Ora cá quanto a mim, humildade é uma coisa que desgraçadamente tenho muito pouca. Pensava ser óbvio para vocês que da suavíssima retórica cristã que por aqui e noutros sítios tenho praticado, exsuda uma muito mal disfarçada satisfação de mim mesmo e, sobretudo, uma jesuítica determinação em vos converter a todos, um após outro, ali precisamente onde, como tu Tiago já bem percebeste, essa conversão pode ser feita. Isso não significa que eu não considere a humildade como uma virtude cristã tão importante e tão teologal como a fé, a esperança e caridade. Nem penso ser possível ter estas sem ter aquela. E sobretudo penso que a importância da humildade enquanto virtude decorre linearmente da importância do orgulho enquanto pecado. Desse orgulho que penso mesmo ser, ele sim, o pecado original, o pecado que nos fez e faz sempre querer comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, para sermos iguais a Deus. Se em quatro anos na blogosfera houve alguma coisa que escrevi e com que ainda me identifico, apesar de me parecer ser estranha a mim, quem sabe se inspirada pelo Paráclito, foi precisamente a minha Epístola do Orgulho e que me orgulho de aqui reproduzir mais uma vez, já de seguida. josé |