quarta-feira, fevereiro 04, 2009 |
I. A simbiose histórica entre razão e fé na cultura cristã |
A questão de partida é angústia do Homem perante a vida e o trágico destino final. Agindo, sentindo, pensando, o ser humano tenta compreender a realidade em que se insere, procura um sentido para a existência, busca uma causa primeira, em suma, busca a Verdade. As religiões do mito primordial são a primeira resposta a essa interrogação fundamental. A função desse “saber” não é apenas explicativa, mas simultaneamente normalizadora (moral) da vida social, uma necessidade para a sobrevivência humana. Curiosamente, houve um local, onde a moral não impôs as suas regras de comportamento, pela via religiosa. Na Grécia antiga desenvolveu-se um modo de pensar extremamente elaborado, a interrogação apoiada nas regras do juízo, aquela forma de pensar que depois designámos por pensamento racional ou filosofia (amor pelo saber). E substituindo o Úrano primevo, tornado antropofágico, pelos deuses humanizados do Olimpo, a filosofia grega tomou para si o lugar das religiões míticas, na busca de respostas ao mistério do Ser. Com excepção dos cínicos, toda a filosofia grega conduz ao Absoluto, e particularmente Platão, identifica um mundo supra-sensível – acessível por meio da ascese – com a Alegoria da caverna, onde o homem vê sombras da Luz, dos arquétipos ou ideias puras, do Bem, do Bom, do Belo; valores positivos de onde decorrem outros, negativos, estabelecendo uma Moral, como um caminho para a Felicidade. O cosmopolitismo do império romano, dominado de início pela filosofia grega, com destaque para os estóicos, veio permitir, por uma via judaica, a introdução da fé num deus único. A conjunção da filosofia grega com o judaísmo cristão, possibilitou essa simbiose entre razão e fé, desenvolvida depois, ao longo da idade média, pelos filósofos cristãos, como o platonismo de Agostinho de Hipona (séc. V) ou o aristotelismo de Tomás de Aquino (séc. XIII). Introduzida a fé no domínio filosófico, a filosofia tranformou-se num poderoso auxiliar da religião, na busca de sempre: a Verdade absoluta. cbs - à Mc
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posted by @ 10:17 da tarde |
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4 Comments: |
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bem, se ainda não leste o "Fé, verdade, tolerância" do Ratzinger, de que falámos há uns tempos, parece-me que há lá coisas que te devem interessar: ele analisa com a pertinência costumeira (e a "certa batota" também LOL) a relação entre cristianismo e helenismo. se quiseres empresto-to, mas tenho a certeza que te vai apetecer comprá-lo, mau grado os 20 e poucos euros que ele custa ;) abraço
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tens razão, não li, mas devo ler. e tens razão de novo, acho que deve ser melhor comprá-lo. Senão acontece o que é costume, peço emprestado, acabo de ler, e também por comprar quando devolvo os livros, lol abraço de retorno...à nietzsche ;)
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bem, nesse caso e se quiseres, podemos sempre começar pelo empréstimo, para respeitar o respeitável costume ;)
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OK seria bom combinar-mos um café na escola por exemplo, ou... não te apetece ver dinosssauros? ligo-te.
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bem, se ainda não leste o "Fé, verdade, tolerância" do Ratzinger, de que falámos há uns tempos, parece-me que há lá coisas que te devem interessar: ele analisa com a pertinência costumeira (e a "certa batota" também LOL) a relação entre cristianismo e helenismo. se quiseres empresto-to, mas tenho a certeza que te vai apetecer comprá-lo, mau grado os 20 e poucos euros que ele custa ;) abraço