o meu bem, na Sua Palavra guardo a minha esperança; Ele será o meu escudo e me dará o pão, enquanto a vida não cansa.
Sim, quando a carne e o coração falharem e a vida mortal passar para além do véu; possuirei então a alegria e a paz na vida eterna, no Céu.
A Terra bem cedo se desvanescerá, o Sol perderá o seu brilho antigo; Mas Deus, que aqui me chamou, estará para sempre comigo
E quando Lá estivermos dez mil anos, brilhando como o Sol no firmamento, não teremos menos dias para Deus louvarmos do que desde o primeiro momento
Tradução minha que me sinto autorizado a dizer que é católica:
Oh! misteriosa graça, doce dom, salva este náufrago que eu sou! Estou perdido, não vejo, não ouço som; Apenas espero a mão de quem nos amou.
É uma graça que eu temo mas Te peço, Tão preciosa ela me aparece! Quero tê-la mas não a mereço, Será que apenas crendo ela acontece?
Passei perigos, tormentos e abismos, E outros ainda me surgem para passar; Sei que sem a graça não conseguirei, Sei que sem ela não me irei salvar.
A minha fé sabe que o Pai me prometeu o bem, e o Verbo é fonte da minha esperança. Mas será que o outro, o que me pede o pão, será que a ele o meu amor alcança?
Espero o fim da minha carne mortal, e espero ver-Te, para além do véu, estar junto de Ti e em Ti, ó sem igual; será esse sim o verdadeiro Céu.
Pois a Terra cedo ou tarde fenecerá, e desaparecerá este mundo ambíguo; E Tu que aqui nos criaste e puseste, Chamar-nos-ás a todos para contigo?
Mas, há-de cumprir-se a Aliança, e para sempre Te louvaremos, quando a Ti nos reunirmos finalmente; pois hoje, já e aqui o fazemos.
Digam coisas.
José |
posted by @ 4:22 da tarde |
|
|
Ainda a propósito do português-católico. |
Uma amiga, cuja mundanidade é íman a qualquer homem minimamente honesto consigo próprio e para quem o evangelho não é mais que um desconhecido, dá-me a notícia do seu casamento. Conhecendo-me cristão, antecipa-se com a inclusão do ritual cristão no mesmo: Casamento na igreja com direito a bênção do senhor padre. « …nestas coisas sou muito tradicional», disse-me. Hesito. Dou-lhe os parabéns e por aí me fico, apesar de que Deus não deve ser colocado ao barulho quando Ele não é chamado. Abertura excessiva, digo eu… A sondagem que o Carlos colocou num post anterior pouco me surpreenderia se aplicada também para Portugal no que respeita aos “praticantes” do catolicismo. O português sente-se seguro ao dizer-se católico: Somos mais e ninguém nos engana. Creio que a conivência que a igreja católica tem tido, relativamente ao casamento, com esta ilusão de sermos um país católico torna a sua posição morna e despida de critério. Contudo, nas igrejas protestantes estes episódios também acontecem, apesar de mais raros. Há uns tempos, na Igreja Baptista onde me costumo congregar, uma ex-concorrente a miss Portugal (que em miúda acompanhava a avó à igreja domingo após domingo) anunciou o desejo de ser baptizada e por conseguinte de pertencer ao rol de membros da igreja, partilhar da comunhão com os irmãos, de tornar pública uma decisão por Cristo, anteriormente tomada. Com respostas periclitantes valeu-lhe a compreensão - sem recurso a qualquer critério – da congregação. Casou-se nas instalações da igreja e nunca mais ninguém a viu. Ao tentar assimilar a intenção das pessoas em se refugiarem na história, na cultura e na tradição, percebo que há aqui um bálsamo relaxante e descomprometido que facilmente se torna demoníaco. À semelhança do Amor, também a Instituição, a Hierarquia e a Tradição só deixam de ser demónios quando deixam de ser deuses (e relativamente ao Amor, C.S. Lewis aborda o tema exemplarmente no livro “Os quatro amores”). Dado que o superior não subsiste sem o inferior é-me fácil concluir que o peso, a história e a cultura que a igreja católica nos proporciona tem uma condicionante crítica para sua verificação: se e só se nela houver Fé. É neste sentido que a Igreja, num conceito mais lato, jamais desaparecerá. Não estou aqui a desvalorizar a caminhada do catolicismo, até porque tem um rigor estético muito mais apelativo que o dos protestantes, estou sim a enfatizar a fonte. É neste alicerce que se deve basear a firmeza da posição. O cristianismo não está para simpatizantes, católicos ou protestantes, nem sequer é arquétipo moldável às mãos de qualquer pessoa em busca de conforto. Jesus não veio ao mundo para nos dar palmadinhas nas costas. Se assim fosse, a porta não seria estreita nem a coroa teria espinhos. Miguel Sousa |
posted by @ 3:46 da tarde |
|
|
Personalismo e Universalismo |
Para aqueles que só de fora o conhecem, o Cristianismo pode parecer desesperadamente complicado. Na realidade, considerado nas suas linhas mestras, ele contém uma solução do Mundo extremamente simples e espantosamente ousada. No centro e de tal modo aparente que nos desconcerta, a afirmação intransigente de um Deus pessoal: Deus-providência, que conduz o Universo com solicitude, Deus-revelador, que se comunica ao Homem no plano e pelas vias da inteligência. (…) Mas noutro sentido, também uma prodigiosa operação biológica: a da Incarnação redentora. Criar, completar e purificar o Mundo, já o lemos em S. Paulo e em S. João, é para Deus, unificá-lo unindo-o organicamente a si próprio (ser e ser uno não será identicamente a mesma coisa?). Ora, como o unifica Ele? Imergindo-se parcialmente nas coisas (fazendo-se “elemento”) e depois, graças a este ponto de apoio achado no âmago da Matéria, tomando a direcção e pondo-se à cabeça do que chamamos agora a Evolução. Princípio de vitalidade universal, Cristo, porque surgiu homem entre os homens, colocou-se em posição e está desde sempre em vias de curvar sobre Si próprio, de depurar, de dirigir e de sobreanimar a ascensão geral das consciências em que Ele se inseriu. Por uma acção perene de comunhão e de sublimação, agrega a Si próprio o psiquismo total da Terra. E quando tiver assim reunido e transformado tudo, alcançando num gesto final o Foco divino donde jamais saiu, fechar-se-á sobre Si mesmo e sobre a sua conquista. E então como diz S. Paulo “já não haverá senão Deus, Todo em todos”.
