quinta-feira, março 04, 2010 |
Um pequeno 'disclaimer' que já urgia aqui. |
A Zazie diz algo a que sou muito sensível e que sempre me fez espécie enquanto deambulava pelas periferias do centro do Cristianismo que se acha na Santa Sé:
"Eu quero saber se a Igreja com quem simpatizo aceita isto [inserir política progressivista de extrema-esquerda] de um fiel.
E digo-te que se o aceitar, para mim acabou-se e a Igreja Católica estará definitivamente cortada."
Ela elabora:
"Duvido que o Papa defenda e aceita um fiel a defender literalmente isto [inserir política progressivista de extrema-esquerda] - donde me restará sempre o Papa como base duma Igreja que tenho desejo de me aproximar mais."
No fim, remata:
"Nem um pé mais avanço para uma instituição que possa ter-se tornado numa vergonha tamanha que qualquer ateu bem formado renega'.
Respondendo: por estes mesmos receios e pressupostos me pude manter ateu e não-Católico durante tanto tempo. Católicos de cafetaria, não-praticantes e mal-praticantes sempre foram a minha melhor desculpa para blasfemar a Igreja: eles serviam a melhor prova de que tal instituição não era para ser tomada a sério, visto que nem os seus acreditavam no que criam. Via a hipocrisia de quem põe Terço e látex; de quem confessava antes da Eucaristia os seus pecados e confessava os pecados do outros depois desta; de quem fazia vénias ao Papa e ao político do 33º grau do Grande Oriente Lusitano em contra-agenda à Santa Sé; a quem tudo isto lhe fazia sentido: Avés e candomblés, Catecismo e onanismo, Sagrada Escritura e tarada fissura, etc etc.
Os Católicos que fazem excepções conscientes ao seu Catolicismo (fenómeno também conhecido por 'heresia' ou 'apostasia') estão, por conveniência mediática e para exemplo de propaganda negra (aquela que se faz passar por aquilo a que se opõe), na fachada da parte mais visível da Igreja visível, pois fazem-se visíveis. O catecúmeno quer Cristo, mas lá estão já eles de braços benvindores para o receber na tertúlia das periferias iscarióticas; o crente quer comunhão com quem se senta na Cátedra de S. Pedro, mas estes se oferecem para comunhão com as opiniões deles e as suas várias nuances interpretacionais do Magisterium Dixit que soam com maior objectividade e literalismo à última moda da agenda do Bloco; o recém-Cristão quer a Bíblia, mas é recebido por estes altos críticos com inúmeras alegorizações e reinterpretações do Texto Sagrado que são todas menos a mais óbvia. Toleram toda a diversidade menos uma que seja unívoca; desejam toda a tolerância piedosa aos desviados desde que esta não inclua os 'farisaicos' tradicionalistas; ecumenizam tudo, menos o que tenha pretensão de Verdade (que nunca é moralmente mais pretensa que a deles que tudo inclui, em especial as contradições).
À Zazie, e em nome dos Católicos que acreditam no que crêem, tomando forte o testemunho dos poucos fiéis Papistas deste blogue (cujo testemunho, caso do Luís Sá, me trouxeram à plenitude da Fé) digo: o Dogma não muda. O Papa, sob Cristo, rege. A Igreja nunca mudará. A Esposa do Senhor é fiel e não O trai. Como Cristo prometeu, as portas do Hades não resistirão à Sua expansão. Os bispos Kungs aborcionistas, pró-gay, pró-contracepção, pró-ordenação de mulheres e o que mais lhes levante o rabo a jeito da pica do espírito da época sempre terão nos Bentos XVIs da nossa Sé uma anulação dos seus ofícios e ameaças de excomunhão.
Quem quer essa 'outra' igreja, vá, por exemplo, para igreja anglicana - ou o que resta dela. Verá muitos lugares vazios e um enchorrilho de gente com coluna vertebral a sair em êxodo para Roma (os 'fariseus'). Lá, terão a fé cor-de-arco-íris que anseiam e o desrespeito e descrédito do Mundo, que não vê nela nada de diferente ao que já tem, nada da salinidade do Sal da Terra e só trevas e incerteza em lugar do que devia ser a Luz do Mundo e a relevância que é Cristo - não uma à custa dEle.
