terça-feira, outubro 09, 2007
Tiago, gosto da tua visão
de ecumenismo, mas aqui o caríssimo Moisés Espírito Santo (de nome solidamente bíblico) discorda. Isto da nova igreja em Fátima insistir nessas coisas da Santíssima Trindade é tão retrógrado. E promover a devoção a Maria num dos maiores locais de peregrinação marianos é tão demodé, cá para mim devia marimbar nos milhares de fíeis que lá vão por esse motivo e chamá-los a todos ignorantes e hereges abolindo essas coisas animistas, porque o Moisés, esse grande líder de Israel, é um homem cheio do Espírito Santo e o Grande Timoneiro dos amanhãs que cantam de ecumenismo.

Entretanto os Lefébristas desesperados por pegar por algum lado, ajuízam que a estética ortodoxa é inevitavelmente cismática. Também acho, sou 100% a favor que se decore a igreja com a rica estatuária do mais fino quilate e acabamento que se vende pelas ruas de Fátima, de feições tão delicadas e que remetem de forma tão eloquente à devoção. Estimulava a economia nacional e o meu pendor iconoclasta. Talvez me passasse para protestante. Teria ganho o ecumenismo.

Antonius Block
posted by @ 5:04 da tarde  
13 Comments:
  • At 9 de outubro de 2007 às 17:46, Blogger josé said…

    Pois é Antonius, pelos vistos o Espírito Santo preocupa-se connosco.
    Cá para mim este Moisés, sociólogo, etnólogo, filólogo, linguista, especialista em Toponímia e sei lá mais o quê, ainda tem saudades do episcopado do bom Cardeal Saraiva. Esse é que era um padre à maneira...

    (vê em
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Mois%C3%A9s_Esp%C3%ADrito_Santo e segue o link do Cardeal - é só rir)

     
  • At 9 de outubro de 2007 às 18:25, Blogger Luís Sá said…

    "O Instituto de Sociologia e Etnologia das Religiões ( do qual ele faz parte) tem, até à data, quinze obras publicadas, algumas das quais em várias edições e inaugurou a Colecção «Ambientes Sociais», que tem como objectivo fundamental a publicação de trabalhos noutras áreas das Ciências Sociais e Humanas, congregando, na cidade de Lisboa, várias dezenas de pessoas que organizam, periodicamente, encontros científicos, denominados ‘Semana de Estudos das Religiões’, com vários especialistas, para além de ter organizado três congressos sobre ‘Religião e Ideal Maçónico’, com a colaboração do Centro de Estudos Afonso Domingues, nos anos de 1994, de 1998 e de 2001. O Instituto convida os especialistas em Sociologia das Religiões para a formação complementar dos alunos, tendo instalado, em 1999, um curso livre de «História e Doutrina do Esoterismo Ocidental» (trimestral, três horas semanais) sob a direcção de José Anes, para além de estar atento a todas as propostas de reflexão sobre as religiões e a mudança religiosa."

    Está tudo explicado... Eu a pensar ingenuamente que ele era só mais um reformador acalorado. Afinal é maçon.

    Mas que piece of crap de artigo jornalístico. Para sondar as reacções dos católicos metem excomungados seguidores do Lefébreve e deístas maçons. O sensacionalismo do costume. Já lamento ter dado espaço neste blog a isto.

    Bah

     
  • At 9 de outubro de 2007 às 18:25, Blogger Luís Sá said…

    Este comentário foi removido pelo autor.

     
  • At 9 de outubro de 2007 às 18:39, Blogger josé said…

    e por isso é que o gajo gosta tanto do Frei Francisco Saraiva, o cardeal maçon...

     
  • At 9 de outubro de 2007 às 19:48, Blogger David Cameira said…

    QUE ENORME BARBARIDADE...então, para os protestantes, " a Santíssima Trindade " é um tema fraturante????

    Ele nao estaá a confundir com os TJ, arre burro

    E preciso ter MUITA paciencia!!!

     
  • At 9 de outubro de 2007 às 19:51, Blogger David Cameira said…

    Antonius,

    Mas o Papa BENTO XVI não vei reintegrar todos os da tal sociedadesacerdotalS Pio IX na plena comunhão da igreja ?

    Ate foi emitida uma declaração , nao foi ???

     
  • At 9 de outubro de 2007 às 20:00, Blogger David Cameira said…

    Lá vem mais uma asneirola !!!

    Pq cargade agua e´q o Presidenmte da Republica vai inaugurar o santuario de FATIMA ??????

    Eu nao o vi a inaugurar o templo da Igreja baptista de S Domingos de Benfica...

