quarta-feira, setembro 12, 2007 |
poltranice: o catecismo dos frouxos |
"Quem seguir aquele livro à risca vai, por certo, ter uma boa vida. O problema é segui-lo à risca, dado que os padrões são tão elevados. Porém, ao percorrer os seus 2863 artigos, é possível perceber um elemento que, embora subtil, é aquele que mais contribui para fazer da tradição católica uma tradição admirável de humanidade e tolerância. É que, embora a Igreja Católica exija muito dos homens, colocando os padrões muito elevados, na prática ela contenta-se com menos - às vezes bastante menos.
É esta tolerância ao pecado que torna as sociedades tocadas pela cultura católica mais humanas e mais doces de viver, quando comparadas com as sociedades onde predomina a cultura protestante do cristianismo. Nem podia ser de outro modo: uma instituição criada para tirar os pecados do mundo tem de ser muito tolerante em relação ao pecado, caso contrário perdia a sua razão de ser e extinguia-se."
timshel |
posted by @ 5:41 da manhã |
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10 Comments: |
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Eu não li o livro nem tenho intenções da tal actividade. Para mim, chega de fórmulas para uma vida feliz. Só conheço uma que sirva e nem é uma fórmula por assim dizer é o exemplo de Jesus. Também é um padrão bastante elevado, mas somos encorajados pelo Espírito Santo...
Quanto a tolerância ao pecado. Isto pode ser uma questão mais complexa, mas já que abriste o assunto cá vou eu. Segundo o que leio na Bíblia, Jesus foi pouco tolerante em relação aos líderes religiosos que não assumiam o seu estado pecaminhoso. Perante os pecadores assumidos, tinha sempre uma postura diferente. Creio que a diferença seja na atitude. Ao nível pessoal isto quer dizer a "minha" disposição à mudança. No fundo a intolerância é a resistência a uma mudança pessoal. Quanto mas profunda a mudança, mais que resito, naturalmente. Só pela intervenção divina é que posso mudar, mas tenho também que aceitar a tal. Reconhecer o meu estado pecaminhoso (mesmo que redimido) faz com que possa experimentar a sensasão de solidariedade para com outros pecadores, mas não posso chegar ao ponto de "tolerar" o que é anatema para Deus.
Desculpem lá se isto ofender, espero que possam tolerar a minha ignorância.
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Há gralhas absolutamente tocadas pela genialidade. O "pecaminhoso" aqui deixado pelo Scott (acidentalmente, por certo) tem assim como que um ar de doença infecto-contagiosa, que está muito para lá do simples pecado...
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Macacão. Macaco velho
":OP
ahahahahahaha
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o pecaminhoso é cronembergiano
":O)))
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Sami, acertaste no "mouche". Quis provocar uma reacção mais visceral do que apenas pecaminoso. O "h" foi intencional e não peço desculpas pelo abuso.
Ver Judas 22-23
O pecado é um patogénio que devia provocar uma reacção assim tão forte nos que estão a recuperar da doença. Só assim podemos ajudar os outros doentes.
Pelos outros erros, sim peço desculpas.
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zazie -
"Cronembergiano" - Perfeito!
Infelizmente, a verdade é que até gostamos do pecado. Não é por nada que o inimigo se chama o "anjo de luz". É isto que nos leva a ser tolerantes em relação ao pecado e preconceituados relativamente às pessoas.
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Pois é... eu não queria entrar no debate porque, à partida, há logo uma questão pouco clara: está-se a falar da noção de pecado e da sua relação com a tolerância em certas sociedades?
Explique-se primeiro isto- o tema é o pecado, do catecismo, ou as falhas humanas?
Há pecados (no sentido de categorias religiosas) que não me parecem ter nada de mal.
No entanto, como é que os holandeses (com tradição mais portestante que nós), conseguem ter aquela característica de fechar os olhos à lei?
Claro que a poltranice e os frouxos são outra coisa. Mas, por agora, fica assim. O macacão que se manifeste
ahahahahaha
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é que eu acredito no tal pecaminhoso cronenbergiano. Só que não é propriamente a mesma história dos pecados do catecismo.
E reproduz-se e contagia-se mesmo à Cronenberg.
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zazie
tenho pena de andar com tão pouco tempo
de qualquer modo, em honra dessa nova expressão vou tentar arranjar tempo para postar umas canções de um disco chamado"the return of the superape"
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o macacão falou.
ahahahaha o que já me ri com isto. beijocas
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Eu não li o livro nem tenho intenções da tal actividade. Para mim, chega de fórmulas para uma vida feliz. Só conheço uma que sirva e nem é uma fórmula por assim dizer é o exemplo de Jesus. Também é um padrão bastante elevado, mas somos encorajados pelo Espírito Santo...
Quanto a tolerância ao pecado. Isto pode ser uma questão mais complexa, mas já que abriste o assunto cá vou eu. Segundo o que leio na Bíblia, Jesus foi pouco tolerante em relação aos líderes religiosos que não assumiam o seu estado pecaminhoso. Perante os pecadores assumidos, tinha sempre uma postura diferente. Creio que a diferença seja na atitude. Ao nível pessoal isto quer dizer a "minha" disposição à mudança. No fundo a intolerância é a resistência a uma mudança pessoal. Quanto mas profunda a mudança, mais que resito, naturalmente. Só pela intervenção divina é que posso mudar, mas tenho também que aceitar a tal. Reconhecer o meu estado pecaminhoso (mesmo que redimido) faz com que possa experimentar a sensasão de solidariedade para com outros pecadores, mas não posso chegar ao ponto de "tolerar" o que é anatema para Deus.
Desculpem lá se isto ofender, espero que possam tolerar a minha ignorância.