Nuno Fonseca Aquila Non Caput Muscas |
posted by @ 9:03 da tarde |
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12 Comments: |
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Há gente mais papista que o papa. . Caolicismo confundido com papolatria. Mas claro que o Papa Alexandre VI abençoaria desde já este post profético a absolutamente impoluto. ( Obviamente teria tambéma benção papal de Papa Inocêncio IV e seguidotes, sem bem que antes mandasse torturar um bocadinho o seu autor para ter a certeza que o Nuno não é um "cristão-novo - pois não há que brincar com a pureza doutrinária e a Ad extirpanda é bastante explícita mas isso seria um pequeno pormenor - passadas as justificadas dúvidas inquisitoriais, o nuno ( ou o que restasse dele) iria concerteza beijar os pés dos papas e dos seus numerosos filhinhos ( ou filhinha, no caso do bórgia) Enfim.Uma alegria ecuménica.
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Eu não estou a brincar com esta trampa.
Isto vai mais longe que qualquer teologia da libertação.
O que está em causa é saber se a Igreja portuguesa já tem padres e bispos a baixarem as calças à mais sórdida e kafkiana subversão dos costumes por imposição da lei jacobina e uso de truques processuais que fazem do ser humano um boneco nas mãos desta ditadura da lei.
E nem é o Estado que o faz. São partidos políticos que conseguem tornar o Estado cativo de alterações de lei feitas por meia dúzia de gente sem escrúpulos.
A minha pergunta é genuína pelo seguinte.
Li e estou a par de grupos de pessoas que se auto-nomeiam católicos e que militaram pela agenda fracturante da aplicação pacote zapatero à nossa realidade.
O timing é sempre ditado pela agenda dos votos. Primeiro o aborto, depois o casamento homossexual- com as alterações de lei que causaram o imbróglio em que se está- uma vez que o que a agenda quer até já foi aprovado como pedagogia do Ministério para todas as escolas- publicas e privadas do nosso país- querem a dita família alternativa- pelos modos que eu expliquei nos comentários.
Ora das duas, uma. Ou há entidades religiosas que estão a negar toda a doutrina cristã e católica e desrespeitar as directivas do Papa, ou há gente que se diz católica que está a viver pior que um ateu- porque o que defendem só alguém mal formado, sem escrúpulos e meramente proselitista que nem olha a meios para atingir fins, o pode defender.
E isto significa que em tendo a resposta para esta dúvida (nunca a tinha pensado de forma tão clara como esta treta que por aqui aconteceu me levou a pensar)- vou compreender o que não tenho conseguido compreender até agora.
Se são os militantes que fanaticamente desobedecem e sabem que estão em falta para com a Igreja que ainda temem- está compreendida a raiva de endemoninhados com que atacam quem lhes desmonta a nojeira das causas.
Se for a Igreja portuguesa que já fez esta cedência, então é demasiado grave.
E, se assim for, só lamento também não ter vindo para a rua.
Porque 5 mil são poucos. Vão ser precisos milhares para correr com este nojo que está a terraplanar e a manietar as comunidades e o seu grande último reduto de moral e ordem natural- a Igreja Católica entrosa na História do nosso povo.
Portugal ainda é um país independente e toda a nossa história foi feita sob a égide do cristianismo.
Não há-de ser quem anda com o rei na barriga por ter feito saque ao poder que vai ser napoleão a destruir um país por julgar que todo o mundo é seu e que a História começou no dia em que nasceram.
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Zazie, tem calma. 'Eles' não falam pela Igreja. Nem a nível nacional. Ainda poderá haver liberalóides escondidos nas freguesias que lá passam despercebidos pela pequenez da paróquia, mas são velhos jarretas que não estão a passar essas teologias ultrapassadas do séc. XX à próxima geração, que, como eu, já não bebe o KoolAid deles. Vão morrer juntamente com a cultura de morte que defendem. Só com sorte estarão no Purgatório.
