sábado, maio 29, 2010 |
JUSTIÇA |
"Tenho consciência de dever a todos e para sempre o amor? Faço justiça a Deus, dando-lhe tempo e espaço na minha vida? Com os outros, vou além da mera justiça, oferecendo também o perdão?"
(excerto de um documento do site http://www.abcdacatequese.com/)
timshel |
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quinta-feira, maio 13, 2010 |
Mulher, eis aí o teu filho |
Da cruz, recebestes uma nova missão. A partir da cruz ficastes mãe de uma maneira nova: mãe de todos aqueles que querem acreditar no vosso Filho Jesus e segui-l’O. A espada da dor trespassou o vosso coração. Tinha morrido a esperança? Ficou ou mundo definitivamente sem luz, a vida sem objectivo? Naquela hora, provavelmente, no vosso íntimo tereis ouvido novamente a palavra com que o anjo tinha respondido ao vosso temor no instante da anunciação: “Não temas Maria” (Lc 1:30). Quantas vezes o Senhor, vosso Filho, dissera a mesma coisa aos seus discípulos: Não temais! Na noite do Gólgota, vós ouvistes outra vez esta palavra. Aos seus discípulos antes da hora da traição, Ele tinha dito: “Tende confiança! Eu venci o mundo” (Jo 16:33). O reino de Jesus era diferente daquele que os homens tinham podido imaginar. Mãe nossa, ensinai-nos a crer, esperar e amar convosco. Maris Stella, Estrela-do-mar, brilhai sobre nós e guiai-nos no nosso caminho!
Carta encíclica Spe Salvi de Sua Santidade Bento XVI Dado em Roma, junto de São Pedro, no dia 30 de Novembro do ano 2007, terceiro do Pontificado
por cbs Etiquetas: Maria |
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terça-feira, maio 11, 2010 |
Na tormenta... |
Em breve o lado teutónico foi esquecido. Suave, delicado, grande intelectual, o novo Papa que sabia não poder contar com o efeito mediático de João Paulo II, nem fazer esquecer "o bom" Papa João XXIII (...) conseguiu fazer esquecer que era alemão e tivera o magistério da disciplina e vigilância da Igreja. Duas encíclicas encontraram um eco atento nos meios intelectuais católicos e, para além deles, em gente que não esperaria dele textos teológico-proféticos, como os de alguns dos seus famosos predecessores. Tranquilamente, esse grande teólogo e filósofo, a par do movimento de ideias da sua pátria, relembrou na ordem da exegese, e em termos originais relativamente à tradição, a leitura da mensagem cristã como Amor, renovando-a na sua semântica, ao ter em conta os laços estruturais entre Eros e Agape. (...) O mesmo fará na revisitação e explicitação da doutrina social da Igreja, o que surpreendeu - dentro e fora dos meios católicos - gente que há muito o tinha catalogado - nessa matéria em particular, mas também nos domínios da ética e dos costumes - como um dos Papas mais conservadores, uma espécie de Pio IX redivivo. O que é totalmente inexacto. E de súbito, como em simetria com a crise do Ocidente na ordem profana (economia, política e ética), sofrida pelo comum dos mortais como uma ameaça e um desafio ainda em curso ao tipo de civilização que é a nossa, abate-se sobre a Igreja uma espécie de vendaval ético-histórico, ampliado pelo mediatismo planetário, (...) o mais apto para atingir a Igreja instituição e a feri-la, não no coração da sua mensagem, mas na imagem que a define e caracteriza a sua missão "exemplar". Em nada, a título pessoal, Bento XVI tem a ver com esse escândalo, por ele mesmo descrito e sofrido como tal, mas foi sobre ele, sucessor de Pedro, que caiu o reflexo profano, mundano, desse fait-divers que não se parece com nenhum outro. É uma injustiça objectiva e ninguém o saberá melhor do que ele. A Igreja não é nenhuma barca angélica. Está no mundo e pertence ao mundo. Não existe para impedir o mundo de passar mas para santificar o mundo que passa. De resto, já tem no seu fundador o mais incontornável dos juízes.
