terça-feira, março 13, 2007
Do debate atrasado
Peço desculpa, amigos, mas este debate já foi - e não é com as imagens para chocar que se torna razoável. O que se quer, o que se queria, com o referendo à despenalização do aborto é tornar o aborto seguro, raro, precoce. Esta formulação foi defendida pelos do Sim e pelos do Não, cada um a apontar caminhos diferentes na penalização do acto. Houve quem entendesse (entre os quais me incluo) que, com o Sim no Referendo, é possível tornar o aborto raro, seguro, precoce: isto não significa apoiar o aborto, nem acabar com a imagética de um lado e outro (mas pode fazer-se o esforço para a tornar também rara), mas significa uma política séria de aconselhamento, que é o que acontecerá sempre, como acontece numa qualquer consulta médica, que não é meramente clínica, tem sempre uma forte componente de aconselhamento, naquilo que quer dizer esta palavra. Neste momento, o que importa é meter as mãos na massa, de um lado e do outro, para romper com este problema sério, em que mulheres morriam, em que fetos eram inviabilizados por más práticas, mas também em que muitas mulheres decidiam levianamente, na liberalizada clandestinidade, sem qualquer conselho (médico ou outro).

Sem comemorações ou holocaustos, sigamos.

Miguel Marujo
posted by @ 11:38 da manhã  
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