quarta-feira, maio 28, 2008
Sabemos que estamos no limiar da heresia quando
afirmamos com toda a nossa certeza que não há certezas quanto a Deus, e que a Palavra que Ele nos conferiu não é objectiva nas Suas afirmações universais, mas que a nossa fé relativa satisfá-lO, pois nós acreditamos - não importando o quê, nem porquê, nem para quê - isto porque Deus Se deleita na nossa dúvida sobre Ele e tudo o mais, excepto a razão de duvidarmos - nunca cometendo, nós de boa-fé, a má-educação lógica de aceitar uma Verdade, esse conceito exclusivista e preconceituoso que nem direito concede ao erro das outras premissas - e de desaprovarmos nós - porque sim - de quem sequer conceba um Deus amoroso e compassivo, que manifeste um nome por que possamos clamar, uma Palavra pela que possamos conhecê-lO, e uma revelação que se faça inteligível e sensível à nossa humanidade caída, por Graça - para nossa humildade, e Sua Glória.

É que se houvesse revelação tão íntima, uma Palavra tão acessível, um Deus tão misericordioso, não precisaríamos de toda uma hierarquia de religiosos secludados numa cidade aurífera e cesária para relativizarmos o nosso pecado e interpretar o latim da Sua vontade - segundo múltiplas exegeses feitas com togas e batas compridas, com bordados caros - e assim crescermos na nossa dúvida; e até ao Dia, agirmos segundo ela, para que quando venha o julgamento, aleguemos a impossibilidade de O conhecermos no Seu amor.

Nuno Fonseca
posted by @ 11:08 da tarde  
45 Comments:
  • At 29 de maio de 2008 às 00:22, Blogger cbs said…

    Passando por cima da tua (Nuno) provocação discreta à cidade áurea e cesária, lol, parece-me que discordo quando dizes que “se houvesse revelação tão íntima, uma Palavra tão acessível, um Deus tão misericordioso, não precisaríamos de toda uma hierarquia de religiosos (…) para relativizarmos o nosso pecado e interpretar o latim da Sua vontade”
    Creio que Deus é misericordioso e se torna absolutamente íntimo em Cristo, por um lado.
    E apesar de abaixo o Vitor e a Mc questionarem a expressão “fé clara”, creio que o Credo é a forma, necessária, de Lhe dizer que acredito Nele e o amo. Sem relativizações, nem traduções de latim, nem outras…
    Repito, o Credo é para mim (julgo que para os católicos) a expressão de uma Fé clara.

    Boa noute e um abraço caríssimo Nuno

     
  • At 29 de maio de 2008 às 10:55, Blogger Nuno Fonseca said…

    O Credo, CBS, por ser partilhado por ortodoxos, católicos-romanos, protestantes/evangélicos, demonstra, entre outras coisas, que mais que uma fé clara, é uma revelação claríssima, pela Escritura, que nos é dada.

    Paz.

     
  • At 29 de maio de 2008 às 13:29, Anonymous Anónimo said…

    A Escritura só tem necessidade de existir para que seja interpretada por alguns para os restantes.
    A Bíblia foi compilada pelos "alguns" do passado para a poderem traduzir sacerdotalmente para os "restantes" de então.
    A Biblia não é clara, é passível de muitas interpretações conforme as necessidades e não é a Palavra de Deus.
    Deus não precisa de um livro e os homens também não precisam de 'adorar' esse livro, como hoje se faz.
    A Bíblia é legalismo e projecto de Poder de 'alguns'.
    A Bíblia é uma mentira fenomenal que, por isso, para ser tão boa, tem de ter muitas verdades de qualidade dentro.
    A Bíblia é usada para oprimir e ameaçar, para consolar e semear o amor.
    Infelizes dos fariseus que precisam das regras da Biblia para perceberem Deus ou terem uma relação com Ele.
    A Bíblia tem o mesmo nível de importância que a Igreja Católica: só é importante para quem as acha o único caminho para Deus.

     
  • At 29 de maio de 2008 às 13:31, Anonymous Anónimo said…

    PS: Tem umas histórias boas, a Bíblia. Top 5 pessoal entre os melhores livros que já li.

