quinta-feira, fevereiro 22, 2007
Deixem-me ver se percebi...
Para os protestantes, contrários à lógica clerical defendida pela santa madre igreja de roma, a decisão é simples: será membro de uma comunidade aquele que partilhar as mesmas convicções doutrinárias. A partir daí tudo vale, cada comunidade é autónoma.

Para um protestante a realidade vivida pelos nossos irmãos católicos é, no mínimo, desconcertante. É possível vermos alguem dizer-se católico mas, na realidade, pouco ou nada o une às convicções da santa madre. É tudo possível? É possível ser-se um católico budista ou um católico islâmico?

Amigos católicos, ilucidem-me: afinal o que significa ser católico? Quem o define? A santa madre ou quem ou o quê? A igreja, com a bandeira da diversidade, deve abraçar alegremente Sodoma e Gomorra?

Tiago Oliveira
posted by @ 4:56 da tarde  
18 Comments:
  • At 22 de fevereiro de 2007 às 18:21, Blogger zazie said…

    Este comentário foi removido pelo autor.

     
  • At 22 de fevereiro de 2007 às 18:22, Blogger zazie said…

    Até já há católicos a dar para o ateu, por isso...

    Cá para mim depende do grau de ideologia em competição. Nestas coisas espirituais costuma ser assim. Quanto mais coisa lá dentro, maior probabilidade de se confundirem os comandos.

    Mas acho que é caso ainda mais provável para os que têm ligação directa. Tipo modem sem fios.

    Mas é muito saudável que só tenham de responder perante a Igreja os que são membros dela: padres e monges. Que isto na Católica não é tudo pastor

    ";O))

     
  • At 22 de fevereiro de 2007 às 18:25, Blogger zazie said…

    e freirinhas, claro.

    O resto é tudo laico e por isso nem existem grandes comunidades de pastorícia oficial. Nem grandes rivalidades, pela mesma razão

     
  • At 22 de fevereiro de 2007 às 19:09, Blogger knit_tgz said…

    Diversidade na unidade.

    Nas coisas essenciais, unidade. Nas acessórias, diversidade. E em todas, caridade. Era assim, que eu me lembre.

    O que se passa é que, num país maioritariamente "nominalmente católico", temos muita gente que, se fosse séria (e perdoe-se-me julgar os outros), não se afirmaria católica. Não me venham dizer que 94% dos portugueses são católicos!

    Para se afirmar católico e não comunhar de nada ou quase nada do que a comunidade "praticante" (à falta de melhor palavra), é melhor ser verdadeiro e dizer-se: sou cristão mas não tenho denominação ou pertença a nenhuma Igreja (se for o caso).

    Não, não é possível ser católico budista, ou islâmico, ou ateu, ou (e sei que vou desencadear irritação de alguns) ser católico e ir contra tudo o que a Igreja prega. São condições necessárias (não suficientes) para ser católico acreditar no Credo e nos dogmas de fé (que não são assim tantos!). É também necessário, obviamente, crer que a Bíblia é a Palavra de Deus e que a Igreja (o corpo dos crentes em geral, mas em particular aqueles que, ao longo da história, mais tempo dedicaram à exegese e à condução dos crentes) é guia privilegiada na nossa caminhada individual, conduzida pelo Espírito. Que pode haver uma ou outra coisa em que discordemos? Claro que sim. Uma ou outra coisa. Não um montão de coisas. E não as essenciais. (Por exemplo: quem não acreditar que Jesus é Deus, não me parece que se deva dizer católico).

    Pelo menos foram estas as linhas-mestras que um padre me indicou quando eu, na minha caminhada de conversão, fui ter com ele e perguntei: "Em que é que tenho de acreditar para ser católica? É que não quero entrar na Igreja a enganar os irmãos".

    Claro que se não partilho do grosso das convicções doutrinárias (de fé, de moral, de prática) da Igreja católica, ninguém me obriga a ser católica.

    (Já agora: O que entendes por "lógica clerical defendida pela santa madre igreja de roma"?)

     
  • At 22 de fevereiro de 2007 às 19:13, Blogger knit_tgz said…

    E zazie, desculpa, mas perante a Igreja respondemos todos os membros dela, leigos e tudo. É por isso que me confesso a um sacerdote, porque acredito que os meus pecados ofenderam não apenas a Deus como à Igreja de que sou membro. E sempre é melhor que uma confissão pública à comunidade... :-)

     
  • At 22 de fevereiro de 2007 às 19:47, Blogger zazie said…

    Estava a falar de outra coisa, não percebeste.

    Eu nem me considero católica. Apenas simpatizante. A Igreja Católica não é apenas fé. É uma questão cultural e ainda bem. Mal estaríamos se não pudessemos defender um legado histórico e cultural por isso.

     
  • At 22 de fevereiro de 2007 às 19:50, Blogger zazie said…

    O que queria dizer é que nesse património da Igreja Católica não existem apenas pastores porque, ao contrário dos protestantes, a diferença e exigência é muito maior. Não é padre ou freira qualquer um e a exigência de afastamento do mundo faz a diferença.

     
  • At 22 de fevereiro de 2007 às 19:53, Blogger zazie said…

    Por isso é que é um disparate quem não cumpre os rituais religiosos dizer que tem problemas face à Igreja. Que Igreja é que pode exigir o que quer que seja a quem não é membro dela?

    Nenhuma! É uma grande aldrabice falar-se em pressões da Igreja sobre o povo. Ninguém te vai bater à porta a perguntar o que andas a fazer ou a pensar, ou porque motivo te dizes católico se nem vais à missa.

