sábado, fevereiro 09, 2008 |
Rituais |
Boa discussão entre protestantes esta. Aproveito para malhar mais (no Pedro, evidentemente). "Olho para a história dos evangélicos e vejo que a sua grande força foi terem sido capazes de abdicar do conforto de rituais, intermediários e figurações. Isto porque tinham o mais importante: a presença de Cristo e a Sua Palavra", escreve. Muito certo se pensarmos que habitamos o Portugal de 1908. Quando estarás pronto a reconhecer mais 100 anos para poderes largar essa vaidade iconoclasta de protestante, bom Pedro? Não olhar para o tempo por zelo confessional é a calamidade que permite que a nossa auto-estima permaneça concretamente mitificada. Hoje, e entre os protestantes evangélicos, o conforto ainda é o de "abdicar de conforto de rituais, intermediários e figurações" para poder não dar contas a ninguém de tão sublime e subjectiva fé. Uma trágica irresponsabilidade, digo eu. Palavra que gostava de conhecer onde encontras tão valorosos protestantes no nosso país a prestar o serviço tão eficaz de levar o Evangelho aos perdidos. Andam-me a passar ao lado.
P.S. A discussão do ritual é crucial. Nunca a Reforma nem mesmo a sua face não-conformista, mais radical e nossa, baptista, julgou poder viver a fé sem ritual. Talvez o horizonte incida na problemática do sacramento, onde as implicações são muito mais diversas que as apontadas.
Tiago Cavaco |
posted by @ 11:11 da manhã |
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1 Comments: |
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Realmente, até já me tinha esquecido, mas a Contra-reforma fez-se em grande parte tentando tirar partido da estética - o que liga à forma e ao ritual - como por exemplo na arquitectura barroca "pour épater"... a Igreja de Roma, inteligentemente, tirou partido da emoção estética para penetrar os corações. Poderá parecer um embuste, mas discordo dessa ideia, pois ser ou não mentira, depende da verdade do que se transmite e da sinceridade com que se faz. Mesmo Jesus, quando fala por parábolas, está a apelar ao sentido estético, à imagem para dizer o indizível, por vezes só apreensivel intuitivamente e dificil de entender num discurso racional normal. Esta arenga toda, para dizer que a utilização dos rituais como acréscimo estético, se bem intencionado, além de belo é útil e traduz melhor o Amor de Deus.
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Realmente, até já me tinha esquecido, mas a Contra-reforma fez-se em grande parte tentando tirar partido da estética - o que liga à forma e ao ritual - como por exemplo na arquitectura barroca "pour épater"... a Igreja de Roma, inteligentemente, tirou partido da emoção estética para penetrar os corações.
Poderá parecer um embuste, mas discordo dessa ideia, pois ser ou não mentira, depende da verdade do que se transmite e da sinceridade com que se faz.
Mesmo Jesus, quando fala por parábolas, está a apelar ao sentido estético, à imagem para dizer o indizível, por vezes só apreensivel intuitivamente e dificil de entender num discurso racional normal.
Esta arenga toda, para dizer que a utilização dos rituais como acréscimo estético, se bem intencionado, além de belo é útil e traduz melhor o Amor de Deus.