sexta-feira, novembro 23, 2007 |
Humildade e Fé V |
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posted by @ 12:15 da tarde |
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13 Comments: |
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Luís Não percebo muito bem essa tua única dúvida. Se te referes a falta de correspondência entre o pensar e o agir, não digo que daí não surjam dúvidas, mas são dúvidas artificiais a que no fundo da nossa consciência sabemos responder; são “dúvidas” de má consciência. Não era a isso que me referia…
Quando referi a minha fé na dúvida queria dizer que só pelo reconhecimento da ignorância (humildade) podemos começar a viver realmente… e entre outras coisas a aprender. E parece-me ser assim no saber – a duvida como móbil da ciência – mas também na fé. Quando reconheço que não sei, perguntando ao Pai “que quereis que eu faça?” e aceitando a Sua palavra, a dúvida transforma-se. Deixa de ter raiz no medo e de gerar insegurança. Passa a ser optimismo e vontade de aprender confiando Nele. Fico na dúvida porque não sei, mas ganhei uma certeza, a possibilidade de compreender o mundo com Ele. E sei que no fim tudo bate certo, não sei mas confio. São dúvidas diferentes das que tinha antes. Pela Sua graça a dúvida transforma-se em confiança e optimismo, não deixando se ser dúvida. Sem Ele, mesmo a dúvida geradora da ciência não passa de uma curiosidade, resultante de um mau estar, eivada de angustias. Sem Ele a ciência pode até ser pragmática, pode resolver problemas mas faltar-lhe -á sempre um sentido último. Sem fé a ciência é cega, era isto que queria dizer.
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Cbs,
Apaguei essa última linha minutos antes do teu comentário porque reflecti melhor e vi que não era bem verdade.
Mas a ignorância e a dúvida são duas coisas diferentes...
De qualquer forma agora fizeste-me lembrar algo que a Flannery O'Connor disse:
"Faith is what someone knows to be true, whether they believe it or not."
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Mas isso concordo, ignorancia e duvida são bem diferentes. Agora, mesmo na dúvida, podemos duvidar sem acreditar (pessimismo) ou acreditando (optimismo).
E essa do Flannery O'Connor também. Acho bem vista. Parecendo uma incongruencia, em termos de fé não o é de todo e está próximo do que venho dizendo: acredito e o resto são lérias, incluindo as dúvidas :)
Já agora também me fizeste vir ao espirito uma, que servia bem ao nosso amigo Demo: certeza é a probabilidade menos a ignorancia (creio que é de Pascal, se não me engano)
abraço
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mas não era ele um frustrado com traumas de infância? ou terá sido por defeciência genética devido ao avançado da idade da mãe? o mau relacionamento com o pai não tem a ver com a descorberta deste sobre o "anormal" que lhe caíra em sorte? Afinal kierkegaard era um falhado!!!
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Kierkegaard um falhado? nem tanto, nem tanto... não tanto quanto Nietzsche ;)
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A morte do irmão Mikael em 1819 e da irmã Maren Cristine em 1822 marcaram-no profundamente e, juntamento com o relacionamento difícil que teve com o seu pai, transporta esses sentimentos para as suas obras, a sua escrita é feita a partir da experiência pessoal e da sua existência, depois de viver momentos profundamente depressivos e amargurantes. Teve um relacionamento com Regina Olsen, com quem rompeu passado um ano, sem haver razão para tal, embora fique marcado e traumatizado por tal.
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A morte do irmão Mikael em 1819 e da irmã Maren Cristine em 1822 marcaram-no profundamente e, juntamento com o relacionamento difícil que teve com o seu pai, transporta esses sentimentos para as suas obras, a sua escrita é feita a partir da experiência pessoal e da sua existência, depois de viver momentos profundamente depressivos e amargurantes. Teve um relacionamento com Regina Olsen, com quem rompeu passado um ano, sem haver razão para tal, embora fique marcado e traumatizado por tal.
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"Mas em Fevereiro de 1889, num acesso de loucura lançou-se ao pescoço de um cavalo maltratado pelo dono diante da habitação do filósofo em Turim. Nietzsche permaneceu ainda durante dez anos imerso numa demencia mansa, em que afloravam de quando em quando as reminiscencias e as desilusões da sua vida atormentada. Num bilhete a Cosima Wagner escreveu "Ariana amo-te" e numa outra carta refere-se a Cosima-Ariana"
in Nicla Abbagnano, História da Filosofia, Presença, vol. XI, pág.93
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in Nicla Abbagnano, História da Filosofia, Presença, vol. XI, pág.93 aonde posso encontrar isto? na tua igreja?
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Anónimo,
A edição em 12 volumes está esgotada há já algum tempo. Há um nova edição em 3 volumes que penso que é condensada, é da Presença e está disponível nas principais livrarias
: )
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Niccola Abbagnano peço perdão pelo erro, mas folgo com o teu interesse. João, estranho é que do alto da cátedra, a serpente, não conheça um dos dicionários de filosofia mais vulgarizados. Encontra-se em qualquer biblioteca decente.
Ó serpente, e se começasses pela da universidade católica, hum :)
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e tu consegues estudar um dicionário de filosofia? k mente perversa
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Luís
Não percebo muito bem essa tua única dúvida. Se te referes a falta de correspondência entre o pensar e o agir, não digo que daí não surjam dúvidas, mas são dúvidas artificiais a que no fundo da nossa consciência sabemos responder; são “dúvidas” de má consciência. Não era a isso que me referia…
Quando referi a minha fé na dúvida queria dizer que só pelo reconhecimento da ignorância (humildade) podemos começar a viver realmente… e entre outras coisas a aprender.
E parece-me ser assim no saber – a duvida como móbil da ciência – mas também na fé.
Quando reconheço que não sei, perguntando ao Pai “que quereis que eu faça?” e aceitando a Sua palavra, a dúvida transforma-se. Deixa de ter raiz no medo e de gerar insegurança. Passa a ser optimismo e vontade de aprender confiando Nele.
Fico na dúvida porque não sei, mas ganhei uma certeza, a possibilidade de compreender o mundo com Ele. E sei que no fim tudo bate certo, não sei mas confio.
São dúvidas diferentes das que tinha antes.
Pela Sua graça a dúvida transforma-se em confiança e optimismo, não deixando se ser dúvida.
Sem Ele, mesmo a dúvida geradora da ciência não passa de uma curiosidade, resultante de um mau estar, eivada de angustias.
Sem Ele a ciência pode até ser pragmática, pode resolver problemas mas faltar-lhe -á sempre um sentido último.
Sem fé a ciência é cega, era isto que queria dizer.