quarta-feira, outubro 31, 2007
confissão dum ecuménico estremunhado
Talvez por recear tanto a efemeridade das coisas, sou um gajo que gosta de efemérides. E hoje quero assinalar que passa um ano desta coisa ao fim do qual devo reconhecer que o propósito inicial do Tiago Cavaco prevaleceu sobre o meu, coisa que não se deve estranhar. Quero eu dizer que isto tem servido mais para evidenciar as diferenças entre o catolicismo e os vários protestantismos do que para valorizar aquilo que inegavelmente nos une. Serve então este blog muito mais ao luso-protestantismo, que sobrevive e resiste à fatal diluição pela sua afirmação identitária, do que ao nosso catolicismo que, amorosamente segundo nós e capciosamente segunto vocês, continua agora e sempre a abrir os seus longos braços. Mas se é assim que tem de ser, então que assim seja. Continuemos pois a levantar bem alto os estandartes da nossas diferenças até que uma qualquer Vestefália vos outorgue pelo menos a Paróquia de Moscavide.
Que daqui a uns anos possamos todos vir aqui dizer o mesmo que disse S.Paulo: combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé.
josé
posted by @ 11:25 da manhã  
6 Comments:
  • At 31 de outubro de 2007 às 12:42, Blogger cbs said…

    pelo menos às quintas a paróquia do Saldanha é evangélica :)

     
  • At 31 de outubro de 2007 às 15:58, Blogger samuel said…

    Independentemente de ecumenismos, os membros deste blog, sobretudo os católicos, têm uma opinião que possam partilhar, sobre aquela resma de beatificações espanholas, que são no mínimo, tão "selectivas"?

     
  • At 31 de outubro de 2007 às 16:34, Blogger josé said…

    olá samuel,
    se há uma coisa que uma beatificação deve precisamente é ser selectiva.
    no caso concreto não te vou explicar quais os quesitos que levaram à beatificação de toda aquela gente porque não os sei nem, como bom católico que sou, preciso de os saber. o que te posso explicar é porque é aqueles padres, monges, freiras e leigos mortos pela República foram considerados mártires da fé e os curas bascos mortos pelos nacionalistas do Gen.Mola não o foram também. é que os primeiros foram chacinados simplesmente por serem clérigos ou professarem a Igreja, os segundos foram massacrados não por serem curas mas por apoiarem o nacionalismo basco (mais do que apoiarem a República, que já estava esfrangalhada). quero eu dizer que os curas bascos são certamente mártires da liberdade, da democracia, da nação basca, o que quiseres, mas não são mártires da fé. penso que tenha sido este o critério.

     
  • At 31 de outubro de 2007 às 18:29, Blogger samuel said…

    Caro José
    Está muito bem explicado...
    Tudo muito correcto. Tudo a cheirar ao melhor incenso.
    Portanto quando vir fotografias de dirigentes da Igreja espanhola de braço esticado nas cerimónias relioso/franquistas, mostrando sem vergonha o seu apoio sem limites à ditadura do assassino, posso deixar de ficar tão enojado.
    Ah, não vale a pena ripostar com nenhuma das muitas borradas que fazem e fizeram os evangélico/protestantes, pois são conhecidas e eu nem sou "cliente" desse tabaco.
    Saudações.

     
  • At 31 de outubro de 2007 às 19:22, Anonymous Anónimo said…

    Acho que os parabéns estão na ordem do dia. Não posso deixar de notar que este blog provoca, desinstala, faz pensar e até exorta pela alma dos seus pobres leitores. Não é pouco:) Confesso também que, salvo raros posts,pouco vejo transparecer a verdadeira Ănima, no sentido em que esta esgrima dos argumentos, distante e intelectualizados, deixa pouco espaço para outros registos. Ou mesmo para os frutos do espírito, que era o que mais me agradava na antiga Terra. Por isso deixo a sugestão: talvez nos frutos se encontrem («Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, bondade, benevolência, fé, mansidão e domínio de si. Contra essas coisas não existe lei. », ah! nem deixo a leitura. Já deve estar na ponta da língua!)
    Parabéns!

     
  • At 5 de novembro de 2007 às 14:22, Blogger mulheres_estejam_caladas said…

    Destiny children

    Fatalmente críticos. Os protestantes transformaram uma palavra "protestar" - que significava afirmar, - naquilo que ela hoje significa, a partir daí foi sempre a cascar em tudo.

     
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