quinta-feira, fevereiro 08, 2007
The dividing wall
The bars suggest the separation and cruelty common in our fallen world.
Only the Second Adam can break down this separation and bring unity between warring parties. He broke the barrier of the dividing wall.
No domingo, vou votar no partido do Sim, que a maioria dos meus parceiros aqui, abominam.

Desejo que a maioria vote, porque a democracia depende da participação; para assumir uma decisão, tanto como para a criticar, necessitamos de uma legitimidade, e ao abster-mo-nos, afasta-mo-nos... perde-mo-la.
E ganhe quem ganhar, por muito ou por pouco, seria bom para todos que o resultado reflectisse a sociedade.
De facto a abstenção também a reflecte… mas da pior forma.

Vou votar em consciência... banhado em amargura.
Todavia, é o meu próprio amor a Cristo que me impele, faço o caminho o melhor que posso, por mais que isso doa aos meus amigos.
Se deixasse a divisão estabelecer-se, desintegrava-me, como vós sou obrigado a ouvir a minha alma e decidir.

Mas custa-me sentir que vos ofendo, quando acreditam sinceramente que a despenalização é o mal maior.
Por isso peço-vos desculpa.
Como eu votem, no que a vossa consciência vos ditar.
posted by @ 11:07 da tarde  
10 Comments:
  • At 9 de fevereiro de 2007 às 01:26, Blogger CC said…

    Já eu vou votar NÃO, também em consciência, mas sem amargura nenhuma, desejando ter uma surpresa no resultado (no que não acredito).

    E espero que se abstenham os que estão indecisos mas que alguma vez ponderaram em votar Sim. E que as velhotas ignorantes e beatas corram todas, depois da missa, a votar NÃO, cheias de medo do fogo do Inferno (para votos esclarecidos, cultos e iluminados, já temos os do Sim).
    Mas isto sou eu que não reconheço à democracia grande virtude para decidir questões destas. Legitimidade para deliberar tem o Parlamento (é para isso que foram eleitos os deputados e que lhes pagamos) e atirou-a para a rua. E faz-nos outra vez a mesma pergunta, porque não gostou da primeira resposta.

    Mas se algum amigo meu se sentir pessoalmente ofendido com a minha posição no referendo e se afastar de mim por essa razão, não é grande perda: é porque não era meu amigo.

    Um abraço, caro cbs.
    Espero entretanto que percas o cartão de eleitor e só o encontres na segunda-feira de manhã. :)

     
  • At 9 de fevereiro de 2007 às 09:21, Blogger David Cameira said…

    Eu, sinceramente , não sei como é que um VERDADEIRO cristão pode votar outra coisa que não seja " NÃO OBRIGADO ", " ASSIM NÃO " !!! mas isso são contas que tê~m de dar a DEUS e não a mim....

     
  • At 9 de fevereiro de 2007 às 10:22, Blogger cbs said…

    David
    possivelmente não serei um "verdadeiro cristão"... não sei...
    mas isso tem sido dito desde os primeiros tempos, desde Paulo, desde Lutero, mais tarde.
    só lhe posso dizer que acredito no Deus vivo em Cristo, acredito que o Pai existe e nos ama a todos, a todos mesmo.
    a partir daí parece-me que temos visões dificilmente conciliáveis de como viver... para o meu amigo serei um exemplo de "dispersão"; e talvez tenha razão, por vezes até eu me vejo assim, acredite :)

    CC
    primeiro fico feliz por toda a amargura ser minha e tomara que fosse sempre assim.
    mas em relação ao voto, tenhoq ue te perguntar: gostavas que a assembleia determinasse a liberalização do aborto como é pretendido por muita gente? não seria uma imposição?
    Não será preferivel a consulta ao povo, ou encontras outro soberano?
    E não me digas que é o Deus dos cristãos, porque nem Ele se impôs... será para ti ou para mim, mas não neste mundo (como ele afirmou) e há gente diferente que eu pelo menos respeito.

    A Democracia é apenas um jogo, mas um jogo "sagrado" se me é permitida a expressão, apenas por ser o unico método que consegue dirimir e integrar os conflitos, sem levar à violencia das imposições. Isto vale para todos os quadrantes. Não conheço outro jogo assim, como diria o Churchill.

