quarta-feira, fevereiro 28, 2007
Da Ressurreição

Penny Warden - The Resurrection

"Porque dizem alguns no meio de vós que não há ressurreição dos mortos?
Se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou;
Se Cristo não ressuscitou, então a nossa pregação não tem sentido, e também não tem sentido a vossa Fé.
(…)
Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, surgiu entre os que morreram como os primeiros frutos da seara"
S. Paulo aos Coríntios

Ou a Ressurreição de Cristo aconteceu, e o Cristianismo é a Verdade, a Fé tem sentido, ou não aconteceu e tudo cai pela base.
Aqui reside o fundamento da religião Cristã.
Eu, acredito nos testemunhos, Cristo ressuscitou.
Mas mesmo que tal não tenha sucedido, permanecerei Cristão,porque restará sempre a Palavra. Na origem do Cristianismo está o Cristo dos Evangelhos.
Isso é que conta, não a questão da sua identidade histórica, mas o facto de alguém, um Humano, ter lançado o apelo, e falado do Amor Absoluto.

Não é a Salvação da morte que busco, deixo isso com Deus;
O que me move é o Bem, revelado em Cristo.

Post Scriptum: Vem este post, que fiz numa Páscoa passada, a propósito do que encontrei no Miguel, isto é, a nova questão posta pelo filme de James Cameron "The lost tomb of Jesus" sobre o qual li mais depois.
Talvez já poucos se lembrem, mas quando o positivismo materialista tomou conta da História do século passado, chegou a pôr-se em dúvida a existencia de Jesus. As provas históricas até certa altura se resumiam aos Evangelhos, logo sem base científica, dizia-se.
Actualmente a História mundial deu uma reviravolta e a moda já é aceitar, aceitar a figura histórica, mas reduzi-la ao humano. Ele é a ressureição que foi fruto de alucinações, ele é o milagre do mar da Galileia que foi "andar sobre o gelo fino", ele é tudo o que se lembrem para explicar que os milagres não o foram, pois têm explicação científica.
Ontem não tinham, duvidava-se; hoje têm, aceita-se, mas só no campo do material, nada do espírito... que isso, ainda lá não chegámos.
Meus amigos, esta gente incrédula não percebe do que trata a Fé, não percebe mesmo!
Apartir de certo ponto, a Fé é uma intuição tão evidente como a consciencia de mim próprio.
Se queres duvidar, podes começar por ti mesmo, ó Cameron... e deixa-te de tretas man, será que existes?
cbs
posted by @ 7:07 da tarde  
5 Comments:
  • At 1 de março de 2007 às 00:50, Anonymous Anónimo said…

    cbs

    Não há aí contradição? Citas o texto bíblico, onde se afirma o absurdo da Fé sem a ressurreição de Cristo, e depois dizes que continuarias cristão mesmo que Cristo não tivesse ressuscitado. Sim, temos a Palavra. Mas Cristo foi muito mais que palavras. Foram actos concretos, como a ressurreição. A obra do Senhor é fundamental. Sem ela estamos perdidos.

    Pedro Leal

     
  • At 1 de março de 2007 às 11:49, Blogger Scott said…

    Concordo com o Pedro que a obra do Senhor era o mais importante. Se fosse o esforço de apenas um humano, bastava seguir o rumo da Cientologia ou o positivismo a que referiste.

    Pelo que percebi, dás ênfase ao conhecer a Deus e acho pouco provável conhecer Deus que nos deixa enganar pela Sua própria Palavra que plenamente afirma a resurreiçaõ. Por isso, acho difícil entender a afirmação relativamente à resurreição. Porém estudiosos mais intelectuais que eu já avançaram a ideia há tempos, portanto talvéz seja uma falta da fé minha. brigado pela intervençaõ.

     
  • At 1 de março de 2007 às 15:57, Blogger cbs said…

    meus queridos irmãos, é assim...

    Cristo já me transformou, já nos transformou, pela palavra, básicamente pela Palavra; O que acendeu no interior de nós (o Espirito) dá-nos a "certeza", de que nada é vão e o nosso Pai não só existe, como nos ama.

