terça-feira, dezembro 15, 2009
Era uma vez no Tennessee
Darrow ergueu a Bíblia e começou a ler: então, o Senhor Deus disse à serpente: por teres feito isto, serás maldita entre todos os animais domésticos e entre os animais ferozes dos campos. Rastejarás sobre o teu ventre, alimentar-te-ás de terra todos os dias da tua vida - Achais que é por isso que a serpente é obrigada a rastejar sobre a barriga?

- Eu acredito que sim.
- Tendes alguma ideia acerca de como a serpente se movimentava antes disso?
- Não senhor.
- Sabeis se caminhava sobre a sua cauda ou não?
- Não senhor, não tenho maneira de o saber.
Rebentou riso por toda a parte. De repente, Bryan ergue a voz, gritando, histérico: o único propósito de Mr. Darrow é desrespeitar a Bíblia…
(Inherit the wind) cbs

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posted by @ 10:07 da tarde  
3 Comments:
  • At 16 de dezembro de 2009 às 12:56, Blogger Pedro Leal said…

    A ironia disto é que hoje são os evolucionistas a evocar o desrespeito à Ciência quando alguém põe e causa e expõe as contradições da sua teoria.
    Quanto ao estado anterior da cobra, estou como o interlocutor do texto: não sei. Não são só os evolucionistas que têm direito a perguntas sem resposta. :)

     
  • At 16 de dezembro de 2009 às 22:33, Blogger cbs said…

    Comparar o Cristianismo com a teoria de Darwin, hoje, e analisar os pontos de conflito sem pré-juízos é o único caminho. A Ciência exige racionalidade, mas também exige a dúvida sistemática, por isso, para um cientista que se preze, não tem nenhum sentido esse afastar das críticas que referes. As críticas que apontam de contradições são um bem para o cientista de verdade.
    Contudo, a própria crítica também não pode ser dogmática, tem que compreender a teoria, tem que aceitar que não sabe todos os porquês, tem que colocar a fé entre parêntesis (não são os conceitos abstractos que me abanam a fé, mostram-me só os limites da minha inteligência) pelo menos numa discussão honesta. De outro modo é uma conversa de surdos, o oposto do método aberto a que chamamos ciência. E a maior parte do problema na relação entre a ciência e a religião (quando existe) parece-me residir aí. Raramente os motivos das que discordâncias são o parecem, e raramente são meras questões de lógica e razão. Lembremo-nos de Kepler, lembremo-nos de Galileu... e é bom "rever-te" Peter ;)

     
  • At 18 de dezembro de 2009 às 00:44, Blogger Pedro Leal said…

    “para um cientista que se preze”
    Talvez o problema esteja aqui. Os cientistas são pessoas como as outras. Têm interesses, ideologias, empregos, carreiras profissionais, fés, etc. Lembro-me de uma pessoa conhecida contar a surpresa e a desilusão que teve pelo ambiente que encontrou no curso de Biologia que tirou. Era tudo menos open mind como ele, na sua ingenuidade, imaginava. Claro que ele se teve que adaptar, continuou a gostar de ciência, acabou o curso e tratou, ou trata ainda, do doutoramento. Eu não invalido os dados científicos – quem sou eu. Coloco-os apenas na perspectiva humana. O evolucionismo está no poder. Achas que colocará o poder à disposição com essa candura científica? Imagina toda a gente que tem carreira, emprego, estatuto à conta dele e que teria que recomeçar se o evolucionismo fosse posto em causa. Não estou a dizer que é uma mega-conspiração bem montada à escala planetária. Estou apenas a tentar mostrar que a ideia de que a ciência, por ser ciência, não é uma actividade acima das outras actividades humanas.

     
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