terça-feira, maio 08, 2007 |
Um reset histórico chamado Vaticano II |
Eu merecia isto pela provocação aos católicos de esquerda. Não deixa de ser revelador que o José, aparentemente à direita, se chegue à frente (já te conhecemos teologicamente gauche há muito - Valha-nos S. Carlos Cunha, o mais evangélico dos católicos de esquerda). Acontece que a conversa dos evangélicos amedrontados é uma óptima explicação para a sua costela psicopática, vasta e mediática e que portanto infla o José de razão. Mas é no mínimo irónica em termos históricos. Que ramo da cristandade mais sobreviveu à custa do medo se não a respeitável e secular Igreja Católica Apostólica Romana? O que são as tiras do Chick (divertidas como nenhuma iconografia romana consegue ser) comparadas com esse múltiplo património? Preciso de nomear ou apenas estalar os dedos para despertar o José do sono alvo e pleno de esperanças místicas de quarenta anos onde se meteu?
Tiago Cavaco |
posted by @ 5:20 da tarde |
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18 Comments: |
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Caro Tiago, Há que reconhecer que agora estiveste particularmente bem! É que nem as que eventualmente caiam no chão se perdem...
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Eu tenho para mim q esta BD não é melhr nem pior do q a " visão do inferno " q a Virgem Maria deu aos 3 postorinhos em Fátima
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Nomeia, Tiago, nomeia...que eu não estou a ver aquilo a que te referes.
Quanto àquela de sermos o ramo da cristandade que mais sobreviveu à custa do medo, só se te referes ao medo dos outros, dos hereges, judeus e apóstatas a fugirem das chamas purificadoras da Santa Inquisição... Agora, nós católicos no seio da Santa Madre termos medo? Medo de quê? Pois se ela sempre nos providenciou os meios da salvação! Não, brother, o nosso device é hope mesmo.
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O que é o medo de Roma, que se evidencia em padroeiros (p'rós raios, p'ra chuva e p'ro granizo), comparado com o medo do Inferno protestante? É cagufa!
Até no medo são "tacanhos"... :) O nosso ao menos é à grande? Antes levar com um raio em cima do que perder a alma...
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Eu sinceramente, estou! Mas o medo não é apanágio desta ou daquela denominação, mas sim de uma vivência religiosa especialmente distorcida, que tem muitas vezes épocas e contextos específicos. A própria Igreja Católica foi nisso oscilante, houve alturas de pregações com especiais infernais requintes de malvadez (quando da desoladora Peste Negra), e outras de um grande enfâse no amor de Deus (séc. XVI e XVII por exemplo). A verdade é que uma visão sadia e abrangente da Fé é sempre algo de extremamente difícil. Por isso é que continuo a advogar que ela é sempre feita de duas coisas: consciência da nossa pequenez e indignidade, e consciência do grande Amor que Deus tem por nós apesar disso (que no fundo, nos restitui toda a dignidade). Não me parece no entanto ser de facto isso que caracteriza especificamente os evangélicos.
E noutra coisa concordo com o Tiago, muitas vezes os católicos convenientemente esquecem a sua própria doutrina no que ao Inferno diz respeito. Isto não é do Vaticano II, que não mudou nada de doutrina nesse e em qualquer outro aspecto, é dos que gostariam que o Vaticano II fosse coisa diferente do que aquilo que realmente foi.
Para crenças evangélicas especialmente limitadas prefiro aquela de que é necessário restaurar fisicamente o templo de Jerusalém para a segunda vinda do Messias (e sinceramente a do próprio "Rapture" é bastante cómica).
Um abraço, em Cristo
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Hadassah,
Padroeiros dos quais temos medo? Isso não é fenómeno conhecido na Igreja nem faz sentido (o padroeiro intercede por nós, não está na sua natureza fazer o contrário nem tem qualquer poder para isso). Isso já é desonestidade intelectual :p
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ok expliquei-me mal ...
Para cada medo, um padroeiro! Sta. Bárbara para as trovoadas, S. Pedro para a chuva, Sta. Úrsula,... e por adiante até Sta. Apolónia.
Não é esse "espólio humano", de quem a nossa Zazie tanto gosta, refexo dos vossos medos?
Há aqui alguma desonestidade?
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" só se te referes ao medo dos outros, dos hereges, judeus e apóstatas a fugirem das chamas purificadoras da Santa Inquisição..."
O senhor José está a gozar com o povo, está a falar a sério, bateu com a cabeça ao entrar... Mistério! Seja qual for a hipótese, o texto é um "bocadinho" de mau gosto.
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não tanto de medos como de necessidades (e a necessidade de protecção também é uma necessidade). Não me parece que isso por si só possa caracterizar uma especial tendência para o medo dos católicos, quanto muito, seria uma tendência para a dispersão (que mesmo assim me parece ser universal mais uma vez, mas não vou voltar a dizer o mesmo :x).
Desonestidade foi porque pensei que te referisses aos padroeiros em si. Já percebi o meu erro de interpretação.
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aah!..."necessidade de proteção"...
Deixa-me ver ...eu preciso de protecção porquê?...
Hipótese 1: Porque tenho uma grande esperança!" ou,
Hipótese 2: "Porque tenho medo?"
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Porque sou humano.
Queres que repita aquilo que são de facto a intercessão dos santos segundo a doutrina da Igreja? (os padroeiros são apenas atribuições que se fazem a "causas" aos quais tais individualidades seriam supostamente mais dados). Repito, pedires a alguém que ore por ti em momento de aflição é "teres muito medo"? É "não teres esperança"? Não me parece que por aí se vá longe.
Até porque te digo uma coisa. Os evangélicos são autênticos amadores face à arte secular da Igreja de ameaçar com o Inferno :p Os quadros do Bosch não são pintados por um protestante, nem o é escrito o livro de Dante. A Igreja desenvolveu toda uma bonita figuração para o que nos esperaria no outro mundo se não obedecessemos aos seus preceitos, que torna risível qualquer BD evangélica.
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...todos temos telhados de vidro nesta questão.
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Linda missa esta irmãos, belos sermões cruzados :)
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Eu dou-vos o espólio...
o que ando agora mesmo a tratar é do espólio.
Ora aguentai um pouco que já vão ver o espólio que eu gosto
ehehehe
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todos temos telhados de vidros mas alguns tem calhaus maiores para atirar.
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Caro Tiago,
Há que reconhecer que agora estiveste particularmente bem!
É que nem as que eventualmente caiam no chão se perdem...