terça-feira, maio 27, 2008 |
Da coerencia 2 |
But the problem is that the church, in an effort to be inclusive and to avoid offending people of other faiths, has lost its nerve and has not doing what the Bible says
Viva, isto interessa-me Pedro. Acho que o problema é mais do que um fenómeno de relação entre religiões. O essencial radica, creio, na identidade do Cristianismo e na sua relação com o mundo, em particular com o mundo actual. Porque os paninhos quentes com o Islão, parecem-me um caso particular da mesma atitude que tem com a Modernidade, mas com efeitos aparentemente contrários, "relativista" com um, "fundamentalista" com outra. Até que ponto é que a Igreja deve acompanhar o "outro" e onde começa o ponto em que tem de ter a coragem da resistência? Até que ponto é que a Igreja pode abrir-se ao que é diferente e aceitar o diálogo - que, não sendo dois monólogos, necessariamente altera partes da afirmação? E até que ponto a Igreja pode abrir-se ao que é novo, e resguardar-se da esclerose que a isola no passado? Em relação ao Islão, a Igreja faz figura de relativista, mas em relação à Ciência moderna faz figura de fundamentalista. Onde está situado o metacentro*? *o termo aplico-o propositadamente
cbs
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posted by @ 12:07 da tarde |
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23 Comments: |
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pode o fermento separar-se da farinha?
para um cristão, suponho que fazer o pão é a tarefa essencial.
mas nunca vivi o anúncio como um "convencer os outros a serem cristãos". o anúncio religioso é dado na forma adequada, configuração vital; e em mim, que sou maculado até à raíz da vida e da vitória, não se trata mesmo de convencer muçulmanos ou ateus ou etc a serem cristãos; trata-se de tentar ser cristão perante e com eles; a conversão é um puro acto de deus, penso eu, mas isto é obscuro. o meu convívio com não-cristãos, curiosamente, não me torna mais não-cristão, muito pelo contrário (lembro-me agora de dois luminosos meses passados em Marrocos apenas com ateus e muçulmanos...)
desconfio ferozmente, aliás, das conversões (a começar pela minha).
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PS: o metacentro é Jesus Cristo vivo agora e sempre, claro ;)
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PS 3: não percebi muito bem a da ciência moderna...
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Em minha opinião o Metacentro do Cristianismo é o Amor (de Deus) do qual Cristo é a encarnação.
Segue-se que, para mim, o Cristianismo não é uma religião (se bem que intelectualmente o designemos assim) mas a verdadeira forma de Vida, revelada.
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Sim, de certo modo. O problema que me põe tal não está bem nos enunciados, mas na relação com eles. Uma das maiores tentações cristãs é precisamente a de pensar-se que a revelação é clara e evidente – o que por contraposição, torna os não-cristãos ignorantes ou estúpidos; isto é, pormo-nos numa posição em que a revelação findou e detemos o sentido da parusia e do face-a-face. Porque a verdadeira forma de Vida teria de ser clara e comum a qualquer vida; ou então, o acesso que temos à vida é sempre obscuro e lá se vai a clareza e a distinção. Penso que é natural estóicos e epicuristas resistirem e ironizarem acerca da incarnação e da ressurreição dos corpos – precisamente porque não são evidentes, nem nós, por mais orgulho e bazófia cristã as sabemos tornar evidentes.
É evidente que a religiosidade, essa peculiar actividade humana não é algo de absoluto, e que, como tudo para um cristão, tem de se ordenar e orientar pelo Deus revelado da ágape; no entanto, a tradição cristã que me habita dá importância a essa actividade, e por isso há igrejas e missas e celebrações e etc ;) Jesus, sendo uma interpelação de todas as nossas idolatrias, incluindo e intensamente a religiosa – esteve sempre perto da actividade religiosa. Não que eu sequer pense que seja essencial para um cristão – há cristianismo sem ritos nem re-ligações, mas não é o caso da minha carne fraca ;)
A peregrinação continua, e é de rigor.