Forma superior de panteísmo, na verdade sem vestígio empeçonhado de mescla nem de aniquilamento. Expectativa de unidade perfeita, na qual cada elemento, porque nela mergulha, encontrará, ao mesmo tempo que o Universo, a sua consumação. O Universo a completar-se numa síntese de centros, em perfeita conformidade com as leis da União. Deus, Centro dos centros. Nesta visão culmina o dogma Cristão.
Tão exactamente e tão perfeitamente o ponto Ómega que, sem dúvida, jamais eu teria ousado encarar ou formular racionalmente a sua hipótese, se na minha consciência de crente, não houvesse encontrado não só o seu modelo especulativo, mas também a sua realidade viva.
Pierre Teilhard de Chardin, O fenómeno humano, Tavares Martins 1960 (pág.324, os eixos da crença) by cbs
|
posted by @ 12:07 da tarde |
|
|
Sola Gratia |
Estreia hoje numa sala de cinema longe de si um filme que está a causar algum interesse no mundo anglo-saxónico. Nós por aqui, talvez em geral um pouco alheados dessas excentricidades dos países de maioria protestante, ainda não devemos ter ouvido falar de Amazing Grace a película que conta a fantástica história do não menos fantástico homem que foi William Wilberforce (1759-1833) o metodista inglês que mais tarde aderiu ao movimento low church na Igreja de Inglaterra. Depois de uma dramática conversão na sua vida, Wilberforce tornou-se um empenhado e devoto cristão que, sob a orientação espiritual do pastor John Newton (autor da letra do famoso hino "Amazing Grace" e ele próprio um antigo mercador de escravos), decidiu manter a sua posição como reputado Membro do Parlamento britânico para lutar contra o terrível flagelo social dos seus dias que era o comércio de seres humanos. Passam 200 anos no próximo dia 25 de Março que a "Abolition of the Slave Trade bill" foi aprovada na Câmara dos Comuns depois de uma insane luta de Wilberforce que lhe custou uma bem possível nomeação como Primeiro-Ministro de Sua Majestade. Não é de ignorar a importância que a batalha de Wilberforce teve em atitudes semelhantes que outras potências coloniais vieram a tomar, entre as quais Portugal. Posso não ir à missa com Nicole Kidman, mas ninguém me retira o privilégio de conviver com santos como Wilberforce, mas também como Henry Dunant, Albert Schweitzer, Martin Luther King e tantos outros.
Tim Cavaco |
posted by @ 8:59 da manhã |
|
quinta-feira, fevereiro 22, 2007 |
qualquer coisa de católico |
I. Não consigo dar uma resposta clara à pergunta do Tiago Oliveira. Também eu me encontro perplexo com a fragilidade da formação religiosa entre os católicos (o que obriga os padres a um constante relembrar da doutrina básica durante as homilias) e com a ligeireza com que qualquer um se diz católico. O Marco Oliveira mostrou-nos um resumo de uma reportagem do "Le Monde des Religions" que, sob o título «Quem são os católicos franceses?», apresenta um panorama desolador e que não deve andar muito longe da realidade portuguesa. Uma sondagem realizada no final de 2006 analisava o número dos católicos em França, bem como as suas convicções e atitudes face à Igreja. Destaca-se o facto – positivo, em meu entender – de pouco mais de 50% dos franceses se identificarem com o Catolicismo e se identificarem como católicos. Mas destes, apenas 20% se consideram "praticantes". Começa aqui a minha incompreensão da nomenclatura. Nunca percebi o que é um "católico não praticante". Não consigo distingui-lo de um budista não praticante ou de um revolucionário não praticante ou de um escritor não praticante. A não-prática é comum a todos eles e, se há coisa que deve distinguir os católicos, para além da fé, é precisamente a prática. No que toca às convicções, a referida sondagem também apresenta resultados curiosos. Apenas 26% afirmam com segurança que Deus existe e outros 26% acham a hipótese provável. Ou seja, apenas 52% dos inquiridos, que se identificaram como católicos, acreditam na existência de Deus! E dos retrógrados conservadores que acreditam em Deus, apenas 18% acreditam num Deus pessoal (precisamente um dos pilares do Cristianismo). Influenciados pela espiritualidade místico-gasosa da new-age, 79% acreditam em Deus como uma "força" ou uma "energia". E, por fim, de entre os inquiridos que se identificam como católicos, apenas 17% cento vão regularmente à missa e só 27% rezam com alguma frequência. II. Tem razão, o Tiago. Sob a capa da diversidade que enriquece e enobrece a Igreja, esconde-se um relativismo que pouco terá de cristão. As razões estão bem expressas na tal nota pastoral que tanto irritou o Miguel (de cuja fé e honestidade não duvido e a quem não pretendo de todo associar a esta minha perplexidade: tomara eu ter metade da militância católica do Miguel): « esta mutação cultural tem várias causas, nomeadamente: a mediatização globalizada das maneiras de pensar e das correntes de opinião; as lacunas na formação da inteligência, que o sistema educativo não prepara para se interrogar sobre o sentido da vida e as questões primordiais do ser humano; o individualismo no uso da liberdade e na busca da verdade, que influencia o conceito e o exercício da consciência pessoal; a relativização dos valores e princípios que afectam a vida das pessoas e da sociedade.» III. Mas, então, o que define um católico? O que diferencia um católico de alguém que professa uma outra religião? Quem conceba o catolicismo como uma religião como outra qualquer (o que, na prática, é a noção da maioria dos próprios católicos), vê o catolicismo como uma doutrina religiosa consubstanciada num mero conjunto de regras de comportamento social, comum, aliás a outras religiões como a judaica, a muçulmana, etc. Mas há diferenças essenciais. Trata-se de uma vida nova, na participação na própria vida íntima de Deus: a vida da graça que principia no sacramento do Baptismo. Tudo começa pela crença que o Filho de Deus se fez homem e habitou entre nós, morreu e ressuscitou, vencendo a morte. E que, por Ele, somos levados à Redenção. Esta crença não pode deixar de provocar uma transformação profunda na vida de quem crê. O olhar para o mundo, para os outros (os irmãos, porque filhos de um Pai comum), para si próprio, está irremediavelmente contaminado pela crença neste Deus que supera a morte. Por causa dEle, a Igreja, enquanto comunidade de crentes, convoca cada cristão a ter uma vida cristã plena, não apesar de, mas precisamente por estar no meio do mundo, no seu trabalho, no estudo, na vida de família, no relacionamento social, político, etc. Cada cristão é chamado - é a sua vocação - a reproduzir na sua vida a vida de Cristo. É este o nosso credo, em suma: Creio em um só Deus, Pai Todo Poderoso, Criador do Céu e da Terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigénito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos. Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro. Gerado, não criado, consubstancial ao Pai, por Ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus e encarnou pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos. Padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras. E subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai, para julgar os vivos e os mortos. E o seu reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho, e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado. Ele que falou pelos Profetas. Creio na Igreja una, santa, Católica e apostólica. Professo um só Baptismo para remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos, e vida do mundo que há-de vir. Amen.IV. Voltando ao texto dos bispos: « Esta verdade iluminadora das consciências provém de um sadio exercício da razão, no quadro da cultura; é-nos revelada por Deus, que vem ao encontro do ser humano; é património de uma comunidade, cuja tradição viva é fonte de verdade, enquadrando a dimensão individual da liberdade e da busca da verdade. Para os católicos, a verdade revelada, transmitida pela Igreja no quadro de uma tradição viva, é elemento fundamental no esclarecimento das consciências». Daqui decorre a importância das coisas que, para espíritos mais relativistas, são acessórias. Como a Missa. Na Missa exerce-se de modo único aquela união com Cristo-Cabeça da Igreja e dos crentes. E "por Cristo, com Cristo e em Cristo" somos levados ao Pai - O sacrifício de Cristo e o sacrifício da Missa são um único sacrifício: « A mesma e única Vítima, o mesmo e único Sacerdote que, pelo ministério dos padres, se oferece agora como se ofereceu na Cruz. A única diferença é o modo de oferecer: então, de maneira sangrenta; sobre o altar, de maneira incruenta» ( Catecismo, 1367). V. Por isso – e por, com tristeza, reconhecer razão à crítica do Tiago Oliveira –, me vejo perante discursos de alguns católicos, como o Nanni Moretti no seu filme Abril, quando vê na televisão o debate entre Massimo D'Alema e Sílvio Berlusconi. Ansioso e inconformado com o desempenho de D'Alema diante dos disparates de Berlusconi, grita, num misto de raiva e vergonha: « Reage, D'Alema! Responde alguma coisa, reage! Diz alguma coisa de esquerda!». É isto que se espera dos católicos: que (vivam e) digam qualquer coisa de católico. Carlos Cunha |
posted by @ 11:36 da tarde |
|
|
eu explico: (1) da doutrina |
Credo in unum Deum Patrem omnipotentem, factorem caeli et terrae, visibilium omnium et invisibilium Et in unum Dominum Jesum Christum, Filium Dei unigenitum, et ex Patre natum ante omnia saecula. Deum de Deo, lumen de lumine, Deum verum de Deo vero. Genitum, non factum, consubstantialem Patri: per quem omnia facta sunt. Qui propter nos homines et propter nostram salutem descendit de caelis. Et incarnatus est Spiritu Sancto ex Maria Virgine, et homo factus est. Crucifixus etiam pro nobis sub Pontio Pilato; passus et sepultus est, Et resurrexit tertia die, secundum Scripturas, et ascendid in caelum, sedet ad dexteram Patris. Et iterum venturus est cum gloria, judicare vivos et mortuos; cujus regni non erit finis. Et in Spiritum Sanctum, Dominum et vivificantem: qui ex Patre Filioque procedit. Qui cum Patre et Filio, simul adoratur et conglorificatur: qui locutus est per prophetas. Et unam, sanctam, catholicam et apostolicam Ecclesiam. Confiteor unum baptisma, in remissionem peccatorum. Et exspecto resurrectionem mortuorum, et vitam venturi saeculi. Amen.
A ver se continuo amanhã. José |
posted by @ 11:25 da tarde |
|
|
Todos diferentes, todos iguais |
«Nas coisas essenciais, unidade. Nas acessórias, diversidade. E em todas, caridade. Era assim, que eu me lembre.» O comentário de knit_tgz traduz uma possível resposta, amigo Tiago, e obviamente que, quando me afasto da verdade revelada de que falaram (muito recentemente) os bispos portugueses, afasto-me no que é acessório. (E também me aproximo noutras questões acessórias.) No essencial, no que nos une, não me afasto, nunca me afastei, por isso não é possível um «católico budista ou um católico islâmico». Mas não tenho a pretensão de entender esta minha fé como a única e verdadeira fé revelada, como perigosamente às vezes os textos vaticanos se referem (há dois recentes: a encíclica papal "Esplendor da Verdade" e um outro do então cardeal Ratzinger, que causou celeuma entre protestantes, de há escassos anos, mas a memória atraiçoa-me o nome). E não tenho a pretensão de, no campo da moral, tentar impor a "minha" - prefiro pela prática discutir caminhos. Estamos bem longe, pois, de Sodoma e Gomorra. [comecei a escrever este post às 23h18. vejo agora, às 23h49, quando o publico, por fim, depois de fazer outras coisas, que há outras possíveis respostas: a diversidade.] Miguel Marujo
|
posted by @ 11:18 da tarde |
|
|
Deixem-me ver se percebi... |
Para os protestantes, contrários à lógica clerical defendida pela santa madre igreja de roma, a decisão é simples: será membro de uma comunidade aquele que partilhar as mesmas convicções doutrinárias. A partir daí tudo vale, cada comunidade é autónoma.
