domingo, dezembro 28, 2008
Ainda do Natal
Neste tempo, quase toda a atenção é focada no Menino adorado.
É bem assim, mas apesar disso, não consigo deixar de lembrar os outros que acompanharam o nascimento; penso naquele casal humano, nas dificuldades daquele homem, bom mas simples, quando a mulher lhe anunciou uma gravidez, sendo virgem; penso até no burrito, que foi no fundo, uma parte essencial da Família sagrada…
Em especial, volto a interrogar-me, sobre as dificuldades que alguns contemporâneos têm, em reconhecer o carácter único da Mãe.
É facto que Maria nada tem a ver com a Modernidade, a começar pela marca de virgindade, a acabar no apagamento, voluntário, aceitando, sofrendo.
Mas como ignorar Maria?
Se a Sua carne é o ponto de reencontro entre o natural e o sobre natural, se é no Seu ventre que se reata a aliança entre o Criador e a criatura. Como ignorá-la, se Ela é o protótipo do novo humano em que nos transformaremos, se Ela é a prova real do nosso destino transcedente?

Maria é silenciosa enquanto a ignoramos, mas ela reboca-nos pela História, como mãe de Deus e nossa; cala-se, mas está presente, é a eficácia em estado puro.
Por isso, digo-lhe todos os dias: Ave Maria.
cbs
posted by @ 8:57 da tarde  
2 Comments:
  • At 29 de dezembro de 2008 às 00:46, Blogger Nuno Fonseca said…

    Sim, Maria deve ser prezada pela graça de ser a portadora do Filho de Deus.

    Mas honremos Maria mais fiéis ao que Maria acreditava: a lei monoteísta e contra-idólatra de Israel, e a promessa dos profetas de que o Messias seria o único redentor e intercessor entre Deus e os homens.

    Outra coisa seria desonrosa à santa.

    §

    Soli Deo Gloria

     
  • At 29 de dezembro de 2008 às 11:37, Blogger cbs said…

    Parece-me que existe um mal entendido na questão do culto mariano, aliás, prolongado ao dos santos.
    Consultando o padre católico de serviço, foi-me explicado que:
    a)A Igreja Católica nunca ensinou que havia outro medidor ao Pai, para além de Jesus Cristo; ninguém vai ao Pai sem passar por Jesus. Ponto final.
    b)Aquilo que é dito é que os Santos e em especial Maria, são intercessores humanos junto de Jesus Cristo.
    Mas só Jesus é O redentor.
    Contudo não é insensível à intercessão de Sua Mãe; nada há de mal no amor especial a Maria, desde que nunca se ponha em equivalência com a Divindade da Trindade.
    c) Aceito que existe o risco de pessoas simples não compreenderem as diferenças, de se resvalar para um semi-paganismo; aceito que a Igreja Católica nem sempre é clara sobre a questão do único medidor em Cristo.
    Mas, meu caro Nuno, má comunicação não significa aprovação.

    abraço natalício

     
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