sexta-feira, junho 15, 2007
Três coisitas sobre a Fé e uma sobre a experiência 4: da metafísica implícita
MonicaArmstrong

“Suponho que, o filósofo cristão que for capaz de aprofundar as fórmulas escolásticas, que com tanta frequência lhe servem de alimento, deverá quase necessariamente, vir a encontrar os dados fundamentais daquilo a que chamei filosofia concreta (…) No fundo, admito que o pensamento se encontra ordenado para o Ser, da mesma forma que o sentido da vista se encontra ordenado para a luz, na fórmula Tomista” *1

“Aqui se esclarece finalmente, o que no início eu dizia sobre a experiência como terra prometida; ela torna-se, de certo modo, o seu próprio Além, para o que terá que transmutar-se, tornar-se a sua própria conquista.
O erro do Empirismo está unicamente em desconhecer tudo aquilo que uma experiência autêntica implica de invenção ou até de iniciativa criadora.
Poder-se-ia dizer também que o seu defeito essencial está em desconhecer o mistério que reside no mais íntimo da experiência, em tratar esta como impondo-se por si, quando o que é estranho e de certo modo, miraculoso, é precisamente que a experiência exista, que ela possa “ser”.
Não consiste essencialmente a investigação metafísica numa sequência de diligências pelas quais a experiência, em lugar de se alongar em técnicas, se torna íntima por assim dizer, e se exercita reconhecendo as suas implicações?” *2

cbs
*1. Gabriel Marcel, Etre et Avoir, Paris Aubier 1933, pág 309
*2. Gabriel Marcel, Du refus à l’Invocation, Paris Gallimard, 1940, pág 108

posted by @ 10:37 da tarde  
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