     
  • At 22 de fevereiro de 2007 às 19:58, Blogger zazie said…

    A história da confissão pública já não existe. Falei nela por causa do outro post em que não se percebia o que foi o carnaval. Os países em que a confissão privada tinha maior tradição que a pública tenderam a ter menor tradição de carnaval. Mas isso tudo já acabou há séculos.

    Estava apenas a meter-me com os protestantes
    Aquilo por lá foi mais um carnaval de ano inteiro com os anabaptistas de Munster. Aquele personagem teatral do Jean de Lyden é uma figura estranhíssima. E o movimento pendular entre "comunismo" herético, poligamia, amor livre e puritanismo ascético e capitalismo ainda mais
    ";O))

     
  • At 23 de fevereiro de 2007 às 17:45, Blogger knit_tgz said…

    :) Ok, cara zazie, percebi. Mas uma das coisas que a mim, como católica praticante (fraca e com muitos, muitos pecados de que me acusar, mas católica que reconhece a sua pertença a uma comunidade que tem também regras, donde católica praticante), me irrita mais (santa indignação ou ira de fariseia? Só Deus sabe, nem eu mesma o sei), é a porra (que me perdoem os amigos protestantes, sou nortenha e digo palavrões) dos "católicos culturais". Que se vão lixar com o catolicismo cultural! Que tenham a hombridade de se assumir! Que digam, como alguns amigos meus dizem: "sou ateu, mas sigo boa parte da moral católica", "sou agnóstico, mas o exemplo de Cristo inspira-me", mas não se digam católicos se não o são. Deus me perdoe, mas isto incomoda-me muito.

    Se ser católico pode ser tudo, então passa a não ser nada.

     
  • At 23 de fevereiro de 2007 às 18:16, Blogger zazie said…

    Era-me só o que faltava ter de responder pelos meus gostos a um católico passado! para isso já me bastam os ateus.

    Se eu nem me considero católica já para não melindrar ninguém, o que é v.s têm a ver com isso?

    Acaso vendem certificados? acaso ensinam a ter fé?

    Pois eu, à minha maneira, não tenho qualquer problema religioso mas sou capaz de defender muito mais a Igreja que muito apanhadinho da fé.

    A fé há-de ser coisa interior. Mas a Igreja e todo o seu património histórico e cultural não sobreviveriam pela fé. Nem pela ignorância, nem pela intolerância.

    Ainda bem que existem muitos "católicos" culturais! E quantos mais houver melhor. Porque, que eu saiba, os grandes problemas que a Igreja Católica no nosso país pode ter, vêm de dois lados:

    Da ignorância interna e da perseguição jacobina.

     
  • At 23 de fevereiro de 2007 às 18:21, Blogger zazie said…

    Este comentário foi removido pelo autor.

     
  • At 23 de fevereiro de 2007 às 18:24, Blogger zazie said…

    Quando leio para aí tanta contradição e tanta crítica vinda de dentro, por parte daqueles que querem fazer do catolicismo mais uma variante mundana, só penso na vantagem dos que apenas gostam da Igreja sem se imiscuirem nos seus assuntos.

    O que eu mais quero é que a Igreja Católica se aguente. E que todo o seu património histórico e religioso seja entendido e respeitado pelo mais vulgar cidadão. Infelizmente há crentes de tal modo ignorantes que nem isto entendem. E mais contribuem eles para o afastamento de muitas pessoas que os membros da própria Igreja.

    Nunca nenhum padre me disse o que a knit-tgz para aqui deixou escrito.
    Felizmente que não é membro da Igreja. Porque pessoas dessas, donas da fé, são perfeitamente dispensáveis.
    .........

    Deve ser por isso que nunca me dei com católicos mas consigo entender-me com qualquer bispo ou simples padre, desde que seja culto.

     
  • At 23 de fevereiro de 2007 às 18:55, Blogger zazie said…

    Este comentário foi removido pelo autor.

     
  • At 23 de fevereiro de 2007 às 21:42, Blogger knit_tgz said…

    Zazie, acho que houve um mal-entendido entre nós.

    Creio que não te julguei, te excluí ou te ofendi. Ou sequer me referia aos que como tu são não-católicos (acho que disseste que és não católica). Vou reler o que escrevi, peço-te que o faças, se puderes, com caridade.

    De modo algum quis falar como dona da fé. Repito o que escrevi noutro comentário: fé é entre cada um e Deus. Pertença a uma comunidade humana, essa já implica cumprir certas regras. Não me bastaria chegar aqui e dizer: "sou judia" para o ser e para ser reconhecida como tal pelos judeus. Não me bastaria dizer: "sou muçulmana" para o ser e para ser reconhecida como tal pelos muçulmanos. Já crer em Deus ninguém, a não ser eu e Deus, pode saber se eu creio ou não. E da minha (pouca) santidade, só Deus sabe, porque só Ele sabe dos motivos dos meus actos, omissões e pensamentos, bons ou maus.

     
  • At 23 de fevereiro de 2007 às 23:36, Blogger zazie said…

    Não há problema, eu também sou assim um tanto brutinha e nunca levo a mal quem é igual

    ":O)))

    Eu nem sei o que sou. Não digo que sou católica porque não tenho formação religiosa e apenas um gosto e uma pequena fé (intermitente)ehehe

    O David Lynch é que me compreendeu logo à primeira
    ahahah
    Verdade. falámos nisso quando ele criou o site e entendemo-nos às mil maravilhas. Há pessoas em que a fantasia é maior que a dita "espiritualidade" e a crença tem um cunho mais estético que nem precisa de formação doutrinária.

     
  • At 21 de junho de 2016 às 04:01, Blogger 柯云 said…

  • At 27 de junho de 2018 às 06:43, Blogger jeje said…

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