    Quanto às ofensas, lembro-te que só os amigos se ofendem... mas perdoam.

    Quanto a perder o cartão... então, homem de pouca fé, e não pões a hipótese de Deus me dar juízo no momento de pôr a cruzinha :)

     
  • At 9 de fevereiro de 2007 às 11:01, Anonymous Anónimo said…

    Eu gostava, caro cbs que a assembleia determinasse o que entendesse sobre esta questão, como faz com qualquer outra, de política criminal, de educação, de saúde, da adesão ao Euro, do encerramento de maternidades e de escolas, do aumento do IVA, etc.
    Não acho que as decisões de um Parlamento legitimamente eleito sejam "imposições". É a democracia.

     
  • At 9 de fevereiro de 2007 às 11:15, Blogger cbs said…

    Tendo o Não vencido por referendo directo, seria uma redução alterar o sentido da lei com uma legitimidade indirecta, como é a votação na assembleia.

    mas então já estaria aprovada a despenalização pela maioria PS.
    Com o referendo existem hipóteses da proposta chumbar.
    não é preferivel da tua perspectiva?

     
  • At 9 de fevereiro de 2007 às 11:16, Blogger cbs said…

    pelo menos será mais defensável (a obrigação do referendo) do que desejar que eu perca o cartão :)

     
  • At 9 de fevereiro de 2007 às 11:22, Anonymous Anónimo said…

    E também não é redução da legitimidade democrática fazer-se um novo referendo com a mesma pergunta anterior, decorridos apenas 8 anos, porque não se gostou da resposta da população?

    Continua a haver referendo até o Sim ganhar, não é? Depois acaba-se com isso de perguntar a opinião às pessoas.

     
  • At 9 de fevereiro de 2007 às 12:16, Blogger cbs said…

    redução não é, porque o eleitorado tem o mesmo âmbito, mas admito que tenhas razão.
    a meu ver há um tempo minimo para se alterar o resultado de uma votação directa; é assim com os mandatos parlamentares, de quatro em quatro anos; creio ser assim com os referendos, de oito em oito, julgo.

    Mas nada deverá obstar a novo referendo sobre o mesmo tema daqui a oito anos, se houver propostas, penso eu... é a Democracia (ou devia ser)... reflectir o pensamento maioritário na sociedade e permitir sempre a mudança

     
  • At 9 de fevereiro de 2007 às 12:49, Anonymous Anónimo said…

    "(...)no plano político, esta parece-me das mais graves rendições da esquerda: a aceitação tácita de que o mundo, afinal, não é transformável e que, portanto, em nome da "falsa tolerância" de que falava Pasolini, o melhor é facilitar. Sim?"

    excerto de texto de Jacinto Lucas Pires

     
  • At 9 de fevereiro de 2007 às 13:53, Anonymous Anónimo said…

    O aborto não é um direito, é um drama e na perspectiva bíblica, um pecado! Uma grande maldição para quem o pratica e para quem o consente. O reino de Deus é de fé e tudo é pela fé. Os filhos são a herança do Senhor e mesmo que tenham sido concebidos em condições menos favoráveis, são a parte boa de uma situação menos agradável. É preciso confiar que vai correr tudo bem e que "o homem lança a semente, mas é Deus que dá o crescimento".
    Quem não é salvo, não confia, mas cabe-nos a nós ensiná-los a confiar e não incentivá-los a prescindir do valor mais precioso que é a vida, para depois um dia, quando houver oportunidade dizer-lhes que afinal não se deve abortar!
    Entendo o teu ponto de vista porque igualmente também sei que "não é pela força, nem pela violência! Eu não teria coragem de mandar para a cadeia uma mulher que tenha praticado um aborto.É possivel uma pessoa ser contra o aborto e a favor de uma despenalização. Já disse isto noutro blog e fui mal interpretada. A pena de morte também não acabou com o crime! As pessoas fazem sempre o que querem. Acontece que não o vão fazer com o meu voto, porque neste caso a pergunta implica duas situações, a despenalização e a liberalização! Beijinhos e pensa bem! Acredito que sejas um bom crente, mas nem sempre estamos esclarecidos em relação a tudo e a pergunta de facto, confunde!

     
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