Um abraço
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PS: então e a ciência moderna?
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Pois, a ciência também é isto E é lixado como a Igreja teima em não querer acompanhar os tempos.
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Huuum… não sei se diria assim, ó Antígona. Isso refere-se à interrogação acerca da orientação e utilização de conhecimentos científicos e tecnológicos. Ética, portanto, e esta não é uma ciência, pelo menos no sentido hipotético-dedutivo e experimental, pois não pretende medir-se por resultados (científicos ou outros) mas regulá-los.
No entanto há uma nuance, dada a relação efectiva entre ética e qualquer actividade: o sentido prático desta, e a sua execução, têm uma intrínseca conexão ética, claro.
E também o difícil problema da relação entre ética e legislação cívica.
beijo
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.Vítor: Essa treta da diferença entre uma ciência pura, acima de qualquer pecado e a sua utilização já foi magnficiamente desmontada pelo Dragão.
Recomendo-te a leitura.
Ele disse tudo o que havia a dizer sobre o assunto.
E acho sempre uma grande basbaquice pensar-se que todas as actividades do saber têm trela excepto esses senhores de bata branca e ´"método científico" na algibeira.
Pelo contrário- se há trabalho que depende dos interesses de quem o paga é precisamente este.
E o exemplo apenas mostra como a utopia de se dizer que 2 pessoas do mesmo sexo são um par igual ao casal pode gerar aberrações destas.
Já agora, para sermos clarinhos:
Que raio de treta é que a Igreja Católica faz ou defende que atente contra a bondade e liberdade do saber científico?
É que esta conversa de talho estou eu farta de ouvir da parte de ateus eugenistas e quejandos.
(e sei de onde vem a basbaquice. Vem da grande ignorância perante o que é ciência. Quando não se sabe tende-se a "ter respeitinho de basbaque".)
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A ideia de que se pode regular o trabalho científico é tão pateta que apenas demonstra que nem se está a par do que se faz.
Acaso sabes tu como já é feita a clonagem em institutos privados dos maluquinhos da seita dos raelianos?
Estás tu a par do que qualquer cientista é capaz de afirmar: o único problema é chegar-se lá, porque se não se faz num local, faz-se noutro- o mundo é grande.
Isto afirma-te qualquer eugenista legal.
O único entrave moral que ainda funciona é precisamente o religioso. Porque esse inscreve-se na própria conduta das pessoas. Naquilo que devia formá-las antes de aceitarem qualquer experiência em nome da "descoberta".
E é apenas por este motivo que os ateus militantes e cientóinos se queixam. O resto é folclore americano de tretas entre regressionistas e criacionistas e aqui não há ciência alguma ao barulho.
Um dos erros mais palermas é precisamente confundir-se a explicação de "como as coisas funcionam"- que cabe à ciência, com a formulação ontológica- que cabe à filosofia e à teologia.
Depois, como não entendem isto, querem reduzir as questões ontológicas às teorias (feitas agora lei) dos cientóinos que fazem da ciência uma nova religião- a religião para toinos.
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De qualquer forma não esperem de mim brandura nesta imbecilidade de moda de se querer legalizar casamentos homo.
É que nem pó. Quanto mais não seja porque tenho a noção que o mundo caminha naturalmente para aí.
Não é preciso dar-lhe mais uma forcinha. Sou conservadora- o que significa que não sou nem reaccionária nem revolucionária. Esse parzinho é que é demasiado idêntico, ainda que neguem que se vejam ao espelho.
Há que fazer esforço em conservar o que se sabe que é bom e tem provas dadas (neste caso milenares). Contra a irresponsabilidade caprichosa dos que querem mudar o mundo, porque sim- porque acham que é para mudar e estão-se nas tintas para estas consequências à tabela.
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O caso dos crimes científicos é de tal modo que só depois- quando os cataclismos acontecem é que dão por eles.
Há por aí muito anti-nazi a defender a eugenia contemporânea sem se dar conta.