Eduardo Lourenço, hoje no Público, dado pelo Rui passsado pelo cbs (vale a pena ler tudo)Etiquetas: Bento 16, Papa |
posted by @ 12:37 da tarde |
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sexta-feira, maio 07, 2010 |
Monguices V |
Sentir muito pelos outros e pouco por nós próprios, conter o nosso egoísmo e cultivar a indulgência, domesticar a nossa bestialidade e deixarmo-nos trespassar pela desrazão do Amor... aproximar a nossa natureza da perfeição Dele.
cbsEtiquetas: monguice |
posted by @ 10:07 da tarde |
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quinta-feira, maio 06, 2010 |
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O primeiro anjo pecou pois não viu que a liberdade é dada só para a busca não conquista da verdade
Agostinho da Silva, Quadras Inéditas, Ulmeiro 1997 por cbsEtiquetas: lucifer |
posted by @ 5:17 da tarde |
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segunda-feira, maio 03, 2010 |
Verdade e laicidade IV |
A tentativa de dissolução da religião na filosofia, busca no fundo o fim da secularização. De alguma forma, é o que Feuerbach nos finais do século XIX propunha na Essência do Cristianismo onde desmistificando a transcendência da religião, a reduzia à própria natureza do Homem. “Tu crês no Amor como uma propriedade divina porque tu próprio amas; crês que Deus existe, que é portanto um sujeito – o que existe é um sujeito, seja este sujeito determinado e designado como substancia, ou pessoa, ou essência, ou de outro modo qualquer – porque tu próprio existes, tu próprio és sujeito” p.29 “A fé no Deus que se fez homem por amor – e este Deus é o ponto central da religião cristã – não é senão a fé no amor, mas a fé no amor é a fé na verdade e divindade do coração humano)” p. 61 Ludwig Feuerbach, A essência do Cristianismo, Lisboa, FGG 1994
Creio que estamos em presença, já não apenas de secularização, entendida como separação do religioso e do laico - que a Teologia tentando a racionalização da Revelação, fundamento do religioso cristão, enceta ao quebrar o primitivo universo mítico integrador - mas na presença da laicidade, enquanto secularização dos próprios fundamentos do religioso. Mas a génese desta laicidade não estará também, na própria natureza do Cristianismo, como aventava Nietzche? “Ce qui est en question, c’est avant tout le processus d’hellénisation qui, en investissant le christianisme originaire, ressaisirait son fondement doctrinal et explicatif au sein d’une métaphysique de type platonicien se fondant elle-même sur la normativité de l’ultraterrestre a l’égard du terrestre: le processus entrainerait alors le christianisme avec soi dans ses aboutissements inévitablement nihilistes” Sergio Vattimo, Au-delà du Christianisme sécularisé, in La sécularisation de la pensée, Pris, éd. Du Seuil 1988, p.122
Neste sentido seria a filosofia, com o seu fim, a arrastar consigo a religião, e estaria a redenção daquela, na natureza específica da religião, nomeadamente a cristã. Na tragédia da cruz, caminho para a relação íntima do homem com Deus, ou seja, na experiencia religiosa mística residiria a ultrapassagem do niilismo, o que Franco Crespi (Perte du sens et experience religieuse) considera o non-sens da secularização. Não estará aqui a causa do ressurgimento dos fanatismos religiosos a que assistimos hoje? Contudo, a simbiose entre Revelação e Razão não se deu apenas no universo platónico, mas também, e sobretudo, com o