    Que me interessa agora que venham alguma vez "provar" que Ele não ressuscitou, lá porque encontrem "O" corpo (não este Cameron, as hipóteses cientificas são claramente contra.. se lerem...).
    Quem em garante que daqui a um outro século quando já me tiver passado, não descobrem que afinal o tal "corpo" (ou outra coisa qualquer, no exemplo do Sudário a operação mediática é inversa, não é, mas dizem que é) foi forjado para parecer igual (é uma possibilidade real);

    a Ciencia é probabilidade, mas nunca certeza; certeza é Fé!

    Que me interessa isso, volto a perguntar, se Ele me transformou, mudou a minha vida... tá feito.
    A Fé não exclui a ciencia, mas está para além.

    Não são estas peripécias mundanas e mutáveis que me abanariam os fundamentos, porque, repito: eu sei e vejo dentro de mim que Ele É a Verdade revelada; acendeu-me a Luz, agora tá acesa enquanto eu durar neste vale do Céu.

    Já agora, talvez venha a propósito lembrar, que é por isto que expliquei, porque o Amor Dele nunca me abandona, que eu me atrevo a pôr em questão dogmas e fundamentos, sem medo de perder a Fé.
    Sou humano e falho, mas habita Deus em mim, um Deus de Amor... mesmo eu não o mereçendo, de todo.

    abraço, e que Deus nos ajude

     
  • At 2 de março de 2007 às 10:52, Blogger Scott said…

    Percebo a posição que adiantas e antes de mais nada, creio que seja uma orientação importante relativamente à essência da fé. É claro que a ciência e a sua "prova" pode corromper a fé (e seria um abuso do método científico, mas isto é outro assunto.) Até concordo com o fundamento do que se diz tanto no poste como no comentário reltivamente à fé em si.

    A minha preocupação é com a história teológica... Rudolph Bultmann defendia uma posição semelhante que acaba por colocar em dúvida a veracidade ou pelo menos a historicidade da ressurreição quando levada a sua conclusão lógica.

    Será a Palavara uma história apenas? Lê se somente a "possibilidade" do Senhor derrotar a morte? Será apenas uma mistura de mitologia com comentário? Não pretendo ser dogmatico nisto (mesmo que pareça assim). Só quero evitar erros do passado. O que aprendo com Bultmann é a importãncia de manejar bem a verdade (2 Timóteo 2:15). Na aplicação do seu "form criticism" podemos dar consideração às fontes dos evangelistas e entender melhor a sua mensagem. Mesmo assim, receio que Bultmann não chega a completar o trabalho... Quer dizer se Jesus apenas morreu e a ressurreição não aconteceu, a minha fé é mesmo absurda e não só. Estou a participar numa farsa. Edward Schillebeeckx também dá prioridade à crucifixção de Cristo e minimiza a importância da ressureição.

    Posso aceitar este ponto de vista filosófico. De facto, a nossa redenção foi realizada na morte de Jesus. Mas tenho de insistir na necessidade e na realidade da ressureição dentro dos mortos. Dispenso da prova científica, que seria um abuso do próprio método. A ressureição é essencial para podermos compreender o cuprimento da nova aliança da parte de Deus. Se Deus não é fiel a cumprir a sua Palavra, então a minha fé é baseada numa mentira das grandes. Para além disto, os evangelistas Morreram por insistir na verdade da ressureição. Era pouco provável o tal se não acreditassem na veracidade da sua "conta". O exemplo destes testemunhos leva-me a ter confiança a seguir o seu exemplo na fé.

    Desculpa lá se isto parece muito dogmatico. É apenas descritivo do meu pensar/sentir do momento e não necessariamente prescritivo para todo o cristão (nem atreveria).

    Por fim, quero agradecer mais uma vez a intervenção que obviamente me fez meditar na Palavra e na Verdade de forma mais profunda.

     
  • At 2 de março de 2007 às 12:14, Blogger cbs said…

    Scott
    sem querer, carregas-me de uma responsabilidade que não tenho estrutura para arcar...
    que fique claro que nada sei, sou apenas um gajo qualquer,demasiado preguiçoso, que gosta de colocar questões, por vezes contraditórias, não apenas pra que me deem atenção (uma fraqueza) mas tambem pra ver se aprende algo sem ter que se esforçar.
    resumidamente um medíocre, mas ao menos tocado por Cristo.
    voilá.... não me dês muito crédito, pois.