     
  • At 29 de maio de 2008 às 13:37, Anonymous Anónimo said…

    PS2 : mas a qualidade da escrita, de um modo geral, é atabalhoada e de qualidade inferior

     
  • At 29 de maio de 2008 às 13:41, Blogger maria said…

    o Nuno está a usar de ironia, não está?

    tire a dita e está um post perfeito!

     
  • At 29 de maio de 2008 às 13:43, Blogger Nuno Fonseca said…

    Eu diria que nunca a leste.

    Sinceramente, é nestas alturas em que compreendo a quantidade de gente que passa por cristã - e no fundo, não o é mais que o adorador de vacas indiano, que faz despenhar comboios pela santidade da mimosa.

    No fundo, é triste. Antes fossem o pagão que desconhece, do que haverem escutado a Palavra de ouvidos, olhos e coração calejados.

    E apenas a graça de Deus me salva dessa condenação, que também mereceria.

     
  • At 29 de maio de 2008 às 13:51, Blogger Nuno Fonseca said…

    Este comentário foi removido pelo autor.

     
  • At 29 de maio de 2008 às 13:53, Blogger Nuno Fonseca said…

    MC, reparaste no ênfase dos pronomes da primeira pessoa? A fé do agnóstico é exactamente assim: egoísta, negligente, ensimesmada.

    Eu compreendo que é difícil ao ser humano o conceito de salvação, pois tem que se admitir que se nasce perdido; o da graça, pois há que reconhecer que nada se merece e nada se vale; o da santificação, porque a nossa pele se deleita na degeneração total da nossa natureza caída - mas olho em volta e vejo um mundo genocida, ecocida, suicida, e contemplo a inutilidade do projecto humano, secular. E tenho o ámen ao que a Palavra de Deus diz.

    Paz.

     
  • At 29 de maio de 2008 às 13:59, Anonymous Anónimo said…

    Nuno

    Tenho mais anos disto que tu, garanto-te.
    De resto, somos pessoas diferentes e isso explica tudo.
    E deixa-te dessas cenas de que o mundo é isto e aquilo de mau. O mundo é o sítio mais belo que conheces.

    1 abraço

     
  • At 29 de maio de 2008 às 14:09, Blogger Nuno Fonseca said…

    João, a arrogância não refuta a Escritura. Ter mais anos só significa que se nasceu há mais tempo. Mas gente mais anosa que eu e tu sabe a Verdade que Jesus testifica na Escritura. Até porque mais que uma certeza antiga, ela é absoluta, eterna. Por isso é que ninguém a desvalidou todos estes milénios, e quando um qualquer CS Lewis que se manifeste para além de máximas inconcludentes sobre um livro que nunca leram isentamente, por fim, o lê, e o tenta provar como fraudulento, converte-se.

    Vou orar por ti.
    Paz.

     
  • At 29 de maio de 2008 às 14:16, Anonymous Anónimo said…

    Obrigado, Nuno

    EU vou orar por ti, também, para que te libertes disso.

    1 abraço

     
  • At 29 de maio de 2008 às 14:25, Anonymous Anónimo said…

    Não, estava a brincar. : )

    Tu não precisas que ore por ti.

    1 abraço

     
  • At 29 de maio de 2008 às 14:33, Blogger Nuno Fonseca said…

    Obrigado, João.

    Estou já liberto da ideia de me alegrar na beleza dum mundo onde todo um continente africano morre à fome à custa da nossa prosperidade, onde todos os -ismos e projectos de sociedade humana resultam em homicídio em massa, onde crianças são raptadas para prostituição internacional e/ou remoção dos seus órgãos internos, e no fim de tudo isto, os que são lúcidos os suficiente para conceber uma ideia de Deus, sentem que se defenderão em julgamento perante Ele sem um salvador, mostrando como obras a pilha no pilhão, as propinas do filho, e a esmola que pagou a migalha ao cego do metro, tendo a audacidade de dizer: vivi uma boa vida e sou uma boa pessoa.

    A quem quer que jubile com este mundo e se conceba nestes termos, Deus pede o arrependimento. Eu, pessoalmente, quando me ofertam a vida secular e antropocêntrica, declaro que a metam pela Babel de estupro, estupor e estupidez acima.

    Shalom.