Nem que seja em nome de "melhorias de saúde" ou de problemas de infertilidade.
E o abortício de laboratório é de tal modo intocável que nem mesmo quando saem notícias que levantam um bocadinho do véu ao que lá se passa há espanto ou indignação social.
Já estão por tudo. E é com base neste amorfismo que depois se dizem muito empenhados em "mudanças sociais" para bem da "humanidade".
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Para terminar:
Porque é que v.s, que até têm um sentido religioso mil vezes maior que o meu e que conseguem dizer que "Cristo é a Vida" ficam depois cheios de tremeliques e melindres e acham que a ética é qualquer coisa que cabe ao Estado e não uma moral que faz parte precisamente da vida?
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Sinceramente que isto é que não percebo.
Para que serve alguém afirmar que Cristo é a Vida; o Caminho e depois fazer disso uma qualquer coisa privada, intransmissível e desligada da sociedade?
Para dizer que tem "algo mais que os outros"?
Ou para dizer que a religião não é uma moral que deveria ser abrangente precisamente a tudo- já que Cristo é Vida.
Ser Vida significa precisamente isso- Tudo o que existe- abrangê-lo pelos ditames cristãos.
Nunca fazer disso- Cristo= ser a minha vidinha.
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É que eu penso é que Deus é a Vida. Toda a Criação faz parte da obra divina.
E nunca entenderei um crente que retira da criação apenas o bicho homem e em privado- socialmente até esse bicho homem já está sob a alçada do Estado.
E o resto do planeta sob a demo- a bem dizer...
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E quem diz planeta diz o resto- até onde se alcança...
E bem que os cientóinos desafiam alcançar tudo.
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E até inventam umas bombinhas para alcançarem mais rapidamente a mal, no caso de demorar muito chegar lá a bem.
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Zazie, as ilações que retiras do meu comentário parecem-me ter mais que ver com discursos prévios a que te queres contrapor do que comigo.
Nem sei que te diga, pá ;) Até porque falar de tudo ao mesmo tempo é pouco esclarecedor para nhurros como eu...
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Pois é. Passo-me sempre com estas coisas e digo tudo o que me vem à cabeça.
A bem dizer, para te responder bastava a primeira frase- lê o Dragão que já desmontou essa treta.
Porque isto: Isso refere-se à interrogação acerca da orientação e utilização de conhecimentos científicos e tecnológicos. Ética, portanto, e esta não é uma ciência, pelo menos no sentido hipotético-dedutivo e experimental, pois não pretende medir-se por resultados (científicos ou outros) mas regulá-los.
é retórica e hoje estou sem tempo para retóricas.
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beijinhos.
Ainda por cima tinha um bode mongo ali ao lado, noutra janelinha.
Não dá... assim não dá.
Debater retórica ética a propósito de uns filhos-da-puta que querem clonar filhos para esponsais gays...
Num dá, mesmo ":O+
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Olha, a propósito, estou a fazer upload de uma surprezinha para ti
":OP
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Mas a história de Cristo ser a Vida (com maiúscula) e depois ficar de fora dela tudo o que mexe em grupo porque é coisa da responsabilidade do Estado foi mesmo provocação deliberada.
E foi geral- não foi apenas para ti.
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pode o fermento separar-se da farinha?
para um cristão, suponho que fazer o pão é a tarefa essencial.
mas nunca vivi o anúncio como um "convencer os outros a serem cristãos". o anúncio religioso é dado na forma adequada, configuração vital; e em mim, que sou maculado até à raíz da vida e da vitória, não se trata mesmo de convencer muçulmanos ou ateus ou etc a serem cristãos; trata-se de tentar ser cristão perante e com eles; a conversão é um puro acto de deus, penso eu, mas isto é obscuro. o meu convívio com não-cristãos, curiosamente, não me torna mais não-cristão, muito pelo contrário (lembro-me agora de dois luminosos meses passados em Marrocos apenas com ateus e muçulmanos...)
desconfio ferozmente, aliás, das conversões (a começar pela minha).