sábado, maio 19, 2007 |
A ver se nos entendemos... |
Estamos aqui com uma certa dificuldade semântica.
Críticas e opiniões divergentes nada têm a ver com relativismo, bem pelo contrário, são-lhe por inerência completamente avessos.
O professar que exista uma verdade absoluta não significa que eu a possua. Bem pelo contrário, é precisamente porque a minha visão é relativa e a verdade é absoluta que me separo dela. Se a verdade for em si mesma relativa, eu já sou dono dela. É o relativismo que se diz dono da verdade, não o contrário.
A visão actual do mundo que tenho poderá muito bem mudar. Não a assumo como definitiva ou verdade absoluta. Mas enquanto for aquilo no qual creio, ela tem para mim um valor fundamentalmente diferente do que aquilo que todos os outros crêem. Não é igual para mim o que eu penso ou o que os outros pensam. Não o é nem o pode ser para ninguém. E quando porventura aderir a novos postulados, terei feito o meu caminho, e os novos postulados a que aderi terão para mim um valor novamente diferente daqueles que deixei para trás.
Relembro o que é que me fez pegar no tema do relativismo:
Ninguém pode dizer que Deus é... sem perceber que tudo é relativo. Não há absolutos, só perpectivas e essa é a força do Cristianismo. Boff, Lutero, Pedro, Antonius, tudo são tentativas de tocar o inatingível.
Julgo que percebi o que se estava a tentar dizer. Apenas quis apontar umas elações abusivas que se costumam retirar do facto de não conhecermos tudo.
Antonius Block |
posted by @ 3:19 da tarde |
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3 Comments: |
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é verdade
quando pensamos que não existem absolutos na nossa vida existe de facto o absoluto do "eu"
aliás toda a nossa existência quotidiana supõe absolutos nas nossas decisões segundo a segundo e pretender que não existe um absoluto, isto é um imperativo categórico exterior a nós, pode conduzir a transformar o "eu" em imperativo categórico
o probleam, se bem compreendo, é a fronteira, a fronteira que cad aum de nós tem que estabelecer entre a rigidez e o fanatismo por um lado e o egoísmo e o egocentrismo pelo outro
gostaria de sublinhar "cada um de nós", isto é, a consciência individual de cada um (porque a "consciência individual", amigos protestantes, não é património vosso :))
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ehehe
Depois de citar o camarada Mao, cita o camarada Kant
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Mas o Antonius explicou muito bem. Porque o relativismo é que torna cada euzinho dono do mundo.
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é verdade
quando pensamos que não existem absolutos na nossa vida existe de facto o absoluto do "eu"
aliás toda a nossa existência quotidiana supõe absolutos nas nossas decisões segundo a segundo e pretender que não existe um absoluto, isto é um imperativo categórico exterior a nós, pode conduzir a transformar o "eu" em imperativo categórico
o probleam, se bem compreendo, é a fronteira, a fronteira que cad aum de nós tem que estabelecer entre a rigidez e o fanatismo por um lado e o egoísmo e o egocentrismo pelo outro
gostaria de sublinhar "cada um de nós", isto é, a consciência individual de cada um (porque a "consciência individual", amigos protestantes, não é património vosso :))