     
  • At 29 de maio de 2008 às 14:50, Anonymous Anónimo said…

    Certo, Nuno

    Só se fosse mesmo mais burro do que sou é que não perceberia o que dizes e a sua validade.

    Eu vou mais pela natureza, pelas pessoas que conheço, as produções artisticas, o belo, o amor, a compaixão, etc. Sim, o mundo é belo. Os homens tanto fazem do bom como do mau. A personalidade de cada um escolherá a qual em que deseja mais reparar.
    E se chegas a Deus pelo lado mau da vida, eu chego pelo bom.
    Vê-se que o Apóstolo Paulo tem muita influência para ti. (o corpo é mau, sou um miserável,etc.)
    EU sou mais do David a dançar à frente da Arca na procissão.
    1 abraço

     
  • At 29 de maio de 2008 às 17:06, Blogger zazie said…

    diz o João Leal:

    « mas a qualidade da escrita, de um modo geral, é atabalhoada e de qualidade inferior»

    Precisamente o contrário. Se há coisa que a Bíblia é, é brutalmente bem escrita e genialmente inteligente. Mesmo quem nem acreditasse na inspiração divina era obrigado a reconhecer que só pessoas acima da média a poderiam ter escrito.

    O VPV (apesar de ateu) até costuma dizer que dantes as pessoas sabiam redigir porque liam a Bíblia. E é verdade.

     
  • At 29 de maio de 2008 às 17:10, Blogger maria said…

    Nuno,

    nasce-se perdido de quê?

     
  • At 29 de maio de 2008 às 17:10, Blogger zazie said…

    Agora uma coisa é certa, os protestantes falam às cavalitas dos católicos. Porque aquilo a que chamam a Bíblia mais não é que o resultado de muita filtragem de textos e exegética onde uam boa parte nem foi reconhecida e ficou como apócrifa.

    Pela lógica deles tinham "engolido" tudo. Era tudo divino. Não há Bíblia como livro coeso. Existem sim uma série de textos e os manuscritos do Mar Morto vieram confirmar a originalidade.

    Mas não foi o Lutero quem fez a exgese. Ele recebeu-a já feita. E v.s recebem-na comprando-a nas livrarias e depois é fácil dizer-se que foi assim, o livrinho inteirinho ditado por Deus.

    Só para fazer a exegese do Génesis é preciso saber-se hebraico. E até numa simples frase, como "Deus pairava sobre as águas" pode existir interpretação diferente do verbo- pode ser "Deus "chocava" as águas.

     
  • At 29 de maio de 2008 às 17:20, Blogger maria said…

    Olá, Zazie :)

    não quero ser advogada do diabo mas não sei se tens razão. Grande trabalho de exegese foi e é feito por protestantes.

    Olha que os católicos andaram séculos a "esconder" a Bíblia.

    Mas literalistas da Bíbila há em todos os lados.

     
  • At 29 de maio de 2008 às 17:38, Blogger zazie said…

    Os protestantes apareceram no séc. XVI.

    Quando é que "apareceu" a Bíblia?

    É apenas isto. O que é a "Bíblia"?

    Quem é que juntou os testamentos, deitou fora os apócrifos, uniu o Antigo com o Novo e chamou a isso "a Bíblia"?

    Foram os protestantes? antes de nascerem?

     
  • At 29 de maio de 2008 às 17:47, Blogger zazie said…

    Os católicos pura e simplesmente nem começaram por aceitar a Velha Lei. A Sinagoga era a mulher feia e vendada, antes do aparecimento de Cristo.

    E só foi por via das genealogias do profetas e paralelismos de "previsão" da vinda de Cristo que se uniu o Antigo ao Novo.

    Mas, mesmo no Novo, muito do que não faz parte da Bíblia e foi considerado apócrifo fez parte da vivência viva do cristianismo.

    O v. problema é que falam de religião cristã ou de catolicismo como se fosse coisa qeu apareceu no dia em que nasceram, com tudo alfabetizado e comprando o livrinho na livraria.


    Quando a religião não foi isto. Foi e chegou aos nossos dias por ser tradição viva muito para além dos escritos da Bíblia.

    Sem imprensa nem havia Bíblia para ninguém.

    Todo o gigantesco património da Igreja- desde os padres do deserto até aos grandes teóricos é que permitiram que se tornasse uma religião e um saber que chegou aos 4 cantos do mundo.