    Nao conheço Rudolph Bultmann, mas hei-de procurar Sto Agostinho a falar de Tomé, pra fazer mais um post sobre a Ressureição, mas enquanto não tiver tempo tra isso quero apenas frizar mais uma vez o que me parece importante.

    o sumo daquilo que quero dizer, é que, primo:
    o que a Ciencia pode procurar, no seu caminhar, não é possivel à Fé. Basta olhar para Copérnico e para o desfazer da centralidade no nosso pequeno umbigo; sem a Ciencia a fé não chegaria lá.

    Mas por outro lado sem o olhar da Fé a Ciencia tornar-se-ia estéril e vazia, seria um caminhar, um caminhar... para lado nenhum. Porque há coisas que só a Fé pode "ver", precisou foi do método científico para lá chegar.
    Bergson diz isto montes de vezes, colocando a palavra "intuição", onde eu digo "fé".

    secondo: Jesus trouxe-nos o Espírito, acendeu a luz da consciencia, de uma consciencia especial e absoluta, a que chamamos Fé. Apartir daí e sem menosprezo para a Ciencia, estamos seguros porque mais altos, vêmos de mais alto o sentido da existencia. Por isso, mesmo que conjunturalmente a ciencia desminta a Fé, não a consegue abalar; a confiança dada pelo amor e paixão de Deus é muito mais forte. Foi só preciso acender a Luz.

    Tertio: a questão da Ressurreição e da sua factualidade.
    Eu não estive lá, mas tenho que dar aos testemunhos, no minimo o mesmo crédito que dou aos cientistas meus comtemporâneos; mais até, porque como bem dizes eles morreram por essa verdade e Galileu, por exemplo, não esteve para isso, pela verdade dele.
    Seja como for, "algo" se passou, com impacto suficiente, para mudou cabeças e corações, e fazer da Fé cristã aquilo que é na História.
    Esse "algo" foi a pedra de base, e chamamos-lhe Ressurreição de Cristo; duvido que sem esse "algo" extraordinário, hoje se falasse ainda do Nazareno.
    Volto portanto ao mesmo, chamem o que quiserem, desmintam mesmo, mas nada muda o "facto" fundador, e... aconteceu!

    Finalmente, uma palavrinha para a frase que acima mais me impressionou "Foram actos concretos, como a ressurreição.
    (...) Sem ela estamos perdidos"
    Aquilo que digo é mesmo que não é possivel desfazer o que está feito, e o "facto fundador" a que chamamos ressureição (em que creio), mesmo que fosse outra coisa já mudou o Mundo... salvou-nos, nunca mais estaremos perdidos.

    Daí a minha inferencia um pouco pra lá do risco, mas na qual meditei, creiam: supondo que me dão a certeza científica de que Cristo não ressuscitou ( o esqueleto com as marcas da lança e dos espinhos no craneo, e se quiserem até a inscrição junta "rei dos judeus"... há um romance de Richard Sapir assim, The Body).
    Pois além de no meu íntimo não acreditar na evidencia científica (tenho uma outra evidencia interior e mais forte) eu penso que o tesouro moral que o Cristianismo universal trouxe à Humanidade é razão mais que suficiente para se continuar Cristão.
    Claro que o Homem na sua pobreza de alma precisa de factos para acreditar, precisa mesmo de uma prendinha no final, a Vida Eterna.
    Admito que, aí, muitos abandonassem a Fé numa depressão universal e mortal (um filme giro actual é "o filho do Homem" de um espanhol que me não lembro, mas que ficciona a esterilidade da Humanidade e o valor quase sagrado que adquire uma grávida).
    Mas porra!
    o meu amor por Cristo não precisa de cenouras nem de mais provas, é absoluto!
    Porque esse Amor nos mantém íntegros e direitos a um Fim, com confiança no futuro.
    A alternativa é a falta de amor, o vazio, a dispersão isto é, o Inferno... por isso não acredito muito no Ateísmo, creio que por detrás dele se esconde uma religiosidade viva mas abafada pelo medo.
    O que Cristo trouxe foi um tipo de Amor transcendente que literalmente, desintegra o Medo.

    Também eu te agradeço muito esta conversa Scott
    abraço

     
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