aristotélico na sua expressão tomista. Os princípios do aristotelismo aplicados ao conhecimento de Deus, que é o da Revelação, são levados às últimas consequências na Suma Theologica. Na visão da Igreja, quer através da doutrina dos Concílios ecuménicos da época contemporânea, quer na dos papas, não existe pessimismo quanto ao futuro da dita simbiose, é confiando na razão e no “serviço” que esta pode prestar ao Cristianismo, que se assume a esperança da “salvação” da religião e, consequentemente a da civilização cristã. Mas é inegável que os fundamentos da civilização ocidental estão em mutação. E se se alteram as ideias-chave sobre as quais se construiu o edifício, não se poderão manter por muito tempo as ideias de Bem e de Mal, e consequentemente a axiologia de matriz cristã, que assim tende a perder sentido. E embora o termo laicidade tenha no seu étimo uma ligação explícita com o religioso, em relação ao qual se apõe e opõe, neste contexto a laicização fundamentaliza-se. Não é esta uma mera questão intelectual. Se ao nível do pensamento e, portanto, das ideias formuladas especulativamente, a aproximação entre o religioso e a laicidade está relativamente bem definida, o mesmo já não se pode dizer em relação à vivência – individual ou colectiva – do fenómeno religioso, e ao papel deste no interior dos estados laicos contemporâneos. Assim, o recrudescimento das religiões, nomeadamente da cristã, bem como a visibilidade das questões éticas, cada vez mais complexas, obriga-nos a uma reflexão profunda sobre os elementos que compõem o nosso fundo civilizacional.
Fernanda Enes por cbsEtiquetas: modernidade, Verdade |
posted by @ 11:37 da tarde |
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domingo, maio 02, 2010 |
Verdade e laicidade III |
O cepticismo não é uma realidade recente. Coexistiu com a convicção da possibilidade de conhecimento universal, quer por via exclusiva da razão, da razão com a fé, ou tão só da fé. O relativismo cultural, que se desenvolveu desde a expansão europeia, analisado pelos antropólogos e posteriormente teorizado pelos filósofos, acentuou a caminhada para o Niilismo. Ou pelo menos, para a desconfiança no paradigma da civilização ocidental, que a pouco e pouco vem sendo posto em causa. Razão e fé são as marcas desse paradigma, que a filosofia pós-moderna contestou ao ponto de pôr em causa a validade universal da própria razão. Quando alguns filósofos advogam o fim da filosofia, pondo em questão a possibilidade de conhecer, ou a validade do conhecimento, estamos em presença não apenas de uma critica à aliança entre Fé e Razão, ou da negação da validade racional da iluminação divina, mas de uma afirmação de contingência, total e absoluta, da natureza humana. Uma afirmação que atinge o cerne da Gnoseologia. Face a tudo isto somos levados à interrogarmo-nos: estará a esgotado o ciclo da universalidade, que emergiu no pensamento helénico e se desenvolveu na esfera do pensamento cristão?
Fernanda Enes por cbsEtiquetas: modernidade, Verdade |
posted by @ 11:27 da tarde |
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SANTIDADE: “Progredi na santidade?”. |
"Na minha vida, contento-me por fazer o mínimo, ou esforço-me por dar o máximo? Sou capaz do melhor, amando os inimigos, fazendo bem a quem me faz mal, dando a quem julgo não merecer? Ou sou, em tudo, igual aos piores? Luto pela santidade, no meu modo de ser, de pensar, de viver, de fazer, e de rezar?"