    O que eu digo é que se o caminho tivesse sido inverso, começado pela tal pureza protestante tinha ficado por mais uma seita, rapidamente ultrapassada pelo islão.

    Os protestantes devem muito a Roma. Se a religiºão católica incomoda tanta gente e tanto poder político é fácil de entender o motivo. È a única que até podia ser poder terreno.

    Tem um Estado, tem uma cabeça e é universalmente coesa e poderosa.

    Quem se diz católico e quer fazer do catolicismo uma variante protestante apenas está a trabalhar para matar a Igreja.


    E é por isso que há quem diga que estamos cheios de ateus dentro das religiões.

    Eu acho é que até estamos cheios de protestantes não assumidos.

     
  • At 29 de maio de 2008 às 17:51, Blogger zazie said…

    Com a grande desvantagem moral face aos protestantes.

    É que os católicos que estragam a Igreja, estragam-na por merdas ideológicas a querem imitar o mundo. A quererem dissolver a moral da religião na imoralidade mundana.

    Enquanto que os protestantes até dão uma grande lição de coerência.

    A ver se vão em modas e andam para aí em palhaçadas de casórios gay, mais aborto, mas feminismos e eutanásias.

    O tanas. Conservam bem a estrutura porque sabem que desapareciam no dia em que fizessem o mesmo erro que os católicos "progressistas".

    Estes é que vivem à sombra do grande poder da Igreja que até consegue aguentar-se apesar de ser minada por dentro.

     
  • At 29 de maio de 2008 às 17:52, Blogger João Leal said…

    Zazie,

    há partes da Biblia, mais no Antigo Testamento, e estou a pensar no Pentateuco em particular, em que a narrativa é de facto atabalhoada. Isso deve-se a, para além de serem livros bastante antigos e as regras de narrativa serem bastante diferentes das que vieram a partir dos gregos, os originais conhecidos provirem de várias fontes temporais diferentes, assim como uma manta de retalhos. Além disso, o hebraico antigo era bastante curioso e a subjectividade não era o seu forte.
    Depois, nos Salmos, Cantares de Salomão e Lamentações de Jeremias, é sublime e de uma beleza desarmante. Já a Literatura Profética se atrapalha na redacção, mas na imagem é muito fixe. O meu preferido é Ezequiel, em que a narrativa é mal tecida, mas é verdade que não era o estilo que importava, mas as imagens são poderosas. Ainda hoje ninguém conseguiu perceber bem o que terá Ezequiel visto quando fala das rodas e das cabeças e dos anjos com quatro caras...
    Já no Novo Testamento há ali muito cuidado na redacção, uma vez que cada epístola e evangelho foram escritos com um propósito e destinatários precisos.
    À beleza do evangelho de João, à singeleza e objectividade do de Marcos, ganham algumas cartas de Paulo, impregnadas de máximas de influência greco/romanas.

    Desculpem, ficou extenso. Mas a Biblia fabricada no 3º século é de uma beleza a que é dificil ficar indiferente.

    Sorry, agora calo-me...

     
  • At 29 de maio de 2008 às 17:58, Anonymous Anónimo said…

    era eu aí em cima.

    Só para acrescentar que a Zazie tem 100 % da minha razão com a sua neste assunto.

     
  • At 29 de maio de 2008 às 23:23, Blogger maria said…

    Zazie,

    estamos a falar de exegese bíblica. Não de coerências.

    O teu problema são as assembleias da Brandoa, mas o protestantismo é muito mais do que isso (mas também é isso). E a Igreja católica também terá assembleias em caves na Brandoa.

    Ideologicamente és tu que te moves. De forma revisionista e exclusivista. Mas o mundo anda...quer queiras quer não.

    Os protestantes não nasceram de geração espontânea. Eram católicos. Claro que estava a falar da grande tradição protestante de ler e estudar a Bíblia. Mas, que eu saiba, eles não puseram de parte todo o conhecimento adquirido até à Reforma. Embora este equlilíbrio seja muito difícil de conseguir. Quando queremos reformar uma coisa, temos tendência a fazer tábua-rasa de tudo o que se adquiriu até aí.

