"A Fé não pode ser senão uma adesão, e com maior rigor, uma descoberta"* , adesão e resposta a um silencioso convite que solicita a alma sem a constranger de forma alguma. Assim, o problema que a Fé apresenta toma um novo aspecto: encarada por quem possui a Fé, a incredulidade apresenta-se como uma recusa. Muitas vezes, essa recusa não passa de uma desatenção ou falta de reflexão. A vida actual que dispersa e desumaniza favorece espantosamente a distracção, o lado animal que existe no humano. Mas desse sono “cada um pode despertar a qualquer momento, sob a acção de influências diversas, de entre as quais a mais poderosa é seguramente a presença de seres que irradiam a verdadeira Fé. De qualquer modo, é sempre necessário “querer crer”, porque a Fé não é por si mesma um movimento da alma, um transporte, um arrebatamento. Ela é e nada mais pode ser do que um testemunhar perpétuo.”* cbs *Gabriel Marcel, Etre et Avoir, Paris Aubier 1933 |