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Se ajuda, o fenómeno não é só português... Nos EUA e Canadá há os 'Catholic for a choice', e alguns outros - http://www.cta-usa.org/COR.html - mais uns lobos vestidos de cordeiros
Alguns desses grupos tomaram nível internacional como os 'We are Church' / 'Nós somos Igreja'. e o objectivo é reformar completamente a Igreja conforme os ideais das teorias de género e orientação sexual.
O problema, é que para além de fazerem muito barulho, todo o discurso na linguagem de direitos é difícil de desmontar, e para além disso têm uma influência grande junto de organismos das nações unidas.
E sim... 5 mil são poucos. Mas como dizia uma maẽ no final de uma conferência de um congresso sobre a família na UCP algures no ano passado: "quando se quer dar de comer a uma criaça uma sopa que ela não gosta muita, tem de ser colher a colher, devagarinho", para mostrar que todas esta políticas têm entrado também devagarinho, em qq dos países: aborto, primeiro só poucas semanas, as leis do divórcio, agora casamento.
Se fizessem tudo de um só momento não enganavam ninguém... assim com pele de cordeiro é bastante mais fácil...
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Para mim resume-se sempre tudo ao mesmo- a partir do momento em que aparecem "instituições"; "organizações"; grupos de pressão, e por aí fora, por mais bonitos que possam parecer os ideais, o que acontece é a fraude e mentira para domesticar a consciência de cada um.
Por isso, nunca houve problema enquanto as sociedades souberam manter as suas liberdades e autonomias centradas nas figuras tutelares da moral- os que servem a Igreja.
Tudo isso acaba a partir do momento que se quer uniformizar em nome do Estado.
Não existe moral totalitária contra a tradição histórica e muito menos por imposição à consciência de cada um.
Esta fraude nem é feita pelos possíveis interessados- é feita por militantes que se auto-nomeiam representantes de milhares de pessoas que nunca lhes outorgaram nada.
E, a partir do momento em que se cria a instituição e a militância da causa, em serviço de abstracções institucionais e lobbies cada vez maiores e sem cara, só se pode ter oportunismo da pior espécie.
O grande combate do momento não consiste em fazer avançar nenhuma causa nova ou minoria com necessidade de reconhecimento-
para isso temos a propaganda diária, até na novela da noite; o grande combate consiste em resistir a esta dissolução da Ordem e da necessária autonomia das comunidades face à mentira do Poder e da Lei decretada por lobbies.
Quem não vê isto, já perdeu toda a lucidez.
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Mas há um fenómeno que me intriga.
Eu tenho um problema visceral- desde que me conheço- com os grupos.
Nunca o consegui ultrapassar. É mesmo aversão a tudo o que possa parecer matilha ou marcha em uníssono.
Mas, por natureza, por muito anarca que seja e por muito que goste do pensamento e da postura iconoclasta, sou naturalmente conservadora- no bom sentido- prefiro sempre a manutenção e preservação do que existe e se aguenta há milhares de anos e que tem provas dadas ao longo das gerações.
Se a mudança não é necessária, então penso sempre que é bom que não mude.
Porque o pilar de toda a estabilidade e sabedoria está na Ordem, não está no desnorte nem no Caos.
Ora, se eu consigo a iconoclastia do pensamento com um suporte de Ordem e tradição genuína por trás, é óbvio que também naturalmente não seja com as directivas de uma instituição milenar que eu sinta desfazamentos ou necessidade de a negar.
Com isto sucede que o que para mim se torna logo evidente como frágil e passível de impostura é a moda- é o que aparece por decreto- o que nem tem experiência nem provas dadas; o que funciona por força do megafone de grupelhos ignorantes e por agit prop político-partidária.
Pois bem- o que não consigo entender é a posição absolutamente inversa a esta e que aqui foi testemunhada pela Bluesmile, pela MC, e também pode ser testemunhada, ainda que de forma mais fraca e sem terrorismo de certezas- pelo cbs e até pelo Vitor-
esta:
A de conseguirem mais facilmente negarem a tradição de uma instituição milenar em prol de uma qualquer novidade laica de moda duvidosa e sem sustentação maior que a brutal necessidade de deitarem abaixo toda a Ordem existente.
