A verdade é que uma das minhas maiores ilusões é a vaidade. Por isso gosto tanto da estória do monge que se deita à frente da porta da igreja à hora do culto, para todos o pisarem quando entrassem, até ao penúltimo, levantando-se e entrando por último para a celebração. É a oscilação e o balanço do funâmbulo cristão. A humildade, é evidentemente uma forma de vaidade.Há uma vaidade na vontade, na ideia de cristianismo, um orgulho de santidade – que anula o seu fundo. Não tem saída, isto. Sem Ele, estamos feitos ao bife. (Quero dizer, estou.)
Nota: suspende-se aqui a actividade bloguística, com tenção de regresso a 6 de Outubro, se a morte, certa sabedoria ou loucura qualquer – não vierem desviar todo o resto. Abreijos a todos, e bons ócios, trabalhos, transfiguração de ambos. Deo gratias.
Vítor Mácula |
querido mano, não sei se já abalste... mas, de qualquer modo, aqui fica o recado.
Ontem, na liturgia da palavra, comungávamos:"Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração..."
Na vida da Igreja e na vida pessoal dos crentes, têm-se interpretado muito mal estas palavras.
Isto não é um apelo à mansidão, à obediência dos poderes temporais. É um apelo à conversão. O mesmo de que fazes eco com outras palavras.
Hoje achei graça com um encontro que tive. Uma jovem a quem eu dei uma vez uma seção de catequese (há muitos anos) e que dentro das muitas centenas que dei ao longo da vida permaneceu na minha memória. Era início da quaresma e eu apelava ao exercício da conversão a que esse tempo é especialmente propício (estas coisas não têm tempos, mas há apelos temporais mais fortes). Ela depois de me ouvir, disse o óbvio para qualquer pessoa, mas que por ser dito por uma criança de oito anos, foi mis interpelante:"vamos tentar..." :)
Não é por sermos adultos que isto deixa de ser verdade. Tentamos...
beijos e descansa :)