(baseado num documento do site http://www.abcdacatequese.com/)
timshel |
posted by @ 7:56 da tarde |
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sábado, maio 01, 2010 |
Verdade e laicidade II |
O papa João Paulo II via a propensão do pensamento contemporâneo para “sublinhar as suas (do Homem) limitações e condicionalismo” em vez de “orientar a sua pesquisa para o ser”. Estas limitações são causas de agnosticismos e relativismos “que levaram a investigação filosófica a perder-se nas areias movediças dum cepticismo geral” (Razão e Fé, p 11). O que o Papa criticava era a contestação, ou como diz, a desconfiança na Verdade. Nas suas palavras: “A legítima pluralidade de posições cedeu o lugar a um pluralismo (…). Como consequência, despontaram, não só nalguns filósofos mas no homem contemporâneo em geral, atitudes de desconfiança generalizada sobre os grandes recursos cognoscitivos do ser humano”
O relativismo, não só filosófico, mas cultural, constitui pois uma das dominantes da modernidade. Por outro lado, a quebra da unicidade da verdade religiosa, com a emergência de outros credos – até entre cristãos – disputando entre si o domínio da verdade absoluta, bem como a dissolução do seu horizonte no quadro da filosofia, põem em causa a simbiose entre a razão e a fé na civilização de hoje. De resto, a filosofia desde a sua libertação de “auxiliar da Teologia” tem-se centrado no Homem, como principio e fim em si mesmo (embora no racionalismo iluminista se lhe atribua validade universal) tendendo progressivamente para o cepticismo niilista.
Fernanda Enes por cbsEtiquetas: modernidade, Verdade |
posted by @ 9:37 da tarde |
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Verdade e laicidade |
É difícil definir modernidade e consequentemente pós-modernidade. A modernidade iniciada pela cultura do renascimento, bem como pela filosofia racionalista de cariz cartesiano, da afirmação do individualismo e do naturalismo, toma conotativamente o sentido de secessão com o religioso. O Homem passa a ser o ponto de referência em torno do qual se organiza todo o conhecimento.
“La modernité, pour nous, c’est tout ce qui relève de l’émergence du monde démocratique e de la séparation d’avec le religieux; c’est donc ce qui participe de la fin du théologique-politique… La modernité est le lot spirituel presque obligé de nos sociétés laïques e démocratiques.” André Comte-Sponville-Luc Ferry, La sagesse des modernes, Paris, Robert Laffont 1998
Neste âmbito, o pensamento contemporâneo, herdeiro do racionalismo iluminista que pugnava pelo ataque à Revelação como superstição volteriana – écrasez l’infame – advoga para a filosofia o papel de secularizar a religião – a dissolução da religião na filosofia. Esvaziada da dimensão transcendental, da componente da Fé, a religião fica cingida à própria razão. Deus é “recriado” à imagem e semelhança do seu criador – a razão. Efectiva-se o axioma helénico, transformado em leit-motiv pelo humanismo renascentista – o Homem como medida de todas as coisas. A pós-modernidade, por seu turno, leva ao paroxismo aquela centralidade, mas retirando ao próprio homem validade universal. Tudo é contingente, tudo é relativo, abrindo-se assim as portas ao Niilismo.
Fernanda Enes mais ou menos por cbsEtiquetas: modernidade, Verdade |
posted by @ 6:37 da tarde |
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Monguices IV |
Quando rezares ao Pai, não peças, agradece. Agradecendo estamos a reconhecer a realidade, antecipadamente. E esse reconhecimento é a mais forte afirmação de fé, uma certeza de que mesmo antes de pedir, o pedido já foi atendido. E quando se diz que uma oração não foi atendida, o que aconteceu foi que o pensamento perdeu a fé, tornou-se mecânico, instrumental. Em vez de pensar que Deus dirá sim, percebamos intuitivamente que o pedido, ou não é justo, ou não é necessário, que não é um pedido, mas um reconhecimento e uma afirmação.
Ele é o Criador, mas não faz e desfaz as circunstâncias da nossa vida, somos nós que as criamos através do poder que nos deu. Neste sentido, a vontade do Pai para a minha vida, é aquilo que eu quiser, sou eu o responsável. Ele sabe o que está no meu coração, e é isso que aparece como a minha realidade, não posso mentir a mim mesmo. Se acreditar Nele, o que quero já existe, mesmo antes de o pedir. Porque escolhi a Sua vontade (ou não), e tudo quanto pedir em Seu nome será feito (ou não). Aí o segredo da oração, julgo eu... por cbsEtiquetas: monguice, oração |
posted by @ 3:27 da tarde |
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