Para um protestante a realidade vivida pelos nossos irmãos católicos é, no mínimo, desconcertante. É possível vermos alguem dizer-se católico mas, na realidade, pouco ou nada o une às convicções da santa madre. É tudo possível? É possível ser-se um católico budista ou um católico islâmico?
Amigos católicos, ilucidem-me: afinal o que significa ser católico? Quem o define? A santa madre ou quem ou o quê? A igreja, com a bandeira da diversidade, deve abraçar alegremente Sodoma e Gomorra?
Tiago Oliveira |
posted by @ 4:56 da tarde |
|
|
do Livro de Rute |
Agora não se diga mais entre nós «deixa-me», e nenhum dos nossos corações se afaste. Eu irei para onde fores e da tua morada faço também a minha. Os teus irmãos e companheiros hoje recebo como meus, o Deus da tua juventude, eu o amo profundamente. E quando por fim a morte nos visite quero morrer na terra em que morreres e ser sepultada perto de ti. O Senhor sabe: a vida me tratará com tristes rigores se outra coisa que não a morte esconda de meus olhos a graça do teu rosto tão amado.
[talvez o inesperado de um texto celebrativo de uma união, sirva como ilustração de um repasto longe da unanimidade ( excepto no que une a beleza), sempre próximo da fraternidade.] Miguel Marujo |
posted by @ 1:10 da manhã |
|
terça-feira, fevereiro 20, 2007 |
Entretanto, na Alemanha... |
«Le défilé de Düsseldorf, traditionnellement l'un des plus irrespectueux, a attiré l'attention à cause de ce char surmonté de deux islamistes en carton-pâte, brandissant des armes et ceinturés d'explosifs. L'un d'entre eux portait l'inscription "Cliché", l'autre "Réalité". Les organisateurs des grands défilés du "lundi des Roses", traditionnel point d'orgue du carnaval rhénan, avaient assuré vouloir être cette année "plus insolents" qu'en 2006, où l'affaire des caricatures de Mahomet avait incité à une certaine réserve. A Mayence, un char a montré ainsi le pape Benoît XVI au volant de sa papamobile et entrant en collision avec un minaret, pour rappeler le discours de Ratisbonne qui avait provoqué la fureur de nombre de responsables musulmans. A Cologne, plus consensuel, une voiture a figuré un ange de la paix, les pieds coulés dans des blocs de béton marqués du mot "terrorisme." Derrière lui, un Coran, une Torah et une Bible, surmontés du mot "paix" écrit en arabe, hébreu et allemand. Le carnaval rhénan a connu lundi son apogée avec les défilés de Cologne, Mayence ou encore Düsseldorf (ouest de l'Allemagne), auxquels ont participé plus de deux millions de spectateurs, selon les organisateurs.» [da AFP]
Miguel Marujo |
posted by @ 5:16 da tarde |
|
|
Carnaval |
A ideia de inimputabilidade é uma partida do Carnaval “Ninguém leva a mal” pode soar bem ao umbiguismo do ímpio, mas para quem dá importância a Deus é uma heresia das grandes. Perante Deus, todos os actos, todas as atitudes, contam. Nem Ele faz que não vê, nem os crentes tiram férias da Fé. Aliás, quem encara a vida cristã como um sacrifico, um fardo demasiado pesado, justificando assim uns dias de escape, anda longe da Verdade.
Pedro Leal |
posted by @ 12:29 da manhã |
|
sábado, fevereiro 17, 2007 |
notícia Pública |
Redes religiosas essenciais na prevenção da sida 16.02.2007, António Marujo As organizações religiosas desempenham um papel fundamental na prevenção do HIV/sida, afirma um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), que alerta, ao mesmo tempo, para a necessidade de uma maior colaboração entre essas organizações e as agências públicas. Redigido a partir da realidade de dois países africanos - Zâmbia e Lesoto - o relatório (www.who.int/hiv) foi divulgado em Washington (Estados Unidos) e em Genebra (Suíça), onde está a sede da OMS. «As organizações religiosas são uma parte vital da sociedade civil», diz Kevin de Cook, director do departamento da OMS para o HIV/sida. «Uma vez que garantem uma proporção substancial do apoio nos países desenvolvidos, ajudando muitas vezes as populações mais vulneráveis a viver sob condições adversas, as organizações de base religiosa devem ser reconhecidas como contribuidoras essenciais para os esforços universais de acesso» à prevenção, acrescenta o mesmo responsável. O relatório calcula que entre 30 por cento e 70 por cento das infra-estruturas de saúde em África têm uma referência religiosa. Mas a cooperação entre essas instituições e os programas de saúde públicos é ainda reduzida, nota. Ligados só à Igreja Católica, em todo o mundo, estão 26,7 por cento dos centros de tratamento, de acordo com o cardeal mexicano Javier Lozano Barragan, presidente do Conselho Pontifício para a Saúde.
