segunda-feira, outubro 27, 2008 |
Uma Santa |
"Em 1971, quando tinha 63 anos, a Irmã Emmanuelle decidiu compartilhar sua vida com os pobres do Cairo, motivo pelo qual era conhecida como a irmãzinha dos mendigos.
«Falava de maneira directa e esta era uma das qualidades pela qual todos a amavam. Nas favelas de Ezbet-Nakhl, no Cairo, ela entregou-se totalmente para construir escolas, asilos e casas de acolhimento. A associação que tem o seu nome (Asmae-Association Soeur Emmanuelle), fundada por ela mesma em 1980, continua a ajudar milhares de crianças pobres no mundo inteiro», constata L'Osservatore Romano.
Deixou o Egipto em 1993, aos 85 anos, e regressou a França, estabelecendo-se na comunidade de Nossa Senhora de Sião, congregação na qual havia entrado aos 20 anos, dedicando agora o seu tempo à oração e à meditação, sem deixar nunca o apoio aos sem-tecto e aos imigrantes sem papéis.
Licenciada na Sorbonne, a Irmã Emmanuelle havia sido professora de filosofia e letras em Istambul, Tunísia, Cairo e Alexandria."
Artigo noticiando a morte de uma Santa (que ainda não o é) (ou já o é há muito tempo?)
timshel |
posted by @ 6:58 da tarde |
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7 Comments: |
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Respondendo à pergunta. Em termos bíblicos, "santos", com o sentido de "separados", são todos aqueles que se tornam filhos de Deus. Quanto à Irmã Emmanuelle, que a sua memória permaneça durante muito tempo como exemplo inspirador.
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Sim.
Mas há uma questão remanescente: podem actos de outrem serem uma intensificação dos sinais de Deus no mundo? Assim como esta: podem certos actos nossos serem desveladores e instigadores duma relação pessoal mais activa com e em Deus?
Ou se preferires, Pedro: qual a relação entre a escolha de Deus e a inspiração que te arrebata – ou não – perante, para o caso, a irmã Emmanuelle?
E qual a dinâmica entre a separação dos princípios orientadores do mundo, e a acção do espírito no mesmo mundo?
Enfim , isto para não abandonar certa linha de debate ;) embora o que conte verdadeiramente é a santidade a que somos chamados.
abraço a ambos e restantes
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Vocês embirram muito, perdoem a expressão, com a intermediação, mas o que me parece ser a essência da santidade não é a “comunicação dos santos”, e sim a relação com Deus que o Vítor creio referir; mais precisamente a acção do Espírito Santo no espírito humano. Não se escolhe, é-se chamado; chamado a agir. Esse exemplo é, de facto, inspirador. Mas isso trata-se de um reflexo, não é o essencial.
Vítor, precisava de perceber melhor como separas os “princípios orientadores do? (ou no?) mundo” da acção do espírito (do Espírito?)
abraços
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"Vocês embirram" refiro-me aos evangélicos, bem entendido e não ao Vitor. peço desculpa por mandar bocas mal calculadas :)
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Vítor
As perguntas encavalitam-se um bocado… mas, para tentar clarificar, junto-lhe outras ainda. :)
Recorro a dois “ícones” na área. Haverá alguma diferença para mim, enquanto cristão, entre o exemplo de Ghandi (não-cristão) e o de Martin Luther King (cristão)? Ou seja, para além da dimensão cívica, haverá uma dimensão espiritual que permite, por afinidade, um tipo de inspiração reservada, pelo Espírito, para os santos (crentes em Cristo)? Enquanto vejo Ghandi como um homem com boas intenções vejo Luther King como um cristão movido pelo Espírito? E, se é assim, isso faz diferença, para além do tipo de inspiração que recebo, no legado que eles deixam ao mundo? Desculpa esta saraivada de perguntas, mas o assunto prestasse a elas. Vamos conversando.
cbs
A coisa vai para além da embirração. É mesmo oposição frontal. “Só há um mediador”. Quem ensina outra coisa está a apontar caminhos falsos.
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ai, valha-nos S.Pedro... oposição. frontal. seja.
um abraço da oposição :)
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Sim, Pedro, é um duplo encavalitar, pois suspeita-se que a irmã Emmanuelle é cristã ;) E quanto a ela e à indicação de santidade, nada tem que ver com mediação. Tem que ver, sim, com eternidade viva: a comunhão dos santos é operada em e por Cristo, para lá dos vivos e dos mortos.
Relativamente ao não-cristão que pratique o bem… desencavalitando: se é o bem, vem de Deus; o facto de ele não o nomear ou reconhecer é objectivamente indiferente para o assunto; tem no entanto relevância subjectiva, claro, na relação dele próprio com o divino, com o bem, com o mundo; e como bem indicas, na expressão e sentido das suas palavras e actos. Eu não conheço bem o Gandhi. Sei que ele disse um dia “Se todos os livros sagrados fossem queimados e só sobrasse o Sermão da Montanha, seria o suficiente” e noutro ou no mesmo dia “Eu até seria cristão, se não fossem os cristãos”, o que constitui uma séria interpelação ao nosso cristianismo de acto e facto. Sei também que o papa Pio XII recusou recebê-lo, invocando a prerrogativa de protocolo de chefes de Estado vestirem fato e gravata, o que é no mínimo estranho pois o próprio papa tem vestes próprias, embora não sejam, como se sabe, os humildes trapos com que o senhor Gandhi se vestia; mas tal recusa tem também significado político (a Inglaterra, a Índia…); e o que constitui uma séria interpelação ao catolicismo de acto e facto.
abraço, bom fim de semana
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Respondendo à pergunta.
Em termos bíblicos, "santos", com o sentido de "separados", são todos aqueles que se tornam filhos de Deus.
Quanto à Irmã Emmanuelle, que a sua memória permaneça durante muito tempo como exemplo inspirador.