segunda-feira, novembro 17, 2008
Raízes históricas
Depois da história doméstica, sob a forma de colecção de cromos, um pouco de história mais universal. No caso, as raízes dos evangélicos, citando um conciso trecho da “História do Cristianismo”, editada pela Bertrand.

“A Igreja de Inglaterra, tal como fora estabelecida por Isabel I, aparecia como totalmente insatisfatória não só aos olhos dos católicos romanos, como também aos olhos dos protestantes extremistas. Estes últimos gostariam de ter uma Igreja radicalmente reformada, mais na linha da fundada por Calvino em Genebra. Os que trabalhavam para purificar e reformar a Igreja para além do modelo imposto pelo governo eram chamados “puritanos”.
Os puritanos ingleses pretendiam abolir as cerimónias religiosas que consideravam ser restos do catolicismo: o uso da cruz no baptismo, o roquete, a genuflexão durante a comunhão. Muitos puritanos interrogavam-se se a autoridade dos bispos teria verdadeiro fundamento nas Escrituras. Pediam que se adoptasse um modelo reformado do modo de governar a Igreja, com os anciãos e os sínodos, e desejavam uma disciplina mais rigorosa.
(…)
Muitos puritanos apenas se conformaram com o anglicanismo exteriormente.
No meio das dificuldades, paralelamente ao principal grupo dos puritanos foi-se formando um pequeno movimento separatista.
Os separatistas eram guiados por Robert Browne (c. 1550-1663) e por Robert Harrison (m.c. 1585). Já não consideravam a Igreja de Inglaterra a verdadeira igreja, e em 1581, juntamente com os seus seguidores (muitas vezes chamados brownistas), fundaram em Norwich uma comunidade independente. Browne fazia de pastor e Harrison de pregador. Afastaram-se totalmente da Igreja Anglicana, que consideravam corrupta e falsa e deram vida a uma comunidade própria baseada num pacto eclesial. Este passo marcou o início do movimento congregacionalista. O governo inglês e os bispos ingleses perderam a paciência e procuraram sufocar com todos os meios os brownistas, prendendo-os, vexando-os e levando-os a emigrar.
Os Países Baixos desempenharam um papel cada vez mais determinante na vida da dissidência inglesa.
(…)
Os "Pilgrim Fathers”, dirigidos por John Robinson saíram de Leida, onde tinham vivido, e emigraram para Nova Inglaterra. Um dos grupos separatistas de Amesterdão, sob a orientação de John Smyth (m. 1612) e Thomas Helwys (c. 1550-1616), deu origem ao movimento baptista.”


Pedro Leal
posted by @ 10:19 da tarde  
3 Comments:
  • At 18 de novembro de 2008 às 16:01, Blogger cbs said…

    good. espero que continues. faz-me confusão como é que os Anabaptistas surgem e depois emigrando originam a uma data de movimentos como os Amish, os Quakers, etc (que julgo provirem dessa raíz).
    Poupavas-nos a leitura do livro :)

     
  • At 19 de novembro de 2008 às 13:04, Blogger Pedro Leal said…

    cbs

    Ok, vamos ver se encontro textos tão concisos como este sobre os anabaptistas. Eles têm uma história muito rica, paralela à Reforma, e são talvez dos mais difamados por preconceitos históricos, mesmo entre evangélicos.
    (Só um reparo: os quakers não são anabaptistas, também vieram do anglicanismo).

     
  • At 19 de novembro de 2008 às 13:46, Blogger cbs said…

    obrigado Pedro
    aproveito pra te pedir desculpa pelo post de cima, lol
    (foi um vipe que me deu... dão-me coiss assim de quando em vez ;)

     
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