quarta-feira, março 05, 2008 |
A Título de Exemplo: |
Escutava a Palavra pregada pelo pastor da igreja baptista da cidade, que conhecera recentemente a minha decisão em dar esta vida a Jesus, e que, após pôr termo à oração de despedida, falou-me na mudança a fazer na minha pessoa para receber a graça de Deus:
1. Trocar de óculos (Vogue, transparentes); 2. Tirar os brincos (de preto); 3. Escolher outro chapéu (militar, esquerdista).
Tudo o que desejava era um renascimento espiritual em Cristo, e, em vez, deram-me um Extreme-Makeover, versão retro-heterossexual.
Isto vindo da mesma comunidade que em pleno Portugal pós-revolucionário se dividiu pelas mulheres que não ficaram caladas, e insistiam no pecado de vestir calças e ir ao cinema.
Repensemos.
Nuno Fonseca |
posted by @ 10:43 da manhã |
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3 Comments: |
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Nuno
Se sempre houve tensão geracional dentro da igreja, como em qualquer outro grupo humano, quanto mais agora nestes acelerados e pós-modernos dias... Mas o exemplo que dás é bom. Porque, no fundo, tanto tu como o Pastor buscavam desde logo o conforto institucional (legítimo, diga-se): tu, querendo mudar o interior mantendo o exterior; o Pastor, procurando garantir à partida a tua harmonização física com o resto da igreja. E não vou advogar aqui a velha formula de cedência mútua para atingir uma plataforma de entendimento. Não o faço, porque isso é o erro estafado e recorrente: procurar na estrutura o que só pode ser conseguido pelo próprio crente. Por muito que soe à generalidade das pessoas como fuga para a frente, frase-feita ou argumentação circular, o essencial, o realmente importante, é o ter em comum o conhecimento e o encontro com Cristo e o amor à Sua Palavra. É isso que faz a igreja. Com brincos ou sem brincos. Com vinho ou sem ele. Com homens de um lado e mulheres do outro ou todos misturados.
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Um grandessíssimo ámen a tudo o que disseste, Pedro.
Eu também não desaprovo do dito pastor, pessoa a quem muito respeito, e a sua igreja, mais tradicionalista, têm tanto lugar no Corpo como a mais liberal Assembleia de Deus.
Não era ele que estava errado, simplesmente aquele não era o meu Monte Sinai; o lugar santo abque Espírito Sto me chamou.
No fundo é isto: o nosso Deus, sendo trinitário, é uno e plural -- e assim deve ser a igreja.
Paz.
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Quando trocou os seus oculos vogue, os doou ou que fez com eles? Eu estou pensando em fazer algo assim, mas ainda nao me decidi.
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Nuno
Se sempre houve tensão geracional dentro da igreja, como em qualquer outro grupo humano, quanto mais agora nestes acelerados e pós-modernos dias... Mas o exemplo que dás é bom. Porque, no fundo, tanto tu como o Pastor buscavam desde logo o conforto institucional (legítimo, diga-se): tu, querendo mudar o interior mantendo o exterior; o Pastor, procurando garantir à partida a tua harmonização física com o resto da igreja. E não vou advogar aqui a velha formula de cedência mútua para atingir uma plataforma de entendimento. Não o faço, porque isso é o erro estafado e recorrente: procurar na estrutura o que só pode ser conseguido pelo próprio crente. Por muito que soe à generalidade das pessoas como fuga para a frente, frase-feita ou argumentação circular, o essencial, o realmente importante, é o ter em comum o conhecimento e o encontro com Cristo e o amor à Sua Palavra. É isso que faz a igreja. Com brincos ou sem brincos. Com vinho ou sem ele. Com homens de um lado e mulheres do outro ou todos misturados.