Tiago deixo para amanhã as elaborações sobre os sacramentos. Mas para já, dois pontos rápidos em resposta aos teus: 1. Não ouvirás de nenhum católico dizer que o sacramento da Eucaristia foi instituído e descoberto por S. Tomás de Aquino. Claro que ele lhe deu uma roupagem teológica indelével na igreja ocidental, mas que é uma novidade basicamente fenomenológica e não ontológica, ou seja, descrevendo o processo da consagração em detalhe mas não acrescentado grande coisa sobre a natureza desse sacramento. E para não irmos aos Padres da Igreja (nos quais para começar estou longe de ser especialista e depois são sujeitos às mais variadas interpretações) ou aos costumes da igreja primitiva (na qual a celebração da Ceia do Senhor vem inclusivamente descrita na Bíblia por S. Paulo) uma prova cabal de que isto antecede em muito S. Tomás de Aquino é a manutenção da Eucaristia (com outro nome) como sacramento na igreja do Oriente, que sofreu pouca ou nenhuma influência escolástica, mas que preservou o depósito de fé na sua essência de Cristo verdadeiramente encarnado.
2. Nunca me ouviste dizer que Deus forçava as bocas dos participantes. A participação é obviamente opcional. O que eu disse é que o sacramento não ficaria sem fruto apesar de todas as insuficiências pessoais e nisto não faço mais do que interpretar as Escrituras: "Assim como a chuva e a neve descem do céu e não voltam para lá, senão depois de empapar a terra, de a fecundar e fazer germinar, para que dê semente ao semeador, e pão ao que come, o mesmo sucede com a Palavra que sai da minha boca; não volta sem ter produzido o seu fruto, sem ter executado a Minha vontade e cumprido a Sua missão' (Is 55,10-11)." Assumindo que Cristo é a verdadeira Palavra, e a Eucaristia verdadeiro Cristo, esta consequência parece-me bíblica.
Luís |
acho graça, quando a minha filha tenta ler um bocadito do Trento e me diz; pai, não se percee nada do que vocês dizem!
Mas de facto, com um pouco de atenção, porque vocês se empenham, vai-se percebendo... lol
e tou a gostar... tanto que ainda acabo a ir a missas em duplicado, católicas e evangélicas (será pecado por alguma perspectica?)