Isto não entendo- Não entendo o que os move. Nem entendo a inteligência dessa necessidade de desordem quando até têm uma dedicação religiosa muito mais profunda que eu tenho.
Há-de ser o tal fenómeno do efeito do "novo"; da "História prá frente- sempre em nome de progressos de ideais- sempre em nome de bandeiras de luta- até à utopia última do fim do História.
De outro modo não entendo. Porque eles largam tudo o que é sólido em prol do nada.
Com a agravante estranha de esse "nada" que traduzem por "sensações" como essa "sensação que afinal nem é preciso para nada, ter-se por pai e mãe um homem e uma mulher, porque têm a sensação que é uma mentira histórica" etc,etc. essas sensações com zero de estruturação teórica são as que comandam o derrubar de tudo o que é Ordem.
E em nome delas deixam-se manipular pela única coisa sólida em que se inscreve toda a desordem- pela casuística totalitária do Estado, quando este também fica cativo da mesma ideologia revolucionária.
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errata no tempo verbal:
A de conseguirem mais facilmente negar a tradição
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Em encontrando a frase do Denzil Dexter largo-a aqui.
Ele conseguiu dizer tudo o que há a dizer acerca do único sentido a preservar na procriação.
E disse-o sem fugas para palavras ou transformação da questão nessa palhaçada que desvia para "figuras paternas e maternas" ou para meros nomes que tanto servem para se dar "à tia ou ao tio, ao pai ou à mãe".
Não é nada disto. Não são meras palavras que fazem a atribuição de parentesco.
Do mesmo modo que em nada são chamados direitos de homossexuais para se fazerem inviáveis alterações de atribuição de parentesco. ...........
E, o que eu nunca compreenderei já o enunciei- a facilidade com que conseguem derrubar o que é sólido, sensato, natural, viável, que existe desde que o mundo é mundo, em troca da obediência cega e acrítica a disparates de Lorettas Monty Python com proselitismos que inventam necessidades onde elas não existem.
A resposta a isto vejo-a no velho diagnóstico que o Walter Bejamin já havia feito, inclusivé partindo do marxismo.
A eterna ideia de História como movimento ascendente, em direcção a um futuro utópico, cujo motor é sempre um justicialismo de causas de lutas.
E isto porque não conseguem olhar para o passado em função de civilizações e sociedades. O passado é sempre a matriz caótica que urge negar para impor a justiça e a igualdade em falta desde o Génesis.
E tem sido com esta patranha que têm criado as maiores aberrações sociais.
Sempre com a fezada que o que é velho é inútil e que tudo precisa de ser alterado para se corrigir o plano da Criação que veio com erros socais de matriz.
E depois querem até corrigir o que é natural diferença biológica e que nunca poderá ser ultrapassada sem se destruir a natureza.
Chamam desigualdade à diferença biológica entre os sexos.
E devem considerar que Adão e Eva foi um erro fascista e homofóbico do Criador.
Devia existir uma criação alternativa à partida- feita como os caracóis ou por partogénese andrógina.
Agora com a lei querem emendar o erro divino.
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Há gente mais papista que o papa.
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Caolicismo confundido com papolatria.
Mas claro que
o Papa Alexandre VI abençoaria desde já este post profético a absolutamente impoluto.
(
Obviamente teria tambéma benção papal de Papa Inocêncio IV e seguidotes, sem bem que antes mandasse torturar um bocadinho o seu autor para ter a certeza que o Nuno não é um "cristão-novo - pois não há que brincar com a pureza doutrinária e a Ad extirpanda é bastante explícita
mas isso seria um pequeno pormenor -
passadas as justificadas dúvidas inquisitoriais, o nuno ( ou o que restasse dele) iria concerteza beijar os pés dos papas e dos seus numerosos filhinhos ( ou filhinha, no caso do bórgia)
Enfim.Uma alegria ecuménica.