|  sábado, julho 04, 2009  | 
           
          
            |   Pedro Mexia   | 
           
          
             Quase tudo o que sabemos sobre Paulo está nas suas epístolas (…) e nos Actos dos Apóstolos. Que as cartas sejam tão canónicas como os Evangelhos prova a sua importância. (…) Cristo pregava com parábolas ou pelo exemplo, Paulo faz teologia. É o primeiro intelectual cristão. (…) A grande revolução Paulina consiste na convicção de que a fé em Cristo não se dirige apenas aos judeus mas a todos. (…) Além disso, os judaizantes defendiam o cumprimento estrito da Lei, enquanto para Paulo a Lei era suplantada pelo Espírito (…) A polémica entre Paulo e Pedro (…) revela até que ponto o cristianismo é também uma religião de polémica e de confronto, bem diferente de uma certa imagem beatífica e sentimental. (…) A “cristologia” de Paulo é curiosa. (…) Aquilo que valoriza acima de tudo é a morte e ressurreição. (…) E a ressurreição é a garantia da divindade de Cristo: Paulo diz mesmo que se Cristo não ressuscitou, a fé é vã. (…) “Não há judeu nem grego; não há homem nem mulher, porque todos sois um só em Cristo Jesus”. É uma afirmação espantosa. Todos somos chamados à fé e à liberdade, uma liberdade nova e uma fé que actua através do amor, ou da Graça. A “justificação pela fé” é provavelmente o conceito teologicamente mais polémico de Paulo, e uma das bases do pensamento protestante. A “justificação” é uma escolha e uma aceitação. E a aceitação é o caminho da salvação. (hoje, no Público, para o Tiago Cavaco)
  cbs | 
           
          
            posted by  @ 2:07 da tarde      | 
           
          
            
                 
                
                  
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                    | 5 Comments: | 
                   
                  
                    
                        
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                              tenho sempre a impressão quando leio São Paulo, que aliás admiro imenso pelo que ele fez pelo cristianismo - julgo que nenhum homem fez tanto pelo cristianismo como ele -, ou quando leio o Papa ou outro teólogo normativista que diz que deves fazer assim ou assado, ou que isto é frito ou cozido, que de algum modo, na medida em que limitam a liberdade de interpretação, contrariam o aspecto divino da nossa natureza humana ao impediram a nossa consciência de, em liberdade, chegar a Deus
  como se não compreendessem porque é que Cristo falou sempre através de parábolas
  como se não compreendessem que Jesus apenas uma vez declarou um mandamento, explicitando aliás, em que é que esse mandamento consistia 
              
                         
                        
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                              Julgo perceber o que dizes. De certa forma, estás a pensar como o nosso Vitor iconoclasta, quando desconstroi e abana pelos alicerces, as frases feitas, as formulas acabadas, em que o Cristianismo (e o resto do discurso humano, já agora...) é fértil.
  As parábolas são um discurso feito de imagens, palavras polisémicas que indicam outras ideias, como num jogo de luzes, com habilidade de nos sugerir aquilo que não é dizível de uma forma precisa. Bergson fala nisso, e tem a mesma arte de sugerir para mostrar. A parábola é no fundo o recurso à intuição, àquilo que se torna evidente, mas que ao tentarmos precisar, codificar, nos escapa logo. Como um véu, que só deixa adivinhar formas e tons, mas que ao nos aproximarmos, tudo se esfuma. Porque há coisas que se demonstram, racionalmente, mas há outras que apenas são mostráveis, como que indicadas num gesto: é uma arte de Jesus.
  Apesar desta lenga lenga, é necessário, classificar, estruturar, arrumar e organizar, sem o que não haveria, nem Igreja, nem sequer linguagem. Não fosse o génio organizador de Paulo, e não sei o que seria do Cristianismo; algo sria seguramente, mas não assim; por exemplo, seria mais uma tradição dentro do Judaísmo, ou seria a religião de vocação universal que conhecemos? 
              
                         
                        
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