sexta-feira, junho 01, 2007 |
o que é a esquerda e porque é que ela corresponde à vontade de Cristo |
A título prévio gostaria de fazer uma pequena referência ao post anterior do Antonius.
Quem defende a PAC é alguma "esquerda" corporativista e a alguma direita corporativista (nomeadamente a direita francesa e alemã).
Dizer que quem defende a PAC é de esquerda é como dizer que quem é do Sporting é de direita.
Passemos à frente.
O que caracteriza específicamente a esquerda enquanto conceito político e que a permite distinguir em todas as situações da direita é a dicotomia "igualdade versus desigualdade". Nenhuma direita defende a igualdade económica, isto é, a máxima redistribuição de recursos (apesar de estas questões de boca e de barriga serem bizantinices para a zazie, para quem as sofre na pele, bizantinices é tudo aquilo que impede essas pessoas carenciadas de verem as suas necessidades satisfeitas).
Em todas as outras questões é possível ver esquerda e direita a defenderem posições de uns e de outros (por exemplo, existe esquerda estúpida e esquerda inteligente, esquerda democrática e respeitadora das liberdades e esquerda totalitária e autoritária, assim como existe direita com todos estes atributos).
Muita da "esquerda" não passa de neoliberalismo moral (e por vezes também económico) recauchutado, tipo PC e algum PS mas sobretudo BE e JS (espero fazer proximamente um post para fundamentar esta afirmação).
E alguma direita até tem "preocupações sociais" mas quando vir uma pessoa de direita dizer que, num quadro de respeito pelas liberdades fundamentais, pelos direitos humanos e pelos mecanismos democráticos, a sua preocupação política fundamental é a igualdade e a adopção de políticas redistributivas radicais com vista a este objectivo, nessa altura direi: aqui está um verdadeiro esquerdista (e, nesta matéria, também cristão, mesmo que seja ateu).
Porque é que ela corresponde à vontade de Cristo?
Porque Ele disse que todos os homens são irmãos.
timshel |
posted by @ 2:50 da tarde |
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9 Comments: |
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A verdade é que poucos adeptos do Sporting são de esquerda - ao passo que no Benfica encontras mais e melhor gente. É o povo.
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E eu sou do Benfica! Ahahah :P
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ehehehe O rapaz linca-me ":O))) olha aí, bota lá a minha pergunta: o D. Dinis e o D. João II eram de esquerda ou de direita?
Quando caracterizares essa palavra, com a devida referência histórica, os modelos económicos e sociais propostos, avisa.
É mais simples: a Esquerda morreu. Acabou quando acabou a tal proposta de socialização dos meios de produção e da utopia igualitária comunista. Contra o sistema capuitalista.
Se queres agora insistir numa configuração de Esquerda que arrasta apenas os escombros de utopias perdidas, mantendo os totalitarismos e renovando-os em causas cada vez mais decadentes e burguesas, é contigo.
A Esquerda enquanto sistema social deu bode e acabou.
Faz tanto sentido falares de esquerda capitalista como dizeres que o D. Dinis era de esquerda por causa da políica agrícola mas de direita por causa da monarquia e dos privilégios de castas.
E até acho que há configurações de direita conservadora que defendeu a justiça social.
Só a não defendem os darwinistas sociais.
De resto, à parte isso, o que existe e fuçanga e competição e nada disso se traduz nas tuas engenharias holistas.
Tu tens essa tendência para o mecano do holismo, só vez a floresta inter-galática, de preferência com um bom Big Brother cristão a comandar o universo.
Eu vejo a árvore e os pequenos agrupamentos e não acredito em boas intenções a mecano.
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O que acho piada é que ele é bruxo. Ele adivinha onde estão os milionários e adivinha os carenciados por serem pessoas que nascem com menores capacidades.
Só isto é um disparate. Odarvinismo social o que mostra é que a erva ruim tem mais capacidades de sobrevivência que a florzinha bonita.
O Tim é um psico-esquerdalho de castas.
Acredita na predestinação dos capacitados,para serem vencedores e no inverso; que a roda da sorte não gira. Que em baixo só estão mongos e a igualdade social, para ele acaba sempre no nivelamento pela predestinação da monguice.
Quando a monguice costuma andar mais pelos sucessos de chico-espertice. E o mundo actual não é o mundo do triunfo apenas pelo bom trabalho e o bom mérito; é muito mais o mundo da chico-espertice.