     
  • At 9 de outubro de 2007 às 21:37, Blogger samuel said…

    "Eu nao o vi a inaugurar o templo da Igreja baptista de S Domingos de Benfica..."

    Estavam à espera de quê David? Havia ao menos bolo-rei? Não? Lá está! Para a próxima têm que tentar com bolo-rei.
    Para lá desta parvoeira, tens toda a razão, só que o sabor de ser "a maioria" é demasiado doçe e viciante e não permite dar espaço à "concorrência".

     
  • At 9 de outubro de 2007 às 22:24, Blogger Luís Sá said…

    samuel,

    É preciso ter uma grande dose de ingenuidade para achar que foi a Igreja Católica que quis que fosse lá o Presidente da República inaugurar a igreja. Já lá vai o Cardeal Tarcisio Bertone que é o "oficiante" papal. O santuário de Fátima tem projecção mundial e o D. António Marto sabe-o. A Igreja Católica não se podia estar mais nas tintas para lá ir o Cavaco ou não. O dinheiro não foi do Estado, nem um cêntimo, e a igreja é feita para as centenas de milhar de peregrinos que afluem a Fátima vindos de todo mundo. O governo português tem tanta importância no caso como tem o italiano no Vaticano ou o francês em Lourdes... zero.

    Agora deixar passar ao lado uma inauguração com impacto em dezenas de milhares de fíeis (e eleitores) portugueses é que o Cavaco não estaria disposto a fazer está mais que visto.

     
  • At 9 de outubro de 2007 às 22:39, Blogger Luís Sá said…

    Bom e devo dizer que pessoalmente concordo com a ida de Cavaco a Fátima.

    Fátima move centenas de milhar de pessoas por ano e continua a ser um local de grande importância para uma grande fatia da população portuguesa. Vocês continuam a dar-lhe com a igualdade religiosa mas isto nada tem que ver com igualdade religiosa, tem que ver com expressão sociológica.

    O Cavaco está-se provavelmente nas tintas se é Fátima ou o futebol. É algo que mobiliza uma grande parte dos portugueses e portanto aparece lá. Ou também achas que o nosso presidente devia assistir aos jogos de rugby, futebol de salão e polo aquático das nossas selecções? A liberdade religiosa é as pessoas serem livres de jogarem o desporto que quiserem e não livres do presidente ir assistir a todo e qualquer desporto que resolvam praticar...

    Já falámos disto 500 vezes. O presidente é o representante de uma nação com características próprias, não um fantoche do politicamente correcto e "neutro" em tudo o que são matérias culturais.

     
  • At 9 de outubro de 2007 às 22:50, Blogger Luís Sá said…

    A sério que não vos percebo...

    A rainha de Inglaterra foi coroada com o arcebispo da Cantuária no background e nenhum católico se lembrou de mandar umas patacoadas. Na Turquia ou em Marrocos ninguém está à espera que as confissões cristãs tenham a mesma visibilidade pública que o Islão.

    Na Rússia o presidente encontra-se com o patriarca de Moscovo nos feriados religiosos cristãos.

    Na Grécia as chefias ortodoxas são sustentadas pelo Estado e o seu "código canónico" é aplicado de facto em solo grego.

     
  • At 10 de outubro de 2007 às 00:36, Blogger samuel said…

    ...e eu estava a brincar. Ainda por cima era com o Cavaco.
    Se tenho dito alguma coisa séria, nem quero pensar!...

     
  • At 10 de outubro de 2007 às 01:44, Anonymous Anónimo said…

    Antonius

    Pessoalmente, não tenho nada a opor à ida do Presidente a Fátima. É um acontecimento relevante, pelo número de pessoas que envolve. Espero que apareça também em eventos relevantes de outras religiões. Já não não tenho um perspectiva tão optimista como a tua quanto à indiferença para a hierarquia católica da presença ou não de Cavaco. Acho que o benefício é mutuo.
    Mas há um ponto a realçar. Pela positiva. Se se confirmar que não foi gasto um euro dos impostos dos portugueses na nova basílica (e, pelo antecedentes, convém esperar pela confirmação de fonte independente) então só posso dar os parabéns aos católicos portugueses porque é esse mesmo o caminho.
    Quanto aos exemplos que dás de ligação entre o Estado e as igrejas, relembro-te que os baptitas, e evangélicos em geral, são contra essa mistura. Em Portugal são os católicos, noutros países, inclusive protestantes, outras igrejas. Não somos do tipo de andar a fazer manifestações por causa disso. Há coisas bem mais importantes. Mas não deixamos passar a oportunidade de por o dedo na ferida.

    Pedro Leal

     
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