domingo, junho 17, 2007 |
Sem Deus |
Os detractores do princípio antrópico e da existência de uma intencionalidade transcendental que presidiria à existência do Universo, da vida e, sobretudo, da vida humana, argumentam que tudo isto nada mais é que uma simples obra do acaso. A matéria organizou-se assim e ponto final.
Nestes termos, se o tempo fosse infinito (o que parece não ser, dado que o Universo nem sempre existiu e antes dele não se pode falar de tempo) um macaco sentado a um computador acabaria por escrever uma das peças de Shakespeare.
Soube hoje através do artigo do Nuno Crato no Expresso que, na Universidade de Plymouth, houve quem fizesse a experiência e desse um computador a um grupo de símios.
Os macacos cagaram e mijaram no teclado do computador e conseguiram destruir a máquina antes de formarem uma única palavra.
Espero que tenham comunicado aos ateus científicos e experimentalistas o resultado de mais esta experiência científica.
timshel |
posted by @ 6:31 da tarde |
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18 Comments: |
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ehehe, cagaram no teclado? é grande a sabedoria dos irmãos macacos :)
palavras para quê?
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"Os macacos cagaram e mijaram no teclado do computador e conseguiram destruir a máquina antes de formarem uma única palavra."
E você acha que nesta sua abordagem ao teclado, fez muito melhor... É de facto uma diferença de proporções "divinas"! Que pobre!
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caro ateu pouco dado a rancores
o meu computador ainda trabalha
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Realmente, o que acho piada é à evolução dos ateus. De adoradores do bode passaram a fiéis do macaco
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Que respostas pedestres... O macaco atiraria excrementos. No vosso caso, com a ajuda da tecnologia, fazem uma figura só muito ligeiramente melhor. Mas lá que se acham muito superiores, acham. E não é só em relação aos macacos, e isso é que é hilariante.
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Pelo contrário, tu é que te achaste superior a um ser humano, apenas por te considerares ateu e irmão de macacos.
Foste tu quem achou que o Tim escreveu um treta e esqueceste-te de te ver ao espelho.
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Ora conta lá a figura que imaginas que fizeste?
Escreveste com o pé? foi isso? foi essa a habilidade maior que o ateísmo, por via primata, te concedeu?
É que para isso nem é preciso ser-se macaco ou ateu- basta treinar e ir para o circo
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A História está, e bem, cheia de crentes cheios de qualidades e talentos... Em contrapartida você só conhece ateus que escrevem com os pés e são pouco mais que primatas, exactamente por serem ateus. Isto é tão pobre que nem justifica mais visitas... Fiquem pois gozando a vossa mui crente, intelectual e profunda masturbação colectiva. Que nunca vos falte a presunção nem os lenços de papel... Bye!
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sou tão sensível ao desprezo... quase tanto quanto à mácriação. brigada amigo Ateu, ide bem.
PS: mas essa, da masturbação... colectiva.... com a vizinha de cima :)
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Já fui, já fui... Mas ainda assim gostaria de vislumbrar a tal mácriação... Realmente, a crendice torna as pessoas tão sensíveis!... excepto essa tal Zazie, que além de malcriada, arrogante, convencida, quase uma candidata a Margarida Moreira, deve ser tão crente como um portão de quinta. Mas na verdade, fui, pode o CBS continuar contentinho e a fazer o que estava a fazer, deixe lá o "brigada" que eu vou com gosto.
ateu_pouco_dado_a_rancores_e_a_espectáculos_de_palhaços
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Caro tim,
O post está consideravelmente demagógico e a questão é muito mais complicada.
A experiência de Plymouth e a história do macaco escrever uma peça de Shakespeare tem por detrás algo de puramente científico, e que nada tem que ver com a existência ou não de Deus. A questão é muito simples, se usares todos os caracteres da escrita ocidental de forma completamente aleatória num processo de escrita, a probabilidade de daí resultar o Macbeth não é nula. É ínfima mas não é nula, e se houver um número suficientemente grande de repetições (absolutamente gigantesco neste caso, mas ver law of large numbers na Wikipedia) é natural que venha a surgir a dita cuja peça (a probabilidade dela surgir não aumenta, mas como aumenta a amostra de casos, tender-se-á a manifestar esta ocurrência também). Isto é ciência, nada a fazer.
A presença de macacos é que foi obviamente folclore puro e simples. Até porque fica por provar se os macacos seriam capazes de aleatoriamente escolher caracteres (os seres humanos sabe-se que não são, tendemos sempre para certos padrões). É mais cientifico pensar que um computador com uma capacidade de processamento enorme e tempo ilimitado chegaria ao Macbeth por destribuição aleatória de caracteres.
Agora o princípio antrópico é coisa muito mais difícil de avaliar em termos probabílisticos. Para começar, seria necessário que soubéssemos avaliar a probabilidade das coisas serem como são e não serem de outra maneira qualquer. Ora isso implicaria saber que outras maneiras quaisquer existiriam e com que probabilidade ocorreriam. É exercício de fantasia pura e simples, seria preciso imaginar universos paralelos.
A fé no transcendente nada tem que ver com isto. Cientificamente, qualquer cadeia de acontecimentos tem uma probabilidade não nula de acontecer. Inclusivé os milagres (com isto é que muito cientista se passa :P). A interpretação e a leitura de intencionalidade que se dá aos acontecimentos é que nada tem que ver com a probabilidade destes acontecerem. É algo do domínio da interioridade e por natureza da subjectividade.
