Sofro por não ser inteiro. O comportamento a que aspiro como digno, vezes de mais não corresponde à minha prática. Na questão do aborto, considerando-o um mal, em consciência, fui obrigado a aceitar a legalização (teria preferido a despenalização) por razões evidentes de saúde pública. A decisão ficará, como sempre, na consciência de cada pessoa, mas o facto do Estado encarar a ulcera, em vez de ignorá-la, só pode reduzir o mal imediato. Há no entanto outra vida em jogo…
Agora... na questão do preservativo, a defesa da vida é inequívoca. Compreende-se que a questão seja doutrinária e mais profunda, compreende-se também que as palavras do Santo Padre sejam descontextualizadas, manipuladas, mas ó meus amigos!... Não se compreende que perante a emergência da doença, que perante a enorme influencia da Igreja em África, o Santo Padre permita situar-se na ambiguidade. Não peço que aceitem a promiscuidade sexual, peço-lhes apenas que reconheçam a evidencia, que com a casa a arder, não tem sentido nenhum discutir seguros de incêndio. Porra! Amo o Santo Padre. Lamento ter dizer que, considero, pela sua consequencia, criminosa a posição em que a Igreja Católica se permite ser colocada. cbs |