Carlos Cunha |
posted by @ 12:34 da tarde |
|
quinta-feira, fevereiro 15, 2007 |
Do frio dominical por detrás de tanto calor visual |
Não quero deixar escapar o post fantástico do CC sobre ir à igreja com a Nicole. Porque este aspecto das companhias é um dos mais centrais no Protestantismo e que, receio, nem os próprios protestantes o costumam entender. Nós quando vamos à igreja vamos irremediavelmente sozinhos. Podemos abraçar-nos no culto, conhecer o nome de todos na congregação, ser sobrinhos do Pastor, mas estamos sempre sós. Não há conforto nem garantias universais. Eles vão com a Nicole. Nós, para além de solitários, vamos nus.
Tiago Cavaco |
posted by @ 11:41 da manhã |
|
|
O filho pródigo |
«Aos 89 minutos, Rui Costa construiu a jogada que deu origem ao golo, cruzou para Simão que rematou para defesa incompleta de Lobont. Na recarga, Miccoli desfez o empate e garantiu uma dificílima, mas importante, vitória para o Benfica.» O futebol tem uma liturgia própria, os ritos são geridos com mestria, sob batuta acertada de jogadores habitualmente próximos da genialidade. O passe certo, o drible cego, o cruzamento no ponto. Há uma festa que parece desaparecer e estar ausente de outras liturgias. Já que não passamos do estádio, valia a pena bebermos na tradição evangélica (e os nossos amigos baptistas, aqui, alimentam a sua espiritualidade de panqueróque para converter as almas, sem ironias), o sentido da festa. Os católicos preferem a via dolorosa, os joelhos em chagas de promessas em Fátima (não será mais feliz sofrer quando o passe certo de Rui Costa parece caminhar para o golo, mas ainda é preciso ter Miccoli para a recarga?!). Ou procurar o humor das coisas, o riso dos outros. Escrevi há muito tempo, na outra terra, que «enxoframo-nos com os humores dos outros sobre nós e perdemos a capacidade de rir – a auto-crítica, o “ver, julgar e agir” que nos ajuda a trilhar o caminho do questionamento, não o das certezas sofridas. Rir é bom. Rir de nós, melhor remédio é. O pior é que preferimos responder ao eventual achincalhamento com presunções sérias e dogmas de virtude pública. Soubéssemos rir da "Última Ceia" caricaturada por Herman há uns anos, com uma "Última Ceia" ainda mais divertida. [...] Andamos sérios. Nada que uma boa anedota não resolva.» É, está na altura. Ou então, podemos ir ao estádio, desopilar com estes deuses. Assim se louva também. É goooooooolo.
Miguel Marujo
|
posted by @ 12:44 da manhã |
|
quarta-feira, fevereiro 14, 2007 |
pensar pela própria cabeça |
«Obedeci à Igreja para me manter livre. Prefiro ser vítima dos velhos cardeais romanos do que tornar-me escravo de mim próprio. Digo sim à Igreja e foi dentro dela que me bati por ela. Dez vezes, com alguns irmãos delegados dos outros padres operários, fomos a Roma para que as decisões tomadas contra nós fossem revistas. Durante seis anos fomos mal ou nem sequer recebidos. E no entanto, nunca desesperei da Igreja. Ela é portadora de um tal capital de amor, de generosidade, de esperança, de humildade, de boa vontade e de fé no único mestre Jesus, que nenhuma das suas fraquezas pode prevalecer e barrar o caminho por muito tempo ao Espírito Santo. O capital de santidade acumulado ao longo do tempo e do espaço por milhões de santos desconhecidos acabará certamente por abrir novos caminhos.» Pe.Depierre, padre operário francês
José |
posted by @ 5:07 da tarde |
|
|
E agora? |
Já que o referendo acabou... o qué é que vamos fazer? Não temos nada para nos divertir. Pelos vistos o que interessava mais era a vitória política e muito menos lidar com o assunto do aborto. Já disse em conversas menos públicas que nem o Sim nem o Não respondia às necessidades das pessoas confrontadas com uma gravidez "problemática". Continuo da mesma opinião. O governo safa-se com o resultado, pois já não é necessário conformar a prática do ministério da saude à realidade da lei. Não somos obrigados a prestar atenção ao assunto do aborto pois já não é ilegal. Já agora podemos ignorar as mulhers e assim juntamo-nos com os outros que querem lavar as mãos da responsabilidade. Parabéns... somos um país civilizado.
Scott |
posted by @ 12:46 da tarde |
|
|
14 de Fevereiro |
Hoje é dia de São Cirilo e São Metódio, irmãos, co-patronos da Europa (com São Bento), o primeiro bispo, o segundo monge. Carlos Cunha |
posted by @ 11:06 da manhã |
|
|
Reset |
É o truque de qualquer informático. " Já fez reset?" E o calão é para ajudar a impressionar quem olha desesperado para a máquina bloqueada, server error, a achar que perdeu o post da vida, a tese de mestrado ou o e-mail de engate para a geek da vizinha do lado. " Já fez reset?" Fiz, faço-o agora. Deixei há dias um post que soou a adeus. «Até sempre», a dizer de mim. Não foi por engano. Quando a casa onde estamos se torna desconfortável, procuramos mudar a disposição dos móveis ou mesmo a mobília. Nem sempre resulta - e a certa altura damos por nós à procura de T2 para arrendar ou comprar, dependendo de posses e épocas, para não mais ter de olhar para a casa. Aqui, mais do que a mobília ou de quem nesta casa habita, o problema eram os xilófagos, os bichinhos da madeira que por aqui passavam em anonimato displicente ou comentários mentirosos. Depois de pensar muito - também com o apoio de bons amigos que co-habitam esta casa -, percebi que já tinha dito de mim tudo, e provado o quão mentirosas eram as afirmações marteladas como água mole. Não sou pedra dura, mas também não furo. Quando o computador encrava, o cromo do nosso amigo informático manda-nos fazer reset. Já fiz. Há católicos que pensam pela sua própria cabeça, mesmo que os amigos tenham de lhes lembrar para fazer reset. Miguel Marujo |
posted by @ 12:06 da manhã |
|
|
Fellow christians |
Em vésperas de mais um encontro à mesa, reparo que pouco se tem escrito nos últimos dias. A coisa agora é só para os comes e bebes?
