Também temos de renunciar ao sonho da autonomia absoluta da razão e da auto-suficiência. A razão humana tem necessidade do suporte das grandes tradições religiosas da humanidade. Mas deverá ter sempre uma atitude crítica perante cada uma das várias tradições religiosas, pois a mais perigosa doença do espírito humano é a patologia da religião. Esta patologia existe nas religiões, mas existe também sobretudo quando a religião como tal é rejeitada e se atribui aos bens relativos um valor absoluto. Os sistemas ateístas da modernidade são exemplos aterradores de uma paixão religiosa alienada da sua essência, constituindo uma doença do espírito humano que faz perigar a própria vida. Quando se nega Deus não se edifica a liberdade mas retira-se-lhe o fundamento, do que resulta a sua distorção. Onde as tradições religiosas mais purificadas e profundas são rejeitadas, o homem separa-se da sua verdade, vive contra ela e deixa de ser livre. Também a ética filosófica não pode ser simplesmente autónoma. Ela não pode prescindir da ideia de Deus, e não pode prescindir da concepção de uma verdade do ser com carácter ético. Se a verdade do homem não existe, então ele também não tem qualquer liberdade. Só a Verdade liberta. RATZINGER, Joseph - Fé, Verdade e Tolerância: o Cristianismo e as grandes religiões do mundo; 2005
cbs by appointment of Vitor Mácula |
mas que raio de história é esta do "by appointment"?
um gajo já não te pode emprestar livros? LOL