    Só te digo uma coisa: tenho a certeza de que os protestantes pegam, estudam, rezam muito mais a Bíblia do que os católicos.

    E vale mais criticar e amar, do que querer manter o que é impossível de manter. Tudo quanto é humano é transitório. Só Deus é imutável. E mesmo assim há quem diga que quando Moisés lhe pediu que se definisse Ele respondeu:"Sou Aquele que está sendo..."

    Mas eu já conheço o teu cristianismo/catolicismo de pacotilha. Prefiro falar com ateus. São mais honestos. Tu que estás sempre com a coerência na boca.

     
  • At 29 de maio de 2008 às 23:29, Blogger Nuno Fonseca said…

    João Leal,

    Quem prefere ver o lado bom da vida não tem uma cosmovisão íntegra. Mais: é irrealista, míope, peca pela omissão, e consente a iniquidade esmagadora do outro lado, a que deita tudo a perder - por isso não vás por aí. Eu não chego a Deus, mas achegou-se Ele a mim, e pela graça me salvou. Nenhum homem procura a Deus honestamente, e só a misericórdia do Espírito Santo nos move a aceitá-lO.

    Se dizes que a depravação total do ser humano se debate apenas nas epístolas paulinas, apenas confirmas o que disse primeiramente: não leste a Escritura.

    §

    MC: 'perdidos' do caminho que Deus nos extende para que andemos em rectidão, glorificando-O em nós por nos satisfazermos somente nEle, fazendo a Sua vontade nas nossas vidas, vivendo abundantemente, até herdarmos o Reino.

    §

    João, como aluno do curso de Línguas, Literaturas e Culturas da Faculdade de Letras de Lisboa, deixa que te diga que catedráticos de crítica literária, agnósticos e ateus incluídos, nunca concordariam contigo. Isto só pra não falar do Harold Bloom.

    Também não compreendo que bíblia do terceiro século é que falas. Espero que seja com melhor rigor científico no campo da arqueologia que no dos estudos literários.

    §

    Zazie,

    Não achas um pouquinho anacrónico afirmar que a Igreja Católica Apostólica Romana, formada com este nome no séc XI, concebeu uma Escritura provinda do Israel do primeiro século?

    Paz.

     
  • At 30 de maio de 2008 às 01:13, Blogger zazie said…

    Nuno, MC:

    vs. passaram-se?

    Acaso leram o que eu escrevi ou andam a meter prá veia?

    cá pra mim ia mais pela segunda hipótese.

    É que eu limitei-me a repetir um dado histórico. A Bíblia, como livro, não existia. Não foram os protestantes que a compilaram.

    E isto é tão básico que só por absoluta paranóia se ia desmentir ou vir com caves da Brandoa.

    Eu até elogiei os evangélicos. Disse que tomaram os católicos-protestantes-progressistas seguirem-lhes o exemplo. Em vez de andarem para aí a avacalhar a moral cristã com pancadas gay e quejandas agendas à BE.
    .........

    MC:

    Se precisares de um espantalho para bodes lá no teu jardim avisa. Acho que tenho aqui uns que te faziam jeito

    ehehehe

    (nunca vi coisa mais louca. Os bodes da blogosfera a pastarem em jardins de luz
    ahahhahaha)

     
  • At 30 de maio de 2008 às 01:18, Blogger zazie said…

    Este comentário foi removido pelo autor.

     
  • At 30 de maio de 2008 às 01:20, Blogger zazie said…

    Quando encontrares a passagem em que eu escrevi que a Igreja Católica concebeu escritos do séc I avisa.

    Está bem Nuno?

    E até lá vê mas é se metes um daqueles filminhos sussurantes que eram muito catitas

    ";O)

    (a MC é um fenómeno. Tem a estranha tendência de defender o oposto a que pertence. No jardim dela defende a bodegada ateia e pede desculpa por qualquer coisinha má que a Igreja possa fazer-lhes.

    Aqui inventa defesas de protestantismo ameaçado pela Igreja Católica, apenas para compor o ramalhete e prontos, se eles vieram depois a malta tira um pouco do nosso "antes" e dá-lhes.

