quinta-feira, janeiro 31, 2008 |
A Sinagoga |
Mediante a surpreendente pluralidade de religiões, que se dispõem entre elas quase em círculos concêntricos, chegamos à religião que mais próxima está de nós: a do povo de Deus da Antiga Aliança. As palavras da Nostra Aetate constituem uma viragem. “Com efeito, a Igreja de Cristo reconhece que os primórdios da sua fé e eleição já se encontram, segundo o mistério divino da salvação, nos patriarcas, em Moisés e nos profetas… A Igreja não pode por isso, esquecer que foi por meio desse povo, com o qual Deus se dignou, na sua inefável misericórdia, estabelecer a antiga Aliança, que ela recebeu a revelação do Antigo Testamento e se alimenta da raiz da oliveira mansa, na qual forma enxertados os ramos da oliveira bravia, os gentios… Sendo assim tão grande o património espiritual comum aos cristãos e aos judeus, este sagrado Concílio que fomentar e recomendar entre eles o mútuo conhecimento e estima, os quais se alcançarão sobretudo por meio dos estudos bíblicos e teológicos e com os diálogos fraternos”
Os campos de concentração e o extermínio programado, sofreram-no precisamente em primeiro lugar os filhos e filhas da nação hebraica, apenas por serem hebreus. Auschwitz, talvez o mais eloquente símbolo do Holocausto do povo hebreu, mostra até que ponto se pode ir numa nação ou sistema construído sobre premissas de ódio racial e de vontade de poder, recordando que o anti-semitismo é um grande pecado contra a humanidade; qualquer ódio racial acaba, inevitavelmente por conduzir ao espezinhar da dignidade humana.(…)
A história dos hebreus em Roma é um capítulo aparte na história deste povo, estreitamente ligado de resto, aos Actos dos Apóstolos; defini os hebreus como os irmãos mais velhos na Fé. Este extraordinário povo continua a trazer dentro de si os sinais da eleição divina. Na verdade Israel pagou um alto preço pela sua própria “eleição”. Talvez através disso, se tenha tornado mais semelhante ao Filho do homem que, segundo a carne, era também filho de Israel (…) A Nova Aliança tem as suas raízes na Antiga. Quando poderá o povo da Antiga Aliança reconhecer-se na Nova – isso é, naturalmente, questão a deixar ao Espírito Santo. Nós homens, procuramos apenas não pôr obstáculos neste caminho. A forma de não pôr obstáculos é o diálogo cristão-judaico que, por parte da Igreja, é incrementado pelo Conselho Pontifício para a promoção da unidade dos Cristãos.
João Paulo II, Atravessar o limiar da esperança, Planeta 1994 cbs |
posted by @ 11:37 da manhã |
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