Assustaram? Fugirias da unção do Paracleto em 33dC, pelos vistos.
Mas falando seriamente, considerem que outra igreja receberia sequer o actor que representa o Borat, e permitiria que escarenecesse o culto/missa em prosseguimento. Ah, pois é.
Apesar de discordar dos excessos carismáticos de algumas denominações, não leio na Palavra admoestações contra o fervor exacerbado das orações. Contudo, observo sérias represálias para com os acomodados, apatistas, ou melhor, os 'mortos em Cristo'.
Só não sei se fugiria da descida do Paráclito (Paracleto? É assim que lhe chamam vocês?) porque no Pentecostes o que aconteceu foi que cada um ouvia os apóstolos na sua própria língua e não nuns estertores incompreensíveis (como diria o David Cameira, o que se precisa aqui é de DOUTRINA BÍBLICA).
Tudo o resto aprecio até muito nos pentecostais e nos carismáticos.
Antonius, Para ser franco não sou a melhor pessoa para defender a continuidade dos dons do Espírito, pois não tenho uma posição fixa quanto a isto.
Não confundas, todavia, a xenoglossia, ou o falar de línguas estrangeiras, ou as línguas 'dos homens', com a glossolália, o falar de línguas estranhas, ou as línguas 'dos anjos' (1Cor13:1). Um serviria para espalhar o Evangelho pelos países gentios; outra, um idioma de oração interpretável (1Cor12:10), que edifica individualmente:
'Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios' (1Cor14:2).
Embora concorde ou não, há, sim, margem escritural para a glossolália, que é perfeitamente bíblica. A questão é se fazem sentido nos tempos de hoje:
' (...) Havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá. Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos. Mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado (1Cor13:8-10).
Ou se são essenciais para demonstrar a recepção do Paracleto/Paráclito [étimo latino/grego], como evidenciado na Palavra:
'E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, Que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne. E os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos terão sonhos. E também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão. E farei aparecer prodígios em cima, no céu. E sinais em baixo na terra, Sangue, fogo e vapor de fumo. O sol se converterá em trevas, E a lua em sangue, ANTES DE CHEGAR O GRANDE E GLORIOSO DIA DO SENHOR' (Act2:18-20).
Ambas exegeses parecem-me legítimas. Entretanto, manifesta-te, Hadassah, minha manita assembleiana. Tu saberás mais que eu sobre o assunto.
Agape.
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NOTA: Antonius, parece haver evidência dos Pais da Igreja sobre a continuidade dos dons do Espírito. Queres que apresente os relatos? É que falta-me verificar as fontes.
ò Nuno, já reparei que tu tens uma boa formação teórica. Essa de falares na língua dos anjos, é muito rara. Estudaste grego, também?
É curiosa a imagem que transmites: um suburbano com gosto de porrada, de boné militar na cabeça e se calhar piercings; evangélico e erudito tanto quanto passado
Sobre o assunto do Baptismo com o Espírito Santo gosto de falar pouco. É uma experiencia muito íntima e sagrada na vida do crente e não vejo qualquer mais valia em falar dele. Não é essencial à salvação.
Cresci com manifestações dessas e para mim são naturais como a água...o meu sentido crítico pode até por isso estar distorcido.
Mas há quem se aproveite dessa experiência "climax", para estimular emoções e espectáculos, o que para mim é perfeitamente condenável.
Essas manifestações são pontuais e extraordinárias, não devem a meu ver ser ritualizadas, porque o Espírito de Deus é espontâneo.
Sobre este tema julgo que ninguém fala melhor do que o próprio São Paulo na 1ª Carta aos Coríntios, capítulo 14 (vale a pena ler todo). E como lá diz e diz a Hadassah também muito bem, são manifestações pontuais e extraordinárias, e que devem ser ordenadas para edificação e ensino da comunidade (e com ordem, ou seja, não uma assembleia inteira a desatar a vociferar qualquer coisa como se vê no video).
Hadassah,
"Sobre o assunto do Baptismo com o Espírito Santo gosto de falar pouco. É uma experiencia muito íntima e sagrada na vida do crente e não vejo qualquer mais valia em falar dele. Não é essencial à salvação. "
Gostei muito de ler isto, sobretudo porque sei que a principal causa de atrito com os carismáticos dentro do seio da Igreja Católica é quererem curto-circuitar os sacramentos ordenados para a Salvação dos fieis (o Baptismo, o Crisma, a Eucaristia, a Reconciliação, mas especialmente o primeiro) e substitui-los quase exclusivamente pelo Baptismo no Espírito Santo (só o nome é paradoxal... São João Baptista baptizava sem ser no Espírito porque Jesus ainda não O tinha enviado... Todos os baptismos o são agora no Espírito Santo, embora eu perceba de que aqui se fale dos carismas e do Pentecostes como o tal momento em que os apóstolos passaram de ser só baptizados na água para serem baptizados no Espírito Santo).
Nuno,
Eu sei da distinção. Apenas me parece que glossália sem interpretação é coisa bem pobre comparada com a xenoglossia, verdadeiro carisma para a edificação da comunidade, retorno aos tempos pré-torre de Babel, sinal de comunhão restaurada (baseio-me também em 1 Cor 14 para o dizer).
Quanto aos facto dos carismas perdurarem até à actualidade, nada tenho a opôr. Existem de facto indícios de vários Padres da Igreja que o indicam, e sabes que a IC é aquela que acredita que tudo o que existia nos primeiros tempos perdura até à actualidade no seu seio de forma quase imutável e literal :P Não faria sentido até que fosse diferente no que aos dons do Espírito diz respeito, que devem tender para a diversificação e para a abundância e não o contrário!
Ali, se não ficarmos doidos, realmente curamo-nos... de vez, lol
Nuno, 3 min. e com a "graça", já dá pra ver
Agape em Cristo :)