sexta-feira, dezembro 29, 2006
Hermenêutica emética
Se não somos frios nem quentes vamos ser vomitados. A inerrância dificilmente sairá beliscada se eu assegurar que os mornos não vão ser expelidos numa pasta semi-digerida de cheiro azedo. Mas se discordo deste bolsar literal, nada me contraria o seguinte: entre apegados, desapegados e mais-ou-menos, é dos últimos que Deus se enfada. Se não leva os dedos à garganta pelo menos torce o nariz.
Aquela conversa das zonas cinzentas para não ser tudo a preto e branco é um enjoo. Vomitemos irmãos.
Yin-Yang. Equilíbrio cósmico. Canal Infinito. Vomitemos irmãos.
O problema é que os mais-ou-menos são mais-que-muitos. E o desprezível é que, à cautela, cedemos aos pecadinhos por não serem pecadões, Deus nos livre! Só que os pecadões saem pela culatra, sem piadas fisiológicas. Pecadinhos saem pela boca numa pasta semi-digerida de cheiro azedo, fisiologia ao barulho, inerrância por beliscar.
Não vim para dizer grande coisa, nem intento ser polémico. Esse é o problema, a falta de polémica. Ninguém discorda que o mundo precisa de Jesus. Ninguém concorda que o mundo precisa de uma igual dose de diabo - o que é conveniente para não se enegrecer o cinzentinho dos fogões a meio-gás, o meio-jesus com que se aquecem as panelas dos petiscos da consoada. Bacalhau morno. Vomitemos irmãos.
Tudo se resume aos pratos de peixe. O Verbo fez-se carne e anda aí muita gente a fazer-se ao bife.

Samuel Úria
posted by @ 1:57 da manhã  
1 Comments:
  • At 29 de dezembro de 2006 às 11:07, Blogger zazie said…

    "O Verbo fez-se carne e anda aí muita gente a fazer-se ao bife. "

    ehehehe

    Bom post! vomitemos, então que não falta muito para nos empanturrarmos de novo

     
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