     
  • At 30 de maio de 2008 às 01:28, Blogger Nuno Fonseca said…

    Zazie,

    Pareceu-me ter lido. Se não é isso que crês, ainda bem. E desculpa porque não compreendi. É um equívoco recorrente, porque a história da igreja que se lecciona é só no secundário. Nem catequese, nem escola dominical.

    Os vídeos escuros e sussurrantes não voltarão tão cedo por serem escuros e sussurrantes. Assim que a hardware for optimizado, talvez. Mas não no Trento, penso eu. Blogue é blogue. Quando muito, para evangelização no youtube. Mas também estou a ver se convenço o pessoal da igreja a missionar pela net.

    Paz.

     
  • At 30 de maio de 2008 às 01:33, Blogger zazie said…

    De qualquer das maneiras, já que toda esta historieta deriva da leitura literal que o Nuno faz da Bíblia. Sem permitir sagrado antes dela, ou sequer a História e os escritos humanos que não transformam as letras em magia, fica a pergunta para a MC.

    Então como é? vieste em defesa desta literalidade da Bíblia e logo com tretas que eu tinha problemas com caves da Brandoa, apenas por eu ter dito uma banalidade histórica- a Bíblia, enquanto livro não existia. Deriva de compliação de textos, sendo vários excluídos pela Igreja por serem considerados apócrifos.

    Pergunto: como é que então descalça a bota ao defender à letra, como algo sagrado- a teoria da evolução das espécies?(mera teoria, com uma historieta fantasiosa de muitos séculos)


    É que eu, nesse ponto, trato a questão à vez- a fantasia científica entra no meu imaginário como entra o pato Donald ou o Tio Patinhas e o Pai Natal. Mas nunca trocaria essa palermice, sem qualquer mensagem humana pelo Génesis.

    E agora, quem é que é herético?
    É que eu defendo o património religioso, incluindo todo o que é tradição extra-bíblia, para o valorizar. Não é para ir o ir matando para "acompanhar os tempos".

    Para acompanhar a "laicidade"

    (puta que pariu essa treta). E esssa treta sim, é que é coisa de cave chunga armada ao pingarelho pour épater le bourgeois.

     
  • At 30 de maio de 2008 às 01:37, Blogger zazie said…

    Tens razão Nuno. É uma autêntica vergonha a Bíblia não ser dada na escola.

    Perfeita e absoluta razão. E uma autêntica vergonha. Nem sequer histórias das religiões. Nada. Tudo banido pela jacobinagem. Os tais "laicos".
    ........

    Estava a brincar com os filminhos. Mas se puseres no youtube diz
    ehehehe. Reparei que apagaste a página.

     
  • At 30 de maio de 2008 às 01:40, Blogger zazie said…

    E olha que nem sabia que se leccionava história da Igreja no secundário. A prole nunca teve isso.

    Curioso poprque nem no Salazarismo havia essa informação.

    Há um mito tremendo acerca da ditadura quando se diz que era beata.

    O tanas. A influência jacobina foi muito maior. Nem o Salazar conseguiu fazer o que se faz desde sempre em qualquer país protestante. Dar à Igreja o seu lugar na formação cultural e moral.

     
  • At 30 de maio de 2008 às 08:31, Anonymous Anónimo said…

    Este comentário foi removido pelo autor.

     
  • At 30 de maio de 2008 às 19:50, Blogger maria said…

    Zazie,

    não defendo nada as leituras literais do Nuno ou seja de quem for.

    Contestei o facto de tu dizeres que toda a exegese bíblica foi feita apenas por católicos.

    Não foi o Lutero que fez a exegese, mas lutou por a Biblia ocupar o lugar que deve ocupar na vida dos crentes.

    Para ter a Bíblia como fonte de Revelação, não é preciso lê-la de forma literal. Pelo contrário, essa leitura é contraproducente.

    A Igreja católica sabe tão bem que os seus fiéis, não dão o devido relevo para crescimento da sua fé, à leitura de Bíblia que instituiram este ano pastoral como o ano da Bíblia.

     
  • At 30 de maio de 2008 às 20:23, Blogger zazie said…

    outra que não sabe ler...«o facto de tu dizeres que toda a exegese bíblica foi feita apenas por católicos.»


    Onde é que eu escrevi isso?

    agradeço copy paste para que se veja.

    É que eu limitei-me a dizer que o problema da verdade literal das palavras escritas na Bíblia começava logo pela noção de livro a que se chama Bíblia.