Tiago Cavaco |
posted by @ 12:05 da manhã |
|
domingo, fevereiro 11, 2007 |
Humanismo Cristão... existirá?... |
Águia do som a procurar altura És íntima voz da Força viva O alento que em nós procura Voar, fugir à forma evolutiva
Jaime Cortesão 1965 cbs
|
posted by @ 11:07 da tarde |
|
sábado, fevereiro 10, 2007 |
Dizer de mim |
|
posted by @ 3:39 da manhã |
|
sexta-feira, fevereiro 09, 2007 |
Argumentação imagética sobre o aborto |
Procurei imagens dramáticas de mulheres vítimas do aborto clandestino. Não são menos impressionantes que a imagem do CC. Tive pudor de colocar aqui uma, mas fiz o post no La Force, para quem lhe apetecer é só clickar no quadrado preto. É apenas um desenho e nem é dos mais fortes, mas representa o outro lado da argumentação pela imagem, o lado pelo qual voto. cbs
|
posted by @ 11:07 da tarde |
|
|
crítica da razão impura |
(lençol já pendurado ontem no Guia, mas que estendo aqui sobre a fotografia do Carlos)
Nada me enfada mais do que estas tremendas polémicas que, de quando em quando, fazem estremecer este país. Então o aborto, esse tema desagradável, esse é recorrente. De dois em dois anos mais ou menos, a malta anima-se e esganiça-se a dar brados à sua indignação, seja contra ou a favor. Em tempos idos, eu ainda achava uma certa graça ao tema mas cansei-me. Em 1998 fui votar e votei não, mas já votei cansado. Agora em 2007 é que tenho andado mesmo sem pachorra nenhuma para toda esta discussão. Ainda por cima, julgo perceber que aquela gente que anda para aí a defender o mesmo que eu penso, o Não, esses tem andado todos os dias a apanhar bonés atrás de bonés. Ainda por cima, desta vez a malta do Sim parece ter feito melhor o trabalho de casa e arranjaram um argumentário mais estruturado, equilibrado e até convincente, sem aquelas palhaçadas grotescas do aqui mando eu e ninguém mexe. Já a malta do Não tem tido alguma dificuldade em alinhar argumentos racionais; quero dizer racionais à luz do ambiente mental desta época em que vivemos. É necessário ser claro: quando vi o Ricardo Araújo Pereira arrumar o inefável Prof.Marcelo percebi que desta vez a coisa deve estar perdida. E acontece que me senti de certa forma aliviado: talvez agora que ficará resovido o grande problema da nossa idade, eles se calem finalmente e todos, eles e nós, dirijamos a nossa atenção para assuntos mais prementes ainda que não mais importantes. De modo que por cansaço, desgosto e enfado, eu já tinha mais ou menos resolvido seguir surdo e mudo até Domingo e aí votar Não por puro princípio moral e ético, por antagonismo ideológico, por repulsa histriónica. Desta vez iria ser um Não diferente do anterior pois sentia agora pela primeira vez que alguns argumentos a favor da despenalização faziam para mim algum sentido. Estava de certa forma dividido mas iria ser um Não from the guts. Acontece porém que tenho a infelicidade de ter um espírito um bocado cartesiano: faz-me confusão não racionalizar um bocado sobre aquilo que decido fazer. Comecei então a ler uns bocaditos daquele dossier quotidano no Público e, finalmente, acabei por ir procurar o que se dizia por aqui na blogosfera. Afortunadamente, ainda que não por acaso, comecei pelas bandas do Sim, para onde sentia soprar os ventos da razão. E tive então a felicidade de encontrar um sítio de responsabilidade e cidadania onde encontrei isto: 14 Razões para votar SIM: Porque somos cidadãs e cidadãos responsáveis e comprometidos/as com a defesa dos direitos humanos e queremos intervir neste debate não como eleitoras/es de um ou outro partido político, ou mesmo sem partido, mas antes como pessoas conscientes dos seus deveres e direitos cívicos. [1] Porque está em causa o respeito pela dignidade, autonomia e consciência individual de cada pessoa e pelos princípios da igualdade e da não discriminação entre mulheres e homens. Claro que isso está em causa mas não é apenas isso que está em causa. Para além da dignidade, autonomia e consciência individual de cada pessoa existe também a responsabilidade individual de cada pessoa. Quanto à não discriminação entre mulheres e homens, 100% de acordo. Já quanto à igualdade aí é mais complicado, dada a fatalidade de só elas engravidarem. Só vejo uma solução, para mais de acordo com o recomendável princípio da redundância de sistemas de segurança: que elas usem a pílula e eles usem o preservativo! [2] Porque somos a favor de uma maternidade e paternidade plenamente assumidas e responsáveis antes e depois do nascimento. Também eu. Gosto que cada um assuma e se responsabilize por aquilo que faz. Pela maternidade, pela paternidade mas também pela sexualidade. Muita, boa, a rodos. Mas responsável. Ou pensam que isto é a feijões? [3] Porque o direito à maternidade consciente e à saúde reprodutiva são direitos fundamentais. São sim senhor, direitos fundamentalíssimos mesmo. E também são deveres. Ou continuam a pensar que isto é a feijões? [4] Porque as mulheres, como os homens, têm direito à reserva da intimidade da vida privada e familiar. Se tem! Mas que se responsabilizem por ela. Senão o que é que andava a Comissão de Protecção de Menores a fazer? [5] Porque somos a favor da vida em todas as suas dimensões. Ui! Então vinde a meus braços! [6] Porque é um elemento essencial do Estado de direito o princípio da separação entre a Igreja Católica ou qualquer outra confissão