E sabes que a mais típica atribuição de intencionalidade a um fenómeno aleatório acontece no jogo. "Ah já joguei com esta combinação portanto vou manter-me nela até ganhar na lotaria" é crença muito comum, baseando-se na ideia errada de porque essa combinação não calhou uma vez tem mais probabilidade de calhar a seguir pois a que vem a seguir é usualmente diferente da anterior. A atribuição de intencionalidade a fenómenos aleatórios está na base de toda a superstição!
Deus é paradoxal nisso. Por um lado Ele não quer que o conheçamos através dessa atribuição de intenção (veja-se Job) por outro lado é a única maneira humana que em geral temos de conceber uma presença transcendente. Por isso é que estes exercícios são estéreis. Deus revela-se no exercício amoroso e na interioridade, aí sim é mais certo encontrá-lo.
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É sempre bom ver alguem que não gasta as suas energias a "ficar ofendido" mas sim a pensar e escrever um texto coerente e agradavelmente articulado. Vivam os Antonius Block deste mundo, sejam eles católicos ou protestantes ou do Estoril-Praia. Mas já fui, já fui...
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Antonius
desde a primeira à última palavra deste teu comentário tens inteira razão (num comentário que é de uma limpidez, de uma lógica e de uma "completude" admiráveis)
devo portanto algumas explicações:
o post é demagógico exactamente pelas razões que tão bem enunciaste
estava à espera que algum ateu um pouco mais inteligente viesse desmontar o post para depois desenvolver aquilo que dizes (demasiado abreviadamente do meu ponto de vista) na última frase do teu comentário
espero portanto neste momento de um eventual ateu perspicaz aquilo que seria uma eventual tréplica à minha réplica: porque razão o homem há-de escolher o amor? isto é, se tudo é mero acaso, a escolha do amor (sem contrapartida, necessariamente, pois é esta a condição sine qua non do amor) é um comportamento patológico ou no mínimo uma aberração sem sentido (o que aliás é, do ponto de vista ateu, uma tautologia, pois nada tem sentido)
um último esclarecimento: se não tivesses (e mais ninguém tivesse) reagido, ficaria aqui mais um post demagógico sem qualquer explicação ou justificação
é verdade
mas considero a demagogia uma virtude quando é feita "honestamente" (modéstia à parte)
isto é, a demagogia encerra em si mesma, precisamente por ser demagogia, a sua falsificabilidade (tal com as proposições científicas)
se ninguém der por isso, paciência: é sinal que ninguém esteve com muita atenção e isso tanto é válido para o bem como para o mal (ou se calhar nem teve interesse nenhum para ninguém, o que é a situação mais frequente)
se alguém deu por isso e reagiu é um óptimo princípio para um debate sério
(o que não estava à espera é que a reacção viesse de um católico...:))
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ops
reparo agora que o amigo ateu pouo dado a rancores voltou
fica aqui portanto a minha tréplica (adaptada):
porque razão o homem não há-de escolher o amor?
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"porque razão o homem não há-de escolher o amor?" timshel
Honestamente, não sei, amigo. Desejo-o contudo com muita força. Uma das dificuldades será talvez o acumular de gerações e gerações de "pregadores" da intolerância, do fanatismo, do pecado e castigos divinos que servem como uma segunda pele sempre "aos outros", sendo que do outro lado da barricada a folha nem por isso está mais limpa. Mas mesmo assim, o amor, uma das poucas "habilidades" humanas que realmente respeito e admiro, vai sobrevivendo aqui e ali, entre este e esta, entre este e este, entre esta e aquela, numa ONG, em pequenos gestos, nos súbitos derretimentos da vossa Zazie, depois das sulfurosas "mácriações, arrogâncias e convencimentos" que tão bem maneja sempre que lhe sobe a mostarda ao quiçá cleopátrico nariz... Decididamente o amor há-de salvar isto. Agora "porque razão o homem não há-de escolher (sempre) o amor", não sei, caro Timshel. Já sobre as virtudes da demagogia, mesmo em casos "seleccionados", tenho grandes dúvidas, mas que raio, os ateus estão cá para isso, certo?
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Caríssimo Ateu_que_se_ía_embora pois gostaria de vislumbrar a tal má-criação?
com gosto lhe digo porque não gostei. Não sei se o caro Ateu é dos que entende que a boa-educação consiste em dizer palavras bonitas, como, bons dias, como vai a saúde, e assim por diante… evitando dizer, por exemplo, “E você acha que nesta sua abordagem ao teclado, fez muito melhor...” que é mais ou menos o mesmo que dizer “do seu teclado também só sai merda”… Pois, mas eu não, não era a isso que me referia.
Referia-me à boa ou má educação, mas do espírito, àquilo que distingue a graça, do desejo puro e gratuito de desagradar. E desagradar, como muito bem diz, “com presunção”, a atitude de que abundantemente acusou outros, mas que vossemecê mesmo parece carregar e com peso; assim, por exemplo “Isto é tão pobre que nem justifica mais visitas...” Boa educação implica, como saberá, igualdade no tratamento, no mínimo o benefício da dúvida; ninguém aqui pralém tratou ninguém com presunção... pralém de si mesmo. E por favor, não nos justifiquemos com Zazies, que ninguém aqui se confunde.
Se quer ficar fique, é bem-vindo; se quer ir vá… por bom caminho, que ninguém é obrigado a nada, nem sequer a ser mais inteligente ou mais o que quer que seja.
Mas se preferir palhaços, então vá mesmo, ao circo, que presunção e o resto, cada um toma a que quer.
PS: só nos ofende quem pode, como concerteza já saberá... Haja Paz
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Ah ia esquecendo... não precisa de responder, caro Ateu_que_ía_mas_não_foi
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Amén! Boooooooring! Mas pronto, vão ter o reino dos céus... bem aventurados! Boooooooring!
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