sábado, maio 01, 2010
Verdade e laicidade
É difícil definir modernidade e consequentemente pós-modernidade. A modernidade iniciada pela cultura do renascimento, bem como pela filosofia racionalista de cariz cartesiano, da afirmação do individualismo e do naturalismo, toma conotativamente o sentido de secessão com o religioso. O Homem passa a ser o ponto de referência em torno do qual se organiza todo o conhecimento.

“La modernité, pour nous, c’est tout ce qui relève de l’émergence du monde démocratique e de la séparation d’avec le religieux; c’est donc ce qui participe de la fin du théologique-politique… La modernité est le lot spirituel presque obligé de nos sociétés laïques e démocratiques.” André Comte-Sponville-Luc Ferry, La sagesse des modernes, Paris, Robert Laffont 1998

Neste âmbito, o pensamento contemporâneo, herdeiro do racionalismo iluminista que pugnava pelo ataque à Revelação como superstição volteriana – écrasez l’infame – advoga para a filosofia o papel de secularizar a religião – a dissolução da religião na filosofia. Esvaziada da dimensão transcendental, da componente da Fé, a religião fica cingida à própria razão. Deus é “recriado” à imagem e semelhança do seu criador – a razão. Efectiva-se o axioma helénico, transformado em leit-motiv pelo humanismo renascentista – o Homem como medida de todas as coisas.
A pós-modernidade, por seu turno, leva ao paroxismo aquela centralidade, mas retirando ao próprio homem validade universal. Tudo é contingente, tudo é relativo, abrindo-se assim as portas ao Niilismo.

Fernanda Enes mais ou menos por cbs

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