quinta-feira, janeiro 07, 2010
Um moratorium.
Resolvi, por precaução, fazer um pequeno moratorium para melhor estudar a história da Igreja e a reler certas passagens bíblicas cruciais, suspendendo, por ora, qualquer decisão. Faço-o a pedido de irmãos de fé preocupados, a quem devo uma pensada reconsideração em câmbio pela preocupação insistente e sincera que me mostraram.

Por vezes, vejo-me a desejar ter uma fé mais kierkegaardiana e a simplesmente não racionalizá-la (ou pelo menos não tanto). Porém, foi a pensar que me converti; e nada me faz crer quem quem ama a Deus 'de toda a alma' e 'de todo o coração' deva abster-se de o fazer 'de todo o entendimento' (Mt 22:37).

Nuno Fonseca
posted by @ 10:56 da tarde  
19 Comments:
  • At 7 de janeiro de 2010 às 23:12, Blogger zazie said…

    ehehehe

    Eu não disse que nem dava tempo para inventar novo personagem.

    Estava a contar a uma amiga minha a conversão do Rambo Evangélico e venho cá e post estava apagado.

    Mas foi tolice porque se lê nas calmas na cache do Google.

    Sabes o que me apetece dizer que aposto que mais ninguém diz- o teu problema não é religioso e o "papa" que te falta é outro.

    E daí passares a vida a "matar" o mestre.

     
  • At 7 de janeiro de 2010 às 23:14, Blogger zazie said…

    Tu estás numa posição lixada desde o início.

    Sem querer entrar em nada que é privado e não me diz respeito, nota-se que fizeste uma asneira que ninguém faz- sem teres sequer "família" evangélica- no sentido de uma tradição de antepassados, deste em saltar do ateísmo para uma crença que nem é nossa.

    Andas por empréstimo num clube que não é o teu.

    E deve ser lixado largar um clube desses- sem outro por perto que se lhe aproxime.

     
  • At 7 de janeiro de 2010 às 23:17, Blogger zazie said…

    E os católicos não têm clubes, a menos que se entre em coisas mais fechadas como a Opus Dei.

    Os católicos também não oferecem carreira a ninguém e não alternam missas na garagem e pastorícia com carreira artística.

     
  • At 7 de janeiro de 2010 às 23:21, Blogger Nuno Fonseca said…

    O post não foi apagado. Está guardado. Quando/se se justificar será reposto.

    Pensa o que quiseres. Talvez tenhas razão na tua avaliação psicobiográfica. Não tenho fundação familiar. Vou tendo-a em amizades e é por estas que vou ter calminha nisto.

     
  • At 7 de janeiro de 2010 às 23:22, Blogger Nuno Fonseca said…

    O low-blow a gente alheia à conversa é que foi excusado.

     
  • At 7 de janeiro de 2010 às 23:35, Blogger zazie said…

    Não foi a gente alheia. Se vez lá apenas o Tiago é problema teu.

    Pelo que contaste já "mataste" muitos mais mestres antes de teres chegado a este.

    Mas eu entendo que a tua posição deve ser muito penosa.

    E acredito que tenha uma boa carga de verdade teórica.

    Mas tens um grupo fechadíssimo e fora dele não vais encontrar outro que se aproxime, a menos que te metas na política.

    De qualquer forma, já te tinha dito para ires devagar porque ninguém passa de uma coisa ao seu oposto sem fazer travessia no deserto primeiro.

    Caso contrário ias passar a vida a combater o teu antigo duplo.

    É isso que acontece com todos os reconvertidos, tipo JPPs e quejandos.

    Mas, se queres ser português, claro que precisavas de ser ateu ou católico.

    Protestantismo cá é coisa de minoria com enorme tradição familiar.

    Serás sempre um estrangeiro, por muito que te esforces em seres o mais puro e ortodoxo.

     
  • At 7 de janeiro de 2010 às 23:38, Blogger zazie said…

    Vês, phónix!

    Fica cool. A religião não é tudo e pode ser um perigo se a vida fica toda "religiosa"- sem espaço para mais nada.

     
  • At 7 de janeiro de 2010 às 23:43, Blogger Luís Sá said…

    Caro Nuno,

    Numa coisa calvinistas e católicos concordam, e digo-te isto exortando-te como irmão na fé (no mais lato sentido de fé cristã), a falta de estabilidade e permanência é aniquiladora de qualquer vivência profunda. Dizia S. Bento na sua regra:

    "The fourth kind of monks are those called Gyrovagues.
    These spend their whole lives tramping from province to province,
    staying as guests in different monasteries
    for three or four days at a time.
    Always on the move, with no stability,
    they indulge their own wills
    and succumb to the allurements of gluttony,
    and are in every way worse than the Sarabaites.
    Of the miserable conduct of all such
    it is better to be silent than to speak."

