terça-feira, novembro 25, 2008
Bom de bola e não só
O (ainda) melhor do mundo diz de sua justiça sobre dinheiro, Bíblia, igreja e sexo. É evangélico, concerteza.

Você acha justo que os jogadores ganhem salários altíssimos enquanto a maioria da população sobrevive com R$ 415 por mês?
Eu acho. Infelizmente, foi criado em torno dos jogadores de futebol esse comentário de que se ganha muito dinheiro sem merecer. O futebol é um negócio, e em volta desse negócio giram bilhões. O centro desse negócio são os jogadores. Nada mais justo que aqueles que fazem o negócio girar sejam remunerados justamente. Se a empresa onde você trabalha consegue produzir, e você é um funcionário competente dessa empresa, nada mais justo que você venha a ser remunerado por isso.

Como você consegue equilibrar fama e riqueza com uma religiosidade até certo ponto espartana?
Tendo convicção dos meus valores.

O que você sentiu ao ser eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa? Como você reage aos comentários de que sua atitude de doar seu troféu para sua igreja foi impensada (no início deste ano, Kaká entregou o troféu à Igreja Renascer em Cristo)?
Foi uma grande honra ter sido eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa, saber que meu nome estará na lista dos melhores do mundo para sempre. Esse tipo de comentário vem de pessoas que não me conhecem. Todos os meus atos são muito bem pensados. Sei muito bem o que fiz quando ofertei aquele que na minha casa seria um troféu, e na casa de Deus será um memorial. Não ofertei o troféu para a igreja nem para o pastor. Ofertei a Deus por tudo o que Ele tem feito na minha vida, pois creio que, sem Ele, não teria tido esse reconhecimento. A Bíblia diz que oferta se dá no lugar onde você recebe sua bênção. Outro motivo importante foi dividir com o povo: na minha sala ficaria à disposição da minha família e amigos. Lá, todo mundo pode compartilhar comigo essa conquista.

Você costuma falar sobre Deus com outros jogadores da Seleção?
Costumo falar não só com os jogadores da Seleção, mas também com os do Milan. Sempre que posso, conto um testemunho, um milagre, demonstro o que Deus tem feito na minha vida. Alguns pedem para orar por um motivo especial. Quando podemos, fazemos um estudo bíblico durante as concentrações.

O que você pensa sobre as pessoas que o criticam por você ter casado virgem?
As pessoas, quando me criticam com relação a isso, normalmente falam como se eu fosse um coitadinho que foi manipulado. A verdade não é essa. Sei muito bem o que fiz, o que isso representa na minha vida e na da minha esposa, pois tenho a convicção, no meu coração, de que quem ama espera.

Pedro Leal
posted by @ 12:05 da manhã  
8 Comments:
  • At 25 de novembro de 2008 às 16:34, Blogger cbs said…

    muito parecido com o jovem católico cristiano, sem dúvida

     
  • At 25 de novembro de 2008 às 23:52, Blogger Pedro Leal said…

    cbs

    :) Sim, também pensei nisso...
    Mas que seja o C. Ronaldo o próximo melhor do mundo. O que se perde em discurso edificante ganha-se em patriotismo.

     
  • At 26 de novembro de 2008 às 10:43, Blogger cbs said…

    sabes Pedro
    é uma coisa que reparo, hoje, os heróis são de vista, hoje aquilo que parece "é".
    Se um gajo guia bem, chuta bem, canta bem, ou o diabo que for, torna-se num herói, e tudo o que diz passa a importante, a exemplar.
    Ninguém se preocupa em saber se esse herói é íntegro, se pensa bem ou se pensa, sequer... se o Figo ou o Schumaker, por exemplo, disseram uma barbaridade, dá-se-lhes toda a atenção e todo o benefício da dúvida.

    Pouco se apercebe no nosso mundo de imagens - o Adriano Moreira tem para isto, uma designação politica curiosa, a Mentirocracia - que ser muito bom numa função, desporiva ou outra, não tem nada a ver com a ética.
    O maior bandido pode ser campeão do mundo, e lá por isso não deixa de ser um grande filho da puta.

     
  • At 26 de novembro de 2008 às 13:14, Blogger Pedro Leal said…

    Sim, cbs, concordo. O estatuto mediático é uma espécie de salvo conduto para a relevância. A dimensão ética, e outras, não conta. Mas porque é que alguém que sabe pontapear bem a bola, ou escreve bem, ou canta bem, há-se ter mais sabedoria ou sensatez do que aquele que não sabe jogar à bola, não escreve bem e não sabe cantar? Por que misturamos as coisas? Julgo que, em parte, tem a ver com o tal mundo de imagens de que falas.

     
  • At 26 de novembro de 2008 às 15:17, Blogger cbs said…

    Tem a ver com o mundo mediático sim, mas também com a infantil necessidade de afirmação, inerente aos humanos. Então, aqui na blogosfera, isso parece-me muito nítido.

    Mas, parece-me a mim, que a necessidade humana de atenção, que leva a invejar e querer ultrapassar o outro, para que possa ter toda atenção só para mim, conjuga-se hoje com as imagens potenciadas pelos meios de comunicação de massas.
    Houve tempos em que ser rei, ou mesmo sábio, ou gerreiro, ou sacerdote, era o máximo da ponta da catana.
    Agora vive-se o artista do espectáculo ou desporto, os modelos através dos quais desejamos mostrar-nos e ser vistos.
    São eles que adoramos e invejamos; Adoramos quando tendemos a aceitá-los como referencia para tudo, desde o vestir ao falar - palavras tantas vezes vazias;
    Invejamos porque quais urubus, quando os mesmos caiem em desgraça, sobrevem um prazer mórbido na exposição da nudez e no afundanço do ex-ídolo.
    Como no futebol, passam de bestiais a bestas em segundos.
    O circo romano não devia ser muito diferente...

     
  • At 28 de novembro de 2008 às 21:39, Anonymous Anónimo said…

    desculpem meter-me...

    poder=capacidade de gerar $

    relevância=tempo de antena

     
  • At 28 de novembro de 2008 às 22:15, Blogger cbs said…

    Caro João sê bem aparecido neste vale virtual

    quanto à
    relevancia = tempo de antena
    apriori sim, mas isso nem sempre resulta positivamente. Por exemplo, os linchamentos publicos nos telejornais

    agora
    poder = capacidade de gerar
    dinheiro
    não.
    A Sociologia trata dos fenómenos sociais e a Politica é como que um subconjunto desse domínio, trata dos fenómenos de poder (nem todas as relaçoes sociais sao relaçoes de poder)
    E em ciencia politica, Poder significa exactamente a capacidade para influenciar o comportamento de outrem.
    Portanto esse poder pode ter várias formas de expressão, desde a argumentação, passando pela compra, até ao uso da força.

     
  • At 28 de novembro de 2008 às 22:22, Blogger cbs said…

    O que se passa nas sociedades democráticas mediatizadas é que a aprente liberdade, cede lugar a um poder isidioso e subtil, o da mentira brilhantemente disfarçada pela psicologia da propaganda que costumam designar por marketing

    abraço

     
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