    Que não existia. Que foi uma compliação feita muitíssimo mais tarde e muitos séculos antes dos protestantes.

    E essa compilação implicou deixar-se de parte muitos textos que também eram considerados sagrados e afinal eram apócrifos.

    É a isto que se chama Bíblia que foi tradição oral e viva e que nunca começou por ser livro uno ditado por Deus e escrito por Cristo.

    Entendido ou é preciso chatear mais e voltar a pedir para reproduzir palavras que não são minhas?

     
  • At 30 de maio de 2008 às 20:26, Blogger zazie said…

    Os protestantes claro que fizeram exegeses da Bíblia.

    Mas pergunto eu à catequista MC- quando é que apareceu a Bíblia?

    O que é "a Bíblia". Quando foi compliada?
    Que livros ficaram de fora?

    Porquê?
    Como se seleccionaram uns e não outros?

    Quando é que se uniu o que eram livros sagrados dos judeus aos testemunhos dos Apóstolos?

    O que é o Genesis?

    O que é o Apocalipse?

    Quem foi o autor do primeiro?

    Quem foi o autor do segundo?

    Sabe-se? é tudo da mesma ordem e comparável a um Evangelho de S. Mateus ou ao Cântico dos Cânticos?

     
  • At 30 de maio de 2008 às 20:29, Blogger zazie said…

    Mas esta teve piada.

    Com que então a MC escreveu para aí isso tudo e veio com tretas da Brandoa, que ninguém aqui falou, porque diz que

    Contestei o facto de tu dizeres que toda a exegese bíblica foi feita apenas por católicos.

    Que engraçado. Eu vou esperar sentada que encontre onde é que eu escrevi isso. Já que se deu ao trabalho de "contestar" coisas que eu não escrevi em parte alguma.

     
  • At 30 de maio de 2008 às 21:55, Blogger maria said…

    Zazie,

    vamos deixar de lado quem disse o quê, porque isso não é o que importa.

    Agora, as questões que pões sobre a Bíblia, exigem um comentário demasiado longo.

    Se tiver tempo durante o fim de semana, farei um post sobre essa temática.

     
  • At 30 de maio de 2008 às 22:08, Blogger zazie said…

    Não, não é deixar de lado quem diz o quê. Aqui não é o diz que diz. Aqui escreve-se.

    Se a MC afirma que eu disse basta copiar onde o escrevi. Não foi ao ouvido, por certo.

    De resto, quem passa estas tricas já sou eu. Porque não tenho pachorra para conversa de talho.

     
  • At 30 de maio de 2008 às 22:16, Blogger zazie said…

    E há muito que deixei de ser tolerante com o "diz que diz".

    Foi à custa de não ligar a tretas e intrigas que até se formou essa imagem que eu sou uma pessoa ateia ou sem crença e que "isso não vale nada".

    Como teve a lata de o escrever o aldrabão do Tiago Cavaco, antes de se ir embora.

    Tudo porque também deixei passar uma provocação do Tim (a brincar) usada depois pelo Miguel Marujo, já numa de trica, e rapidamente espalhada como um facto.

    Isto entre gente que não me conhece de parte alguma.

    E que andou por aí a espalhar não sei quantas aldrabices em relação à minha fé.

    Ainda ontem um bode postou essa vergonha caluniosa no Portugal Contemporâneo.

    E ainda no outro dia o Nuno (que é um bacano decente e nada dado a tricas) disse qualquer coisa como isso- que eu não ia à missa.

    Claro que eu sei que ele o disse porque andou a ler as mentiras inventadas por v.s

    E acreditou nelas. É assim que se espalha a má-fé.

    Estou-me pouco lixando para essas coisas. Mas até aproveito para esclarecer que, problema com a religião ou com a Igreja Católica, nunca tive.

    Tenho sim, facilmente problemas com os crentinhos em bando.

    Se fosse à custa deles até era mais fácil fugir a 7 pés que teimar em defender a religião.
    Felizmente que nunca conheci nenhum padre assim. Mas esses também não precisam da blogosfera para "apalparem as bossas da fé" dos outros, por procuração de teclado.

