quinta-feira, dezembro 07, 2006
Da mistura do cristianismo com a herança liberal

"A mistura do Cristianismo (católico ou não) com a herança liberal produziu, como era de prever, uma nova religião secular, que se julga destinada a um triunfo ecuménico.
O marxismo deixou descendência."
(VascoPolidoValente, Publico 2/XII/2006)

O protestantismo é já o resultado da mistura cristã-liberal e é pré-moderno.A Igreja Católica é a herdeira cultural do império romano e a sua natureza não é moderna, pelo contrário.
Assim se reafirmou no Vaticano I (a infalibilidade papal), mas se mudou muito no Vaticano II, adaptando-se à Modernidade, com o aligeirar da hierarquização e a introdução de elementos democratizantes, por exemplo.
Secular é todo o processo da Modernidade com separação rígida entre as esferas espiritual (religião) e temporal (estado).
Contudo, o Marxismo-leninismo apresentando-se como secular, contém intrinseca uma mentalidade religiosa (influencia do pai judeu?), cujo essencial se revela na teleologia, no apelo a sentimentos profundos de triunfalismo contrapostos às culpas, apontando a causalidades finais predestinadas.
Curiosamente, assim se parece também algum do designado "Neo-liberalismo", crente no bom resultado final da receita, nem que para isso morram uns descartáveis pelo caminho.
Isto para dizer que não foi, parece-me a mim, o Marxismo (apenas seguiu a raíz teleológica), foi sim a augusta Roma que deixou descendencia… misturada com a herança judaica, o Cristianismo.
É importante definir, são questões de familia.

cbs

posted by @ 10:07 da tarde  
5 Comments:
  • At 8 de dezembro de 2006 às 15:10, Blogger zazie said…

    Um belo império soft power, com certeza. Sobretudo, porque há russos que acham a "Europa" um conceito "cultural" e até não se importavam que ela fosse, de comboio, até Vladivostok, até ao Pacífico, até à Antártida, se os pinguins pedissem”.
    (..)


    Júdice está convencidíssimo que a paz do mundo e a sobrevivência da humanidade dependem de um entendimento entre o islão e a cristandade para tornar o Mediterrâneo um "lago" comum. Como antigamente. À romana
    (...)
    “A mistura do cristianismo (católico ou não) com a herança liberal produziu, como era de prever, uma nova religião secular, que se julga destinada a um triunfo ecuménico. O marxismo deixou descendência.” VPV
    (3 Dez.)

    Esta passagem é boca política para o presente e para o visado.Não é análise histórica.

    Também é importante saber-se ler.

     
  • At 8 de dezembro de 2006 às 15:12, Blogger zazie said…

    fica aqui o texto na íntegra. Para quem saiba ler português
    ............................
    A descendência
    VASCO PULIDO VALENTE



    Écurioso e um pouco assustador verificar outra vez como em política e religião a loucura anda sempre muito perto da superfície. A visita do Papa à Turquia provocou devaneios, que habitualmente estão escondidos pela conveniência diplomática ou pelo senso comum. O devaneio da "Europa", por exemplo. Onde acaba e onde começa a "Europa"? A norte, pensa D. José Policarpo, na Lituânia, na Estónia e na Letónia e até talvez na Bielorússia, apesar de Moscovo não levar, parece, a coisa a bem. A leste, evidentemente, na Ucrânia, na Roménia e na Bulgária, ou seja, no Mar Negro. E, a sul, lembra com subtileza o Patriarca de Lisboa, a Turquia "dava muito jeito" para definir a fronteira. Um belo império soft power, com certeza. Sobretudo, porque há russos que acham a "Europa" um conceito "cultural" e até não se importavam que ela fosse, de comboio, até Vladivostok, até ao Pacífico, até à Antártida, se os pinguins pedissem. D. José concorda. Deus vela. E a megalomania não tem limites.
    O dr. José Miguel Júdice, por seu lado, proclama "Ich bin ein Mediterraner" (parafraseando a despropósito Kennedy em Berlim). Levou uma pancada na cabeça? Viu a luz? Que será que ele quer? Quer, calculem, fazer o Mediterrâneo "prioritário"? Para quem? Para Portugal? Não se percebe. Só se percebe que Júdice está convencidíssimo que a paz do mundo e a sobrevivência da humanidade dependem de um entendimento entre o islão e a cristandade para tornar o Mediterrâneo um "lago" comum. Como antigamente. À romana. Para isso, basta "laicizar" o islão. Infelizmente, Júdice não sabe o que significa "laicizar" ou não sabe o que é o islão. Mas sabe, e "afirma", que tem uma afinidade (indescrita) com um marroquino ou um libanês, que não tem com um lituano, um sueco ou um eslovaco. Rabat, explica ele, fica mais perto de Lisboa do que Madrid. Como Beirute, suponho.
    Desvarios? Provavelmente. Mas não de acaso. O sr. D. José e José Júdice partilham uma convicção, a convicção da superioridade absoluta da ortodoxia ideológica do Ocidente: a dignidade da pessoa, a liberdade, a tolerância, a famosa "abertura". E, lá no fundo, acreditam que ninguém consegue resistir a tanta perfeição. A mistura do cristianismo (católico ou não) com a herança liberal produziu, como era de prever, uma nova religião secular, que se julga destinada a um triunfo ecuménico. O marxismo deixou descendência.

     
  • At 8 de dezembro de 2006 às 15:21, Blogger zazie said…

    A herança ideológica da crença num bom expansionismo europeu não vem directamente do império romano. Como é óbvio. Se estamos a falar dos efeitos ideológicos do mundo actual (e não da história- dessa falou ele no início e falou da tradição romana nisto tudo) temos de remeter para um casamento entre a utopia económica liberal e a utopia "da razão" (para o bem dos pequeninos) do marxismo. O "triunfo ecuménico" é este estapafúrdio mito do novo lacismo de Lisboa à Antártica

     
  • At 8 de dezembro de 2006 às 15:22, Blogger zazie said…

    e peço desculpa pelo papel de "Grande Educadora" mas a culpa não é minha. Está lá tudo escrito. Não é preciso estropiar as palavras do VPV.

     
  • At 8 de dezembro de 2006 às 19:52, Blogger cbs said…

    deves ter razão

     
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