sexta-feira, dezembro 07, 2007 |
A Cautela Razoada da Cosmovisão, Ou o Morninho e Vomitável Meio-Termo da Fé? |
CBS, para o teu Bergson chega sempre o meu CS Lewis, mano amado, e provando-o, eis, de seguida, uns quantos de pareceres muito à propos, vindos do apologeta que tal forma admiro, que até liberta a fã acnosa e decibélica dos Beatles que há dentro em mim; se bem que uma da espécie rarefeita, dessa que pulsa por intelectualidade cristã:
'(...) Life-force philosophy, or creative evolution, or emergent evolution. The wittiest expositions of it come in the works of Bernard Shaw; but the most profound ones, in those of Bergson. People who hold this view say that the small variations by which life in this planet evolved from the lowest forms to man were not due to chance, but to the striving, or the purposiveness of a life-force. When people say this, we must ask them if either by life-force they mean something with a mind, or not. If they do, then a mind bringing life to an existence and leading it to perfection is really a god; and if their view is, thus, identical with the religious. If they do not, then where is the sense in saying that something without a mind strives, or has porpuses? This seems to me fatal to their view.
One reason why so many people find creative evolution so attractive is that it gives one the emotional comfort of believing in God, and none of the less pleasent consequences. When you're feeling fit, and the sun is shining, you do not want to believe that the whole universe is a mere mechanical dance of atoms, it is nice to think of this big mysterious force rolling on through the centuries, and carrying you on its crest. If, on the other hand, you want to do something rather shabby, the life-force, being only a blind force with no morals or no mind, will never interfer with you, like that troublesome god we learned about when we were children. This life-force is some sort of tamed god: you can switch it on when you want, but it will not bother you.
All the thrills of religion, and none of the cost.
Is the life-force the greatest achievement of wishful-thinking the world has yet seen?'
Paz.
Nuno Fonseca |
posted by @ 1:29 da tarde |
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7 Comments: |
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"we must ask them if either by life-force they mean something with a mind, or not. If they do, then a mind bringing life to an existence and leading it to perfection is really a god"
O impulso vital “é divino se não for o próprio Deus”, é a resposta de Bergson.
Não li nunca CS Lewis, só conheço a sua fama através de terceiros. O Tiago Cavaco também me falou nele, quando puder hei-de ler...
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Isso não responde, mano, pois o CS Lewis já assume que a 'força de vida' é divina, sendo que a questão é, antes, se a dita é detentora de mente pessoal, logo havendo moral e ética; ou se é impessoal, e vazia de carácter, não podendo chamar-se Deus, como o Deus cristão, que sabemos ser personalizado como o homem, a quem atribui Sua semelhança e imagem.
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Nuno já escrevi antes que parece que Bergson pressupõe um panteísmo identificando o élan vital com Deus; por vezes coloca como duvida,mas quase sempre fala assim como transcrevi. Esta identificação entre oCriador e a Criação, eu também não a aceito. Deus é distinto da Sua Criação.
ok mano? Paz ;)
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Pela primeira vez aprecio um post do Nuno fonseca sem ponderar a hipótese do satanismo.
Zás!
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Fonseca, sorry.
Zássssss!
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CBS,
Isso continua a não qualificar como resposta.
'a questão é, antes, se a dita é detentora de mente pessoal, logo havendo moral e ética; ou se é impessoal, e vazia de carácter, não podendo chamar-se Deus, como o Deus cristão, que sabemos ser personalizado como o homem, a quem atribui Sua semelhança e imagem'.
PMCDP,
Se ponderas o satanismo apenas por leres um post da blogosfera, então ponderá-lo-ás por qualquer outra razão que não essa, o que é mau; mas, por outro lado, nem sei se ainda há seriedade na caixa de comentários deste blogue, e até que ponto o teu comentário foi literal, pois muitos há aqui que confundem ser do contra com o debater, e não distinguem intelecto de mero polemismo.
Anyway, Paz do Senhor
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Nuno essa questão é interessante. a Criação é para Bergson, no essencial, o impulso vital. É dele que tudo deriva. E esse élan é "inteligente", na medida em que escolhe, evolui, cria. Mas ser inteligente não será necessariamente ser moral, pelo menos na definição que lhe damos - Nietzsche, outra vez, lol, dá outra interpretação á moralidade.
Posso dar-te a minha opinião, como "bergsoniano": a moral do impulso criador é a moral natural, a que vai dar a religião fechada de que falei nos posts do Bergson. Depois há a moral revelada por Cristo, a Moral aberta do Amor. Mas essa não é natural, segundo Bergson, é transcendente,digo eu. Tenho de acrescentar que Bergson nunca explicita se Deus é transcendente ou imanente ao élan vital; ele tem uma frase que diz qualquer coisa como "é de Deus se não for Ele mesmo". Isto deixa ambiguidade na coisa e duas portas abertas, uma para o pantéismo, outra para o téismo (por onde eu entro)
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"we must ask them if either by life-force they mean something with a mind, or not. If they do, then a mind bringing life to an existence and leading it to perfection is really a god"
O impulso vital “é divino se não for o próprio Deus”, é a resposta de Bergson.
Não li nunca CS Lewis, só conheço a sua fama através de terceiros. O Tiago Cavaco também me falou nele, quando puder hei-de ler...