religiosa e o Estado. Exactamente! Ou seja, é irrelevante a posição da Igreja quanto a este assunto, para os que estão contra e também para os que estão a favor. Por outras palavras, a Igreja não deve ser para aqui chamada por ninguém. [7] Porque o que está em causa não é o 'direito ao aborto', nem ‘ser a favor do aborto’, mas antes o respeito pelas mulheres que decidem interromper uma gravidez até às 10 semanas, por, em consciência, não se sentirem em condições para assumir uma maternidade. Mau, temos semântica. Decidir interromper uma gravidez até às 10 semanas, por, em consciência, não se sentirem em condições para assumir uma maternidade, não é aborto? Então o que é? Só a partir das 11 semanas? [8] Porque a penalização do aborto dá origem à interrupção voluntária da gravidez em situação ilegal e insegura, o que tem consequências gravosas para a saúde física e psicológica das mulheres que a ela recorrem. Por acaso, aqui neste curioso país dá origem a isso, sim senhor. Mas em Espanha não! Vá lá saber-se porquê!? E a culpa das mulheres recorrerem às pavorosas situações ilegais e inseguras, é da lei? é da Igreja medieval e de outras coisas medonhas? E das ditas mulheres e das tenebrosas parteiras é que não é? Nunca mesmo? Em caso algum? [9] Porque uma lei penal ineficaz e injusta é uma lei constitucionalmente ilegítima. Eh lá! Eh lá! A ineficácia duma lei implica a sua inconstitucionalidade? Então, assim sendo, haverá Lei em Portugal? Haverá mesmo constituição neste país? Esta dá que pensar. [10] Porque consideramos que a sujeição das mulheres a processos de investigação, acusação e julgamento pelo facto de fazerem um aborto atenta contra os valores da sua autonomia e dignidade enquanto pessoas humanas. É verdade, sim senhor, concordo absolutamente. Não consigo é deixar de pensar que o facto de abortarem é bem capaz de poder atentar contra os valores da autonomia e dignidade do feto que nelas vive. [11] Porque nenhuma proposta de suspensão do processo liberta as mulheres da perseguição policial e judicial que antecede o julgamento, envolvendo sempre uma devassa da sua vida privada, e deixando a pairar necessariamente sobre elas uma ameaça de sanção que pode vir a concretizar-se no futuro. Também é verdade, sim senhor, concordo plenamente. Eu diria mesmo mais. Eu até acredito que existirá para elas ainda uma outra ameaça de sanção que pode vir a concretizar-se no futuro mas isso sou eu a dizê-lo. Num caso ou no outro, cada caso é um caso, haverá maior culpa e haverá menor culpa, haverá quem a avalie e a sancione em conformidade. Aqui tenho que dizer: essas mulheres e quem as ajuda e convence a abortar, são merecedoras de justiça pois há um mal que é feito. Mas também são merecedoras de misericórdia. Não de desculpabilização irresponsável. [12] Porque a proibição do aborto dá origem à gravidez forçada o que se traduz em violência institucional. Esta não consegui perceber. Gravidez forçada? Não será antes inadvertida? Então não existe anticoncepção? Ou será que os histéricos do Não tem razão ao dizer que os histéricos do Sim querem o aborto como método anticoncepcional? [13] Porque uma lei que despenalize o aborto não obriga nenhuma mulher a abortar. Mais uma enorme verdade. Mas a questão é inteiramente outra: o aborto, como todos concordam, é um mal para a criança, para a mãe e também para a sociedade. E pode a Lei passar ao largo do que é um mal? [14] VAMOS VOTAR SIM NO PRÓXIMO REFERENDO. VOTEM VOCÊS. EU, POR MUITO QUE O QUISESSE, NÃO CONSIGO. VOTO NÃO.
José |
posted by @ 5:47 da tarde |
|
|
legalize it |
Resultado de aborto, perdão, de uma interrupção voluntária da gravidez, praticado por opção da mulher, nas primeiras dez semanas (mas este foi às onze, por deficiência do Serviço Nacional de Saúde norte-americano), em estabelecimento de saúde legalmente autorizado.
Carlos Cunha |
posted by @ 3:13 da tarde |
|
quinta-feira, fevereiro 08, 2007 |
The dividing wall |
The bars suggest the separation and cruelty common in our fallen world. Only the Second Adam can break down this separation and bring unity between warring parties. He broke the barrier of the dividing wall. No domingo, vou votar no partido do Sim, que a maioria dos meus parceiros aqui, abominam.
Desejo que a maioria vote, porque a democracia depende da participação; para assumir uma decisão, tanto como para a criticar, necessitamos de uma legitimidade, e ao abster-mo-nos, afasta-mo-nos... perde-mo-la. E ganhe quem ganhar, por muito ou por pouco, seria bom para todos que o resultado reflectisse a sociedade. De facto a abstenção também a reflecte… mas da pior forma.
Vou votar em consciência... banhado em amargura. Todavia, é o meu próprio amor a Cristo que me impele, faço o caminho o melhor que posso, por mais que isso doa aos meus amigos. Se deixasse a divisão estabelecer-se, desintegrava-me, como vós sou obrigado a ouvir a minha alma e decidir.
Mas custa-me sentir que vos ofendo, quando acreditam sinceramente que a despenalização é o mal maior. Por isso peço-vos desculpa. Como eu votem, no que a vossa consciência vos ditar. |
posted by @ 11:07 da tarde |
|
quarta-feira, fevereiro 07, 2007 |
Cristianismo vs. Humanismo |
“Não podeis servir a dois senhores” Mateus 6:24 A questão do aborto tem, para os cristãos, a virtude de ser clarificadora. Obriga-nos a optar: ou Fé cristã ou Humanismo.
