segunda-feira, maio 12, 2008
Pietà

Marina Abramovic
posto por Vítor Mácula
posted by @ 12:06 da tarde  
8 Comments:
  • At 12 de maio de 2008 às 19:21, Blogger cbs said…

    Pietà mesmo, lol
    vais ser excomungado...

     
  • At 13 de maio de 2008 às 00:05, Anonymous Anónimo said…

    se houver excomunhão pelo mau gosto há grande fundamento!

     
  • At 13 de maio de 2008 às 10:51, Blogger cbs said…

    e desde quando o oscilante gosto é fundamento, seja do que for?

     
  • At 13 de maio de 2008 às 11:02, Blogger Vítor Mácula said…

    “Nunca aceitaria fazer parte dum clube que me aceitasse como sócio.”

    (Diz o Marx, o Groucho ;)

     
  • At 13 de maio de 2008 às 11:04, Blogger Vítor Mácula said…

    “Somos o corpo e o universo ao mesmo tempo. Essa é uma das razões por que venho fazendo performances durante as últimas décadas: há muito para ser descoberto dentro de nós mesmos, para que entendamos como funciona todo o resto. Cada mineral ou substância do cosmos está presente no ser humano.

    Necessitamos entender nossa própria energia e qual é a nossa finalidade neste mundo. Esse sempre foi o meu maior questionamento.

    Minha idéia é de que todos necessitam “limpar a casa”, ou seja, purificar a si mesmos. Esquecemo-nos de que o corpo é uma casa, onde costumamos enfiar muito lixo. Temos que nos esvaziar para que possamos receber. Se não, viveremos como lixeiras abarrotadas em que não se pode incluir nada. Essa limpeza evoca o ascetismo, doutrina em que as pessoas passam um tempo sem comer e sem falar, apenas bebem água e meditam.

    A dor não é importante, mas sim o medo que sentimos dela. Porque o temor é inimigo óbvio do ego. Nosso medo é permanente porque somos temporários e vamos morrer. Então, temos de analisar e entender isso. Chegar o mais perto possível da morte para compreender melhor como ela é e nos livrarmos do medo da dor. Numa performance, represento a dor, não a encontro por acaso. Quando a mostro ao público, é como se ele pudesse olhar-se num espelho e ver que pode suportar o mesmo que eu consigo suportar. A questão mais relevante é que nunca vivemos no momento presente, estamos sempre pensando no passado ou no futuro. Mas o agora é mais importante, porque é o único tempo seguro. O passado já foi e o futuro ainda não aconteceu. Numa performance, é preciso que se tomem atitudes extremamente arriscadas para concentrar a atenção no presente. Um instante em que eu e o público realmente nos vemos, nos comunicamos e elevamos o espírito.

    Costumo realizar performances longas e essa dilatação do tempo está incluída. Não quero que o público passe um momento comigo observando uma apresentação. Desejo que se esqueçam do tempo, que estejam num espaço atemporal. Alguns pensam que performance é entretenimento, mas não é. A verdadeira performance é um inferno, tanto para o artista quanto para quem assiste.

    A transformação apenas interessa se você conseguir atravessar experiências muito próprias. Não se trata duma questão de agrado, do gosto em produzir objectos ou imagens, mas de verdade, de autenticidade própria.”

    (Diz a moça.)

     
  • At 13 de maio de 2008 às 13:13, Blogger Pedro Leal said…

    vitor

    As coisas estão num ponto em que não há muitos espaço para os cristãos se divertirem, ou divagarem, com discursos New Age, como o da moça. Panteísmo, auto-conhecimento e auto-purificação, são mentiras poderosas que estão, vão, fazendo estragos. Podia dizer que a moça precisava de umas férias a trabalhar a sério, a apanhar fruta, por exemplo, para por as ideias no lugar. Mas acho que já não há espaço para muitas ironias. A luta entre a graça de Cristo e a autolatria está feia..

     
  • At 13 de maio de 2008 às 13:38, Blogger Vítor Mácula said…

    Olá, Pedro.

    Não há abertura à graça de Cristo sem fracasso da natureza, e para tal é preciso activar esta até ao limite, ou a consciência do pecado é apenas de boca, ilusão de lucidez que decorou o discurso catequético sem transformação interior verdadeira e autêntica (que estou sempre em dúvida se é ou não o meu caso). Por outro lado ou pelo mesmo, a relação activa com Cristo pressupõe auto-conhecimento e auto-purificação, ou se preferires: remoção de obstáculos.

    O anti-gnosticismo e anti-pelagianismo irreflectido podem ser mais obstaculizantes do que a experiência vivida da configuração da mente e da vontade ao divino a partir de si próprio. A autolatria cristã tem destas formas de panegirismo: não vive nem deixa viver.

    Quanto à Marina, não é cristã, que eu saiba; mas não penso que precise de ir apanhar fruta (isto é, não penso que não o faça).

    abraço

     
  • At 14 de maio de 2008 às 15:06, Blogger Pedro Leal said…

    Vítor

    O problema é mesmo esse. As palavras são as mesmas, ou muito parecidas, mas o significado, bem espremido, é diferente. Mas, para ser mais claro, vai um post sobre o assunto.

     
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