No poder estão eles todos. Quanto mais incapacitados mais se alçam às cavalitas.
A igualdade social é uma utopia mundial, no mínimo. Só funcionaria com uma ditadura por colonização de extra-terrestre.
Nada disto se traduz pelas exigências a cumprimentos de acordos, funcionamentos de justiça e pagamentos de impostos.
O problema nem é esse. Se já vivemos em falsas economias de dinheiro virtual da finança, a própria valorização da produção e de criação de bens ou inovação e qualidade social pode tender a cair a pique.
O Tim ainda vive com a fábrica à Metropolis na cabeça. Não se apercebeu que o casino dos fundos burgueses igualitários, onde os desejos sociais são todos burgueses, já subverteu essa noção.
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ahaahha
Mas tinha-me escapado esta passagem do bacano:
"Muita da "esquerda" não passa de neoliberalismo moral (e por vezes também económico) recauchutado, tipo PC e algum PS mas sobretudo BE e JS "
Ou seja: toda! ahahahaa
Só fica de fora uma esquerda boa que nem tem nome: "Eu- the big Tim nas alturas"
ahahahahahaa ":O))))
Ao tempo que o andava a chatear para ele me explicar quem era então essa famosa esquerda boa que eu não conhecia por nome de grupo.
Acabou de dizer: não existe.
Existirá... potencialmente... na alma esquerdalha de gente que não faz política...
ahahahahahahahaha
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Tim,
"Nenhuma direita defende a igualdade económica, isto é, a máxima redistribuição de recursos (apesar de estas questões de boca e de barriga serem bizantinices para a zazie, para quem as sofre na pele, bizantinices é tudo aquilo que impede essas pessoas carenciadas de verem as suas necessidades satisfeitas)."
Isto não é verdade. A tradição liberal do capitalismo apenas diz que deixando o mercado agir livremente é a melhor forma de conseguir essa igualdade. Já se aprendeu com a crise dos anos 20 que o mercado tem que ter regras e um sistema de justiça forte para as aplicar (como os EUA têm). Agora não me venhas é dizer que os membros do PC russo estavam mais interessados no bem estar público que o Roosevelt quando fez o New Deal.
A tentação comunista e de alguma esquerda é tentar controlar o incontrolável. Controlar o que as pessoas pensam, controlar o que as pessoas querem, controlar a forma como o mercado se comporta. A ilusão da redestribuição não passa de isso mesmo, de uma ilusão. Funciona em países com uma mão obra de grande formação e uma população muitíssimo reduzida (todos os países nórdicos, a suiça, o luxemburgo são países com uma população ridiculamente pequena, e mesmo o canadá que era o paraíso nesses termos é relativamente pequeno e estão a afrouxar nas regalias do estado providência). Tivesse o Canadá a população da Alemanha ou mesmo da França e a conversa seria outra... A conversa de que os ricos podem sustentar uma larga maioria de pobres é estar a querer enganar o povo e dar-lhe falsas esperanças. Os países que têm qualidade de vida têm-na porque a maior parte dos seus habitantes são qualificados e têm capacidade para gerar riqueza já de si. Nesse aspecto, não há milagres de pacotilha...
A grande virtude da democracia, democracia liberal que só essa é que é democracia a sério, é deixar correr as coisas de forma relativamente livre (e não falo só de economia, falo de pensamentos, posições políticas e religiosas), gerindo a tensão das suas contradições, tudo dentro do limite de leis bem definidas e aplicadas com zelo (e é também por isso que Portugal dificilmente terá uma democracia de jeito enquanto tivermos o problema da justiça).
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O que não quer dizer que não se deva ajudar os necessitados...
E quanto a mim a filosofia deve ser o Estado assegurar um mínimo, e a partir daí ser a sociedade civil que toma conta dos seus, com movimentos de apoio social, entre outros, dos cristãos também. O Estado a controlar isso para quê? Para ficar com metade da massa e a outra metade aplicar mal?
O Estado Providência só funciona bem em países onde os funcionários públicos não cedem à tentação da corrupção, e esses países contam-se pelos dedos mais uma vez.
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A verdade é que poucos adeptos do Sporting são de esquerda - ao passo que no Benfica encontras mais e melhor gente. É o povo.