    E dizia Spurgeon:

    "It is a great thing to begin the Christian life by believing good solid doctrine. Some people have received twenty different "gospels" in as many years; how many more they will accept before they get to their journey's end, it would be difficult to predict. I thank God that He early taught me the gospel, and I have been so perfectly satisfied with it, that I do not want to know any other. Constant change of creed is sure loss. If a tree has to be taken up two or three times a year, you will not need to build a very large loft in which to store the apples. When people are always shifting their doctrinal principles, they are not likely to bring forth much fruit to the glory of God. It is good for young believers to begin with a firm hold upon those great fundamental doctrines which the Lord has taught in His Word." (A Defense of Calvinism)

    Não te conheço suficientemente bem para avaliar, mas parecem-me tudo dúvidas muito cerebrais e pouco vivenciais, como que se vivesses desligado de qualquer comunidade concreta (e sempre insisti, mesmo com os católicos daqui, que essa ligação é essencial). Poucas coisas contríbuem mais para a nossa humildade que permanecermos numa comunidade que vai conhecendo as nossas fraquezas e cujas fraquezas vamos conhecendo. Assim fez Jesus com os apóstolos, fundando uma comunidade permanente. Nada é mais bíblíco.

    Mas enfim, ninguém me nomeou director espiritual. Oro por ti,que Deus te dê descernimento, e peço que faças o mesmo por ti. E se eventualmente te quiseres ligar a uma comunidade católica concreta, posso encaminhar-te pessoalmente para gente de grande solidez doutrinal e intelectual (além de bons cristãos) que estão à frente da catequese de adultos em paróquias conhecidas em Lisboa. Agora católico ou evangélico free-lancer não levo a sério (e foi uma das razões pelas quais saí deste blog, a ala católica, com excepções, é demasiado free-lancer para que possa ter interesse).

    Mas estou provavelmente a ser injusto. Perdoa-me se assim o for.

    Oremos uns pelos outros.

    Em Cristo,

    Luís

     
  • At 7 de janeiro de 2010 às 23:49, Blogger cbs said…

    :) Luis...

     
  • At 7 de janeiro de 2010 às 23:49, Blogger zazie said…

    é curioso como o Luís consegue ver necessidades que eu desconheço.

    Mas é capaz de ter razão.

    O meu problema é o inverso- tenho fobia aos grupos e temo que a minha "fé natural"- com bruta ligação à natureza se perca.

    Mas, no meu caso foi precisamente por ser simpatizante sem formação, nem negação.

    Assim como os animais- cheguei um niquinho lá perto. Mas falta a congregação, falta praticamente tudo, tirando a missa que é comunitária mas não precisa de grupo.

     
  • At 7 de janeiro de 2010 às 23:51, Blogger Nuno Fonseca said…

    Ambos disseram muito que me soa demasiado a verdadeiro para ser ignorado.

    Obrigado. Vou pensar muito nisto.

     
  • At 7 de janeiro de 2010 às 23:52, Blogger Hadassah said…

    Hello!

    "Protestantismo cá é coisa de minoria com enorme tradição familiar.

    Serás sempre um estrangeiro, por muito que te esforces em seres o mais puro e ortodoxo."

    No protestantismo original quase mais valia a família espiritual que a "carnal"... seria difícil algum novo crente sentir-se estrangeiro...é verdade que o chamado "primeiro amor" tem arrefecido...mas quase que aposto que o Nuno se sente em "casa".

    P.S. - Luís és o Antony?

     
  • At 7 de janeiro de 2010 às 23:52, Blogger zazie said…

    Os católicos que eu gosto são "despastores".

    Estou como o Groucho. Só aceitaria pertencer a um grupo que não me aceitasse.

    A menos que o guia fosse um desfazedor de rebanhos

    ehehehhe

    Não me estou a fazer ao catolicismo on the rock's


    ":O))))

     
  • At 7 de janeiro de 2010 às 23:56, Blogger zazie said…

    Hadassah- sabes bem que não é assim e bastava contares pelos dedos quantos tugas deram em protestantes sem ser por "herança" familiar.

    Eu acredito que até existem famílias espirituais.

    Mas as vossas são, acima de tudo, famílias de sangue.

    Daí os casos a dar para dramático dos que largam a tradição.

    E esses passam o resto da vida a remoer a "orfandade".

    Tens o exemplo do Samuel o Cantigueiro (só para falar em gente que também passou por aqui nas caixinhas).

     
  • At 7 de janeiro de 2010 às 23:57, Blogger Luís Sá said…

    Errata:

    "Oro por ti,que Deus te dê descernimento, e peço que faças o mesmo por mim "

    Hada: Sou!

     
  • At 7 de janeiro de 2010 às 23:59, Blogger zazie said…

    Seria mais simples se ele tivesse tradição de crença católica na família próxima e depois, de católico, passasse para protestante.

    Aí podia haver qualquer exegese teórica com mais sentido.

    Agora de ateu ferrenho, filho de ateus ferrenhos, passar para evangélico e encontrar aí a "família" sendo ainda um puto?

    Estás a brincar!

    É o mesmo que ser filho de "fascistas" e dar em militante do PCP antes do 25 de Abril.


    Nunca largam o partido. Têm de ser expulsos à força.

     
  • At 9 de janeiro de 2010 às 00:30, Blogger Hadassah said…

    Antony fico contente pelo teu reaparecimento.

    Sentiu.se a falta das tuas posições católicas muito "equilibradas"... ;)

     
  • At 9 de janeiro de 2010 às 11:39, Blogger cbs said…

    ele tá entre nós, Hadas, mas é tão breve :/

     
  • At 13 de janeiro de 2010 às 18:16, Blogger Conhecereis a Verdade said…

    Também há casos semelhantes em sentido contrário. David Waltz um apologista que se dedicava no seu blog a defender as doutrinas romanas deixou o catolicismo

    Eis o anuncio dele http://articulifidei.blogspot.com/2010/01/solemn-announcement-but-with-no-thanks.html

     
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