|  sexta-feira, outubro 17, 2008  | 
           
          
            |   Bíblia à mão   | 
           
          
            “Durante 20 dias, os bispos tentarão concertar estratégias para acabar com a desligação da Bíblia por parte dos cristãos católicos. Este interesse é recente, posterior ao Concílio Vaticano II. Conheço uma freira a quem a superiora tirou a Bíblia, quando, na década de 50 do século passado, chegou ao convento. Em 1713, o Papa Clemente XI condenou como errada a seguinte afirmação: "A leitura da Sagrada Escritura é para todos." (…) Não se pode esquecer que a Bíblia é constituída por 73 livros - 46, no Antigo Testamento e 27, no Novo - e que o processo da sua formação e redacção durou mais de mil anos. Trata-se, pois, de uma obra de muitos autores, a maior parte deles desconhecidos, tornando-se assim claro que, em ordem à sua compreensão, é necessário conhecer a história dos textos, as línguas em que foram escritos, os lugares, os tempos, os géneros literários e os contextos em que foram redigidos e os destinatários a que se dirigiam, e ainda atender à sua configuração final. O Sínodo tem consciência do trabalho ingente neste domínio. No documento que serve de introdução e preparação dos seus trabalhos, lê-se: "Não faltam os riscos de uma interpretação arbitrária e redutora, resultantes sobretudo do fundamentalismo, que faz com que, por um lado, se manifeste o desejo de permanecer fiéis ao texto, mas, por outro, se ignore a própria natureza dos textos, caindo em erros graves. E, depois de alertar para o perigo das "chamadas leituras ideológicas", conclui: "Nota-se, em geral, um conhecimento fraco ou impreciso das regras hermenêuticas."
  É interessante notar como, apesar da mudança radical de paradigma – não parece hoje possível impedir a leitura da Bíblia, se mantêm as tendências de sempre. A Bíblia é para ser dissecada pelos especialistas nas academias e depois entregue, bem digerida, aos crentes? Ou cada crente pode alimentar-se nela directamente (o que não exclui, claro, hermenêuticas, exegeses, igreja e pastores)?
  Pedro Leal | 
           
          
            posted by  @ 9:53 da tarde      | 
           
          
            
                 
                
                  
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                    | 5 Comments: | 
                   
                  
                    
                        
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                              Pedro penso que tens razão, a leitura priveligiada e os limites postos à sua circulação e tradução foram pecados da Igreja, por razões de poder, como sempre. Mas seja como for, não é essa a posição actual de Roma. Mesmo que vejas tendencias, de facto hoje a Igreja Católica preocupa-se é com a falta de leitura biblica.
  Por outro lado, como creio que também reconheces, a leitura literal é um problema de hoje. E não se situa na esfera católica, mas do lado protestante. A resposta católica à tua pergunta parece-me estar na segunda hipotese. 
              
                         
                        
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                              cbs
  Sim, também acho que é essa a opção. Mas o que me chamou a atenção no texto foi a segunda parte do segundo parágrafo. A sugestão (pelo menos...) de que sem uma catrefada de especialista e enciclopédias não é possível provar o sumo bíblico. Ora, isso não só é desmentido pela História como parece-me uma forma velada de censura. 
              
                         
                        
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                              Admito perfeitamente que Roma prefere responder, a perguntar, prefere modelar e controlar as variáveis... Os padres da Igreja são homens... Mas para compensar isso, há outros católicos, que lêem, discutem, refutam. Talvez possas reconhecer que a Igreja actual tem a virtude de ser plural, sem deixar de ser conservadora, e dificil é esse equilibrio.
  Se dás cordel a menos o papagaio não voa; se deres demais podes perdê-lo. E não será sempre assim? 
              
                         
                        
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                              Isto é das maiores pancadas e mentiras da paranóia protestante.
  É falso. E até num simples link blogosférico se encontra a explicação.
  A Igreja Católica nunca proibiu a Bíblia. A Bíblia dos Porbres foi muitíssimo divulgada em todos os conventos. O único problema foram as heresias.
  Ver aqui 
  O Pedro Leal e as suas pancadas minoritárias é perfeitamente igual às seitas fracturantes ou aos ateus militantes. 
              
                         
                        
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                              Mas nem vale a pena. É pura doutrinação em complexos de inferioridade e torna-se doentio ler tanto disparate. 
  Então o outro postal dos gastos com os velhinhos a irem a Fátima é cá uma coisa. A ver se ele se lembra de tocar nos gastos públicos em nome da laicidade.
  Estas coisas não têm o menor interesse teórico e apenas causam uma certa embirração por causa de tanto lamúrio.
  Ainda por cima, se fossemos a pegar no que os protestantes fizeram à tradição católica ou da liberdade que lhe deram, era linda a comparação, lá isso era... 
              
                         
                        
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Pedro
penso que tens razão, a leitura priveligiada e os limites postos à sua circulação e tradução foram pecados da Igreja, por razões de poder, como sempre.
Mas seja como for, não é essa a posição actual de Roma. Mesmo que vejas tendencias, de facto hoje a Igreja Católica preocupa-se é com a falta de leitura biblica.
Por outro lado, como creio que também reconheces, a leitura literal é um problema de hoje. E não se situa na esfera católica, mas do lado protestante.
A resposta católica à tua pergunta parece-me estar na segunda hipotese.