quarta-feira, junho 20, 2007
Pró-catolicismo e separatismo baptista
No contexto de 2 posts do Pranto e Ranger de Dentes reproduzo aqui parte do que coloquei aí, tentanto explicar ao Pedro os meus simultâneos pró-catolicismo e separatismo baptista (tema que frequentemente nos afasta).

Talvez seja presunção da minha parte mas creio que olhando para a big picture os evangélicos só têm a ganhar com um bom relacionamento com a Igreja Católica. Longe vai o Século XVI em que as lutas eram centrais porque partia-se do princípio que toda a Europa era cristã. Hoje, em que a fé já não universaliza como outrora, são mais os pontos em que os cristãos precisam de concordar para posteriormente sobreviverem em independência. É por isso que não sou ecuménico (na realidade nenhum católico é ecuménico, já os evangélicos deveriam ter percebido há muito) e não aspiro a qualquer unificação eclesiástica, e sou simultaneamente favorável à multiplicidade denominacional e a favor da inter-confessionalidade (uma relação aberta de amizade com todos os cristãos).
Não é à toa que no livro que usei para a citação, "Baptist Why And Why Not", o tom é de simpatia para com as outras expressões de fé, sobretudo protestantes. Veja-se: "While we may magnify and rejoice in the agreement between the several denominations, yet no good but rather harm will come if we ignore or even make little of the differences. It is far better to recognize these differences, and understand them as differences in our interpretation of the Word of God and to cultivate at the same time earnestness in searching the Scriptures with a persistent purpose to follow where they lead". É óbvio que o autor não estará a pensar na Igreja Católica aqui. Mas o autor estava com o Século XX pela frente e eu estou com o Século XX nas costas. Creio por isso que com o ataque contemporâneo à fé só temos a ganhar numa relação com Roma aberta, amigável e fiel às divergências.
Por último, muito do nosso nojo anti-Vaticano resulta de nascermos num país esmagadoramente Católico. Temos por natureza um complexo de inferioridade. Veja-se o relacionamento entre protestantes e católicos em países de maioria protestante para termos outro ponto de referência. E já agora conheça-se católicos em países de maioria protestante que certamente vamos encontrar paixões inesperadas (troco qualquer Yancey pelo meu Chesterton).
Consegui explicar-me melhor?

Tiago Cavaco
posted by @ 12:43 da tarde  
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