     
  • At 30 de maio de 2008 às 22:29, Blogger zazie said…

    Agora que a única questão teórica é essa- a da Bíblia- e como apareceu- e o que foi incluído nela e excluído, sim.

    Depois da Bíblia feita é fácil fazerem exegeses. E dizerem que foi tudo ditado por Deus. E que é tudo palavra e verdade divina. Sem meios termos ou alegorias pelo meio.

    E até admitiria que assim o poderia ser (tirando o Génesis, o Apocalipse e outros textos bem mais alegóricos e idênticos a muitas outras culturas de tradição oral).

    Agora o que não se pode é dizer é que a Bíblia é um livro deixado por Cristo. Porque nem livro uno era. E a minha pergunta foi apenas esta- então, se tudo o que aparecesse escrito em nome de testemunhos de Cristo foi ditado por Deus, porque é que foram excluídos vários tidos como falsos?

    E isto muito antes de descobertas de manuscritos do Mar Morto.

    Fez-se essa exegese com o argumento da autoridade divina ou com bom trabalho de informação paralela e relatos históricos?

    E os protestantes apareceram antes da compilação a que se deu o nome Bíblia, para ser da responsabilidade deles esse trabalho de exegese, ou depois?

    Claro que para responder a isto basta escrever a palavra "Bíblia" no Google que a até a wikipédia dá a resposta.

    Não é preciso perder-se um fim-de-semana. Faz-se em segundos.

     
  • At 30 de maio de 2008 às 23:13, Blogger zazie said…

    Só uma nota. Do modo como escrevi pode-se pensar que eu entendo o Genesis como qualquer outro mito fundador de sagas de aventuras ou coisas no género.

    Não. O que há de muito interessante no Genesis é ser uma narrativa repetida de forma muito idêntica em muitos lados. O que ainda lhe confere uma dimensão universal maior. Mesmo a questão do Dilúvio é repetida por todas as civilizações antigas.

    O que não me leva a tomá-lo à letra mas a pensar que também não é narrativa gratuita inventada por um qualquer maluco há milhares de anos.
    Do mesmo modo que o Paraíso e o sentido que dele deriva. Levo mesmo muito a sério estas narrativas. Dizem-nos mais (ainda que de forma alegórica) que esqueletos de Lucys em museus de história natural.

    Até vou ver se faço post acerca dos grandes mitos históricos do evolucionismo. Só para que não andem para aí a dizer que os únicos que têm mitos são os que negam "a ciência".

    Como se a ciência também não estivesse cheiinha (a transbordar) de mitos.

     
  • At 1 de junho de 2008 às 20:55, Blogger maria said…

    Zazie,

    já fiz o meu texto. Tem uma abordagem muito própria da minha condição de crente católica.

    Ao contrário de Lutero, acho que a comunidade (Igreja) serve de mediadora para a interpretarmos.

    Fico à espera do teu texto, onde também darás uma abordagem diferente da minha e rica, assim espero. Não entrei muito na cronologia histórica. Espero que dês tu essa perspectiva.

    Para mim, não há um livro da Bíblia mais importante do que outro. Todos eles são revelação e pronto!

    Não gosto, não tenho por hábito, tirar partes da Bíblia e fazer delas Palavra jorrada directamente da boca de Deus, para alentar ou condenar alguém (literalismos). A Palavra de Deus contida na Bíblia tem um "fio condutor" que não se deve ignorar. Esse "fio" é a salvação oferecida a todos os homens.

     
  • At 2 de junho de 2008 às 16:28, Blogger zazie said…

    Já vi e já comentei. Está um bom post.

    Eu agora ando ocupada com outras coisas mas já tinha ideias de pegar de novo na Bíblia (tenho andado com uma série acerca do Paraíso e da Àrvore da Vida).

    Vou ver se trato de uma série de "historietas" paralelas que acabam por mostrar como a arqueologia tem vindo a confirmar a historicidade dos relatos Bíblicos.

    Isto porque já vi que a propaganda ateia e jacobina até retira validade histórica à Bíblia.

    E há muitos aspectos da tradição viva, para lá do livro escrito- inacessível nos tempos mais antigos- que precisam de ser valorizadas.

    Infelizmente não há divulgação cultural religiosa. Ou é académica e fechada à relação com a socieade ou nem existe.

     
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