segunda-feira, janeiro 25, 2010 |
Nossa Senhora das Coisas Impossíveis |
Vem, Noite silenciosa e extática, Vem envolver na noite manto branco O meu coração...
Todos os sons soam de outra maneira Quando tu vens. Quando tu entras baixam todas as vozes, Ninguém te vê entrar. Ninguém sabe quando entraste, Senão de repente, vendo que tudo se recolhe, Que tudo perde as arestas e as cores, E que no alto céu ainda claramente azul Já crescente nítido, ou círculo branco, ou mera luz nova que vem, A lua começa a ser real.
Vem, cuidadosa, Vem, maternal, Pé ante pé enfermeira antiquíssima, que te sentaste À cabeceira dos deuses das fés já perdidas, E que viste nascer Jeová e Júpiter, E sorriste porque tudo te é falso e inútil.
Vem sobre os mares, Sobre os mares maiores, Sobre os mares sem horizontes precisos, Vem e passa a mão pelo dorso da fera, E acalma-o misteriosamente, Ó domadora hipnótica das coisas que se agitam muito!
Momento de paganismo cristão, ao qual me licencio; e que mo perdoem os reformadores, que deixam romanos ao abandono nesta Cíbercatedral. cbs (auxiliado por um Álvaro etílizado)Etiquetas: Álvaro de Campos, Maria |
posted by @ 10:27 da tarde |
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4 Comments: |
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tens mesmo a certeza que o Álvaro é que estava etilizado? ;) quanto a paganismos e etc retomados, da data de Natal a quartas-feiras de cinza e etc, sempre foi uma rica e funda tradição cristã; renovar todas as coisas não é aniquilá-las, precisamente. abraço, bom fim de semana
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Vítor :) pois eu também acho que a boa tradiçao cristã é a que inclui, não a que exclui. Mas precisamente por isso, tenho sempre que pedir desculpa aos nossos manos rezingões, lol
quanto ao Alvaro, nao temos duvida. Todas as nôtes o Fernando lhe levava aquela garrafita poética. Parece k até tinha um ritual com o taberneiro. bom fim de semana (eu agora é só faces. tenho que me compôr pra voltar ao blog)
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Sobre renovação/redenção de elementos pagãos: o prefixo grego 'ante-' (latinizado: anti-), não só denota aversão/antagonismo mas também apropriação/transferência. Ou seja, dizer que o Cristianismo tomou o 25 de Dezembro dos pagãos não é dizer que o Natal é pagão, mas que é, sim, anti-pagão; pois, ao celebrá-lo, o mundo esqueceu o que raio é o 'dia do Sol invicto', as 'saturnálias', etc. Tudo coisas que o Inominável de Israel já tinha feito com o Pentecostes e o Festival das Luzes.
O Reino de Deus conquista e ganha terreno pelo amor; mas, irra: conquista e ganha terreno na mesma. Afinal, se Deus não gozasse os seus loles [expressão que pretendo cunhar e difundir] subvertendo o paganismo, não salvaria nenhum de nós, todos pagãos e gentios até ao tutano desde nascença.
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Que bela poesia! Por algum motivo acredito que uma boa parte de Deus é pura poesia. Independentemente dos seus desvarios. Mas só a poesia poderia compreender o amor (ou vice-versa).
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tens mesmo a certeza que o Álvaro é que estava etilizado? ;) quanto a paganismos e etc retomados, da data de Natal a quartas-feiras de cinza e etc, sempre foi uma rica e funda tradição cristã; renovar todas as coisas não é aniquilá-las, precisamente. abraço, bom fim de semana