Pedro Leal |
posted by @ 5:09 da tarde |
|
|
Top |
Uma das coisas saudáveis deste blogue é a interconfessionalidade (esqueçam o ecumenismo) que permite que um católico, na actualidade devidamente mais mundanizado, faça aquilo que um protestante, demasiado zeloso da sua ética puritana, não tem coragem: publicar imagens de mulheres em topless.
Tiago Cavaco |
posted by @ 4:47 da tarde |
|
|
Mores e Ethos |
Parece-me que há hoje uma diferença substancial entre Moral e Ética. Em síntese a Moral é imposta (o dever) e a Ética é percebida (a reflexão). À Ética não se põe a questão fundamental do Bem e do Mal, que é problema da Moral. A visão ética atribui uma importância prioritária à dimensão social da existência e às condicionantes das decisões individuais. Por definição, a "reflexão ética" aplica-se justamente, quando não sabemos já o que é o Bem, quando se perderam as referências. A Ética é atravessada por valores como o respeito, a reciprocidade, a solidariedade para com o Outro. Mas esses valores éticos fundamentam-se numa visão igualitária de cada membro da sociedade. O “sujeito ético” é uma abstracção, não um “eu” emocionado em sentimentos de bondade e piedade.
Parece-me que a Ética se tornou num conceito autónomo (para Kant ainda é o mesmo que Moral) por uma “desmoralização” da sociedade. De certa forma a Ética denuncia a Moral relativizando a noção de Bem (Relativismo Ético) Mas a tentativa de encontrar na própria lei a legitimidade (positivismo jurídico) final e não apenas instrumental, sendo perigosa porque a justiça se torna função da lei e não a lei da justiça, permite também abrir um debate dialéctico, que reintroduz a Moral e a questão do Bem.
Para a Moral, a "reflexão ética" (caso actual da Bioética) só é legítima se pensar as situações novas, que o desenvolvimento técnico faz surgir, a partir dos seus imperativos categóricos.
P.S.: Parece-me, não estou seguro do que acima escrevi; de qualquer modo é minha posição neste referendo um não moral e um sim ético. Em relação à moral também há que se lhe diga, particularmente a questão da moral aberta e da moral fechada de que fala Bergson; a Moral Cristã como a entendo é uma moral aberta e revelada, transcendente. cbs |
posted by @ 1:07 da manhã |
|
terça-feira, fevereiro 06, 2007 |
Democracia e Moral |
Um consenso de indivíduos, como uma maioria política ou social não garante a legitimidade moral de uma decisão:
“A Democracia não pode ser elevada à categoria de mito, ao ponto de se tornar num substituto da Moral (…). Fundamentalmente, ela é um “sistema” e, como tal, um instrumento e não um fim. O seu carácter “moral” não é automático, mas depende da conformidade com a lei “moral” à qual a Democracia deve estar submetida como todo o comportamento humano: ele depende pois da moralidade dos fins pretendidos e dos meios utilizados”
João Paulo II, Evangelium Vitae 1995 (sobre o valor e inviolabilidade da vida) cbs
|
posted by @ 7:57 da tarde |
|
segunda-feira, fevereiro 05, 2007 |
Agenda |
Hoje pelas 18 horas Silas Oliveira discorre sobre "Reforma Protestante: uma história do passado ou uma opção actual?" na Culturgest no contexto das conferências sobre as Religiões dos Filhos de Abraão. Ide. Sou sobrinho do prelector e asseguro qualidade.
Tiago Cavaco |
posted by @ 12:06 da manhã |
|
sábado, fevereiro 03, 2007 |
A Nova Lei |
A doutrina de Cristo exige que perdoemos as injúrias, e estende a todos os inimigos o preceito do amor, o mandamento da Nova Lei : “ouvistes que foi dito: amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, digo-vos: amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam” (Mt 5, 43-44)
Isto dito faz-me sentir interiormente a minha própria miséria, tanto como a Sua misericórdia infinita; emociona-me o mais fundo da minha alma pois é tanto bem quanto dificuldade. cbs |
posted by @ 3:07 da tarde |
|
|
da gravidez não desejada |
O meu Deus encarnou através de uma gravidez não desejada (pela mãe). Quando o anjo Gabriel anunciou a Maria que, devido à maldade da natureza sempre politicamente incorrecta, teria de ser no interior do corpo de uma mulher, no útero de sua exclusiva e legítima propriedade, que o Salvador seria concebido e gerado, ainda Este não era uma união de gâmetas, um zigoto, uma coisa descartável, como viria a ser dias depois.
Carlos Cunha
|
posted by @ 12:39 da tarde |
|
sexta-feira, fevereiro 02, 2007 |
Aborto |
Desta vez parece-me uma questão de volume. Duas claques num estádio onde não está propriamente a decorrer um jogo. É uma questão de gritos. De guerras. De procura de redenção. Eu estou farto de guerras e acho que já estou servido quanto à redenção. A minha opinião ( e eu tenho uma, bem cristã até!) não me acrescenta graça, nem altera seja o que for relativamente a um referendo relativamente irrelevante e inútil.
Paulo Ribeiro |
posted by @ 10:12 da tarde |
|
|
Interrupção |
Meus estimados trentistas, houve um problema informático com e preciso que todos os autores deste blogue me passem o vosso e-mail (para vozdodeserto@gmail.com). A emissão segue dentro de momentos.
Tiago Cavaco |
posted by @ 12:38 da manhã |
|
quinta-feira, fevereiro 01, 2007 |
Sobre o aborto: perguntas para cristãos. |
Cada vida humana é um dom de Deus ou existe por acaso? Se é um dom de Deus quem somos nós para “emendar” a resolução divina? Acaso sabe o ser humano mais do que o Omnisciente? Deus, e a maneira como O tratamos, é um dado secundário da questão?
Pedro Leal |
posted by @ 11:47 da tarde |
|
|
Um blogue de protestantes e católicos. |
|
Já escrito |
|
Arquivos |
|
Links |
|
|