|  quinta-feira, junho 14, 2007  | 
           
          
            |   "Eu apenas conheço um único dever, que é o de amar."   | 
           
          
            "As nuvens avolumam-se por cima do claustro e a noite pouco a pouco encobre as lajes onde está inscrita a moral com que se dota aqueles que morreram. Se eu escrevesse aqui um livro de moral, teria cem páginas e noventa e nove estariam em branco. Na última, escreveria: "Eu apenas conheço um único dever, que é o de amar." E, quanto ao resto, digo não. Digo não com todas as minhas forças. As lajes dizem-me que é inútil e que a vida é como "col sol levante, col sol cadente". Mas não vejo o que a inutilidade retira à minha revolta e sinto muito bem o que a faz aumentar. 
  Pensava em tudo isto sentado no chão, encostado a uma coluna, e algumas crianças riam e brincavam. Um padre sorriu-me. Mulheres olhavam-me com curiosidade. Na igreja, o órgão tocava surdamente e o colorido quente dos seus contornos surgia por vezes atrás dos risos das crianças. A morte! A continuar assim, acabarei por morrer feliz. Terei consumido toda a minha esperança."
  Até o baralhado Camus compreendia esta verdade simples.
  timshel | 
           
          
            posted by  @ 5:37 da manhã      | 
           
          
            
                 
                
                  
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                    | 6 Comments: | 
                   
                  
                    
                        
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                              É! O amor é lindo! E agora, se possível, uma coisa mais terrena. Eu sei que não é alta filosofia, não é intelectualmente excitante, mas... e o canalha do cardeal que pede a todos os católicos para retirarem o apoio à Amnistia Internacional? Merece um comentário? Ou estamos todos muito ocupados a amar e filosofar e "fazer avançar o pensamento"? 
              
                         
                        
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                              Aquilo que a Igreja Católica designa como uma "cultura de morte". "É extremamente grave que uma organização meritória como a Amnistia Internacional ceda às pressões destes lobbies", lamentou o cardeal, no comunicado do Conselho Justiça e Paz.
  Discordo da Igreja, e especialmente porque a Amnistia não apelou à liberalização do aborto, mas à despenalização.
  Agora gostava era de saber se: a) a Igreja é obrigada a apoiar - e apoiava, como sabe - quem toma uma atitude que ela critica profundamente? b) se entrando em contradição com a sua própria doutrina, deixava de ser "canalha" e passava a "pessoa digna".
  O amigo ateu_pouco_dado_a_rancores_mas_um_bocadito_distraído, não tá com uma conceito moral um bocaditoooo... utilitário? 
              
                         
                        
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                              Esse canalha de cardeal devia ser mandado para um campo de reeducação.
  O cabrão tem muita sorte de ser crente. Porque se fosse ateu, num país de ateus, onde o aborto era lei, nem a mãezinha o tinha dado à luz. 
              
                         
                        
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                              Talvez, caro CBS Tenho andado pouco dado a rancores e muito distraído. Temos andado TODOS muitíssimo distrídos. Talvez por isso tanto canalha esteja a dirigir igrejas, governos, câmaras, DRENs, grupos de sueca... Deve ter razão sobre o meu conceito moral. Utilitário, gasto ou simplesmente farto. De qualquer maneira, quando penso ou vejo as imagens das centenas e centenas de violadas em campos de refugiados no Darfur e tantos outros campos, aldeias e países e depois ouço o canalha do cardeal dizer que tentar ajudar essas pessoas, mesmo de uma maneira que não seja do agrado do dito, é uma cultura de morte, deixa-me um sabor na boca que não sou capaz de definir, mas deve estar próximo ao da merda. Há que cuspir, lavar a boca e o espírito e seguir em frente. 
              
                         
                        
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                              A Igreja está apenas a ser coerente, como faz qualquer instituição com alguma integridade.
  Mas concordo consigo, o trabalho da ONG deve ser apoiado e facilitado. Mas o Vaticano da canalha foi dos primeiros a denuciar a chacina e a pedir a intervenção humanitária à ONU. Não me consta, que a Amnistia seja uma das dezenas de ONG, que estão a operar no terreno Darfur, como por exemplo a CRS (Catholic Relief Services)... creio mesmo que as ONG mais eficazes são organizações cristãs. O mundo é assim, desigual e armadilhado. Tenho colegas de vinte anos que se atiram para o Darfur ou para Gaza, mesmo agora. O cobarde sou eu... 
              
                         
                        
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                              "A Igreja está apenas a ser coerente, como faz qualquer instituição com alguma integridade."
  Integrismo, diria eu, mas nem quero ir por aí, pois embora_muito_distraído já percebi que o meu amigo não "merece" os meus ataques de fúria anti canalhice súbita (a fúria, já que a canalhice tem tendência a ser reiterada, como diria o Malheiros). Saudações. 
              
                         
                        
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É! O amor é lindo!
E agora, se possível, uma coisa mais terrena.
Eu sei que não é alta filosofia, não é intelectualmente excitante, mas... e o canalha do cardeal que pede a todos os católicos para retirarem o apoio à Amnistia Internacional?
Merece um comentário? Ou estamos todos muito ocupados a amar e filosofar e "fazer avançar o pensamento"?